Sangue-ruim
NA: oi gente! Eu queria dizer que o tanto que eu adoro ler fanfiction sobre os Marotos e Lily, eu resolvi postar também. Começa no quinto ano deles, tendo como base aquelas duas (ou três... ?) pags do livro HP5. Muitas coisas irão acontecer, muitas reviravoltas e surpresas. Um aviso: essa fanfic não é como a maioria das fanfics Marotos/Lily em que Lily se apaixona da noite pro dia pelo James, que Lily é uma vadia sem coração e diz "eu odeio o Potter" em cada maldita fala, ou Remus sempre lendo um livro, Sirius e James pegando todas as garotas da escola, Peter sem fala, etc. Isso aqui vai ser real, vai ser muito, muito bom. Apreciem sem moderação.
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(1975)
Sangue-ruim
ou
O erro de Snape
"Eu não vou passar esse ano", afirmou Kristen. Ela tinha a pele negra, aveludada, olhos cor de âmbar que, com toda certeza não se deixavam enganar facilmente. "Eu fui péssima. Falhei miseravelmente, eu sei disso. Eu sei o que fiz. Todas as minhas respostas- eu vou ser reprovada. Vou ser reprovada. Falhei. Eu sei disso. Eles vão ter que fazer uma daquelas cartas atestando o quão mal eu fui."
Mary, Marlene, e Lily reviraram os olhos. "Você não falhou", Lily assegurou, enquanto as garotas atravessaram o hall lotado de alunos. "Você sempre diz isso, e sempre acaba se saindo muito bem."
"Desta vez, eu quero dizer, definitivamente não!" Kristen protestou. "Eu só acabei de arruinar todo o meu futuro com aquele maldito NOM de Defesa Contra as Artes das Trevas!"
"Você não fez isso", insistiu Marlene. "E pare de choramingar por elogios. Você sabe que é brilhante nas aulas- apenas um pouco idiota na vida real. Vamos para os jardins?"
"Está quente demais para ficar aqui dentro", disse Lily. "E eu não conseguiria estudar para Transfiguração agora."
"Apoiada", disse Mary, que estava alegre agora que os exames finalmente tinham acabado. "Vamos lá para fora! Podemos nos sentar à beira do lago. Deve estar muito mais fresco que aqui."
E assim elas seguiram caminho como os muitos outros alunos do quinto ano, que pelo visto pareceram pensar o mesmo. Sentada na margem do Lago Negro, banhado pela luz ofuscante do sol, Lily tirou os sapatos e as meias, e balançou os pés na água; Mary e Marlene a seguiram alegremente. Kristen protestou, alegando que "Só Merlin sabe o que há nessa água."
"Liam Lyle me chamou para sair na semana passada", disse Mary, enquanto elas se deixavam serem tomadas pelo calor glorioso e vento fresco. "Com o fim de semana em Hogsmeade chegando e tudo mais", explicou. "Eu poderia dizer 'sim', mas ainda não decidi."
"Não faça joguinhos com Lyle, Mary", repreendeu Lily quase automaticamente, olhando através dos gramados para uma figura solitária, lendo debaixo de uma árvore. "Ele é um cara legal."
"Eu não brinco com os caras..."
Marlene bufou. "Mary, querida, você pode ser uma das minhas melhores amigas, mas eu tenho duas palavras para você: Devang Tennant."
"Tudo bem, eu brinquei um pouco com Devang," Mary permitiu. "Mas só porque ele estava convencido de que era pra valer..."
"Mas você estava, não é?" Kristen disse secamente, ganhando uma cotovelada da pequena morena Mary Macdonald.
"Não."
"Falando em caras que são loucos por certas bruxas..." , disse Marlene, seguindo o olhar de Lily.
"Quem?" perguntou Kristen, antes de perceber sobre o quê a loira se referia. "Ah, é. Snape."
Lily começou ao som do seu nome. "Cai fora", ela respondeu com dignidade. "Ele não é louco por mim, na verdade, nós nos afastamos de uns tempos para cá."
"Claro que vocês tem se afastado", disse Mary. "É por isso que você está aqui com suas adoráveis amigas, em vez de lá morrendo de tédio com um livro Transfiguração".
"Ah tá", murmurou Marlene, um pouco sombriamente: "Eu tenho certeza que é apenas um simples livro Transfiguração..."
"Quietas", a ruiva as repreendeu. "Ele ainda é meu amigo..."
"Merlin sabe o porquê", acrescentou Kristen com uma revirada de olhos.
Lily enviou a todas um olhar e estava claro que não deveriam continuar a discussão. "Bem", disse Mary, seus olhos vagando em direção a outra árvore, onde quatro bruxos se divertiam. "Que tal James Potter? Ele realmente gosta de você, Lily."
"Eu espero que isso seja uma piada", respondeu a monitora, com um envio de olhar para os famosos Marotos. James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew estavam sentados na sombra de uma árvore de grande porte; Sirius e Peter pareciam estar rindo de algo, Remus estava lendo, e James brincava com um pomo ele tinha, sem dúvida, surrupiado da escola.
"Ele é um cara muito bonito, você sabe disso- não negue isso também, Lily Evans", Mary cantou. Essa era uma conversa familiar para Lily. Mary sempre lembrava a Lily da inegável (embora Lily veementemente a negasse) boa-aparência de James. Kristen foi a próxima.
"E ele é um capitão de Quadribol muito bom", Kristen previsivelmente contribuiu. Marlene viria a seguir.
"E ele gosta de você como um louco", continuou a loira. "Quantas vezes ele te convidou para sair nesta semana?"
"Duas vezes", respondeu Lily. "Tem sido uma semana agradável, muito obrigada."
Marlene e Mary riram apreciativamente. "Sabe, qualquer garota em Hogwarts- até fora dele, eu me arriscaria, mataria para estar no seu lugar", a última apontou.
"Eu daria os meus sapatos e viveria descalça se isso fosse fazer ele parar", disse Lily. Mary e Marlene reviraram os olhos. "Infelizmente, nem mesmo azarações potentes e rejeições constantes têm funcionado até agora, então a minha fé sobre oferecer meus sapatos é bastante fraca."
"Oh, como ela sofre", disse Kristen, sarcasticamente.
"Merlin, Lily", ponderou Marlene. "Ele não tem uma chance? Qual é, Lily, você sabe que ele faria de tudo por você... de tudo mesmo..."
"Nem um pouco", Lily teimou. "Quero dizer, olhe para ele, se exibindo com esse maldito pomo..."
"Sim, sim, certo. Conhecemos a sua teoria..."
"Mas, você sabe, vai chegar o dia em que ele vai se cansar de correr atrás...", disse Mary. Kristen bufou ao ouvir isso.
"Potter desistir de algo? Sério? Você aposta quanto nisso?"
"O dia em que ele desistir de Lily...", começou Marlene, mas foi Lily quem concluiu:
"... será conhecido como o Dia da Independência da Lily".
As quatro riram. Ao longe no lago, a Lula Gigante salpicava alguns estudantes que atreveram-se a lhe perturbar.
"Ah droga, não", murmurou Kristen, e seus olhos foram dirigidos para o gramado imediatamente.
"O que foi?" perguntou Lily. "Kristen, o que foi?"
"Nada." Ela se mexeu desconfortavelmente. "Absolutamente nada. Que é que você estava dizendo? Dia da... ?"
Mas Lily soube na hora que não era nada disso. Ela se virou e viu a cena se desenrolar a uma curta distância. James Potter e, é claro, Sirius Black estavam com suas varinhas sacadas, e seu alvo era, obviamente, Severus Snape.
O calor e a raiva transpareciam no rosto de Lily e, quase automaticamente, ela se levantou, empurrando seus pés, antes molhados, nos sapatos da escola e se dirigiu ao grupinho que cercava James, Sirius e Snape.
"Aqui vamos nós..." Marlene murmurou.
"Deixem ele em paz!"
A mão de James que não estava ocupada com sua varinha, no processo de produção de bolhas cor de rosa na boca de Snape, mudou instantaneamente para o seu cabelo, tornando a situação mais caótica que antes. "Tudo bem, Evans?"
"Deixem ele em paz," Lily fervia. "Que foi que ele lhe fez?"
"Bom... é mais pelo fato de existir, se você me entende..."
Outros riram; no entanto, o sangue de Lily fervia mais ainda. Idiota vaidoso...
"Você se acha engraçado", ela disse friamente. "Mas você não passa de um cafajeste, tirano e arrogante, Potter. Deixe ele em paz."
James parecia totalmente imperturbável por seus insultos, sem a menor indicação de que ele reconheceu a fúria, a aversão pura, no seu tom de voz e olhos. O bruxo brincou, sem perder uma batida: "Deixo se você quiser sair comigo, Evans..."
Lily poderia ter ficado surpreendida, mas a arrogância de James parecia não ter limites.
"Anda..." continuou ele, "sai comigo, e eu nunca mais encostarei uma varinha no Ranhoso."
Desgostosa, ela replicou: "Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a Lula Gigante."
E então, talvez por meio segundo, James finalmente parecia ter registrado o fato de que Lily Evans, naquele momento, detestava sua existência tanto quanto ele detestava Snape.
"Mau jeito, Prongs", Sirius disse nas proximidades, obviamente não tão chateado como o melhor amigo pela rejeição. Enfim, ele tinha problemas maiores: "OI!"
Mas a advertência de Sirius veio tarde demais. Houve um flash de luz e um corte profundo apareceu em um lado do rosto de James, salpicando suas vestes de sangue. Se recuperando rapidamente, em um instante depois Snape estava pendurado de cabeça para baixo no ar. Várias pessoas o aplaudiram. James era tudo que Snape definitivamente não era- James Potter era bom e muito popular.
Lily convocou toda a sua energia. Aquilo não foi engraçado. "Ponha ele no chão!"
A real emoção que tinha brevemente cintilado no rosto de James Potter se foi. Recuperando sua postura confiante de sempre, ele sorriu e inclinou a cabeça. "Perfeitamente".
Snape caiu no chão assim que James fez o gesto com a varinha, mas antes que ele pudesse se recuperar do ataque, Sirius dirigiu um feitiço na direção do sonserino, e ele tombou, mais uma vez, duro como uma tábua.
"Deixe ele em paz!" Lily gritou, sacando a sua própria varinha. Seus dois companheiros de casa olharam para ela incertos; aparentemente, a perspectiva de um duelo armado com Lily Evans era muito menos atraente do que chatear Snape.
"Ah, Evans," James quase implorou: "não me obrigue a azarar você."
Você também, ela pensou.
"Então desfaça o feitiço nele!"
James suspirou profundamente. Ele lançou o contrafeitiço que Sirius havia lançado a Snape poucos minutos antes. "Pronto", disse James, irritado; Snape tropeçou em seus pés. "Você tem sorte de que Evans estaja aqui, Ranhoso..."
E então aconteceu. Os olhos negros, frios e duros, de Snape brilharam, piscando de James para Lily e depois para os alunos que assistiam o drama todo. Ainda havia sabão rosa na frente de suas vestes, e seu rosto, normalmente pálido, ficou vermelho. E então aconteceu...
"Não preciso da ajuda de uma sangue-ruim imunda como ela!"
Um segundo, o que pareceu ser eterno, se passou. Com o canto do olho, Lily notou Marlene, Mary, e Kristen se aproximarem da cena. Os espectadores tinham ido embora. James parecia quase mais confuso do que qualquer outra coisa. Remus finalmente levantou os olhos do livro e olhava com uma mistura de raiva e nojo para Snape. O mundo esperou uma resposta de Lily, mas ela não estava completamente pronta para dar tal resposta.
Sangue-ruim imunda como ela.
"Ótimo", ela conseguiu dizer, muito friamente. Snape ficou pálido novamente: "No futuro, não me incomodarei. E eu lavaria as cuecas se fosse você, Ranhoso."
Sangue-ruim imunda como ela.
James tinha recuperado o seu temperamento. Agora apontava sua varinha ameaçadoramente para Snape. "Peça desculpas a Evans!"
Arrogante sem limites, idiota vaidoso...
E então Lily se voltou contra James. "Eu não quero que você o obrigue a se desculpar! Você é tão ruim quanto ele!"
"Quê? Eu nunca chamaria você de... você sabe o quê!"
Mas Lily estava tão furiosa que, com suas mãos tremendo de raiva enquanto ela praticamente cerrava os punhos, retrucou: "Bagunçando os cabelos só porque acha que é legal parecer que acabou de desmontar da vassoura, se exibindo com esse pomo idiota, andando pelos corredores e azarando qualquer um que o aborrece só porque é capaz... até surpreende que a sua vassoura consiga sair do chão com o peso dessa cabeça cheia de titica! Você me dá náuseas!"
Ela se virou, movendo-se cegamente o mais rápido que conseguia.
Sangue-ruim, sangue-ruim, sangue-ruim, sangue-ruim...
"Evans- Ei, EVANS!"
Mas Potter estava há anos-luz de distância, ela mal o ouviu, tampouco ligava; com o sangue pulsando em seus ouvidos, a mágoa e raiva pulsando em suas veias, a palavra ecoando em sua cabeça repetidamente sem se cansar...
Sangue-ruim, sangue-ruim, sangue-ruim, sangue-ruim, sangue-ruim, sangue-ruim...
"Lily".
Ela chegou às portas do castelo, e alguém agarrou seu braço. Marlene.
"Lily", repetiu a loira, mais suavemente. Kristen e Mary ficaram à distância.
Mas Lily não podia ficar ali. Simplesmente não suportaria. "Aqui não", ela murmurou. "O dormitório..."
Marlene assentiu. "Lily, eu... eu sinto muito, eu..."
Ela queria chorar. Não, ela queria jogar alguma coisa. Ela queria bater em alguém, absolutamente o mais forte que podia. Ela queria...
"Está tudo bem."
Ela se virou e atravessou as portas do castelo... seus pés se moviam sob ela, levando-a através dos corredores e escadas acima, com apenas um pensamento.
Sangue-ruim.
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NA: O segundo cap começa no 6° ano deles. Espero que estejam gostando e que não parem de ler. Muita coisa ainda vai acontecer.
Beijos e abraços
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