Além do véu
- Remo posso te fazer uma pergunta? – disse Sirius.
- Faça.
- Você gosta da Tonks?
- Ela é muito adorável.
- Você entendeu o que eu disse.
- Como você chegou a conclusão...
- Admite lobinho, eu conheço você...
- Cala a boca Sirius.
- Calo nada, pode me dizer, gosta dela?
- E se eu gostar eu me pergunto o que um pulguento como você tem haver com isso.
- Há há há, eu sabia que sim! Eu sei que ela gosta de você. Ela não disse com todas as letras, mas...
- Cala a boca. – disse Remo frustrado, Tonks acabara de entrar na sala de visitas, a batida na porta que ela deu foi abafado pela risada escandalosa de Sirius.
Os dois olharam, para a moça, ambos os homens vermelhos. Remo de raiva, Sirius de rir.
- Eu vim avisar, que eles já chegaram. – disse Tonks, que aparentemente tentava entender a situação que ocorria entre os dois homens.
- Certo, vamos descer lobinho?
- Sem valor nem dor seu cachorro.
- Que dor?
Remo o empurrou do degrau fazendo Sirius saltar três.
Lá embaixo se encontravam Olho-Tonto, Quim e Arthur. Eles se sentaram na mesa e discutiram sobre a mssão que Dumbledore pensava em destinar a Remo, que com a ajuda de Quim e Tonks seria fácil de desempenhar. O Patrono de Snape irrompeu na sala.
- Potter provavelmente fugiu, ele acha que Black foi capturado pelo Lord das Trevas, ele deve ter saído a horas, eu não o encontrei no castelo. Por segurança é melhor que todos os que conseguirem reunir vão até o Ministério da Magia no Departamento de Mistérios, para garantir que Potter não cometa um equívoco, caso ele esteja lá.
- Vamos para lá. – disse Olho-Tonto.
Todos da mesa se ergueram de um salto inclusive Sirius.
- Vou também.
- Você não pode sair daqui... – interveio Alastor.
- Escute, até agora eu tenho seguido as ordens de Dumbledore mais do que eu gostaria, é o meu afilhado que está lá, Voldemort implantou uma visão na cabeça de Harry. Se ele está lá é por mim, eu não vou ficar aqui e esperar por notícias como um bom garoto.
- Andem logo, é melhor sairmos daqui rápido. – disse Quim
- Snape já demorou o suficiente para nos avisar sem vocês pararem para bater um papo. – disse Tonks.
Todos se precipitaram para a porta e desaparataram no Ministério. Chegando lá correram para o elevador mais próximo, as grades douradas se abriram para admiti-los. O elevador pareceu demorar uma eternidade para chegar ao último andar.
Quim correu á frente e abriu a porta que levava para o Departamento de Mistérios. Quando todos entraram a porta se fechou atrás deles, havia várias outras portas idênticas, algumas marcadas com um X de fogo.
- Hermione – sussurrou Tonks - vamos entrar nas portas marcadas. Eles concordaram e entraram todos juntos na primeira porta, mas ao atravessar o portal que dava acesso a Sala da Profecia, eles ouviram um Comensal da Morte. Sirius se adiantou para ele, o Comensal quis enfeitiçá-lo, Remo desarmou o Comensal.
- Onde está o garoto.
- Quando descobrir em qual sala eles estão, vai descobrir também que a sua prima está tomando conta dele. Quando achá-los os garotos estarão mortos.
- Os garotos?
- Incompetente. – resmungou Quim, Potter está com os amigos. – disse Quim para a cara assombrada de Sirius.
- ESTUPEFAÇA! – rosnou Olho-Tonto. O Comensal tentou acertar Sirius com uma adaga enquanto este estava de costas. – Ninguém mais tem resp...
- Cala a boca Olho-Tonto, acho que ouvi uma barulheira vindo de lá. – disse Tonks.
Ela saiu da sala e os outros a seguiram.
- Ali – apontou Remo.
Todos entraram, os garotos estavam nos cantos da câmara, um garoto alto de despenteado se encontrava no centro, conversando com Lúcio Malfoy. Tonks acenou a varinha, lançando um feitiço estuporante em Malfoy, Harry se desviou bem a tempo, ela errou o alvo.
Todos desceram as escadas e começaram a duelar com os Comensais da Morte.
- Sirius, corra, ajude Harry, nós te damos cobertura, fale para eles irem embora daqui. – disse Arthur.
Tonks lutava com Belatriz, a Comensal tinha se precipitado para a sobrinha. Tonks fez o que pode, se defendeu bem até certo ponto, Belatriz lançou a Maldição da Morte, que quase a acertou se ela não tivesse recuado. Ela perdeu momentaneamente o equilíbrio, Belatriz se aproveitou desse momento para lançar uma outra maldição. Tonks perdeu os sentidos, ela caiu do meio da escada até o chão.
Enquanto isso o duelos entre os outros Comensais continuava, eles eram muitos, mesmo com Tonks ainda duelando eram dois para cada um, Quim tinha escapado por pouquíssimo da Maldição Cruciatos. Arthur quase levou uma azaração.
Sirius assumira a ex-oponente de Tonks. Lutava como uma garotinha marruda, como sempre, pensou Sirius. Várias maldições e azarações saíram da ponta da varinha de ambos. Era bom ter a oportunidade de mal-tratar e talvez até machucar aquele criatura detestável.Cada feitiço lançado era como uma vingança por ter tocado em Harry, por ter torturado os Longbottom, por ter matado trouxas, por ter torturado tanta gente, por ser tão repugnante. Castigá-la talvez pelos crimes de outros bruxos tão repulsivos como ela e o marido. Pensamentos como este o encorajava a lutar com mais vigor.
- Vamos lá Belatriz, você sabe fazer melhor do que isso. – disse Sirius
Isso foi o cúmulo para Belatriz, doida de raiva e desejosa pela morte dele...
- Avada Kedavra.
Foi mais rápido do que adormecer, ele se deu conta do que tinha acontecido.
Dias depois da morte de Sirius, Tonks abriu os olhos e se encontrou no hospital do St. Mungus, Remo estava sentado ao seu lado. Ele lhe contou o que havia acontecido. Lágrimas escorreram pelo rosto de Tonks, ela lhe contou que estava lutando contra Belatriz, que ela tinha lhe lançado um feitiço que a fez sentir dor e depois ela perdeu os sentidos. Ela se culpou pela morte do primo.
- Não, não foi culpa sua mesmo. Ouvi quando Sirius perguntou a Belatriz se isso era o melhor que ela podia fazer, então ela lançou a maldição da morte. Se não fosse ele teria sido você. – Remo fez o que pode para consolá-la e para fazê-la mudar de idéia a respeito da culpa.
Ele foi conversar com o curandeiro dela. O curandeiro voltou ao quarto da sua paciente para anunciar que ela estava de alta, o que o homem que estivera ali agora a pouco, iria passar na casa dos pais dela, para apanhar uma muda de roupas para ela. Os dois iriam embora.
Quando Remo voltou a primeira pergunta que ela fez á ele foi:
- Como você está lidando com tudo isso? – perguntou Tonks, seus cabelos atingiram uma tonalidade terrivelmente branca.
- Sirius vai fazer falta, ele foi um dos meus melhores amigos, e não tem mais nada para dizer. – ele lhe passou uma bolsa.
Tonks espiou lá dentro, havia um vestido que ela detestava, e ficou se perguntando se foi ele ou sua mãe quem tinha escolhido.
- Vou sair para você se trocar.
Ela vestiu o dito vestido de má vontade, era capaz de decompor o humor de qualquer um no ácido.
Quando ela saiu do quarto foram direto para a Toca. Molly os aguardava.
- Tonks querida, como você está? – perguntou Molly.
- Bem, obrigada, como vai você e Arthur?
- Ótimos. Acabamos de receber uma mensagem de Dumbledore, pedindo permissão para fazer uma reunião ás pressas aqui em casa.
Quando Olho-Tonto chegou eles todos se acomodaram como puderam na mesa da cozinha dos Weasley.
- Bom – Arthur tomou a palavra – Dumbledore mandou uma mensagem, ele disse que não é mais seguro deixar Harry andando pelo mundo dos trouxas sozinho, ele insiste que alguns da Ordem vá até a estação de Kings Cross para verificar se o garoto chegou em Londres seguro.
- A Guarda se encarregara dessa parte. – disse Olho-Tonto quando Arthur fez uma pausa.
- Emelina e Héstia não poderão ir.
- Certo, Molly e eu podemos substituí-las. Ele ainda ressalta que alguns devem seguir o carro dos tios de Harry, só para garantir.
- Faríamos isso, mas como vocês sabem Fred e eu temos assuntos para cuidar, podemos ir a estação com vocês. – disse Jorge.
Molly lançou aos gêmeos um olhar fulminante, que fez Fred e Jorge olharem para Remo. Arthur também não tinha gostado nem um pingo dos dois filhos terem fugido de Hogwarts.
- Vocês dois tem assuntos mais urgentes para tratar do que ir a uma estação de trem. – disse Molly agressivamente.
- Molly... – interveio Tonks.
- Nada disso, valorizamos mais o Harry.
- Devemos tanto á ele.
O rosto de Molly relaxou um pouco. Arthur deu um leve sorriso para os filhos, sem deixar que a esposa visse.
- Remo e eu podemos fazer essa parte. – disse Tonks.
- É. – confirmou Remo. – E Molly, não fique brava com eles, não é de todo mal que eles fizeram isso.
Ela não respondeu.
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