Chega de histórias



Já fazia tempos que Tonks não aparecia mais com tanta frequencia no Largo Grimmould, devido a Fuga em Massa de Azkaban. Quim apareceu com um exemplar do Profeta Diário, mas Alastor achou melhor que ele não mostrasse a Sirius. Ele ficou curioso para saber o que era.


- Não, você não vai querer saber. – disse Tonks.


- Só eu sei se vou querer saber ou não. Não vou saber se eu quero saber ou não se você não me contar o que tem nesse jornal. – disse Sirius á Tonks.


- Por que você não pede para outra pessoa te contar?


- Por que os outros não querem me contar. – disse Sirius.


- Ahhh...


- Vamos priminha querida, me mostre o jornal. Juro que isso não vai te comprometer em nada depois. Se alguém reclamar...


- Não estou preocupada se por acaso alguém vir reclam...


- Ah não! Você também não! Vocês podiam me dar um crédito né. Eu não sai nenhuma vez de casa, só quando fui acompanhar Harry até a estação. Não venha me dizer...


- Tá bom não vou te dizer. – disse ela - Deixe eu pensar em alguma outra coisa. Eu não tenho nenhum exemplar do Profeta comigo.


- Você leu a reportagem, me conte o que ela dizia.


Ele ficou quieta por um minuto. Só ela e Sirius estavam na casa naquela hora. Ele estava sentado de frente para ela na mesa da cozinha. Era uma noite bem fria, a lareira e as velas estavam acesas. Sirius cheirava a cerveja amanteigada.


- O Profeta culpou você pela fuga em massa. Você foi o primeiro que conseguiu o feito, e ainda falaram sobre o seu parentesco com Belatriz que é uma Comensal da Morte. É muito mais fácil por a culpa em você, um assassino Comensal para os olhos do Ministério.


- Isso é idiotice. Era só isso?


- Era. Por que, esperava algo pior?


- Muito pior.


Eles ficaram quietos por mais algum tempo.  Tonks se despediu de Sirius e saiu.


No noite seguinte houve mais uma reunião na Ordem, que Tonks não apareceu, ela também não deu as caras no dia seguinte. Remo foi o primeiro a se preocupar com ela.


- Quim, a Tonks tem ido trabalhar? – perguntou Remo.


- Não, ela tem uma semana de folga. – respondeu o bruxo com sua voz grave.


- Foi ela quem pediu essa semana?


- É foi.


- Ela tem falado com você?


- Não, nem pensei em perguntar para ela o porquê ela pediu a semana de folga.


- Vamos lá na casa dela? Ela não tem aparecido aqui na Sede.


- Não sei. Me parece que ela é dada a sumir.


- Como assim sumir?


- Sumir. Só sair das vistas dos outros. – disse Sirius que entrava na conversa. – Se não estou enganado, a Andrômeda era dada a isso também, vai ver herdou da mãe. A Drômeda era exagero, ela saia do país.


- Você não acha que ela saiu do país né? – perguntou Quim.


- Sei lá. Eu conheci melhor a Andrômeda.  – disse Sirius – Por que?


- Ela não apareceu mais aqui na Ordem, ela pediu uma folga no Ministério e não disse nada para nenhum de nós. – disse Quim.


- Não sei o que pensar disso.


Molly apareceu com o filho de Quim no colo, o “0pequenininho” como Tonks o chamava, estendeu os braços para ir para o colo do pai.


Quim era pai solteiro, a ex-esposa dele tinha saído da casa quem os dois moravam quando estava grávida, e agora apareceu deixando para que ele cuidasse do filho. Ás vezes ele ficava com Molly, outras com os pais de Tonks.


- Certo, mas eu não tenho muita certeza de onde fica a casa dela. – disse Quim.


- Eu sei, é um apartamento em Bristol, se ela não estiver lá, onde é a casa dos pais dela? – disse Remo que dirigiu a pergunta a Sirius.


- Eu sei onde os pais dela moram, né.


- Certo, vamos começar pelo apartamento dela, depois do jantar. – disse Remo.


 


Eles aparataram perto do prédio, ela morava no 25, foi fácil confundir o recepcionista, o que não foi fácil foi lidar com o elevador.


Ele bateram na porta dela. Ninguém respondeu.


- Tonks, sou eu o Quim, você ta aí?


- Eles desceram novamente, só que dessa vez decidiram perguntar ao garoto da recepção se ela estava em casa.


- Me parece que a Dona Tonks foi viajar.


- Ela deixou algum recado para alguém?


- Não, ela pediu para dizer para qualquer um que perguntasse dela – ele olhou em um pedaço de papel no balcão – o seguinte: fui viajar e não sei como volto.


- Ela disse para onde foi viajar?


- Não, faz dois anos que a Dona Tonks mora aqui, e ela nunca diz para onde vai, e é raro ela deixar recados na recepção, uma vez eu perguntei para ela o que eu devia fazer quando pessoas viessem procurar ela. Ela só disse: “ Serve um café para elas, quando eu vou viajar eu deixo recado para as pessoas que vêem me procurar” Aí eu disse: “ Mas o Dona, tem gente que vem procurar a senhorita do mesmo jeito, pelo visto eles não tem o seu recado” e aí ela me disse: “ Quando eu não deixo recado para elas, e porque eu resolvi sumir, e não me chateie”. Que moça hein. Muito gentil mas tem vezes que pelo amor de Deus.


- Tá já sabemos o que queríamos. Obrigado. – disse Remo e se apressou em sair com Quim.


Na rua eles param e Remo disse:


- Ouviu o recado que ela deixou? Fui viajar e não sei como VOLTO.


- Também estou pensando isso. Vamos na casa dos Tonks?


- Vamos.


Eles estavam defronte para a casa dos Tonks desta vez, eles decidiram não deixar parecer que Tonks havia sumido, para o caso dos pais delas não saberem de nada do acontecimento.


Foi Ted Tonks que os recebeu, Andrômeda apareceu oferecendo aos dois vinho, que eles recusaram.


- A Tonks ta ai? – perguntou Quim.


- Não, porque? – perguntou Ted.


- Nós estávamos aqui perto e imaginamos que ela poderia estar com vocês. – disse Remo.


Eles ficaram quietos.


- Como vai o seu filho e Sirius? – perguntou Andrômeda.


- Os dois vão muito bem. Molly esta cuidando dos dois agora. – disse Quim.


- Dos dois? Sirius está tentando escapulir ou matar Severo Snape?


- É, ele está tentando enfeitiçar o Snape, ele também não pára de provocá-lo.


- Eu sei muito bem que ele tem muito pouco de duas coisas.


- Que duas coisas?


- Paciência e juízo, juízo ele tem menos ainda.


Todos riram. Enquanto Quim e Andrômeda conversavam, Remo estava pensando no quando a Sra. Tonks era incrivelmente parecida com a irmã. Só na luz que a semelhança era pouco mais amena. Belatriz tinha olhos e cabelos negros, as pálpebras pesadas, ela pelo contrário, tinha os olhos e cabelos castanhos claros, os olhos eram incomparavelmente bondosos. Ele rezou para que Tonks nunca sequer desconfiasse que ele comparara e mãe dela com a tia.


- Bom acho que já vamos, não é Remo?


- Sim, já está tarde.


- Bom muito obrigado, boa noite. – disse Quim.


- Boa noite.


- Espere. – disse Andrômeda. – Ela não está em lugar nenhum, ela foi sabe-se Deus para onde.


- Ela sempre foi assim? – perguntou Remo.


- Não. Também estou preocupada com ela. Ela passou por aqui, disse que tinha que sair do país e não sabia como... quando voltava.


- Como voltava, a senhora sabe o que ela foi fazer?


- Não tenho muita certeza, eu sei que ela vai voltar dentro de poucos dias, mas não vai estar aqui mais que umas horas e vai para outro país novamente. Não tenho certeza de como ela vai voltar, então... Boa Noite. – Andrômeda fechou a porta.

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