Minha doce, Granger.

Medo. Essa palavra andava me perseguindo muito nos últimos tempos. As coisas só pioravam no mundo bruxo. E para mim, aquele que não deve ser nomeado, dava a cada dia mais indícios de que estava forte. Poucas vezes eu via o trio maravilha andando pelos corredores, rindo ou fazendo algum tipo de brincadeiras, nas quais antes era fácil ver. Muito pelo contrario, eles pareciam mais maduros, mas responsáveis. E essa constatação veio quando puder ver nos olhos da Granger, que os mesmo não brilhavam mais. Todos os dias, eu olhava e admirava aqueles olhos castanhos tão carregados de significados e os quais me perseguiam nos sonhos. E todos os dias, estes mesmos olhos, pareciam cada vez mais distante. Talvez, diante desses tempos difíceis, a minha Granger tenha mudado. Sim, ela era minha. E nada poderia me fazer mudar de ideia quanto a isso. A Granger se tornará minha, no memento que me tomou a única coisa que me restava. O pouco do amor que havia sobrado. Mas uma coisa era certa, a minha doce Hermione havia mudado. Quando exatamente eu não sei. Talvez tenha sido no quinto ano, quando ela e seus amigos presenciaram a morte de Sirius Black. Talvez, seja esse ano, quando atentados aos trouxas pareciam cada vez mais perto de seus pais. Mas de uma coisa eu tinha certeza. A Granger que eu conheci não era a mesma. A Granger que no seu primeiro ano, ajudou ao Potter e ao Weasley, a Granger que um dia fora petrificada, a Granger que um dia me dera um soco - e que belo soco por Merlim- a Granger, que surpreendeu a todos quando saiu com Victor Krum, a Granger que inspirou a Armada de Dumbledore. Essa Granger que eu conheci, já não existe mais. O brilho nos olhos castanhos que antes me eram como guias, já não estava mais ali. Talvez, seja egoísmo meu, pensar que ela não merecia crescer. Mas era esse meu egoísmo, essa minha obsessão pelos olhos dela, que me serviam como um salva-vidas. Assim, impedia que eu me afundasse mais. E o sorriso? Pelas barbas de Merlim, a Granger possuiu o mais belo sorriso. Ta certo que nem sempre foi assim. Ainda me recordo de como seus dentes era incrivelmente grandes. Mas nada que não pudesse se resolver. E agora, ela possuiu um dos mais belos sorrisos. Um sorriso que nem mesmo as criaturas mais fantásticas, como as Veelas eram capazes de ter. Talvez, seja porque não se deve comprar uma besta, com um anjo. A Granger jamais saberia que a observo, jamais teria conhecimento do quanto eu a admiro ou do quanto ela me é especial. Percebi uma vez Granger gostava de cartas. Passei a lhe enviar carta em anônimos. Ninguém mais precisava saber, que eu nutria um amor para com uma sangue ruim. Não que isso me afetasse, parei a muito tempo de me importar com as bobeiras de sangue puro, ou trouxas. Reparei também, que ela vivia com um livro. Claro que ela sempre estava com livros, mas esse em especial nunca saia de perto da menina. Orgulho e preconceito. Vim a pesquisar mais sobra tal romance, e me surpreendeu perceber que a escritas de trouxas podia ser encantadora. Vi também que ela preferia rosas brancas. E logo procurei saber o significado de tal cor. E descobri que significava, “ eu sou digno de você.” Talvez, um dia eu seja digno de um olhar dela. Talvez, um dia, quando eu fazer as coisas, e a escolha certa, eu seja digno de um sorriso. O sorriso de um anjo. A guerra está cada vez mais próxima, e eu estou cada vez mais longe dela. Do meu anjo, da minha certeza. Talvez, eu jamais irei vê-la, ou se for, terei que suportar vê-la com o idiota do Weasley - não que eu desejasse sua infelicidade, mas o Weasley jamais daria o devido valor a ela. - Ninguém jamais seria perfeito para ela. Porque ela por si só, já era o símbolo da perfeição. Tão inteligente, companheira. tão generosa, corajosa. Tão linda. Ela era tudo o que eu jamais seria. Ela era o certo, e eu o errado. Ela era o perfeito, e eu o imperfeito. Ela era o branco, e eu o preto. Ela era boa, e eu o vilão. Ela era o doce e eu o amargo. Ela era a minha Doce Granger.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.