Prólogo
Prólogo
Primeiro de novembro de 2010
Marlene Mckinnon
Sorri olhando para meu reflexo no espelho, até que as horinhas que usei para me arrumar não foram em vão. Eu estou bonita. Um macacão de seda azul e tomara-que-caia, com um cinto fino marcando a cintura, coque frouxo, sapato de salto também preto. Meus olhos azuis estavam bem marcados, meus lábios também. Por incrível que pareça mesmo com aquela regrinha básica “ou o olho ou os lábios” meu rosto ficava bonito.
Não quero parecer convencida, longe disso, porque eu realmente não sou. Mas eu tenho uma beleza exótica, cabelos negros e longos, olhos extremamente azuis e pele bem clarinha. Sou professora de redação na escola de Teatro Brasil. Faço dança – é mais um Hobbie do que outra coisa – e estou fazendo faculdade de Teatro. É claro que eu amo o que faço, são três coisas que eu não dispensaria em minha vida, amo dançar, amo dar aulas e amo é claro todos os outros tipos de artes que me rodeiam.
Minha vida é normal, eu dou aulas de segunda a sábado, pela manhã e pela tarde e a noite frequento a faculdade, os dias de folga são geralmente para ensaiar, estudar ou algo a ver com a preparação das minhas aulas. Eu não vou mentir, quase não tenho tempo para sair, não quer dizer que eu não saia e não me divirta. Por isso que estou vestida desse jeito. Minhas amigas acham que eu estou me concentrando demais no trabalho e que preciso relaxar e por isso me arrumaram um encontro às escuras.
Peguei as chaves do carro, me olhei mais uma vez no espelho e sai. Estava pronta para arrasar corações, como Lily dizia. Se bem que nesse ponto ela estava certa mesma, mais uma vez, não estou sendo convencida. Não demorei muito para chegar ao restaurante que elas marcaram o “encontro”. Me sentei na mesa que elas reservaram e fiquei esperando que ele chegasse, quem quer que fosse “ele”. O combinado era, eu vestida de azul e ele de preto. Sei que poderia haver alguma falha, mas de todas as pessoas que estavam naquele restaurante eu era única vestindo azul, claro com exceção dos garçons.
Uma pizzaria conhecida na cidade – ou pelo menos eu conhecia muito bem –eu estava louca pra pedir algo, mas fiquei esperando, esperando e esperando. Sabe o quão chato é esperar alguém que se atrasa meia hora? Agora multiplique esse tempo por 4. Por isso que eu me indignei, acho que todas as pessoas já estavam começando a olhar pra mim com pena, não é todo dia que um idiota me deixa esperando, eu realmente não ficaria esperando tanto tempo, mas se eu saísse não ia poder ouvir a “maravilhosa” explicação que ele teria que dar. Eu tentei, juro, tentei esperar, mas estava cansada demais e com vergonha.
Peguei minha bolsa me levantei e sai dali, o mais rápido possível. Envergonhada é claro, mas eu ainda teria chance de conhecer o estúpido e dizer a ele poucas e boas. Entrei no carro cuspindo fogo – ou quase isso –nem um copo de água eu tinha bebido. Liguei o rádio do carro – mesmo sabendo que isso sempre me distraia, coloquei em varias estações até encontrar alguma que gostasse. “Fluxo perfeito” tocando eu tentando me concentrar na estrada enquanto cantava feito uma louca, e então meu celular tocou.
Eu poderia muito bem ter ignorado, mas era Lily, eu virei para pegá-lo. E quando olhei para frente de novo só consegui ver os faróis acesos e então senti o baque. Entre o momento em que eu fui o celular tocou e eu fui pegá-lo alguém bateu no meu carro, de frente. Eu só senti uma dor forte, estava rodando, de cabeça pra baixo, de cabeça pra cima, de cabeça pra baixo , de cabeça pra cima. Senti uma falta de ar, algo me sufocando e senti que ainda estava presa ao cinto de segurança e então o carro parou.
Pensei que depois disso viria o silencio e uma luz branca, mas não. Eu continuava ouvindo “Fluxo perfeito” tocar em alto e bom som, pensei ter ouvido passos também , mas não tive certeza. Só escutava a musica, ela eatava acabando. “Tudo que eu pedi pra Deus é pra ter uma vida inteira com você, eu vou que vou, com você aonde for...”. Enquanto a musica acabava eu tentava me soltar do cinto e me perguntava se eu ouviria essa musica mais alguma vez na vida.
Depois de algum tempo de cabeça pra baixo comecei a ouvir vozes e uma sirene insistente que estava começando a me dar dor de cabeça. As vozes ficaram mais alta e então eles abriram a porta do carro, todos de branco. Um deles o mais algo e outro falou algo como “A senhorita já vai sair dai” eu tentei responder, mas não consegui, e então senti que meus olhos queriam fechar, eu queria dormir, precisava, eu só não sabia se era certo fazer isso. E então eu fechei os olhos...
Primeiro de novembro de 2010
Sirius Black
Morto.Só essa palavra poderia definir o quão cansado eu estava. Depois de duas cirurgias, uma reunião e mais de 15 pacientes eu me sentia acabado, totalmente exausto. Eu sei que era meu dia de folga, mas assim que recebi o chamado não pude me conter, salvar vidas – ou simplesmente ajudar a salvá-las – é algo maravilhoso demais para que eu deixe meu dia de folga atrapalhar.
Bem eu ainda sou um interno, mas no próximo semestre – os internos que foram bem em sua estadia aqui no hospital se tornam residentes –isso muda. Respirei fundo e fui em direção ao quarto da próxima paciente. Mas antes que eu pudesse chegar lá vi a ruiva mais temida do Hospital vindo em minha direção. Comecei a andar em sua direção também fingindo que não a via e então ela passou direto. E eu acreditei que ela não tinha me visto, e que iria seguir sua caminhada rapidinho. Mas não foi isso que ela fez.
-Black?! –ela perguntou um pouco surpresa – Você está de folga, porque está aqui ? –ela perguntou e então arregalou os olhos – você deveria estar... –só que ela não terminou de falar porque nossos bips começaram a apitar e então uma mensagem apareceu rápido.Eu olhei para ela e então corremos para a entrada do hospital.
-O que aconteceu aqui ? –perguntei enquanto via Luigi e Paco tirando uma maca da ambulância.
-Uma caminhonete bateu no carro dela.
-Bêbada ? –perguntei e ele negou – drogada ? –perguntei e mais uma vez ele negou.
-Acho que ela apenas se distraiu, porque o celular dela tinha muitas chamadas não atendidas –ele falou eu assenti.
Quando eu finalmente consegui ver o estrago que o carro havia feito nela fiquei paralisado. Não pelos danos, mas porque a garota na maca era muito linda. Eu ia começar os procedimentos de rotina quando ouvi um grito alto e me virei para ver uma Lilian Evans totalmente chocada.Ela mantinha suas mãos na boca como se não acreditasse no que via, estava chorando. Eu olhei para a garota e para ela e para as duas, Lily conhecia a garota.
-Lily, está bem ? –perguntei me aproximando dela. Mas ela não disse nada, apenas foi até a garota que agora estava em pleno movimento por causa da maca – você a conhece ?
-Sim – foi à única coisa que ela disse e então a residente Tonks apareceu, ela olhou para mim e para Lily e com um olhar inquisidor pediu respostas para Lily estar chorando –ela é minha melhor amiga e prima –ela disse isso e então eu entendi.
-Evans dispensada, Sirius você me ajuda na cirurgia –ela disse e eu assenti, ela voltou-se para a garota e eu olhei para Lily.
-Vai ficar bem ? –perguntei.
-Se você cuidar bem dela, eu vou ficar sim –ela disse e eu assenti, e dei um abraço nela
Fui para a sala de cirurgia e me preparei assim como outros internos. Lily assistiu a toda cirurgia, só que do outro lado da sala, eu tentei me concentrar só na garota e fazer o que Lily me pediu, cuidar bem dela. Tonks fez um ótimo trabalho com ela e quando terminou muitos bateram palmas, – o que quase não era permitido – Lily estava mais nervosa do que nunca e quando saímos da sala de cirurgia ela foi até Tonks.
-Doutora –ela chamou –ela vai ficar bem ?
-Lilian... –ela suspirou pesadamente e balançou a cabeça –eu espero que sim, agora, Black, leve a Evans para algum lugar que não a deixe tão nervosa e depois os dois estão dispensados. Eu esperei ela sair e então olhei para a Evans.
-Vem Lily –chamei e ela deixou que eu a guiasse. Chegamos na cantina e então ela desabou em lágrimas –fica calma, ela vai ficar bem –falei tentando sorrir.
-Você não entende Sirius, ela é minha melhor amiga, minha quase irmã e a culpa disso é minha –ela desabafou –a culpa do acidente. Eu liguei para ela muitas vezes e ela deve ter ido atender por isso que sofreu esse maldito acidente –ela não gritou, e nem poderia. As lágrimas caiam pelos seus olhos deixando a imagem da Lily “durona” de lado.
-Eu entendo –falei –James, meu melhor amigo que é quase um irmão para mim também sofreu um acidente serio, ele ficou quase um ano sem andar –falei –e por isso eu decidir ser medico, porque quando ele voltou a andar eu soube que era isso que eu tinha que ser, queria ajudar mais pessoas a voltarem a viver a terem uma nova chance.
-Obrigada –ela disse tentando forçar um sorriso –nem parece o Black estúpido que fica cantando todas as pobres enfermeiras daqui –ela disse e eu ri –obrigada mesmo –falou e se levantou, saiu me deixando sozinho ali. Eu me lembrei do rosto da garota e por um momento fechei meus olhos imaginando que cor teria os olhos dela, a próxima vez que eu encontrasse a Lily perguntaria.
-Ei Pad, o que está fazendo ? –James me olhou com um sorriso divertido nos lábios.
-Ah, só descansando –falei – e você o que faz aqui?
-Resolvi dar uma passada aqui para saber como está e se vai pra casa hoje ou eu vou ter que falar para sua residente que você tem quase 35 horas sem dormir ? –ele perguntou e eu quase sorri, balancei a cabeça e levantei.
-Vou com você, meu turno acabou –disse, mas não queria sair dali, era como se algo estivesse me pedindo para ficar –hoje foi um dia difícil –falei e ele sorriu triste.
-A maioria dos dias são –ele disse. James é policial, e sabe bem o que quer dizer dia difícil. Nós caminhamos juntos até o carro dele e então fomos para a casa, que eu, ele e Remu dividimos. Confesso que parei de pensar em tudo quando cheguei em casa, tomei um banho e cai na cama, era só disso que eu precisava naquele momento.
Fim do prólogo
N/a: Bem esse é o começo, essa é a primeira long SM que eu escrevo então me ajudem, opinem comentem e é isso, obrigada. bjoos!
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