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Um dia normal, numa vida diferente



Eu, Harry Tiago Potter, os escrevo e desde já os lembro que minhas palavras são de fato verídicas. Todos os fatos aqui contados são momentos e ações de meus dois últimos anos de uma vida normal com os trouxas.



Não lhes digo que morri ou que ao menos estou vivendo. O fato é, que alguns acontecimentos levaram a um real ultimato em minha vida como auror. Graças a um certo alguém, tive que desistir de tudo. Tudo que prezava, tudo que necessitava, tudo que eu era próximo.



E, se por acaso, não acreditam em minhas palavras, acreditem pelo menos em minhas intenções. Entrego-lhes essas informações para que as mesmas sirvam de instruções. Para que não cometam os mesmos erros que cometi, para que o houve comigo, não aconteça com você.



Tudo começou à exatos dois anos e dois meses; era noite quando um pensamento de devaneio navegou em minha mente rapidamente. Era como se eu havia esquecido de fazer algo e aquilo mudara toda a minha vida...





Apenas acordei de manhã, olhei-me no espelho com hesito e tomei banho. A água fria aquietava e dispersava os pensamentos da noite passada de modo que enquanto a água caía, minha mente e meu coração se livravam de todo o mau agouro.



Após o banho continuei minha atual rotina até a hora de me despedir de minha esposa.



— Tchau Harry! — Ela dizia enquanto eu passava pela porta e desaparecia em meio ao sopro do vento e ao som de um estampido.



Eu mergulhei com êxito num buraco escuro e fundo. Minha mente rodopiava no mesmo lugar e meus pés não sentiam chão. Estava flutuando enquanto via vários lugares. Um lugar me pareceu se destacar e nele foi o qual eu literalmente “entrei”.



A imagem de uma rua crescia e uma pequena placa reluzia por entre alguns pequenos e tímidos postes. Eu voltei a um lugar sólido. Folhas voavam ao meu redor enquanto me localizava na rua pouco movimentada.

Algumas pessoas me seguiam, eu por contrapartida, seguia um homem loiro e alto que estava em minha frente. Entramos no banheiro masculino e descemos descarga abaixo. Não havia dúvidas. Aquela rota era extremamente conhecida por qualquer empregado ministerial.





Alguns segundos depois estava cercado por chamas verde-esmeralda e um retângulo formado por tijolos ladrilhados pretos era a única coisa que via. Encontrei-me em um átrio vazio, a não ser por pequenas corujas e alguns mensageiros interministeriais. Havia um velho zelador, semelhante a uma ameixa desidratada limpando uma pequena pilha de destroços, que parecia não notar minha presença.



Andei mais um pouco, percebendo mais artes e corredores ocultos, até que cheguei a um corredor pouco iluminado. Nele só havia uma entrada e uma saída. Em seu fim havia uma única porta semelhante ao ladrilho das paredes, nela haviam os dizeres: Entrada Restrita (Sala dos Aurores). Abri-a lentamente e um rápido sussurrar deu lugar a uma saraivada de conversas tanto xulas quanto importantes.



— Dia a todos! — Disse em alto e bom tom, pelo menos o bastante para que as conversas não sufocassem o som da minha voz.



Haviam cerca de vinte e cinco aurores. A sala era oval e no seu centro havia uma bela mesa de vidro com apenas uma planta velha apoiada sobre ela. As conversas continuaram, mas na medida que o tempo passava, elas se davam gradativamente num tom mais grave. Tornando-se assim mais baixas.



— Silêncio, por favor! — Um adulto, cerca de quarenta anos de idade, se destacou do resto dos aurores e tomou lugar perto da mesa. Nesse mesmo momento todos se calaram e prestaram atenção — Primeiramente, bom dia à todos... — Todos responderam rapidamente querendo impressionar — Como todos já sabem, sou encarregado de ser o presidente do Corpo de Aurores do Ministério. E como tal, gostaria de apresentá-los à Otto Harpford. — Ele dizia apontando para um auror um tanto jovial, que tinha cabelos negros e altura média; era também um pouco acima do peso normal — Ele irá se juntar a nós à partir de hoje. A diretoria me deu boas indicações sobre ele, então espero que tenhamos prazer em recebê-lo. — Um conjunto harmônico de palmas e vivas foi seguido por um único assobio do presidente, que depois de alguns segundos, continuou a falar — Como ainda estamos em julho, e ainda estão acostumados com as férias, afrouxarei as regras. Contudo deixarei alguns papéis no quadro de avisos com os nomes dos grupos das rondas. Serão seis grupos com cinco componentes cada. E cada um deles terá um respectivo líder, o qual eu nomearei nas próximas semanas. O resto das informações estarão à partir das dezesseis horas no quadro de avisos. Agora separem-se e façam a primeira ronda. Vão!



Todos se apressaram e fizeram seus próprios grupos. No primeiro grupo estava Otto, no quarto eu mesmo. Mas nada daquilo era oficial, afinal Michael não havia dito nada. Depois de alguns minutos os diferentes grupos saíram todos com intervalos de cinco minutos para diferentes setores do Ministério.





O resto do dia foi resumido apenas a rondas e mais rondas; nada de bom aconteceu. Ao chegar me deparei com um jantar animado e cheio de alegria com meus três filhos.



— Como foi o trabalho pai? — Alvo Severo Potter disse. É meu filho do meio, um tanto excêntrico, mas na minha opinião o mais talentoso para estudo dos três.



— Chato. — Respondi.



— Por quê? — Meu filho mais velho agora perguntara. Seu nome Tiago Sirius Potter. É o mais desastrado e impulsivo dos três. Nunca ligou e acho que nunca vai ligar para a escola ou para os estudos. Gosta mesmo de duelar e é bem sincero quando diz alguma coisa.



— Porque não fiz nada... O dia inteiro sem fazer nada!



— Então, está bem! — Minha filha Lílian Luna Potter finalmente disse algo. É a mais técnica e fria dos irmãos. Sempre segue as regras não importa quais forem. Se tiver que fazer uma coisa terrível por causa de uma regra estúpida, ela faria.





O jantar terminou rápido e fui logo dormir com Gina, que adormeceu logo depois de recostar sua cabeça sobre o travesseiro.





As semanas se passaram e o ministério continuou a mesma coisa, rondas e mais rondas. Tudo que fazia era rodar o ministério a procura de algum invasor.



O mês de agosto chegou e com ele o verão se tornou mais evidente. O sol ainda não estava com seu vigor total, mas alguns raios iluminavam mesmo que vagamente a superfície das calçadas acinzentadas. Pelo jeito iria chover, as trovejadas estavam num volume particularmente baixo, mas as nuvens não mentiam, estavam escuras e pesadas. O importante seria eu chegar ao trabalho antes de começar a chover.



Eu havia acabado de aparatar na frente das mesmas placas. Nem esperei meus pés tocarem ao chão e entrei rapidamente até o banheiro e dei descarga. Finalmente chegou o dia em que os líderes dos grupos seriam escolhidos.



O átrio do ministério estava bastante cheio e enquanto eu andava o megafone do ecoou.



— Dia à todos! Atualizações matinais... — A voz de Tom Haden ecoou rapidamente por todo o átrio — A reunião dos aurores fora adiada para o meio-dia. — Uma rápida pausa se mostrou suficiente para deixar todo o átrio alerta — As demais reuniões do ministério foram remarcadas para hoje às onze horas. — Mais uma pausa. Todos deram rápidos passos pensando mas pararam assim que Tom continuou — O inquérito Bagas Venenosas e Voadoras já fora resolvido. O culpado está sendo mantido sobre custódia e vigilância do Ministério da Magia. — Mais uma pausa, dessa vez mais longa que as outras, seguida por um som de pergaminhos sendo amassados. Todos sabiam o que isso significava, agora estava na hora dos “pedidos de colaboração” — Você recém-chegado ao ministério, que deseja seguir a carreira de colunista. O Profeta Diário promove um concurso de verão para jovens entre 27 e 22 anos. Inscreva-se no Departamento das Relações Mágicas. Isso é tudo, por enquanto.



De repente todos se apressaram. Gritos e empurrões tomaram o átrio que em cerca de dez minutos ficou desertificado. Nesse momento eu já estava na sala dos Aurores e Otto veio até mim.



— Dia! — Ele dizia me olhando detalhadamente.



— Dia! — Respondi apreensivo.



Vou contar que assunto é esse das bagas. Alguns dias atrás, tivemos que pôr todo o Ministério em ordem novamente. O Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas se descuidou por um segundo e um elfo seguiu um caminho desconhecido e acabou tendo como destino a Ala de Objetos Recuperados. Em outras palavras, o que o Ministério capturava de mercenários e ladrões ou o que era posto em sistema de herança e o ministério achava ter algum tipo de ameaça. Ele achou uma caixa escondida e muito bem protegida. Essa caixa era encantada para conter o odor mais mal cheiroso. Ele abriu por curiosidade e bagas encantadas e venenosas, que voavam juntas e liberavam um odor incolor que causava as mais terríveis azarações e doenças. Tivemos muito trabalho para pegá-las. O Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas demorou muito para descobrir um antídoto para os que foram infectados mas no fim, terminou tudo bem. O ministro teve de abafar o caso para os bruxos.



Voltando... Estava na sala conversando com Otto durante uns cinco minutos. Ele me falava sobre sua nobre linhagem irlandesa e sua esposa linda e esbelta — a qual, por sinal, eu nunca havia visto desde que ele chegou aqui. Um homem o puxou. Seu nome. John. Descobri porque Otto perguntou o porque dele o ter puxado. Um segundo depois, Córmaco e Ivan entraram na sala seguindo um homem robusto de meia-idade, mas eles não entraram pela porta e sim pela nave especial, criada para a essencialidade do chefe dos Aurores. Atrás dela havia uma sala imensa — que eu só havia visitado uma vez, quando fui pedir uma licença para viajar com Gina. Enquanto o homem passava segurando-se em sua bengala todos se calavam harmonicamente, como se ele trouxesse algum tipo de agouro. Da última vez que eu o vi ele não segurava uma bengala, apenas mancava muito vagamente. Isso me deixou preocupado. Ele se dirigiu a mesa de centro e apenas levantou a mão.



— Dia a todos! — Dessa vez ninguém ousou sequer responder. Estavam estatelados não pelo fato de hoje ser, provavelmente, o dia mais importante do ano para eles, mas sim, pelo fato do Grande Lorde Michael estar a mercê de uma bengala — Eu vou fazer diferente. — Ele quase deixou transparecer um sorriso — Esqueçam tudo sobre a formação dos grupos, se dividam novamente e... — Ele tossiu um pouco e depois de alguns segundos continuou a falar — A escolha do líder dos grupos será por meio da votação dos componentes. Por favor dêem um passo a frente... Cadê o pergaminho? — Ele de repente olhou com rispidez para Ivan, que se moveu rapidamente.



Ivan correu rapidamente até a sala de Michael e trouxe um pequeno rolo manchado. Ele o entregou à Michael da forma mais sorrateira e imperceptível possível para que ninguém percebesse nada. Mas era impossível não perceber.



— Ok, vamos começar novamente. — Michael tentou continuar. Ele estimulou a garganta para começar, mas não era o papel certo, o que o deixou tão irado. Ele o amassou e arremessou na direção de Ivan, o papel o acertou na cabeça o que fez Ivan ficar hesitante por um bom tempo — Enfim... Formem seus grupos de cinco componentes.



Pelo jeito essa foi a solução mais sensata a se tomar. Todos foram ao encontro de seus melhores amigos e formaram seus respectivos grupos. Eu tentei ir ao encontro de Otto, mas ele já tinha um grupo específico. John, Gabriel, Audrey e uma mulher que nunca havia visto ou nunca havia reparado. Uma pena. Queria saber mais dele. Tinha quatro pessoas isoladas tentando formar um grupo. Essa era minha chance. Esse era meu grupo.



— Hey!



— Oi. Quer vir pro nosso grupo?



— Ok.



Nesse grupo, não tinha nada de especial, reconheci apenas algumas pessoas. Ivan e Córmaco estavam ali, assim como Joe; um novato de dezessete anos, uma criança provavelmente, vivia fazendo besteiras e arrumando confusão com todo mundo. Ele era engraçado, eu gostava dele. O outro, ou melhor outra, integrante era uma mulher.



Só vou esclarecer uma coisa. Grande Lorde Michael era um apelido que nós demos a ele devido a sua arrogância e ego, na época que ele descobriu foi até engraçado, ele também riu. Então deixou pra lá e nós deixamos junto.



— Grupos formados?



Michael não esperou resposta e foi direto para a próxima etapa. Ele designou um número específico para cada grupo. Eu estava no grupo cinco, Otto no quatro. Ele chamou grupo em grupo até a mesa para a votação. Mas não anunciou o auror mais votado.



— Quem vocês elegem? — Ele perguntou quando chegou a vez de meu grupo.



Três votos a meu favor. Ivan, Córmaco e Joe não pensaram duas vezes, não sei se porque gostavam de mim ou porque não queriam tamanha responsabilidade e trabalho encima de suas costas.



— Falta um voto. Tem de ser unânime. — Michael dizia firmemente olhando em nossos olhos.



— Ok... Potter. — Ela disse com rispidez. De alguma maneira ela pareceu não gostar de mim.



— Vão e esperem eu terminar com o outro grupo. — Ele disse nos dispensando.



Enquanto saímos da mesa o grupo seis inteiro foi se dirigindo para a mesa central, para perto de Michael. Não digo que foi uma questão de milésimos, mas mal chegaram lá e já apertavam a mão de Michael. O que significava que alguém havia sido escolhido.



Michael se recompôs na bengala e começou a falar novamente. Todos se calaram mas os escolhidos eram óbvios, eu só não sabia — corrigindo, eu não fazia ideia — de quem seria o escolhido do grupo quatro.



— No grupo um foi escolhida Dezelma Hunterford. — Uma saraivada de palmas inundou o local. Eu gostava de Dezelma se não fosse esse nome estranho — No dois, Clay Gordon. — Dessa vez não houveram muitas palmas. A personalidade Clay não era assim ao admirável. Seu único mal era que respeitava demais as regras, a ponto de delatar seus próprios amigos — No três, Corey Smith. No quatro, Otto Harpford — As palmas voltaram com tudo. Otto nas poucas semanas que se instalou conseguiu o corpo de aurores todo a seu favor. Isso era um fator em tanto; devo considerar — No cinco, Harry Potter — Também não houveram muitas palmas, apenas o essencial para que não ficasse sem graça — E no seis, Madson Legace. Bom já que temos os líderes podemos ficar sossegados até o fim do mês. Agora as atualizações... — Ele estimulou a garganta novamente após uma pausa — Recebemos um relatório da Divisão Oeste que pede reforços. O grupo três será enviado nessa missão. Por favor, depois que eu os libere fiquem mais um pouco para eu lhes explicar a missão. Os demais grupos terão que mover um componente e formar um novo grupo que substituirá o três.



Cochichos irromperam em meio ao silêncio, minutos depois decidiram. Os componentes do novo grupo três seriam. Otto, eu, Corey, Dave e Madson. Era estranho. Nosso grupo não era nem um pouco equilibrado, a maioria de nós era passional e nem um pouco calculista ou racional na hora “H”. Corey chegava a ser quase covarde de tanta tranquilidade que tinha. Madson era enraivecida demais. Otto era um verdadeiro astro, fazia de tudo para impressionar, o que é bastante errado. Dave era indiferente com basicamente tudo. E eu, tento proteger todo mundo, por mais impossível que possa aparecer e sem importar o preço que custaria.



Separados somos mais ou menos e juntos somos a pior combinação que poderia ser feita.



— Eu tenho prazer de apresentar o grupo três. Os corajosos que irão na primeira missão desse ano. Uma salva de palmas para eles pessoal. — Michael disse batendo palma sozinho, depois mais algumas pessoas e isso se transformou numa salva de palmas animadas e calorosas — A primeira ronda pertence ao novo grupo três, que deverá seguir por todo o andar número seis. E em quinze minutos o grupo cinco deverá rondar os andares três e quatro.





Eu dei parabéns aos integrantes do grupo de elite e fui começar em minha ronda. No caminho passamos por um corredor com o teto vidrado, nele as estrelas brilhavam vagamente e o céu se mostrava alaranjado. Perdemos muito tempo lá.





Durante a maçante ronda pelo andar seis não achei nada de mais. Tudo parecia normal.



Logo após meia hora saí do ministério e fui direto para casa. Tive uma boa noite de sono considerando que um período de insônia veio sobre mim no meio da madrugada — que eu acredito que foi causado, ironicamente, pelo meu excesso de cansaço.



Dias se passaram, cerca de dez para ser mais exato. Estava próximo do dia em que meus filhos iriam a Hogwarts pela primeira vez. Bem pelo menos Alvo Severo. Os materiais já estavam comprados e prontos e estavam numa pequena sala embaixo de nossa escada. Não julguem... O fato de ter colocado ali não tem nenhuma ligação com meu passado. Foi apenas mera coincidência.





Faltavam dois dias para Setembro e a casa estava uma bagunça. Apesar de estar tudo preparado Gina insistia em colocar alguma coisa na mala dos meninos ou ir comprar algo extra, caso precisassem. Nesses casos eu só ficava calado. Se falasse qualquer coisa era capaz de se transformar na própria Molly Weasley. Não havia outros momentos em que eu a via mais.



Era uma manhã de sábado, feliz e veraneia. Não tinha paisagem, era simples. Faltava um dia para tudo ocorrer e foi nele que resolvi descer e olhar tudo. Tudo que havia na casa, tudo que havia nas malas.





Abri o quarto e peguei as malas. As coloquei no sofá mais próximo e abri. A cada material que via, tentava não pensar no fato de que ficaria sem eles aqui comigo. Eu não aguentei e arrumei tudo novamente sem terminar de ver. Foi quando Gina acordou e me viu.



— O que você está fazendo? Eu já terminei... — Ela veio colocando a mão sobre a mala terminando de fechá-la. Eu, surpreendentemente, a calei com um beijo apaixonado e demorado. Ela se derramou em meus braços e nos abraçamos por mais de um minuto.



— Vou sentir falta deles. — Eu disse e uma lágrima de felicidade escapou de Gina.



— Eu também.



Nesse momento as crianças acordaram. Eu não esperei muito e as abracei. Depois de realmente levantarem, se espreguiçarem e acordarem seus neurônios, pedi que colocassem uma boa roupa e saí com eles. Os levei a uma lanchonete perto de casa e depois a B & B Cream. Uma sorveteria no começo do Beco Diagonal que tinha elfos como empregados. Era bastante legal, eles adoraram os elfos, que não eram como domésticos; e sim bem cuidados, com as unhas aparadas, uniforme bem passado e as grandes e pontudas orelhas postas embaixo de um gorro magenta.



Os levei em casa pela aparatação, o que os deixou bem excitados sobre o assunto, mesmo não sendo a primeira vez que os mostrara. Depois uma longa programação na televisão, todos dormiram, de um jeito ou de outro. O que deixou Gina e eu sozinhos para pensar.



Ela pôs as crianças para dormir em suas devidas camas, e desceu pesadamente da escada. Tentava não parecer cansada mas seu corpo demonstrava da forma mais aparente possível. Ela sentou ao meu lado e recostou sua cabeça em minha perna.



— Precisamos conversar. — Ela disse passando a mão em seu cabelo ruivo. — Estou preocupada com isso tudo...



— Com o que exatamente?



— Com Alvo. Ele é muito tímido, não sei se ele vai se dar bem em Hogwarts. Talvez ele encontre algum Draco lá... Não sei como ele vai reagir.



— Calma. Ele é esperto. Vai tudo ir bem.



— Espero que sim...



Ela adormeceu. Não esperava que isso acontecesse. Estava esperando uma longa discussão aqui. Agora. Alguns minutos depois segurei Gina pelo colo, a levei a cama e dormi ao seu lado lá mesmo.



O dia havia chegado.

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