Lágrimas.



O Salão Comunal da Grifinória estava em completo silêncio, a maioria das pessoas estavam no jogo de Quadribol onde a Grifinória jogava contra a Sonserina.


Hermione era a única que decidiu não ir, seus amigos naqueles dias andavam muito distantes e ele se sentia sozinha, como estava agora assim como castigo a eles não foi ao jogo.


Mas seu silêncio terminou quando vários grifinórios entraram pela passagem da Mulher gorda com gritos de "viva" e " parabéns" e as vezes soltavam um " Weasley é demais!"


Em meio disso tudo estava o ruivo.


Risonho.


Hermione automaticamente se sentiu feliz por ele, que estava no meio da multidão comemorando, alguns estudantes mais velhos soltavam confetes e então todos começaram a cantar:


Weasley é o nosso rei!


Rei, rei, rei!


Hermione ficou ao lado de Harry, que olhava tudo aplaudindo.


- Não devia ter colocado felix-felicis no suco dele Harry - Repreendeu Hermione.


Mas o moreno mostou o frasquinho, intacto.


- Não botei - Disse ele - Mas um feitiço confundos ajuda em muito também.


Hermione corou levemente.


- Aquilo foi... diferente.


- Sabe Hermione você anda muito distante de nós sabe? - Perguntou Harry e fez a castanha o olhar indignada - Nem foi no jogo hoje e...


Mas a garota não prestava atenção na fala do amigo, olhava para o meio do salão, não escutava os gritos de garotas histéricas e de garotos falando como um " Isso ai" em sua volta, olhava diretamente para a cena que fez seu coração partir.


Rony estava em um furioso beijo com Lilá Brown.


Hermione ignorou as perguntas de Harry e saiu do local o mais rápido que pode. Andava rapidamente pelos corredores onde viu uns sonserinos desanimados com a derrota.


Como ele pode? Está certo que ele não sabia de sua paixonite, mas, prescisava ser ali? Na frente de toda Grifinória?


Chegou numa sala de aula vazia e não se importou de deixar a porta aberta, ninguém iria sentir sua falta mesmo, quem ligaria se ela estivesse chorando?


Ela só queria um tempo de paz, um lugar para que pudesse chorar o quanto quisesse pois talvez assim a dor iria embora. Mesmo que ela soubesse que não iria tão cedo.


Conjurou uns pássaros de papel que ficaram voando pela sala.


Mas seu silêncio foi interrompido com uma voz rouca.


- Granger?


--x--


O que ela fazia ali? Ele não sabia.


Por que ela chorava? Ele também não sabia.


Mas por que ele se importava? Essa era a questão.


Entou na sala silencioso e se sentou ao lado da garota que chorava de maneira silenciosa, mas dava pra ver que o sofrimento era grande.


- O que faz aqui Malfoy? -  Hermione perguntou, o olhando nos olhos.


Draco decidiu ignorar essa pergunta.


- Por que está chorando Granger? - Perguntou ele.


- Olha se veio aqui para ficar zonbando com a minha cara pode ir embora - Ela disse.


- Eu não vou embora - Disse ele, de maneira firme.


- Não vai? Ótimo, então eu vou - Falou ela, se levantando.


Mas Draco a pegou pelo braço e a forçou a se sentar de novo.


- Você vai ficar sentadinha ai - Disse ele e ela o olhou - e vai me contar o que aconteceu, olha, sei que temos diferenças, na verdade muitas mas não vem ao caso, mas as vezes contar coisas para um estranho pode ajudar.


Hermione o olhava perplexa, suspirou, talvez ele tivesse razão.


- Tudo bem Malfoy - Ela disse, enquanto ele se sentava ao seu lado - A verdade é que... o amor é uma porcaria.


Ele a olhou sem entender.


- O que? - Perguntou simplismente.


- Sabe, todo mundo diz que o amor é a coisa mais bela que existe, pode até parecer no começo mas no fim sempre alguem sai chorando. No meu caso fui eu.


Então que Draco entendeu, ela estava amando alguem mas esse sentimento não era correspondido.


- Bom motivo pra chorar Granger - Disse ele, simplesmente.


- Nenhum motivo é bom pra chorar - Disse ela, de uma maneira normal.


Ficaram em silêncio durante um bom tempo.


Cada um pensava em como aquela cena era estranha, dois inimigos conversando civilizadamente.


- Mas esse não é o único motivo não é? - Perguntou Draco.


Hermione nega com a cabeça


- Meus amigos andam afastandos, tão afastados que nem perceberam que eu ando triste esses ultimos dias. Que nem perceberam que estou chorando. O único que percebeu foi você Malfoy - Disse a garota, olhando os pássaros voarem.


Então ele a olhou.


Ela havia parado de chorar como antes, agora lágrimas silenciosas caiam de seus olhos e ele então fez um ato considerado estranho para ambos.


Draco esticou sua mão e secou as lágrimas.


- Eles são uns idiotas, não é novidade que eu ache isso - Disse ele, ainda acariciando o rosto de Hermione.


- Não fale deles assim, ainda não meus amigos de qualquer maneira - Disse ela, fechando os olhos por um momento, aquele toque estava muito bom.


- Pelo visto gosta que acariciem seu rosto Granger - Disse ele um pouco brincalhão percebendo que ela corou levente com a fala.


- Desculpe - Disse ela, timida.


- Tudo bem - Falou ele indiferente - Viu como falar com um estranho ajuda?


- Mas você não é um estranho - Disse ela, um pouco divertida - Eu te conheço.


- E o que você pensa Granger - Draco disse - Mas em todo caso acho que devo perguntar de novo, ajuda falar com um inimigo declarado?


Ela finge pensar um pouco.


- É, acho que ajuda - Disse ela fazendo ambos rirem.


- Bom Grangerm acho que meu trabalho por aqui está feito - Disse Draco indo até a porta.


- Não! Espera! - Gritou Hermione e e Draco se virou a olhando curioso - Quero te mostrar uma coisa.


E então pegou sua mão, fazendo ambos sentirem um choque passar pelo corpo. Ignorou e o puxou pelo corredor afora.


--x--


Draco se viu ao lado de Hermione na frente da entrada da Sala Prescisa, se ela soubesse que ele andava mais ali do que gostaria..


Viu a garota fechar os olhos e então na sua frente apareceu uma porta.


- Vem - Disse ela animada puxando-o


O comodo estava escuro, mas Hermione acendeu as luzes revelando uma sala cheia de estantes com livros, havia confortantes puff´s e bem no centro dela um piano.


- O que estamos fazendo aqui? - Perguntou ele.


- Eu venho aqui todo dia - Disse Hermione, se sentando em frente ao piano - Gosto de vir tocar.


Draco a olhou perplexo.


- Você toca piano Granger? - Perguntou, enquanto se sentava ao seu lado.


- Toco, na verdade é a minha paixão. - Ela disse toda sorridente enquanto convocata alguma coisa - Aprendi aos seis anos e agora eu já faço minhas próprias músicas.


Um caderno preto apareceu em sua frente e ela o folhava, quando escolheu uma musica o botou em cima do piano.


- Você vai tocar? - Perguntou ele, enquanto a olhava se preparar


- Vou - Disse receosa - Se eu errar não ligue, me confundo na frente das pessoas.


Então ela começou a tocar uma bela melodia.


( n:a/ musica:http://www.youtube.com/watch?v=kaLa1J1FR6c)


Draco a olhava fascinado, ela tocava muito bem.


Hermione se concentrava em cada tecla, nem olhava para o livro aberto em sua frente, aquela era sua música preferida, se sua própria autoria e ela nem sabia o porque de estar a mostrando justamente para o seu inimigo.


Ele não entendia naquele momento de onde o ódio por aquela garota começou, percebeu que tudo era uma grande bobagem e que ela era apenas uma menina sozinha e indefesa, como uma boneca de porcelana sem dono, que alguem poderia aparecer e rouba-lá.


E ele queria protege-lá.


Como o cara que ela gostava poderia ser tão burro? Quem deixaria uma pessoa daquelas para trás?


--x--


Hermione então terminou a música e olhou para o loiro sentado ao seu lado, ele a olhava com... admiração?


- O que está olhando? - Perguntou ela timida.


- Você é lind.. - Ele percebeu o que ia dizer  e logo se corrigiu - Quero dizer, a música, ér... muito linda.


- Obrigada - Disse ela sorridente, mas queria que ele terminasse a outra frase, iria fazer ela ficar radiante, mas por que?


- Não tem letra? - Ele perguntou, realmente interessado.


Ela então pegou o caderno e mostrou.


- Tem mas eu não canto, digo, minha voz é horrivel e prefiro tocar. - Explicou ela -  A letra é apenas uma maneira de eu desabafar.


Draco olhava a letra da música, era realmente linda:


Perdida No Paraíso


Eu estive acreditando

Em algo tão distante

Como se eu fosse humana

E eu estive negando

Esse sentimento de falta de esperança

Em mim, em mim.

 


Todas as promessas que fiz apenas pra te deixar para baixo

Você acreditou em mim, mas eu estou machucada

 


Eu não tenho nada sobrando

E tudo o que sinto é esse desejo cruel

Nós estivemos caindo por todo esse tempo

E agora estou perdida no paraíso

 


Tanto que eu gostaria

Que o passado não existisse

Ele ainda existe

E como eu gostaria

De sentir como se eu pertencesse aqui

Eu estou apenas tão assustada quanto você.

 


Eu não tenho nada sobrando

E tudo o que eu sinto é esse desejo cruel

Nós estivemos caindo por todo esse tempo

E agora estou perdida no paraíso

 


Fuja, fuja

Um dia nós não sentiremos mais essa dor

Pegue todas essas sombras para longe de você

Porque elas não vão me deixar

 


Até que eu não tenha nada sobrando

E tudo o que eu sinta seja esse desejo cruel

Nós estivemos caindo por todo esse tempo

E agora estou perdida no paraíso

 


Sozinha e perdida no paraiso

- Lost in Paradise - Falou ele, impressionado - Gostei desse nome.

Ela sorriu como resposta.

- Sabe, foi bom ficar aqui com você e acho que eu não te odeio como antes - Disse Draco - Talvez eu nem te odeie mais.

- Acho que você tem razão, não tenho reais motivos para te odiar - Disse Hermione.

Foi naquele dia que certas coisas mudaram.
Não existia sangues-ruins ou insultos.
Apenas Draco e Hermione.

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