Capítulo 15
"Nossos entes queridos nunca nos deixam de verdade, não para sempre"Será que todos combinaram dizer essa frase?
A grande maioria das pessoas tende a ficar nostálgica quando alguém muito próximo vem a falecer. Se perguntam o porque."Era um rapaz tão jovem e bonito. Tinha a vida inteira pela frente." Vale lembrar que ele não era o único passageiro do avião, mas não foi um voo comercial, então não tinha muitos ocupantes, mas os que estavam presentes foram pelo mesmo caminho de Córmaco.
Hermione tentara levar uma vida normal, mas todos a tratavam como uma coitada e tentavam fazé-la sentir-se melhor. O que quase ninguém sabia é que ela recebia conforto em casa, mas não exatamente por ter perdido o marido. Com Ron ao seu lado Hermione nem lembrava que era uma viúva. Para que lembrar disso quando se tem um ruivo muito atraente querendo dar e receber amor?
Hermione estava andando pelas ruas de Londres com alguns destinos traçados em sua cabeça. Rose estava em seu encalço, e as duas andavam de mãos dadas.
_ Manhê, a "genti" vai "onte"?
_ Já já eu digo.
Fora um pequeno desafio contar a filha sobre Córmaco, mas até que foi fácil. Ron disse que Córmaco virou uma estrelinha no céu. Rose ficou um pouco confusa no começo, mas entendeu o ponto central, o fato de que ele não retornaria.
Andaram um pouco mais, chegando a uma casa. Tocou a campainha e aguardou.
_ Mione, está fazendo o que aqui? - Ginny assustou-se ao ver a amiga.
_ Desculpe, vim sem avisar, mas preciso de um favor.
_ Tudo bem, na verdade nem precisa avisar. - Ginny abriu a porta. - Que tipo de favor?
_ Pode ficar com Rose, por um tempinho?
_ Manhê! - Rose choramingou.
_ Pode? - Hermione perguntou ignorando a menina.
_ Ah, é, claro. James e Alvo vai adorar.
Hermione pegou a filha no colo.
_ Me escute, e não faça isso. - disse referindo-se ao bico que a pequena fez. - Você vai obedecer sua tia e seu tio Harry enquanto estiver aqui. Mamãe vem te buscar depois, tá bom?
_ Tá. - Rose respondeu com os olhos brilhando.
_ Não chore meu amor. - Hermione também estava com os olhos brilhando. Ver a filha naquela situação não era legal. - Depois venho te buscar.
Rose passou os bracinhos em volta do pescoço da mãe, no intuito de lhe dar um abraço.
_ "Nõn" "equece" de eu. - a garota choramingou na tentativa de dizer "Não esqueci de mim".
_ Claro que não, meu amor. - entregou seu pequeno tesouro a amiga. - Cuide bem do meu bebê Ginevra.
_ Ora, o que pensa que vou fazer com a menina? - perguntou indignada.
_ Não sei, mas posso esperar tudo de você. - a morena deu de ombros. - Tchau, até.
_ Da tchau pra mamãe. - Hermione escutou a amiga dizer. Quando virou Rose acenava tristemente.
Seu coração ficou na mão. "Só por um tempinho."
Aparecer na casa dos pais com Rose não seria legal. Estava até passando mal de tanto nervossismo. Pensar em seu pai lhe dava náuseas, pelo menos na parte da manha foi assim.
O senhor Granger era o tipo de pai super protetor. Protegia a filha de tudo e de todos. Esse era um dos motivos para Hermione ter tido poucos amigos, poucos mas verdadeiros. Ele decidia o que ela fazia e como faria. Controlador e super protetor. Nada que a filha fizesse por conta própria o agradava, tinha que ser ao seu modo.
_ Filha! - a senhora Granger abriu um sorriso enorme ao ver a filha.
_ Mãe! - Hermione respondeu com entusiasmo.
Há meses não se viam.
_ Onde está minha netinha? - perguntou ao abraçar a filha.
_ Achei melhor não trazê-la.
– Entre querida. Seu pai não está.
"Melhor assim." Hermione pensou. Estar na presença dele era um tanto, assustador. Principalmente depois que engravidou. O senhor Granger se tornou agressivo, embora não encostasse um dedo na filha. Era mais para colocar medo.
_ Mãe, você sabe que eu sempre te conto tudo, não é? - disse ao se sentar na cadeira da mesa da cozinha.
_ Café? - Hermione fez um movimento negativo com a cabeça. - Sim, continue.
_ Bom, eu falei com Ginny, e um dia Ron escutou nossa conversa e bem, ele sabe de Rose e, ahn, nós estamos... estamos...
_ Saíndo?
_ Basicamente isso.
_ Voc... - a senhora Granger não pode completar sua frase, pois um barulho as fez se sobressaltar. - O que foi isso? - perguntou assustada.
_ Não tenho a mínima ideia...
_ Oi Hermione. - o senhor Granger apareceu na sala com um sorriso irônico.
_ Ah... pai... - Hermione engoliu em seco. - Po-por acaso você escutou alguma coisa?
_ O suficiente para saber que você desobedece seus pais.
_ Olha pai - a morena levantou-se da cadeira. - Eu já sou bem grandinha pra saber o que fazer da minha vida. - aumentou um pouco o volume da voz.
_ Veja como fala com seu pai. Enquanto eu te sustentar tem que me respeitar. - ele estava quase gritando.
_ Não preciso que me sustente. - aumentou mais o tom de voz.
_ Não é?
_ Não, e assim que eu resolver alguns problemas burocrático talvez forme uma família com Ronald, é... - Hermione nem pode ver o que a acertou, só depois de um tempo, quando um pequena dor a acometeu, percebeu que levara um tapa do pai.
Uma lembraça lhe veio a mente... Quando seu pai fez a mesma coisa com sua mãe. Naquela época queria ter dito algo ao pai. Algo que defendesse a mãe. Algo que pudesse mudar as coisas, mas dessa vez só pensou em dizer algo...
_ Eu não tenho mais medo de você. - Hermione pegou sua bolsa em cima da mesa e se despediu da mãe.- Ah, considere isso um pedido de demissão, também. - e se foi.
_ Quem ela pensa que é? Isso não vai ficar assim. - o senhor Granger pegou o celular que estava no bolso e discou alguns números. - Alô, Alil?
...
Hermione estava se sentido mal, muito mal. Zonza. As ruas estavam quase rodando. Por que seu pai tinha que ser tão incompreensivel e irracional? Por que tinha que tratar Ron assim? Parece até que ele fez algo, ou a família dele fez algo...
Seu telefone começou a tocar e ela levou um susto.
_ Ah, Ginny. - suspirou aliviada.
_ Mione, desculpe, mas você tem que vir buscar Rose.
_ O que aconteceu? - perguntou preocupada.
_ Harry e eu já tentamos de tudo, mas ela não para de chorar.
_Tá, já estou indo...
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_ Você pediu demissão? - Ron estava espantado.
Hermione lhe contou que foi até a casa dos pais quando voltou, mas omitiu alguns fatos.
_ É. - deu de ombros.
_ Por que?
_ Ah, não quero viver as custas dos meus pais para sempre. - Hermione cambaleou um pouco e Ron percebeu.
_ O que foi?
_ Não estou me sentindo muito bem, acho que vou me deitar. - quando estava quase na metade das escadas teve que se segurar no corrimão para não cair.
_ Cuidado. - Ron correu para socore-la.
_ Está tudo rodando Ron. - ele a carregou até o quarto.
_ Se sente melhor?
_ Um pouco. Talvez se eu dormir... - e ao fechar os olhos dormiu.
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Hermione estava na porta da escola de Rose quando seu celular tocou. O atendeu sem ver o número.
_ Alô?
_ Pensei que você tivesse entendido claramente o recado. - a pessoa que falava usava algo para abafar a voz.
_ Quem está falando?
_ Isso não importa. Você deve ser lerda garota.
_ O que?
_ Duas coisas. Cuidado com o que você faz. Sua filha pode pagar por seus atos...
_ Você, seja lá quem for, não encoste um dedo em minha filha. Vai se arrepender amargamente. - disse com convicção.
_ A culpa será sua se algo acontecer a sua preciosidade. Ronald não é seu, e aposto como a noiva dele não gostaria de dividi-lo com ninguém.
_ Você é covarde. - desligou o celular no exato momento que Rose saia da escola.
_ Manhê. - a ruiva se atirou nos braços da mãe.
_ Oi meu amor. Tudo bem?
_ Aham!
Mais tarde, quando Rose estava "mimindo"...
_ Ron, nós, nós precisamos conversar. - quase deixou algumas lágrimas escaparem. "Agora não é hora."
_ Verdade, precisamos. - os dois se sentaram na cama.
_ Diz primeiro. - Hermione pediu.
_ Tem certeza? - ela assentiu, afinal, nada poderia ser pior do que iria dizer... ou poderia? - Bom... ér... Sabe o exame de DNA?
_ Sim.
_ O resultado chegou hoje... Um pouco depois que você saiu. Quer ver? - Ron lhe estendeu um envelope e Hermione pegou.
Já estava temendo o pior...
Positivo
...e infelizmente o pior era o temido.
Isso era tão... tão... tão... nem tinha palavras para definir. Ron deveria ter uma, e apenas uma única legítima filha. Duas não era um número bom. Duas garotas de mães diferentes. Isso não combinava. Hermione já estava pra baixo, o que leu a deixou pior ainda. Agora era a hora perfeita para chorar. Jogou os papéis no chão. Estava desnorteada.
_ Isso é culpa minha. - disse Hermione secando as lagrimas.
_ Não, não é sua culpa.
_ É sim, é sim. - levantou-se da cama de um pulo e começou a andar de um lado pro outro. - Eu devia ter enfrentado meu pai, devia ter, sei lá, fugido de casa...
_ Hermione...
_ Eu devia ter feito. Se não fosse por mim você não teria se "embêbedado" e não teria tomado aquela bebida e... e... Ron, eu prefiro morrer a te ver casado com outra pessoa, por mais que eu tenha provocado isso. - a essa altura suas lágrimas caiam como cascatas de seus olhos. Era inútil tentar contê-las.
_ Calma Hermione. - Ron ficou aflito a vendo naquele estado. Não pensou em muita coisa para fazer, a não ser abraçá-la. - Calma que tudo vai dar certo. - depositou um beijo no topo da cabeça dela.
_ Não, não, não, nada vai dar certo. Me solte, você tem uma esposa e uma filha pra cuidar. - de uma maneira ou outra conseguiu se desvencilhar dos braços dele. - Vá Ron, vai Ron, vai embora.
_ Mas... e Rose?
_ Ela vai ficar bem. - disse entre fungadas.
_ Eu te amo, e não posso me imaginar amando ninguém além de você.
_ Eu também.
_ Hermione? - Ron a chamou quando estava quase na porta.
_ Fala. - pediu de costas para ele.
_ Que tal um beijo de despedidas?
_ Só o beijo? - o encarou.
_ Bom, acho, acho melhor ficarmos sem o beijo. - e saiu do quarto.
_ Ron? - Hermione o chamou.
Saiu do quarto e o viu quase descendo as escadas. Correu e se jogou nos braços dele, dando um beijo arrebatador.
Ron não foi embora aquela noite... não sem antes amá-la uma última vez...
Comentários (1)
#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn RONALD PERFEITO WEASLEY <3 <3 <3 LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO... <3 <3 <3
2013-01-09