Uma Visita Inesperada
Um silêncio profundo e perturbador debelava solenemente naquela noite. Em meio aquela penumbra era impossível de se ver algo. Apenas alguns morcegos, podiam ser vistos pendurados de cabeça pra baixo, quando o brilho da grande e acinzentada lua banhava as árvores em que eles estavam. Ao longe, uma velha cabana chamava a atenção com o brilho que escapava pelas brechas de uma janela com o vidro quebrado. Por vezes, o silêncio da noite era quebrado por risadas que provinham da velha casa, a Sede da Armada de Dumbledore. Um barulho hostil cortou o silêncio, e afugentou os poucos morcegos que ali se encontravam. Ao norte surgiu uma figura de porte médio revestida com uma longa capa que se arrastava no chão úmido, coberto por musgos. Dando passos ríspidos e firmes a figura avança com velocidade em direção à velha casa. Difindo! Um estalo se ouviu. Um feitiço fora lançado pela figura, cortando um galho que estava a sua frente.
A figura subiu a pequena escadaria da casa e permaneceu em pé na pequena varanda da casa; abaixou-se e cuidadosamente retirou um cajado que ficava guardado dentro de um esconderijo ali mesmo na varanda. Uma parte do chão era falsa, para poder guardar o objeto mágico que permitia a entrada na casa. A figura misteriosa tocou o báculo na porta suavemente; a maçaneta rodou sinuosamente e num estalo a porta se abriu. Em seguida, olhou por cima do ombro e guardou a chave mágica no mesmo local. Empurrou a porta e adentrou com passos suaves e silenciosos.
―― Quanta demora! – exclamou em alta voz um rapaz sentado a uma grande mesa oval.
―― Perdoem-me. Tive alguns probleminhas na vinda.
―― Encontrou algum Dementador? – perguntou um rapaz alto que estava sentado em uma simples cadeira, com os pés sob outra. Em suas mãos, sua varinha rodopiava delicadamente.
―― Ou quem sabe um Comensal – prosseguiu o outro que comia uma maçã verde.
―― Ou Voldemort...
Um silêncio reinou. Todos os oito bruxos que estavam na mesa se entreolharam com ar de espanto.
―― O que foi? Disse algo de errado?
―― Fica quietinho Jhonatan – pediu Bruna com um olhar culto para o bruxo.
Bruna voltou-se para a pessoa parada em frente à porta e perguntou:
―― Então Alessandra... Por que a demora?
―― Estava com alguns afazeres em casa. Minha mãe precisou de uma ajuda extra, para seus afazeres “trouxas”.
―― De fato – iniciou Niel, que até o momento estava em silêncio. Estava ocupado demais lendo o livro que comprara há três dias: “O Guia dos Feitiços” – Estas coisas trouxas às vezes me irritam.
―― Eu até que gosto – respondeu Alessandra sentando-se ao lado de Niel.
―― Não continuarei neste assunto. Se não a reunião não terá início, por causa de uma discussão.
―― Exatamente Niel. Exatamente!
―― Bem... Podemos começar? – perguntou Hemerson que parecia inquieto.
―― Lógico – respondeu Alessandra.
―― E do que vamos tratar? – perguntou Luana.
―― Verdade... Vamos falar sobre o que? – perguntou Jhonatan.
―― Como assim do que vamos falar? – indagou Alessandra ao perceber a reação dos membros – os assuntos padrões da Armada ora essa.
―― Isto está ficando monótono e chato... Muito chato – resmungou Jhonatan apoiando o rosto sobre a mão, como se estivesse entediado.
―― Mas Jhonatan, é o que temos para resolver: assuntos do Ministério, da Armada e dos trouxas que conhecemos e temos que proteger.
―― Proteger? De que? De quem? – persistiu Jhonatan.
―― Jhonatan, temos que agradecer por estarmos isentos de preocupações! – exclamou Dennys – A Armada não foi criada para combater as trevas todos os dias e sim para manter as trevas longe de Hogwarts assim que a mesma recai sobre a Escola.
―― Mas isto está me cansando...
―― Para de reclamar Jhon. Está tudo ótimo. As coisas estão como deveriam estar. E para de reclamar – disse Bruna puxando o braço dele para perto.
Toc,toc,toc!
Ouviu-se um barulho bruto na porta. Todos na mesa se entreolharam. Luana mordeu os lábios como se estivesse com medo. Niel fechou o livro vagarosamente e Amanda apertou tão forte o braço de Hemerson que ele deixou escapar um pequeno gemido de dor.
―― Quem será? – indagou Dennys – todos da Armada estão aqui.
―― Quem sabe são comensais – disse Jhonatan tentando se convencer de que ainda naquela noite haveria uma aventura.
―― Quietos! – falou baixinho Alessandra – Não veem que temos um problema?
―― Verdade! – concordou Niel sussurrando – não estamos esperando ninguém... muito menos há esta hora da noite.
Toc, toc, toc, toc!
―― Varinhas a punho! – exclamou em tom baixo Alessandra empunhando sua varinha.
Todos os outros membros empunharam as suas varinhas e permaneceram em silêncio.
Expecto Patronum! – Uma voz baixa e rasgada cortou o silêncio. Um brilho azulado saiu da varinha de Jhonatan e em instantes um espectro prata em forma de um cachorro estava parado ao lado dele.
―― O que você está fazendo Jhonatan?
―― E se for um Dementador?
―― Quietos – pediu Alessandra novamente – Prestem atenção armada... Independente do que esteja do outro lado da porta, lancem um feitiço para isolar a “coisa” para longe. Entenderam?
E todos confirmaram que sim, acenando com a cabeça.
―― Muito bem. No três eu abrirei a porta! Fiquem atentos. Um. Dois... TRÊS!
Expelliarmus! Estupore! Estupefaça!
Gritaram os bruxos lançando os seus feitiços!
Protego!
Ouviu-se uma voz diferente do outro lado. Os feitiços lançados foram repelidos e os nove bruxos caíram no chão.
―― É assim que a Nova Armada recebe membros antigos?
―― Harry Potter? – foi a pergunta que todos fizeram em uma só voz.
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