VERDADES



Alice abriu seus olhos lentamente. Já não segurava no braço de Harry. Olhou em volta e sentiu um grande alívio ao ver que todos estavam ali, atirados em um grande campo. Estavam todos fora de Hogwarts, ao lado de uma trilha de trem. O Expresso Hogwarts! Alice pensou.


 Uma nuvem escura cobriu a luz do sol. Não... não era uma nuvem.


 - AAHHHH um hipogrifo! Eu não sou comida!


 - Alice... somos nós!


- AAAAAHHH um hipogrifo falante! Eu não sou comida!


- Não estamos com fome, obrigada. – Rose falou saindo do hipogrifo. Alice sorriu e saltitou em direção à ruiva. – Mas seria bom se nos ajudasse.


 Alice mal esperou Rose descer e deu-lhe um abraço sufocante. Scorpius desceu, achando graça da situação de Rose.


 - Rosieeee! Que bom que você está bem!


- É, que bom que você está bem também, Alice! – Rose falou com uma grande sorriso. Ficou em silêncio por alguns segundos e voltou a falar. – Ahn... Alice?


- Sim?


- Ta. Me. Sufocando!


- Aaaaaaaah, desculpa tia! – Alice falou com um grito agudo e largou Rose. Perceberam então que todos estavam assistindo à cena. Ninguém sabia ao certo o que fazer. Olharam para Daniel, desacordado. Claire estava sentada ao seu lado segurando o braço de Dan, mas seus olhos estavam fixos em Scorpius.


- Ele não está acordado. Devemos mata-lo? – Dustin perguntou, quebrando o silêncio.


- Não, isso não é honesto, Wood. – Harry respondeu.


- Ah, sim, foi muito honesto da parte dele desejar profundamente nosso sofrimento e morte. Muito bonitinho. – James comentou.


- Não, vocês não podem fazerr mal algum a ele! – Claire gritou, apesar do silêncio. - Podems... podems explicarr tud! Mas não façam mal a...


- Espere... podemos? – Rose questionou.


- Eu e Scorpius. Somos os únicos que sabem de tudo.


- Como podemos confiar? – Um sangue puro perguntou. Todos se entreolharam em busca de uma resposta.


- Eu sei como. – Albus respondeu.


 


 


 Duas horas depois, McGonagall chegou no lugar que estavam. Apenas alguns se levantaram para receber a diretora. Estava acompanhada de dois outros professores que levaram para o hospital aqueles que estavam feridos.


- Recebi o sua mensagem pelo patrono, Harry.


- Conseguiu o que pedimos? – James perguntou, se levantando.


- Veritaserum, a poção da verdade. – Ela falou entregando um pequeno frasco para Harry.


 Harry olhou para a poção e depois para Claire e Scorpius, como se perguntasse se eles realmente queriam isso. Eles acentiram com a cabeça. Harry colocou algumas gotas da poção na boca dos dois.


- Não façam perguntas desnecessárias. – Harry alertou. Olhou então para Claire e fez a primeira pergunta. – Qual era exatamente o plano de Daniel?


- Exterrminarr do mund tods aqueles que tem o sangue trrouxa. – Ela respondeu de imediato. – Depois de beberr a poção que prreparrou, um sangue ruim deverria morrer, e assim tods irriam desaparrecer.


- E quanto aos desaparecimentos dos sangue puros? – Ginny perguntou.


- Para mante-los em segurança. – Scorpius respondeu dessa vez.


- E por que apenas você e Claire sabem de tudo? – James perguntou. O sol brilhava fortemente em cima deles.


- Alguém deveria dar continuidade a missão, ter certeza que estava tudo certo no “novo mundo”. Daniel nos escolheu para isso. Ele também tem sangue trouxa por causa de sua avó paterna. Sabia que morreria.


- Porr isso não devems machucá-lo! – Claire completou. – Ou o plano serria concluíd!


- Espere... não querem que o plano seja concluído? Estão de qual lado? – Albus perguntou, confuso.


- Sempre estive do lado de vocês. No meu julgamento, tive que inventar a história toda na hora, plano do Daniel. Não poderia contar a verdade, fui enfeitiçado caso acontecesse uma traição... por isso fui machucado com um feitiço semelhante ao Sectumsempra quando tentei salvar Rose. – Scorpius falava, mas Rose o interrompeu.


- Então o colar que me deu...


- Era uma forma de proteção. – Ele pegou a varinha que Daniel ainda segurava e mostrou à Rose. – Vê aqui na parte de trás? Está faltando um pedaço. O pingente de seu colar foi feito com parte dessa varinha, achei que se ele te atacasse, o feitiço não atacaria a própria varinha.


- Brilhante. – Rose murmurou.


- O que aconteceu com meus avós... Daniel estava envolvido então? – Alice perguntou, protegendo so olhos do sol com as mãos.


- Sim. Mas era apenas uma distração para os bruxos. O efeito da poção era curto, acho que uma hora dessa eles já devem estar bem.


 Rose notou que Albus olhava Claire, mas não perguntava nada. Resolveu ajuda-lo. – Claire, Scorpius falou que ele estava do nosso lado. Você estava?


- Não. Na verrdad não fui crriada parra terr opinião. – A garota suspirou. Quando voltou a falar, parecia estar em um diálogo apenas com Albus, com seus olhos brilhantes fixos nos do Potter. – Não sou uma bruxa comum. Muit menos uma pessoa. Dan... Dan me crriou a partirr de um feitiço, é o que eu sou. Fui feita parra parrecer uma aluna e ficarr no meio de vocês. Apenas iss. Mas Daniel errou em uma coisa. Fez muit bem o feitiço, tão bem que fui capaz de terr meus prroprios pensaments, fui capaz de amar alguém. Mas não podia, a magia dentrro de mim não perrmitia. Sint muito.


 Albus andou até Claire e a abraçou. Não conseguia acreditar no que ouvira.


- E agora? – Albus perguntou em um sussurro, ainda abraçado.


- Vai ficarr tud bem.


- Com você?


 Ela não respondeu.


- Realmente me ama? – Ele perguntou, com um sorriso no rosto, mas seus olhos ainda estavam tristes.


- Mais do que tudo. – Eles se separaram. – Me prrometa que vai ficarr bem.


- Claire eu... – Albus falava, mas não conseguiu completar. A imagem de Claire começou a tremeluzir. Uma lágrima caiu de seus olhos, mas ainda mantinha seu sorriso reluzente. Então, Claire desapareceu.


 Albus caiu no chão de joelhos. Cobriu o rosto e começou a soluçar. Rose correu ao lado de seu primo.


- Por que? – James perguntou em voz baixa para Scorpius.


- Ela não cumpriu a missão. Como se não tivesse motivos para continuar aqui.


 Ficaram em silêncio por um tempo. O sol já não brilhava mais, o tempo estava nublado. Daniel começou a se mexer.


- Ai meu Merlin, o que vamos fazer? – Alice perguntou, com os olhos vermelhos e a voz rouca.


- Apagar a memória dele. – Harry falou depois de um bom tempo pensando. Todos concordaram. Daniel abriu os olhos e no mesmo momento Harry girou a varinha e falou.


- Obliviate!

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