NINGUÉM-SABE-QUEM



 Uma hora. Já fazia uma hora que estavam andando sem parar com o sol ardendo em seus rostos. A cidade trouxa era pequena e tranquila, mas não sabiam se isso era realmente um bom sinal. Alice estava resmungando e choramingando enquanto andava.


- Já sabe onde estamos? – Perguntou pela décima terceira vez.


- Não – Respondeu Rose com um tom cansado.


 Rose era a filha mais velha de Hermione e Ronald Weasley. Pequena, ruiva e de olhos verdes, geralmente com os cabelos presos em uma trança de lado, por serem algumas vezes revoltados e volumosos.


 Continuaram andando em silêncio pela cidade. Rose começou a olhar dentro de sua bolsinha de contas que herdara de sua mãe. Suas varinhas estavam guardadas lá dentro, para que ninguém desconfiasse o que realmente eram.


 - Você acha mesmo que ele voltou?


- Não sei, Rose. Mas isso não é possivel é? Tio Harry destruiu todas as horcrúxes.


- Espero que não... PODE PARAR QUE O TIO É MEU! – Brincou Rose – Mas...não, não é possível.


- Não podemos parar? Por favor Rosieeeeee!


- Sabe que eu odeio quando você me chama de Rosieeeee! E é claro que não podemos parar. Temos que descobrir onde estamos.


- Mas a gente pode descobrir sentadas...


- Alice!


- Ta bem, mas eu ainda estou usando os sapatos que o papai me mandou usar. Rose, não dá pra andar com isso. Acho que eu prefiro até voar.


- Pensei que odiasse voar. – Falou Rose, surpresa.


- Eu não consigo odiar muitas coisas ao mesmo tempo. E agora, eu odeio esses sapatos!


Rose começou a rir. Alice sempre conseguia a fazer rir, assim como Luna fazia seu pai rir. O tempo pode passar, mas certas coisas nunca mudam. Filha de Luna e Neville Longbottom, era também pequena, cabelos e olhos escuros e uma pele extremamente clara.


- Você acha que Hugo também veio pra cá?


- Provavelmente. Papai teve um ataque de surto assim que viu tio Harry, meu tio Harry, se contorcendo de dor, com a mão em cima da cicatriz. Apenas me disse para tomar cuidado e puff, a gente apareceu aqui.


 Continuaram andando por mais uma hora, até que chegaram na frente de um grande edifício onde se lia “Ministério”. Rose parou, fazendo Alice tropeçar e cair no chão.


- Me avise quando for parar, Rosiee!


- Por Dumbledore, como eu não pensei nisso – surtava Rose- Alice, o ministério!


- O que tem?


- Todo ministro sabe da existência do mundo bruxo! Podemos entrar e tentar falar com ele!


- Mas... ele é trouxa! Como ele pode saber?


- Kingsley deve ter falado com ele. Os ministros da magia devem manter contato com os ministros trouxas. Li isso em “ Os Dias no Ministério”.


- Existe um livro com esse título?! – Perguntou Alice um pouco confusa.


- Ah, vamos logo!


 As duas amigas entraram no ministério. Com certeza não era como imaginavam. O lugar estava uma bagunça, pessoas correndo por todos os corredores, papeis voando por todo lugar e vozes dizendo a mesma frase “ onde está o ministro?”.


 As duas bruxas saíram tão rápido quanto entraram e nem perceberam onde estavam indo, apenas corriam.


- O que você acha agora Rose?


- Duas opções. Ou Hugo está com o ministro, ou, seja lá o que está atacando o mundo bruxo, pegou ele.


- E nós fazemos o que?


- Alice, você se importaria de começar a pensar em vez de apenas perguntar pra mim?


- Na verdade sim... está muito sol, não penso bem com calor! Rose, acho melhor pararmos de correr, todos nessa praça estão olhando pra gente!


- Tá bem... Ah, Alice, e se pegaram o ministro E o Hugo?


- Merlin, é verdade... e se torturaram eles?


- Nem pense nisso! – gritou a grifinória - e se usaram alguma maldição imperdoálvel neles?! – falou quase sem voz.


- E se... eles estiverem tomando sorvete??


- Como? – Exclamou Rose, indignada.


- É... lá na frente- Apontou Alice.

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