Capítulo II
Capítulo 2
- Conhecendo a Fera
Já se passara dois dias desde que o pai de Dora fora a aldeia para comprar as peças que faltavam para seu experimento e a menina continuava em sua casa, só por hoje.
- Por favor James. - Implorava Dora.
- Eu já disse que não e não é não.
- Para de falar como o meu pai e me empresta seu cavalo. - Pediu mais uma vez a menina com um tom de quem está dando uma ordem.
- Não, não até você me dizer pra que quer o meu cavalo. - Disse James, agora encarando Dora.
- Mas eu já disse...
- Disse nada! Você tentou inventar uma história e não deu certo.
- Por que você não acredita que quero ir atrás de meu pai?
- Porque ele viajou umas 90 vezes e em nenhuma delas você foi atrás dele.
- Tá. Tá bom James. Me venceu dessa vez... Lembra que eu sempre falei que queria conhecer algo além do que vivemos aqui?
- De novo com essa história Dora?
- Você que pediu pra contar.
- Mas o que eu não entendo é o porquê de você precisar do meu cavalo.
- Porque o meu pai levou o nosso... E não, eu não posso esperar ele voltar. - Ela completou quase que lendo os pensamentos de James.
- Mas você tem que ir hoje?
- James, me fala logo. Você não quer me emprestar seu cavalo, não é? Tá tudo bem, eu pesso o da Lily.
- Não é isso. É que você não acha que está se precipitando demais? Você não sabe se o que você quer é o que você vai achar, o que eu quero dizer é, que lugares fora da nossa pequena aldeia são evitados e deve ter um motivo para isso.
- E você por acaso sabe o que tem fora dessa aldeia? - Perguntou Dora com um pouco de incredulidade.
- Não. Ninguém sabe, ninguém que eu conheça ou que esteja vivo para contar, mas dizem que é um mostro.
- Mostro? Isso é história para criança dormir James. Só tem uma coisa fora daqui e é a minha nova vida.
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James se rendeu aos pedidos da menina e acabou emprestando seu cavalo, eu diria quase que dando ele, pois ela não voltaria tão cedo se é que voltaria e ele pareceu saber disso quando entregou seu cavalo, ele a abraçou e quase não soltou. Mas, a parte mais difícil seria agora, como dizer adeus para Lily?
- Eu não consigo acreditar que você cogitou a ideia de sair daqui. - Começou Lily com aquele jeito dramático dela.
- Eu não estou cogitando a ideia de sair daqui Lils, eu realmente vou sair daqui.
- Não, não vai. - Lily cruzou os braços e olhou para Dora com um ar de superioridade.
- Lily, eu não vim aqui pra discutir com você o que eu vou ou não fazer, eu já decidi isso e não é de hoje.
- Não tem jeito não é? - A ruiva descruzou os braços e olhou para a morena com um ar perdido.
- Não. Não tem.
Elas se abraçaram, o ultimo abraço? Talvez sim, talvez não. E a morena já havia se despedido de todos, menos de seu pai que estava distante, muito distante. Mas, ela não conseguiria ir sem se “despedir” de alguma forma, então escreveu uma carta e deixou em cima da mesinha de centro de sua pequena casinha e deu uma olhada rápida antes de fechar a porta atrás de si e preparar o cavalo de James para uma caminhada longa. Ela então montou no cavalo e foi seguindo em frente.
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Galopando por entre as bandas da aldeia e sem nada de muito interessante para ver, Dora ao longe viu um lindo jardim e atrás desse jardim estava um castelo meio obscuro, foi galopando ao encontro desse jardim pois a menina era completamente apaixonada por todo tipo de planta. Quando chegou perto do jardim, Dora desceu do cavalo e ficou observando as flores.
Uma flor em especial chamou sua atenção, era uma rosa, uma rosa vermelha e aquela rosa só a vez perceber ainda mais o castelo que estava atrás daquele belo jardim aquilo era algo que ela nunca tinha visto e esse era o objetivo de sua viaje, conhecer coisas novas e sair da rotina de sempre. Foi entrando por entre o jardim até chegar a porta do castelo, segurou a maçaneta da porta e a abriu, quando entrou e fechou a porta, viu quadros estranhos, uma escada enorme que dava para um lugar que ela não sabia e escutou algumas vozes bem baixas mas estava escuro e não pôde então ver quem estava falando.Pegou uma luminária de velas e tentou procurar os donos das vozes, mas ela não conseguia ver nada.
- Onde você está? - Dora perguntou e pôde ouvir um “Aqui” cantarolado virou a luminária para onde pensou ter escutado a voz e não tinha nada ali. A voz falou novamente e Dora pensou, ela só poderia está louca, que a voz vinha da luminária que estava segurando então a encarou e viu um par de olhos aberto a olhando, em um movimento involuntário a menina jogou a luminária no chão.
- Ai! Por que me jogou no chão? - Perguntou a luminária.
- V-Você fala? C-Como? - Perguntou Dora, tremula e com os olhos super arregalados.
- Falo sim mademoiselle.
- Que incrível! - Exclamou admirada depois de pegar de volta a luminária. - Quem estava falando com você?
- Ah! Era o Peter, aparece ai Peter...
- Isso não vai dar certo, não vai. O amo vai fazer sopa da gente. - Falou um relógio pequeno que parecia ser o Peter.
- Como é o seu nome? - Perguntou a menina á luminária.
- Me chamo Fabian Prewett. Que tal conhecer o castelo?
- Tá louco? O amo vai matar a gente e... - Peter foi impedido de falar por Fabian que tampou sua boca e o arrastou para longe.
- Já voltamos, só vou dar uma palavrinha com o Peter aqui. - Disse Fabian e depois de se afastar até de mais deu um sorrisinho. - Peter, será que passou por sua cabeça que pode ser essa a menina que vai quebrar o feitiço? Faz anos, que ninguém vem aqui e de repente essa menina aparece, não acha isso coincidência demais não?
- E você não pensou que se o amo descobrir que deixamos uma menina aqui dentro do castelo sem a permissão dele, ele não vai nos matar?
- Ah! Deixa de ser medroso Peter e vamos, que a moça está nos esperando.
Chegaram a passos curtos os dois, Dora estava encantada com tudo aquilo pelo que ela sabia objetos não falavam. Tudo aquilo era sobrenatural, era muito mais do que ela poderia esperar.
- Bom mileide, gostaria de ver o castelo?
- Claro. Aqui parece tão grande e mágico.
Os três saíram caminhando e Peter murmurou algo como “O amo vai nos matar” mas nenhum dos dois ligaram. Passaram por armaduras que também eram encantadas e Fabian foi guiando Dora até a sala de estar onde tinha uma poltrona grande e vermelha bem no centro em frente a uma lareira onde um fogo quente e reconfortante acendia.
- Como disse que era seu nome? - Perguntou Fabian a Dora.
- Não disse. É Ninfadora, mas eu prefiro que me chame de Dora.
- Se é assim que prefere, por mim tudo bem Dora. Sente-se ai que eu vou falar com a Molly para trazer um chá para você.
Ela tentou argumentar contra mas Fabian já tinha ido arrastando Peter e ela sentou-se olhando para o fogo da lareira, ela que sempre viveu um ciclo hoje estava lá conversando com uma luminária e um relógio num castelo encantado. Só faltava agora vim um bule de chá para conversar com ela. Dora riu com esses pensamentos, mas seu riso foi abafado por um rolar de rodas com um bule e uma xícara vindo ao seu encontro.
- Chá minha querida? - Perguntou o bule. Dora riu e assentiu com a cabeça, ninguém entendeu porque a morena tinha rido e o bule que obviamente era Molly colocou um pouco de seu chá em uma xícara.
Dora bebeu o chá na xícara oferecida por Molly e escutou a xícara murmurando um “Sim, mamãe” quando o bule pediu para eles irem para o lava louças. Aquilo era estranho, mas divertido. Logo depois ela escutou um rugido, latido ou algum barulho forte que a vez estremecer, as palavras de Peter veio na sua cabeça: “Isso não vai dar certo, não vai. O amo vai fazer sopa da gente” Não teria o “amo” feito esse barulho, teria?
Ela saiu da poltrona para ver se via algo e deu de cara com um lobo gigante com caninos maiores ainda a encarando, a única coisa que conseguiu pensar foi que esse seria o seu fim. Sua respiração estava descompassada e ela não conseguia se mexer e aqueles olhos cinzentos a encarando só fazia ela ficar mais nervosa.
- Quem é você e o que faz na minha casa? - Falou a fera com a voz grossa de dar medo.
- Eu. ér... Eu sou Dora. E...
- Não a culpe amo, eu que a trouxe para cá. - Falou Fabian.
- Gracinha você defendendo a menina Fabian mas ela que invadiu a minha casa e vai ter que pagar por isso!
- O que você vai fazer comigo? - Perguntou Dora, temendo a resposta.
- Você vai ver minha prisioneira de hoje até o fim da sua vida por ter entrado na minha casa sem permição.
A fera levou Dora até uma torre alta onde parecia ser um calabouço e a colocou lá dentro, lá tinha feno e uma janela onde ela poderia ver o que acontecia lá fora. A garota se pôs a chorar sem saber o que fazer agora. Isso não era o que ela queria encontrar em sua viaje, não mesmo.
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N/A: Oi pessoal, tudo certo com vocês? Espero que sim. Pois é, refiz esse capítulo pois tive mais ideias para ele e tive também muito tempo de manhã para por minhas ideias em prática. Se estiverem gotando, ou não, por favor comentem. Té o próximo capítulo, beijos da Lucy ;*
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