Capitulo 1
Os olhos do garoto encaravam o sol ainda nascente naquela bela manhã, sua ultima antes de ir para Hogwarts pela primeira vez, estava sentando no telhado da casa de sua avó, uma pela senhora de beleza ainda jovem, que não aparentava em nada todos os anos que possuía e nem a tristeza que sofrera no passado por perder grande parte de sua família na guerra contra o maior bruxo das trevas que já existira. Naquele momento ela cuidava dos jardins, nem olhando para a casa a suas costas onde aquele garotinho sentava perigosamente no telhado da casa. Os olhos azuis do garoto encaravam o céu de multicores, entre laranja, vermelho e amarelo. Teddy sempre gostara daquela cena, na verdade havia algo dentro do garoto que lhe fazia admirar os céus do amanhecer como agora e da noite, quando a lua estava em seu ápice e as estrelas surgiam. Ele pegara novamente sua carta em mãos e a lera com cuidado.
ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS
Diretora: Minerva McGonagall
(Ordem de Merlin Segunda Classe e Confederação Internacional de Bruxos).
Prezado Sr. Lupin,
Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.
Atenciosamente,
Horacio E.F. Slughorn
Diretor Substituto
Um sorriso apareceu novamente em seus lábios, e seus cabelos pareceram ficar ainda mais azuis do que estavam naquele momento, uma coisa que Teddy sempre gostara fora sua habilidade de ser metamorfomago, isso o fazia diferente dos outros bruxos, e ele gostava muito disso, pois eram raros os que adquiriam tal habilidade que apenas podia ser passada pelo sangue, não se podia aprende-la como animagia. Teddy então se lembrara de sua mãe, e de como sua avó a descrevera tão parecida com ele, mesmo que durante o discurso Andrômeda Tonks não deixasse de segurar as lagrimas, ainda sofria quando tocava no passado, em sua filha que não estava mais ali. Sua mente sonhadora foi para momentos que nunca aconteceram, sobre como seria se eles ainda estivessem ali, seus pais, estariam felizes e o encorajariam a seguir em frente, certamente sua mãe lhe ensinaria a voar para que no futuro pudesse fazer parte do time de sua casa, que ainda não fazia idéia de qual poderia ser, enquanto seu pai lhe daria conselhos e lhe diria para estudar bastante e se dedicar aos estudos. Antes que algumas lágrimas começassem a se formar em seus olhos, Andrômeda gritara para o neto ao perceber que ele estava sentado no telhado.
_ saia daí querido – disse Andrômeda Tonks com a cabeça para fora da janela, Teddy não percebera a ausência de sua avó dos jardins, e isso o assustara por alguns breves segundos – entre, precisa arrumar suas coisas, seu padrinho concordou em ficar com você durante esses últimos dias de férias.
_ a senhora não pode mudar sua viagem vovó? – disse Teddy, apesar de estar feliz por passar algum tempo com Harry e a família Potter, ainda queria a sua avó com ele, pelo menos para vê-lo embarcar no Expresso de Hogwarts pela primeira vez.
_ sinto muito querido – disse Andrômeda – mas preciso cuidar das propriedades e fortuna da família, desde que Harry concordou que eu como uma Black deveria ter parte do que Sirius o deixou, essa é uma de minhas obrigações, e tivemos alguns problemas com uma das nossas empresas no ramo trouxa, eu queria estar com você na segunda para poder ver você embarcar para Hogwarts, mas infelizmente, não poderei.
_ não dá para adiar a viagem? – disse Teddy, não podia acreditar, sua avó não estaria lá para vê-lo ir, e a Sra. Tonks maneara a cabeça em leves movimentos negativos, e o garoto suspirara derrotado e conformado.
Após Teddy descer do telhado, começou a se arrumar trocando o pijama por suas vestes trouxas ocasionais, enquanto sua avó preparava suas malas para os dias que passaria na casa dos Potters. Logo ambos estavam na sala, em frente a uma grande lareira de tijolos cujo o fogo crepitava com fervor, Andrômeda jogara um pouco de pó que havia num jarro de cobre e logo as chamas se tornaram verdes esmeralda. O garoto fora na frente e atravessara as chamas que não pareciam afeta-lo, e após olhar para a avó que murmurara que logo estaria com ele gritara seu destino para então desaparecer nas chamas.
Surgira novamente em outro lugar que não era a casa de sua avó, e sim um como mais refinado de ares sombrios apesar de todo o esforço que Harry tivera para que não ficasse assim. O Largo Grimmauld N° 12 sempre foi conhecido como o lar de uma família puro sangue e altamente tradicional que desprezava todos aqueles que julgava diferente, mas tudo isso morrera junto com o extinto grupo de bruxos, o ultimo descendente homem a morrer, por ironia fora um traidor do sangue chamado Sirius Black que era padrinho de Harry Potter, e deixara a ele toda a sua fortuna e tudo que lhe pertencia. Seus olhos correram pelas paredes de cor cinza e fria, para os moveis negros de mogno e os cristais de prata que permaneciam acesos, nos quadros se podia notar a única coisa que quebrava um pouco a aparência sombria, eram retratos de uma família feliz, cujo os filhos brincavam e se encontravam muitas vezes sorridentes, assim como os pais.
_ Andrômeda querida – disse uma voz que lhe surgira da porta de uma das salas, era Ginny Potter, madrinha do garoto de cabelos azuis, ela andara até eles estava com um pequeno embrulho rosa nos braços – que prazer em vê-los, e você Teddy, meu Merlin como o tempo passou rápido, ainda ontem você era um bebê, e amanhã já vai para Hogwarts.
Teddy sorrira fracamente e corara, o que fez seus cabelos ficarem tão vermelhos quanto os da ruiva a sua frente, era nesses momentos que não gostava de ser metamorfomago, pois ainda não possuía a habilidade necessária para controlá-los em certas ocasiões, principalmente em casos em que as emoções são bem fortes. Ginny Potter vestia um roupão vermelho sobre uma camisola branca de seda, seus cabelos era ruivos e longos, seus olhos eram castanhos e pele branca com algumas sardas a lhe cobrir o rosto, seu sorriso fora a causa da face de cabelos rubros do garoto, ele adorava aquele sorriso acolhedor e que demonstrava um pouco de orgulho que em geral ela lhe lançava, como se fosse a sua própria mãe. O pequeno embrulho rosa começara a se mexer, e Teddy caminhara até ele o encarando, pode ver o belo rostinho de um bebê de cabelos fortemente ruivos e olhinhos azuis claros, Lily Luna Potter encarava o rosto do garoto de onze anos com interesse e muito mais os seus cabelos que agora retornavam ao azul, ela tentava toca-los com os pequenos dedinhos de sua mão, o que fez Teddy rir, ainda se podia ver alguns vestígios de choro nos olhos da pequenina, que certamente acordara Ginny aquela manhã tão cedo.
_ desculpe realmente por ter vindo tão cedo Ginny – disse Andrômeda – mas minha chave de portal esta marcada para daqui uma hora, e sabe como é difícil conseguir uma que faça viagens internacionais.
_ tudo bem Andrômeda – disse Ginny – o Harry está no escritório, se quiser pode ir falar com ele, só vou terminar de amamentar Lily e já me junto a vocês, Teddy seu quarto está arrumado, sabe qual é não é mesmo.
Teddy pegara suas malas, que incluíam o malão de Hogwarts e subira as escadas, eram vários eram os degraus e para aquele garoto de pouco mais de 1,50 cm dificultava um pouco pois sempre acabava esbarrando em algo, o que não fora diferente dessa vez, quando estava próximo do ultimo nível esbarrara no pior objeto que podiam colocar naquele lugar, uma grossa e pesada perna de trasgo que havia se transformado em um guarda bengalas e guarda chuvas, com um sonoro baque a perna caira e o quadro mais próximo começara gritar desaforos como sempre acontecia, Teddy se amaldiçoara, por que aquilo sempre tinha que acontecer com ele. Os gritos de Walburga Black podiam ser ouvidos de toda a casa, e antes que alguém acordasse por conta daquilo, Teddy correra para fechar a cortina do quadro.
_ SERÁ QUE NÃO SE PODE MAIS DORMIR NESSA CASA? MALDITOS SEJAM OS SANGUES IMPUROS QUE VIVEM AQUI, QUE DEFLORAM MINHA BELA MORADIA, DESHORAM TODA A HISTORIA DA MINHA FAMILIA – disse o quadro – MESTIÇOS IMUNDOS E TRAIDORES DO SANGUE SOBRE MEU TETO, NUNCA O LAR DE MINHA FAMILIA FOI TÃO SUJO E IMPREGNADO DE VERGONHA.
_ cala a boca sua dramática – disse Teddy parando em frente ao quadro, a mulher se calara e o encarou por alguns segundos, o que fez o pequeno Metamorfomago recuar alguns passos.
_ COMO OUSA ME MANDAR CALAR A BOCA? VOCÊ NÃO PASSA DE UM MESTIÇO IMUNDO, FILHOTE DE UMA FERA HORRIVEL E UMA GAROTA DESMIOLADA – disse Walburga Black e o rosto de Teddy começara a ficar rubro, mas dessa vez de raiva - SUA FAMILIA IMUNDA, NUNCA QUE MINHA SOBRINHA DEVIA TER SE CASADO COM AQUELE SANGUE-RUIM DO TED TONKS... – quando o garoto levou à mão as vestes, mas foi então que alguém foi mais rápido e fechou a cortina e o quadro se silenciou.
Teddy respirara fundo, e olhou para o lado, encontrando com uma garota alguns centímetros mais baixa que ele, cabelos longos e loiros prateados que pareciam brilhar a pouca luz dos castiçais, o rosto muito belo branco com algumas poucas sardas em seu rosto e olhos de um azul celeste incrivelmente brilhante, o garoto sorrira, era algo natural sorrir próximo daquela garota cujo a seus olhos a aparência lembrava a de um anjo.
_ oi – disse Teddy ainda sorrindo para a garota.
_ olá – disse Victorie – não esperava encontra-lo por aqui, acordei com os gritos da Sra. Black pensando que poderia ter sido algum dos meninos que a acordara.
_ bem, fui eu que a acordei – disse Teddy um pouco sem jeito – desculpe.
_ tudo bem por mim – disse Victorie – quer que eu te ajude com as bagagens?
_ não precisa, eu me viro com isso – disse Teddy impedindo que a garota pegasse suas malas, ela riu concordando, e ele sorriu, podia ser o charme de Veela como diziam, mas ele realmente se sentia atraindo por ela de uma forma estranha, ele a encarou melhor, e pode perceber que mesmo com nove anos ela tinha uma aparência que lembrava a mãe, principalmente o rosto.
Victorie Weasley sorrira, para então desviar seus olhos ao perceber que ele encarava sua camisola rosa bebê e um pouco curta deixando suas pernas de fora, ela corara, subindo as escadas com ele atrás que ainda possuía alguns vestígios de um sorriso nos lábios.
Ele se instalara no quarto de visitas, um quarto simples e pequeno em comparação com a dos outros, possuía as paredes pintadas de um verde escuro quase negro e os moveis de mogno como de toda a casa, tinha um banheiro nele, de modo que não precisaria se incomodar com possíveis disputas para ver quem fosse tomar banho primeiro, a cama era de casal e possuía um dorsal com cortinas vermelhas, ele largara seu malão próximo à porta e jogara a mochila sobre uma cômoda. Lupin se dirigira a cama, e se deitou tentando dormir um pouco, o que conseguiu por algumas horas até ser despertado por alguem pulando sobre a sua cama que agora parecia fazer tremer o quarto inteiro, com os olhos semi-cerrados ele encarou vultos saltitantes sobre o colchão e ao clarear melhor, pode notar cerca de três crianças que saltavam muito e o haviam acordado. Eram dois meninos e uma menina, um dos garotos era moreno de cabelos negros e volumosos e olhos também negros, o outro era ruivo de pele muito branca e bochechas cobertas de sardas, e a garota possuía flamejantes cabelos cor de fogo que desciam por sua cintura e olhos de um azul elétrico muito belo, os três ainda estavam com as roupas de dormir, quando perceberam que já estava acordado os garotos pularam sobre ele o abraçando.
_ Teddy – disse o garoto ruivo – papai me contou que você ia passar essa semana com a gente, não é demais? Cara, eu e Fred estamos doidos para irmos para Hogwarts, e queríamos que você mostrasse a sua carta e materiais para a gente.
_ principalmente a varinha – disse o moreno – sabe, desde o que ocorreu com o Louis, mamãe não me deixa mais nem sequer me aproximar de uma.
_ vocês transformaram o ursinho de pelúcia do meu irmão numa cobra – disse a garota ruiva – não diria que ela foi injusta com vocês sobre isso.
_ oh, claro, mas ninguém se feriu a cobra nem sequer era venenosa – disse o moreno – e isso não importa agora, vai Fred, mostra o seu material de Hogwarts.
_ você tem uma vassoura não é? Papai disse que sua avó comprou uma para você – disse o ruivo – pena que não poderá levar ela para Hogwarts, isso é um tanto injusto, como esperam que você entre para o time de quadribol sem poder treinar?
_ quando for nossa vez James, achamos um jeito de contrabandear uma para a escola – disse o moreno sorrindo maroto para o primo - alias Teddy, temos um presente para você, depois te entregamos...
_ oh, claro, deixem Dominique Weasley de fora, ela é apenas uma garota não iria querer saber de algo que certamente é proibido – disse a ruiva com um tom sarcástico – não acredito que vão falar o segredo que vem guardando durante todas as férias para o Fred, enquanto a mim, que passei todo esse mês aqui nada é revelado, desse jeito até parece que não sou valorizada – ela fizera uma cara falsamente ofendida e de choro – mas tudo bem, sei que meu futuro cunhado não vai me deixar de fora...
_ seu futuro o que? – disse Teddy após despertar rapidamente com aquela ultima frase, encarara os três primos que estavam sentados ao redor de sua cama – olha, Dommy não sei o que você tem a dizer sobre isso mas...
_ ora, faça-me um favor Lupin, eu vivo com a minha irmã e sei o quanto ela gosta de você – disse a garota com uma voz tão seria que nem parecia ter apenas sete anos - “ai... Teddy Lupin... será que ele vai na casa do Tio Harry?” – ela fizera uma ótima imitação de uma garota romântica e delicada, com as mãos sobre o coração e um olhar sonhador, o que arrancou alguns risos de James Potter e Fred Weasley II.
_ um conselho para você cara, não deixe de escrever para ela enquanto estiver em Hogwarts – disse James Potter.
_ e compre um presente em Hogsmeade para ela – disse Fred piscando para ele – vai por mim, ela vai adorar alguns doces da Dedos de Mel.
_ certo, e como faria isso – disse Teddy rindo, estava recebendo conselhos românticos de garotos mais novos que ele, era hilário de mais aquilo – só vou para Hogsmeade no terceiro ano – James encarara o primo em censura, o garoto passara a mão sobre os cachos negros como se tivesse sem graça por ter falando algo proibido.
_ acho que deveríamos sair e esperar que o Teddy se arrume para o café – disse James saído de sobre a cama acompanhado dos primos – te esperamos lá embaixo, vamos acordar o Al agora.
E Teddy saira de sua cama se dirigindo ao banheiro, e enquanto escovava os dentes pode ouvir os gritos de Ginny Potter gritando com o filho mais velho que havia feito o seu irmão Albus Severus Potter de apenas dois anos chorar, o metamorfomago alterara seus cabelos que estavam na cor original ( negros) para o mesmo azul de sempre, ele adorava aquela cor, e acreditava que dava um ar um pouco mais divertido e diferente capaz de se destacar em uma multidão.
Teddy descera os degraus da escada, e novamente esbarrara na perna de trasgo mas a endireitada antes que caísse e acordasse o quadro da rabugenta Sra. Black, se perguntava porque ainda não haviam tirado aquele porta guarda-chuvas dali, sempre ficava no meio do caminho do garoto toda a vez que ia aquele lugar. Ao chegar à cozinha o cômodo mais baixo da casa, encontrara toda a família e convidados reunidos. Ginny terminava de consolar Albus que ainda possuía alguns vestígios de lagrimas nos olhos, enquanto fuzilava James com um olhar repreendedor, o mais velho comia suas panquecas evitando o olhar da mãe, enquanto observava Fred brincando de jogar pedaços de torrada para Dominique que os pegava no ar com a boca, Harry se aventurava a dar mingau de aveia para Lily que possuía a cara lambuzada não tanto quanto as vestes do pai e seu rosto, ele ria enquanto a pequenina ruivinha ria a seu lado, Teddy se aproximou com cuidado e se sentou em uma das duas cadeiras vazias, onde logo se serviu de torradas com geléia e chocolate quente, sempre havia essa bebida na mesa dos Potters quando o afilhado do casal passava os dias com eles, era a favorita do garoto. Fora quando uma garota desceu as escadas e se sentou ao lado dele, eles se comprimentaram e começou a comer, ele a encarava pelo canto dos olhos, imaginando se fosse verdade o que Dominique dissera sobre sua irmã está apaixonada por ele, decidiu por ignorar o olhar da ruiva e de Fred que pararam o que estavam fazendo para lançar olhares maldosos e marotos para os dois. Após o café, James e Fred puxaram o jovem lupin para um dos quartos da casa que havia sido transformado numa pequena biblioteca amontoada de livros que fizeram por alguns instantes os olhos de Teddy brilharem, ele adorava ler. James chamara sua atenção, e todos os três se sentaram em frente a lareira em algumas cadeiras ali. Os dois primos se encararam, aquilo realmente incomodava Dominique tinha razão em se sentir excluída por quantas vezes ela deveria ter passado por aquilo no verão? Os dois travaram uma discussão muda, até que Fred fez um sinal positivo com a cabeça e James tirara um velho pergaminho do bolso entregando ao metamorfomago.
_ nosso presente para você, espero que seja útil – disse James – só que tem que devolver para a gente quando entrarmos em Hogwarts, entendido?
_ o que pode haver de tão importante num pergaminho velho? – disse Teddy confuso.
_ esse não é qualquer pergaminho velho, ele é um mapa, dos mais importantes de Hogwarts – disse Fred e os olhos de Teddy se arregalaram, seria possível? Eles não podiam estar com ele, seu padrinho o havia guardado tão bem por tantos anos – foi criado pelos maiores criadores de confusão daquela escola, quem nem mesmo meu pai e o nosso tio, que alias foram quem recuperaram esse mapa que foi meio que o segredo do sucesso deles, pelo que papai deixou claro.
_ está me dizendo que esse pedaço de pergaminho é o Mapa do Maroto? – disse Teddy, seus olhos brilharam, ele já havia ouvido falar daquele objeto, que mostrava toda a escola e as pessoas dentro dela, alem de Hogsmeade e as passagens secretas, tudo parte de coisas que quatro amigos haviam descoberto sozinhos em sua estadia em Hogwarts, entre esses quatro garotos se encontrava seu pai, Remus John Lupin, ou como era conhecido entre os amigos, Aluado.
_ você é um dos herdeiros do mapa, assim como eu – disse James apontando para si – você é descendente de um dos criadores, filho de um deles, tem o direito de usa-lo.
_ seu pai sabe disso? – disse Teddy e James parecera um pouco envergonhado.
_ digamos que vamos manter como nosso segredo – disse James e Teddy lhe encarara em censura.
_ você roubou esse livro não é? – disse Teddy.
_ roubar é uma palavra muito feia – disse Fred – digamos que pegamos sem permissão, isso faz parecer que iremos devolver algum dia a ele.
_ sei – disse Teddy guardando o pergaminho no bolso – obrigado por me darem isso.
_ você merece, e a propósito – disse James – você esqueceu de mostrar sua varinha para a gente, queremos vê-la – Teddy revirou os olhos e retirou a varinha entregando ao garoto – que legal, do que é feita?
_ salgueiro, 30 centímetros, semi-flexivel e pena de fênix – disse Teddy – Olivander disse que é boa para transfigurações – James movia a varinha como se ela fosse uma espada, e o metamorfomago acabou por perceber que havia algumas fagulhas saindo da ponta – toma cuidado...
Fora quando saira um jato que acertou Fred, que foi jogado contra uma prateleira, logo Harry e Ginny estavam ali, e a ruiva dera uma bronca no filho pelo que havia feito, o deixando de castigo novamente, logo Harry mandara uma coruja ao ministério explicando todo o ocorrido, sabia que o pessoal do uso de magia por menores logo daria noticias aquele dia pelo ocorrido. Harry acabara por se responsabilizar pelo que ocorrera, e tendo que ir ao ministério para resolver esse problema que James havia causado.
O resto da semana fora normal, Fred voltara para casa, não havia se ferido, mas Ginny não queria mais aqueles dois juntos aprontando dentro de casa. Teddy não vira James durante o resto da semana, e descobrira que estava de castigo no quarto, fazendo o metamorfomago ter apenas as duas garotas para conversar, o que foi algo bom, pois pode passar bastante tempo com Victorie, já que Dominique passava a maior parte do tempo longe dos dois, o que o garoto pensara que era intencional.
Logo chegara o dia do embarque, Teddy acertara toda a sua bagagem e descera com a ajuda de Harry, ambos foram para a Estação de King Cross sozinhos, já que Ginny teria que ir ao Profeta Diário cuidar de alguma de suas matérias. Ambos foram andando pela rua até o metro, Teddy nunca andara naquele veiculo tão usado pelos trouxas, era como um trem que sempre andava debaixo da terra, parecia um túnel sem fim. Quando chegaram à estação, ambos caminharam até a pilastra que guardava as plataformas 9 e 10, a atravessando. A plataforma 9 ¾ surgira aos olhos dele, era linda mais limpa que a dos trouxas e estava abarrotada de alunos e pais que se despediam dos filhos, Harry o chamou para que sentasse com ele em um dos bancos. Harry o encarara e o garoto encarou o padrinho por alguns segundos, seu olhar parecia analisá-lo e possuía um ar de orgulho do afilhado, o Eleito para vencer o lorde das Trevas vestia um sobretudo negro e camisa azul social com alguns botões abertos, e a gravata vermelha e dourada um tanto frouxa.
_ Teddy, sei que não sou a pessoa que você queria que estivesse com você nesse momento – disse Harry – mas saiba que gosto bastante de você, e sempre considerei você e o tratei como um dos meus filhos, sei que não posso substituir Remus como seu pai, mas... eu posso fazer coisas que ele deveria fazer com você, apesar de saber que não pode ser igual...
_ tudo bem padrinho, eu entendo – disse Teddy, Harry pusera a mão sobre o ombro do garoto, e sorrira.
_ é tão injusto que os tenhamos tido mais tempo com eles do que você, é tão errado que você tenha os perdido tão cedo – disse Harry – mas você é um garoto de sorte Teddy, você tem pessoas que se preocupam e cuidam de você com amor, eu nunca tive isso durante minha infância – o Auror ficara alguns minutos em silencio – mas saiba que sempre estarei do seu lado rapaz, para poder ajuda-lo no que precisar.
_ obrigado Padrinho – disse Teddy sorrindo.
_ eu tenho algo para você – disse Harry retirando um velho caderno de capa de couro do casaco, e entregando ao garoto – Monstro achou enquanto arrumava a casa, não esperávamos encontrar algo como isso em nossa casa.
Teddy encarara o caderno de couro, parecia velho, suas folhas estavam um tanto velhas e amareladas, no entanto quando o olhara com atenção vira um conjunto de letras ali escrito formando um nome, “R.J. Lupin” estava escrito em ouro. Ele abrira a primeira pagina com cuidado, ainda estava em choque, aquilo pertencera a seu pai, seus olhos marejaram ao ver pela primeira vez a letra de Remus.
“Esse é o registro de minha vida, me senti na necessidade de relatá-la, até porque tem muitas coisas que para mim é difícil contar a uma pessoa. Se encontrar esse diário por favor o devolva a mim, pois muitas coisas aqui não deveriam ser contadas, ou reveladas a ninguém e a fatos em minha vida tão sombrios que o deixariam espantados, pois não sou como qualquer outro homem. Me chamo Remus John Lupin, e esse é meu diário.”
_ esse era o diario de meu pai – disse Teddy sorrindo – o senhor está dando ele a mim?
_ sim, não existe melhor pessoa para entregá-lo – disse Harry – é a você que isso pertence, espero que cuide e goste do que está ai escrito, é meio que um jeito de conhecer melhor seu pai, pelo menos foi o que imaginei que seria... – mas o Grifinorio nunca terminaria a frase, pois um garoto de cabelos azuis voara contra ele, e o abraçara muito forte.
_ obrigado – disse Teddy com os olhos brilhando com algumas lagrimas – eu não sei como posso agradecer...
_ não precisa – disse Harry – eu acredito que Remus esperava que eu o entregasse a você, ele te amava muito Teddy, sempre se lembre disso.
_ eu sei padrinho – disse Teddy – eu sei... – ele encarara o trem após ver que a maioria dos alunos estava já embarcando e se separou do abraço e limpou os olhos – não pegue muito no pé do James, por favor padrinho, não foi culpa dele, apenas aconteceu.
_ eu sei rapaz, afinal todos tem um caso de acidente mágico de vez em quando – disse Harry – vai nessa, espero que se divirta muito e faça grandes amigos.
_ vou escrever para o senhor de vez em quando posso? – disse Teddy e o Auror sorrira.
_ claro, também te mandarei cartas – disse Harry e Teddy o deixara para trás, indo embarcar no trem vermelho, com um sonoro apito a locomotiva começou a tomar seu caminho pelos trilhos deixando para trás os pais, com o afilhado ainda acenando para o padrinho até perdê-lo de vista.
Teddy andou pelos corredores em busca de uma cabine, demorou em encontrar, pois muitas estavam ocupadas por alunos mais velhos, até achar uma vazia e logo entrou ali deixando seu malão no chão, e se sentando em um dos bancos. Ele encarara o céu que já escurecia ali fora, ele retirara o diário de seu pai das vestes e o abriu em uma pagina qualquer e começou a ler.
_ esse ano... Foi o ano em que meus pais se conheceram – disse Teddy a si mesmo e se pois a ler as anotações do pai.
1 de Julho de 1995
Hoje me ocorreu de vir a esse lugar, mesmo que não saiba o motivo, aonde há tanto tempo não vinha, na verdade só vim uma vez... Não mais do que isso.
Lembro da ocasião, era um dia chuvoso e frio, a neve cobria o chão e deixávamos pegadas pelo caminho que passávamos, lembro que sempre gostei de dias como aquele, na minha infância, as férias de natal em Hogwarts...
Mas nada mais era como Hogwarts, grandes amigos eu perdera aquele dia, vitimas do mais maligno dos bruxos das trevas que muitos ainda temem pronunciar seu nome... Lord Voldemort matara Líly e James Potter, e seu enterro ocorrera um dia após o acontecido, toda a Ordem da Fênix comparecera, exceto Sirius e Peter, e saberia o porquê do fato mais tarde, aquilo porem era uma mentira, pois a verdade soube a apenas dois anos depois, Sirius nunca traiu Tiago, apesar de que isso sempre tivesse ficado claro, até eu mesmo vim a acreditar de sua culpa.
Agora estou aqui, Godric’s Hollow continua a mesma, as mesmas casas, igreja, e cemitério no qual fiquei durante horas admirando a lapide dos Potters, eu limpei a neve que repousava sobre ela e que li a escritura:
“James Potter, nascido 27 de Março de 1960, falecido 31 de Outubro de 1981
Líly Potter, nascida 30 de Janeiro de 1960, falecida 31 de Outubro de 1981
Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.”
Era de certa forma irônica a frase escrita na lapide, mas por mais que aquilo fosse ironia, creio que não poderia rir, doía meio peito estar ali, sentia uma angustia imensa. Um remorso por não ter suspeitado de Rabicho e não poder ter feito nada para impedir...
Eu queria sair rapidamente daquele lugar, o que dera em mim para achar que aquilo iria ser algo que me faria bem? Se eu soubesse que a dor despertaria novamente, teria evitado, teria desistido... Mas algo em mim fora maior que isso...
Estava prestes a ir embora, conjurara um buquê de lírios brancos, que depositara sobre a lapide, repara que possuía uma coroa de flores em sua base, alguém visitara recentemente o cemitério, poderia ser Severo, soube por Dumbledore que ele costuma vir a esse lugar de vez em quando...
Mas algo me dizia que não era ele, olhei ao redor como se esperasse ver alguém ali, mas tudo que vira foi outros túmulos cobertos de neve e por trás dos arbustos vi um enorme cão negro, me observava atento, meus olhos se arregalaram com a possibilidade de ser o Sirius, poderia ser ele? Algo me diz que sim...
Caminhei em sua direção bem lentamente, mas quando me aproximei dos arbustos ele não mais estava ali...
Pensei que poderia ser apenas outro cachorro negro, poderia ser alucinação da minha cabeça, não seria a primeira vez que isso ocorreria, mas algo dentro de mim, dizia ser ele...
Encontro-me nesse momento em uma pequena estalagem ao norte da cidade, meu quarto é humilde, nunca fui de ligar para o luxo, e também é tudo o que meu dinheiro pode pagar. Já passa da meia-noite e tenho que dormir...
Tive um dia cheio, e amanhã tenho que procurar aquele cão... Ainda não tiro da cabeça aquela idéia...
Retiro-me agora ao meu leito para tomar algumas horas de sono, de que bem necessito...
Remus J. Lupin
Teddy fechara o diário quando o carrinho dos doces passou e ele comprou alguns para comer, sapos e caldeirões de chocolate recheavam sua boca, ele praticamente esvaziara o carrinho, quando alguém apareceu a porta. Era um garoto alto e magro, de olhos azuis elétricos e cabelos loiros cor de areia, ele possuía o rosto comprido e branco seus olhos pareciam analisar Teddy com cuidado, vestido como trouxa de jaqueta e calças jeans e camisa de botões branca. Do seu lado havia outro, um pouco menor que o primeiro, seus cabelos eram negros e possuía a pele mais branca como se nunca tivesse visto o sol, seus olhos eram de azul gelo e estavam atrás de um par de óculos de aros retangulares, esse vestia uma clássica roupa de bruxo, uma grande casaca negra sob uma camisa branca e calças também negras. Teddy encarou a ambos, e pode notar os olhos dos dois sobre ele, o moreno parecia analisar cada detalhe de seu rosto, e o metamorfomago logo entendeu que era por conta de sua boca suja de chocolate, e limpou rapidamente engolindo o que havia em sua boca. O garoto moreno acertara os óculos e o loiro não pode deixar de rir levemente.
_ estamos procurando uma cabine já algum tempo, será que poderíamos ficar aqui? – disse o loiro.
_ claro – disse Teddy – entrem, querem um pouco de chocolate.
_ claro – disse o loiro que se sentara de frente para ele e pegara um sapo de chocolate logo arrancando sua cabeça – me chamo Salvatore, Salazar Salvatore
– ambos apertaram as mãos – adorei o cabelo, bem sinistro e impactante... – o garoto sorrira – seus pais deixaram você pinta-lo dessa forma? Que loucura.
_ não eu... – disse Teddy mas fora interrompido pelo moreno.
_ ele não pintou, apenas mudou a cor, é uma habilidade que poucos bruxos possuem, que é de mudar a aparência – disse o moreno – ele é metamorfomago, interessante, nunca conheci um de verdade, apenas vi fotos e sobre eles nos livros...
_ exatamente – disse Teddy.
_ sou Runcorn, Trevor Magnus Runcorn – disse o garoto moreno apertando a mão do outro.
_ Teddy Remus Lupin – disse o metamorfomago – é um prazer conhece-los.
_ topa uma partida de xadrez de bruxo? – disse Trevor.
_ claro, adoro esse jogo – disse Teddy e se sentou no chão ao lado de Trevor e entre os dois um tabuleiro.
_ eu sou mais do Quadribol – disse Salazar - não sei como é o jogo, nem sequer voei numa vassoura, mas comprei aquele livro “Quadribol através dos séculos” e adorei, é mais interessante que o futebol ou qualquer outro esporte trouxa.
_ concordo – disse Teddy e começou uma partida com Trevor – espera, nunca jogou quadribol ou voou numa vassoura, você é...
_ nascido trouxa? Não, sou mestiço – disse Salazar – mas fui criado entre eles, nem sequer sabia que era um bruxo, mas é uma longa historia...
Ambos continuaram conversando, até que uma garota apareceu na porta os avisando para que se aprontassem, pois logo chegariam a plataforma e nenhum deles havia vestido as vestes da escola e assim o fizeram. Teddy jogou cerca de dez partidas com Trevor ganhando apenas duas, até desembarcarem na pequena plataforma de Hogsmeade onde avistaram a figura de Hagrid que os guiaram até o lago onde cada barco levaria cerca de quatro alunos, e com isso se sentaram no mesmo barco da garota que os avisara, ela era alta magra de rosto bastante bonito, com seus olhos verdes como o oceano e seus cabelos negros caindo como cascata em cachos pelos ombros e costas. Mas Teddy não prestara muita atenção nela, pois seus olhos estavam no castelo, que pela primeira vez avistava. Era lindo, em toda a sua grandiosidade, seus olhos pareciam brilhar, assim como de todas as crianças ali presentes.
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Notas finais: para aqueles que leem minha outra fic, NTEH - Novos Tempos em Hogwarts, saibam que sim, é o que aconteceu antes dela. Essa historia se passa em tempos anteriores a tudo o que aconteceu, e tem como personagem central o Teddy.
Salazar Salvatore e Trevor Runcorn são personagens dessa outra fic minha. Mas ambos estão um tanto diferentes do que estão ai.
Bem, é isso, espero que tenham gostado.
Até o proximo capitulo.
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