- Basilisco

 Estava tudo muito escuro lá embaixo,Alvo só conseguia ouvir o barulho de ossos de pequenos animais se quebrando enquanto ia atravessando a sala escura e um tanto mal cheirosa.Ele não sabia ao certo o que ou quem iria enfrentar,só sabia que teria que seguir em frente,agora já estava ali e não havia mais volta.Ele olhou ao redor apertando os olhos tentando enxergar,então apertou a varinha,e num ímpeto de clareza em sua mente se lembrou que poderia usar sua varinha para iluminar o caminho.

 - Lumos - ele murmurou.A varinha se ascendeu e assim ele continuou seu caminho.

 Tudo ia ficando mais sinistro na medida que adentrava mais naquele lugar horroroso.Ele viu,mais à frente,uma pele gigante,que deveria ser do basilisco que seu pai havia matado a anos atrás.
 Sua respiração estava lenta e ruidosa,não conseguia ficar totalmente calmo,seu coração batia descompassado e ia batendo mais forte a cada passo mais próximo,fazendo-o se sentir como se seu coração fosse arrebentar seu peito e pular para fora de seu corpo.
 Alvo nunca se sentira tão ansioso em sua vida toda,queria e ao mesmo tempo não queria chegar.
 Alguns minutos depois ele avistou a entrada da câmara,engoliu um seco e seguiu em frente.Chegou até a porta,encarou-a e ordenou novamente : "Abra";Cobras que estavam desenhadas no portal começaram a se mover,destrancando a porta e logo após se abrindo para Alvo.Ele respirou fundo e entrou.
 Ao inicio parecia vazia,não havia ninguém por perto muito menos som de passos,sem ser os do próprio Alvo.A cada passo um enorme eco se propagava pelo aposento,e Alvo olhava para todos os lados o mais atento que podia.

 - Alvo! - ele se virou e viu : ao centro da sala estava ela,parada em pé com um ar de total pavor,com seus cabelos negros e olhos acinzentados agora lacrimosos de medo.Alyssa estava parada ali,sem ousar se mexer.

 - Aly! - Alvo correu ao encontro da garota,chegando até ela a abraçou,seu coração batendo mais forte ainda,então ele a largou e olhou bem para seu rosto.Parecia pálida,quase tanto quanto Scorpius,e cheia de medo,principalmente seus olhos.Era como se eles reagissem a mais alguma coisa,que o resto de seu corpo não podia sentir - Como você...?O que você...?

 - Alvo ele...Ele... AAAH - ele deu um passo para trás,parecia que a garota iria explodir,parecia que ela sentia muita dor,não havia como explicar - É uma cil... AAAAH! - agora ela se encontrava no chão,deitada gritando de dor,como se tentasse reagir a uma maldição realmente forte.

 - Alys...

 - ALVO ELE VAI TE MATAR!NÃO PERMITA ISSO ALVO!POR FAVOR!AAAAH

 - Alyssa! - Alvo correu até a garota e a segurou em seus braços.Ele se lembrou então se uma certa vez,em que seu pai,aos quatorze anos,teve de tentar resistir a maldição Imperius,e essa situação lembrava muito aquela.Ela estaria sendo controlada? - Alyssa,por favor...

 - Destrua o colar...

 - O que? - mas não ouve tempo para fazer mais perguntas,Alyssa perdeu os sentidos.O coração de Alvo começou a bater mais forte e descompassado do que antes,faltando realmente pouco para rasgar seu peito. - ALYSSA!ACORDE! - lágrimas começaram a ameaçar fugir dos olhos de Alvo,a garota ainda inconsciente em seus braços - Alyssa?

 - Garota forte ela - Alvo virou-se rapidamente,dando de cara com um rapaz alto de cabelos realmente negros,pele clara e um tanto pálida e olhos negros. - Parece que sabia que iria sofrer o bastante não é?Resolveu esperar você aparecer para resistir...

 - Você... - Alvo levantou-se,deixando o corpo de Alyssa deitado no chão,encarando o homem à sua frente,agora sem a capa ou capuz. - Você...

 - Tom Marvolo Riddle,muito prazer - e fazendo uma reverencia realmente exagerada,com um sorrisinho de deboche,voltou a se endireitar e encarar Alvo. - Estava esperando por você.

 - Eu sei.

 - Que bom que sabe... - o rapaz começou a dar voltas em torno de Alvo,que permanecia paralisado - Estive esperando ansiosamente pelo garotinho que andou atrapalhando meus planos,por mínima que seja sua interferência,cada detalhe importa. - ele parou por alguns segundos,com um sorriso de deboche,agora encarando as costas de Alvo,então continuou a andar em círculos ao redor do mesmo - Não gosto muito de enrolar sabe,então que tal partirmos para a ação? - então com um gesto ele ergueu a varinha,um olhar maníaco e brilhante ia tomando conta de seu ser...

 - Foi você que matou todas aquelas crianças,torturou e matou pessoas dentro e fora de Hogwarts,e tentou me atacar com aquele balaço,não é?

 - É,fiz tudo isso,inclusive te ataquei com o balaço. - o homem abaixou a varinha ainda segurando-a firmemente - Mas são meros detalhes,e devo dizer que o balaço foi um ato de desespero para continuar meu plano.Mais alguma pergunta?

 - Por que você fez isso tudo?Qual seu propósito?

 - Qual meu propósito? - um sorriso veio e logo após uma gargalhada maníaca envolveu todo o ambiente,arrepiando Alvo dos pés à cabeça - Reviver meu pai!O grande,e honroso... - ele recomeçou a andar em silêncio,até ficar cara a cara com Alvo. - Lorde das Trevas.

 - E como...

 - ...Eu iria fazer isso,já que todas as horcruxes foram destruídas e não restou nada de meu pai? - ele deu mais um sorriso e continuou - Isso,meu caro rapazinho,é tudo graças ao medalhão.

 - O medalhão?

 - Pois é - ele tornou a andar em círculos pela câmara - ,veja bem,meu pai temia ser derrotado pelo seu paizinho idiota e fraco...

 - MEU PAI NÃO É...

 - ...Então ele armou um plano "B" para conseguir derrotá-lo.O medalhão se tornou outra horcrux,graças aos fragmentos de alma de meu pai que se despedaçaram,mas um comensal fiel,ou assim ele era antigamente,conseguiu juntar o bastante com um poderoso feitiço,que eu,infelizmente desconheço até então,para criar essa outra horcrux que está agora no pescoço da nossa querida Alysse.

 - Alyssa.

 - Pouco me importo - ele foi até Alyssa e se agachou ao seu lado,observando um fino brilho esverdeado que vinha de suas vestes.Colocou a mão nas vestes da garota e arrancou um medalhão,que agora brilhava fortemente. - E agora ele poderá reviver,e será grato a mim,seu filho.Ele irá me adorar e me agradecer por isso...

 - Voldemort nunca faria isso com ninguém.

 - COMO OUSA! - o rapaz foi até Alvo e o agarrou pelas vestes,erguendo-o do chão - COMO OUSA,PRONUNCIAR O NOME DO MEU PAI,DO GRANDE LORDE DAS TREVAS,COM ESSA SUA BOCA IMUNDA!

 - ME LARGUE!

 - COMO OUSA,SEU MESTIÇO INSANO,COMO OUSA!

 - EU...MANDEI...ME...LARGAR! - E então várias faíscas de um tom azul claro voaram da varinha de Alvo,fazendo o homem voar alguns metros e cair no chão ao longe.Ele estava ofegante observando o rapaz sangrando a alguns metros de distância,então ele observou ao redor.Não havia nenhum sinal de Scorpius ou de basilisco.

 - Seu pestinha... - o rapaz começou a levantar-se devagar - Você vai ver,acha que eu vinha aqui na época do colégio para que?Ele já estava grande,mas eu consegui domesticá-lo,e ele obedece a mim,e apenas a mim...

 - Você não...

 - Ah sim - um sorriso um tanto débil surgiu na face do rapaz,o deixando menos humano do que já aparentou ser algum dia - E você não terá chance alguma.Não há feitiço ou espada que te ajude. - Então Alvo começou a ouvir um som estranho,um animal enorme surgindo ao longe.Ele se desesperou,pegou o corpo de Alyssa e tentou afasta-la o máximo que pode. - NÃO HÁ COMO ESCAPAR POTTER!VOCÊ VAI MORRER! - e dando mais um gargalhada o rapaz levantou-se tentando se apoiar nas paredes.

 Já era tarde,Alvo olhou para uma passagem ao lado e viu : enorme,um enorme basilisco surgira.Ele se desesperou,não poderia conseguir nada com feitiços e as suas presas eram venenosas,ele precisava da espada,mas Scorpius teimava em não aparecer.

 - VOCÊ VAI MORRER POTTER!MORRER!

 Alvo olhou para a cobra gigantesca à sua frente,e tremendo dos pés à cabeça,apontou a varinha para o enorme monstro a sua frente.O máximo que poderia fazer era pensar em algo para atrasa-lo até Scorpius chegar,não havia saída.Era torcer para não acabar morrendo.

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