- A Voz voltou.



    - Harry? - Gina apareceu vindo de um pequeno corredor,eles estavam em um hotel em Hogsmead para poderem ficar mais perto de Alvo e descobrir o que o atormentava e porque aquilo estava acontecendo com ele. ; Harry estava sentado em um sofá de três lugarem em frente a uma lareira não muito grande,as chamas eram vistas em seus olhos e ele parecia concentrado ou ao menos hipnotizado pelas chamas.Gina foi até ele. - Harry você não vai se deitar? - Ele continuou encarando as chamas em silêncio -Encarar a lareira não vai resolver em nada.

    - Desculpe Gina,é que eu… Não sei o que está acontecendo…

    - Eu também não sei. - Gina sentou-se ao lado dele. - E isso me atormenta.

    - Não como me atormenta. - Harry colocou enfase do “me”. - Isso me deixa em choque,saber que o Alvo é ofidioglota e tudo mais…

    - Que ele talvez seja ofidioglota. 

    - Quase a mesma coisa. - Gina olhou para Harry com um olhar significante.

    - Vai deitar?Eu estou cansada.

    - Eu não estou pode ir… - Harry coçou os olhos e tentou disfarçar um bocejo.Olhou para Gina tentando disfarçar que estava com sono,ele não queria dormir mas em breve o cansaço acabaria o vencendo.Ela deu um sorriso e passou a encarar a lareira também,desviando o olhar de Harry.

    - Como será que está Lily?

    - Não sei…Quer mandar uma coruja pra Mione?

    - Já mandei,hoje de manhã.Estranhei não ter recebido resposta alguma ainda…- Gina apertou as mãos e deu um suspiro profundo,com aquele ar preocupado. - Acha que…

    - Não!Não,claro que não.Não deve ter acontecido nada,só que a coruja atrasou,só isso.Ah Gi… - Harry abraçou a esposa. - Não aconteceu nada,confie em mim… - Ele secou uma lágrima que Gina deixou escapar e a beijou com carinho,um beijo longo e doce ; Ele passou uma das mãos pelos cabelos ruivos e sedosos de Gina enquanto acariciava suas costas suavemente,ela o abraçava fortemente enquanto o beijava,isso lhe passava segurança.

    - Harry…

    - Ah,o que?

    - Acho que vou me deitar.

    - Ah mas agora? - Gina levantou-se e deu um beijo no rosto de Harry.Entrou no corredor então ouviu-se um barulho de porta de fechando. - Gina?Gina!Logo agora ela resolve dormir… - Harry levantou-se e foi para o quarto.

    No dia seguinte.

    Alvo estava pegado suas coisas que estavam na enfermaria,incluindo vários doces como sapos de chocolate e varinhas de alcaçuz.

    - Oi Alvo.

    - Oi Leeanna.

    - O James disse que era pra você encontrar com ele perto do lago. - Ela olhou para todos os embrulhos que Alvo tentava carregar. - Quer ajuda? 

    - Ér… Não precisa,eu me viro,é só pegar esse pacote e… - todos os pacotinhos de doces e as coisas de Alvo caíram quando ele tentou pegar um embrulho. - E,cai tudo no chão. - Leeanna riu ; Alvo ficou vermelho.

    - Relaxa,eu te ajudo. - Ela pegou a varinha e fez todas as coisas de Alvo levitarem. - Eu levou tudo,vai se encontrar com o James.

    - Obrigado Leeanna. - Ela saiu da enfermaria e foi em direção a sala comunal,Alvo também saiu mas foi na direção contrária,rumo ao lago.
 
    Ele chegou após uns cinco minutos.James estava encostado em uma árvore arremessando pedras no lago ; Alvo se aproximou.

    - Oi Alvo.

    - Precisava falar comigo?

    - Sim,senta ai. - Alvo sentou-se ao lado do irmão. - Bem,eu andei meio preocupado…

    - Com o que?

    - Com você. - Alvo enrugou a testa de leve,parecendo visivelmente confuso. - Essa semana que você passou na enfermaria,você murmurava coisas e as vezes falava alto,ou gritava mesmo.Suava bastante e ficava muito quente,muito quente mesmo.De repente tudo parava mas você ficava extremamente frio,como se… - James fechou os olhos,respirou fundo e olhou para o irmão. - Você voltou a ouvir aquela voz?

    - Não…Ainda não.

    - Como “Ainda não”?Acha que ela vai voltar?

    - Não acho,eu sei. - James olhou para o lago.O sol poente batendo seus raios alaranjados no lago parado,era uma visão linda.

    - O que será que aconteceu pra você começar a ouvir essa voz?

    - Não sei James,não sei mesmo… - James voltou seu olhar para o horizonte.O sol quase desaparecerá por inteiro. - Eu tenho que ir,a Leeanna estava levando minhas coisas.

    - É,ela é uma garota legal.E bonita também.

    - Bonita é?Hm… 

    - Não me olha assim. - James levantou-se. - Vamos logo! - Ele empurrou o irmão de leve e foram andando até certo ponto,depois começaram a apostar corrida até o Salão Comunal.

    Depois de jantarem e passarem um tempo jogando conversa fora com o time de quadribol,Alvo resolveu ir se deitar.Scorpius foi junto com ele,os dois se trocaram e foram dormir.
    Alvo teve um sonho bem estranho,ele estava em um pequeno povoado,não era bem ele mas ele sentia como se fosse,andando pelas ruas escuras em silêncio.Usava uma longa capa preta e estava segurando a varinha dentro do bolso.Andou algumas quadras até que parou em uma pequena casa,parecia abandonada.Velha,cheia de teias de aranha e poeira,isso do lado de fora,mato crescendo em redor da casa o que impedia que alguém entrasse com facilidade por aquela porta.
    Ele atravessou o mato como se não existisse e abriu a porta,sem nem mesmo bater.Um senhor muito velho estava sentado em uma poltrona igualmente velha,bem empoeirada.Ele tinha cabelos brancos,bastante cabelo para a idade,enrugado e com uma cara nada amigável.Alvo andou até o senhor e apontou a varinha na cara do homem,que sorriu debochadamente com seus dentes bem amarelos.

    - Isso não ajuda rapaz…

    - Onde ele está?!

    - Não sei sobre o que…

    - Diga!AGORA! - O homem ergueu a cabeça,com um olhar desafiador. - Não queira me provocar seu…seu…

    - Ah rapaz,não precisa fazer isso.É uma missão sem…

    - NÃO ME PROVOQUE! - Houve um momento de silêncio…

    - Saia da minha casa.SAIA,SAIA DAQUI AGORA OU EU… - Houve um lampejo de luz escarlate e o velho senhor começou a se contorcer e a gritar,sofrendo por meio da maldição Cruciatus.Alvo escutou uma voz ao fundo,dizendo claramente “O sofrimento,quero sofrimento.Sangue e dor,desespero e terror.”.

    Alvo acordou assustado,respirando ofegante,olhou para o lado e viu Scorpius sentado na cama dele olhando para ele.

    - A voz voltou,não é? - Alvo desviou o olhar e encarou seus pés,ainda ofegante e assustado.

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