Calmaria
(Hermione)
Ela desceu as escadas calmamente, estava certa do que faria, aquilo não era uma atitude comum para ela, mas Sirius tinha o direito de fazer o que queria, e se ele queria se arriscar para trazer a mulher que amava de volta não era Hermione quem iria impedir.
A porta do quarto foi aberta antes que ela erguesse o punho para bater e Sirius puxo-a para dentro ansioso.
- Conseguiu Hermione?
A morena não pode evitar um leve sorriso.
- Nossa Almofadinhas, onde está o homem que disse que eu sou a bruxa mais inteligente da minha idade? – Brincou e ergueu as sobrancelhas fingindo questiona-lo.
- Isso é ótimo. – Disse puxando-a para sentarem-se nas cadeiras próximas à janela.
- Não fique tão animado Sirius, eu consegui, mas só o que fiquei sabendo é que ela está em um hospital em Nebraska, sob a guarda de um amigo do Prof. Dumbledore.
- Já é alguma coisa, assim que estiver lá posso encontra-la, não vai ser difícil.
- Isso me lembra algo, quando você pretende ir? – Eles ficaram em silêncio por um tempo, então Mione insistiu. – Sirius acho que mereço ao menos saber, além do mais, temos que determinar um tempo... Caso você demore demais vou acabar tendo que avisar alguém.
- Tem razão Hermione, eu ainda não sei quando irei. Tenho preparativos a fazer, e quero conseguir mais informações o maior número possível, então pode ser que demore mais tempo do que imagino... De qualquer forma quando eu partir mandarei uma carta para você, não se preocupe não escreverei nada relevante só o suficiente para saber que fui eu quem enviou.
- Tudo bem, eu acho. – Por que ela começava a se arrepender? Talvez realmente fosse arriscado demais. – Se você não voltar até três dias depois que eu receber a carta, irei avisar a Ordem.
Não era uma pergunta e Sirius pareceu entender, pois apenas meneou a cabeça. Ela realmente esperava que ele tivesse sucesso, por que se a situação se invertesse estaria tão desesperada quanto o ex-prisioneiro.
(Draco)
- Rodolfo? – A voz de Bellatrix provocou um arrepio no garoto. Como se não bastasse passar as férias da escola tendo que treinar dia após dia com o Comensal e com o pai que usavam toda a sorte de castigos para punir erros, ainda tinha de ficar próximo da feiticeira que mais o intimidava.
- Sim, Bella, a que devemos a honra da sua presença. – O comensal fingiu um tom afetado.
- Pare com esses joguinhos estúpidos! Mi lorde quer sua presença.
Draco permaneceu tentando lançar o feitiço, se parasse séria nítido para os comensais que ele prestava atenção à conversa, e algo que aprendera no pouco tempo que vinha sendo treinado com o tio era que quanto mais informação melhor, independente de ser sobre o inimigo ou não.
O comensal sorriu: - Pela sua urgência imagino que não devo preocupar-me.
A face da bruxa relaxou num sorriso preguiçoso que Rodolfo associava a membros da Ordem sendo torturados... Com a voz doentiamente doce que usava para recitar as piores maldições a antiga Black respondeu:
- Acredito que vá gostar, querido, o Senhor das trevas prometeu nos dar uma nova chance, ao que parece Black é tolo o bastante para se expor...
- E presumo que assim que for capturado o lobinho virá socorrê-lo! – O Lestrange gargalhou. – Draco! – O loiro parou o encantamento e virou-se para encarar o homem. – Está dispensado, vá terminar de organizar suas coisas para a volta a Hogwarts.
O jovem Malfoy recolheu as poucas coisas espalhadas pelo chão de pedra do porão e encaminhou-se para o quarto enquanto os tios iam para o que uma vez fora o salão de recepções da mansão. Os pensamentos fervilhando, mal preocupou-se em tentar estancar os sangramento que havia conseguido durante o dia. A lembrança da conversa com Rodolfo retornando à sua mente.
“- Sabe por que Bella é a mais fiel serva, Draco? Porque ela, assim como eu, daria qualquer coisa pelo Lord. Qualquer coisa, mas Remo Lupin e Sirius Black são culpados por existir algo que Bella não poderá nunca mais oferecer... Eles sempre se acharam tão nobres – o moreno ria de um modo alucinado – porém aquele lobisomem não pensou duas vezes em usar magia negra pra impedir que Bella pudesse me dar herdeiros. Você queria a razão para eu não ter enlouquecido em Azkaban, a razão é que eu estarei consciente de meus atos para ter o sabor da morte de Remo Lupin em minhas mãos.”
Dizer que entendia o ódio do comensal seria impossível, mas compartilhava da raiva que este nutria pelos membros da Ordem, afinal se todos percebessem a grandiosidade dos planos de Mi Lorde e não fossem tão apaixonados por sangues ruins não viveriam naquela guerra... Por outro lado não conseguia deixar de pensar que Remo Lupin havia apenas descontado o golpe que Bella dera na mulher de Black. Um novo arrepio percorreu o corpo do garoto ao pensar na mulher. Temia Rodolfo, pelos poderes que o mago tinha, temia o pai por todos os castigos físicos e psicológicos que o havia feito passar quando criança, que não foram poucos, e só não foram piores pela proteção de Narcisa. Mas a tia possuía algo de assustador em todas as suas ações, se o mundo bruxo tremia a menção de seu nome, provavelmente molhariam as vestes se tivessem que dormir sob o mesmo teto que a assassina... A única pessoa a quem temia mais era Voldemort.
Entrou rapidamente no quarto e buscou as coisas da escola para esvaecer tais pensamentos.
(Harry)
Desde que haviam voltado para Hogwarts as coisas iam cada dia pior. Primeiro a equipe da Grifinória reduzida a cinzas perto do que deveria ser, então ele pensou que as coisas fossem melhorar com a reportagem no Pasquim (e melhoraram por um tempo), e então a AD fora descoberta, Dumbledore assumira a culpa para que ele não fosse expulso, Umbridge se tornara diretora, e para deixar a situação ainda mais bagunçada Snape não lhe dava mais aulas.
- Ótimo.
- O que é o ótimo Harry? – Luna perguntou desviando os olhos do Pasquim.
- Não é nada Luna, eu estava pensando sobre tudo que aconteceu, desde as férias de natal... As coisas não tem sido boas. – Comentou desanimado, puxando a revisão de Feitiços para perto novamente.
A loura segurou o braço de Harry chamando sua atenção.
- As coisas são melhores quando fazemos elas melhorarem Harry. – Respondeu com um brilho sábio nos olhos azuis. – E não adianta fingir que não entende, você sabe sobre o que estou falando. Ou melhor, sobre quem.
- Olha Luna não tem muito o que fazer...
- Harry se você não quer se ajudar não espere que outras pessoas o façam. – O brilho sério que ele poucas vezes vira no olhar da corvinal surgiu. - Você tem ferido Hermione continuamente, às vezes tem sido duro até com Ron. A diferença é que mesmo quando ele duvidou de você a Mione ainda confiava, e se manteve do seu lado. Isso devia significar alguma coisa.
- E significa. – Luna o deixava confuso, mas agora já estava passando para o nível de irritação. – Significa que eu esperava que ela continuasse ao meu lado.
- Ora Potter, tenha paciência! – Harry se surpreendeu com o sussurro ríspido. – Hermione nunca saiu do seu lado, por mais grosso que você foi esse ano com ela... E ainda assim ela não desistiu, mas você prefere achar que porque ela tenta te fazer colocar a cabeça no lugar ela está contra você?!
Ela suspirou irritada antes de continuar.
- Vou te dizer uma coisa, ela teve razão em todos os momentos, até mesmo quando você não acreditava que poderia nos ensinar tanto. – Ela olhou significativamente para ele, não podiam arriscar que alguém ouvisse o que Harry havia feito. – Mas você prefere mentir pra si mesmo, então só não chore quando a Hermione desistir de você.
A corvinal recolheu seus materiais e levantou-se.
- Hermione pode ter muitos defeitos, mas ela é a melhor amiga que qualquer um pode ter. Não a magoe, Harry, – Ela olhou séria pra ele. – Porque se souber que o fez, é comigo que irá se acertar.
Luna saiu da biblioteca deixando um Harry aturdido pela explosão inesperada. O moreno ainda tentou se concentrar novamente na revisão de Feitiços, mas acabou desistindo.
Guardou os materiais, desanimado, ainda pensando no sermão que Luna lhe dera. Quando viu um borrão de cabelos castanhos passando pela porta da biblioteca, ele juntou o que faltava e correu atrás da garota.
- Hermione, espera!
A garota estacou no lugar em que estava e virou para ele. Dava pra ver pela postura defensiva o quanto estava magoada.
- O que foi Harry? Qual vai ser o motivo para você ficar irritado comigo dessa vez? – respondeu com as sobrancelhas erguidas e o queixo rígido.
Harry sentiu um nó na garganta, ele realmente devia estar agindo como um monstro pra ela falar algo assim.
- Eu queria conversar, Mi. – A expressão da garota se tornou surpresa por um momento, e Harry se perguntou quando foi a última vez que passaram uma tarde juntos, como costumavam fazer.
- Conversar? – Indagou a morena, sentindo-se uma tonta por cair no truque da cara de cachorrinho... Mas o que poderia fazer quando só ele a chamava daquele jeito?
- Se não tiver problema pra você... Podíamos ir até a beira do lago, talvez depois você até pudesse me explicar essa matéria sobre Feitiços Resfriadores. - Completou levantando o pergaminho da revisão pra provar que falava sério.
Hermione pareceu indecisa por um momento, mas acabou cedendo e fazendo sinal para que eles andassem.
A tarde parecia anormalmente parada, como se a natureza ainda não tivesse acreditado que o inverno estava acabando. Os dois andaram até uma arvore próxima do lago, onde Hermione parou. A garota se mantinha de costas para ele, os braços cruzados e o olhar fixo na lula gigante.
- O que você queria falar, Harry?
Mais uma vez ele se sentiu um lixo por ter feito tão mal à sua melhor amiga.
- Acho que a expressão corretar seria: “desculpar”.
Hermione se virou encarando-o, e ele podia sentir o quanto ela gostaria de soca-lo, mas ela não o fez. Então ele simplesmente trouxe-a para perto de si e envolveu o corpo dela com o próprio em um abraço terno. A menina apenas suspirou aliviada e deixou-se abraçar, algumas lágrimas molhando a capa do amigo.
- Droga, Potter. Por que você tem que ser tão idiota? E por que todas as vezes que pede desculpa eu desmonto assim? – Reclamou com a voz abafada.
- Acho que porque Merlin sabe que se você não me perdoasse eu morreria de culpa, Mi. - Puxou a garota e encarou os orbes que nunca conseguiria definir que tipo de castanho eram. Mas a sensação de calma e de estar em casa era a mesma de todas as vezes que olhava Hermione nos olhos. - Eu falei com a Luna, e acabei percebendo o quanto fui idiota. Você passa o tempo todo me impedindo de fazer besteiras ou ser expulso. Pesquisando remédios pra me ajudar...
Ambos encararam a mão direita do apanhador.
- Eu sinto muito, de verdade, tenho sido um completo idiota com você e com o Ron. Me desculpe, Hermione. - Tentou colocar toda a sinceridade que sentia nas sílabas do nome da garota.
Hermione colocou a mão sobre a do rapaz e suavemente retirou-a de seu rosto.
- Você realmente passou a ser um ridículo nos últimos tempos, - a morena sentou-se de costas para uma árvores e puxou Harry junto de si, - e não pense que não sei que esse belo pedido de desculpas é apenas para que eu o salve de um T no NOM de feitiços.
Harry riu e passou as anotações para a amiga. Mal acreditando na sorte que tinha, amigos como Hermione eram coisas raras que ele com toda certeza não merecia ter nos últimos dias.
A garota iniciou uma longa explicação sobre feitiços Resfriadores. Ambos estavam absortos na tarefa, e mal notaram uma pequena coruja que piou acima da cabeça dos dois, empoleirada na janela da monitora do quinto ano da Grifinória. Talvez a calmaria não reinasse por tanto tempo. A carta que a ave levava alteraria os acontecimentos na rotina dos grifinórios.
Toda calmaria precede uma tempestade.
***
N/A Não tenho nem palavras pra pedir desculpas... Sinto muito mesmo. É um capítulo curto, mas prometo que não demorarei tanto para postar o próximo. haushaus É absurdo pedir comentários depois dessa pausa absurdamente longa?
Mariana Thamiris divaaa hsuahs que saldade de responder seus comentários T.T Tô de olho na sua fic viu? Preocupadíssima com a Ruby~Diva. A Mione vai passar por uns momentos interessantes daqui pra frente. Harry e Mione ainda tem muita ponte pra atravessar como diz minha vozinha kkk' e o Ron vai ser algumas delas, mas não agora. Gina, Malfoy... É você tem motivos pra se preocupar. Vamos saber mais sobre o Sirius e a Marlene muito em breve. Desculpa ter feito você esperar :/ Beijos
Beatriz Zago não me mateeeeee shauhsuah o importante é que voltei, certo? '-' Ainda serão muitas complicações mas o Sirius nunca desiste de nada. E o Harry é um tonto às vezes, mas ele tomou vergonha na cara, por agora. Enfim capítulo feito e postado, outro virá em breve, mas o que achaste deste aqui?
Comentários (1)
Ah, Jhulinha, esse Harry não tem jeito. Faz merda, se desculpa e tem Mionezinha lá pra salvar. Nenhuma novida. Êta amizade boa. Onde clica pra só ter amizade assim? Onde clica pra ter um Harry assim? Hahahahhahahahha. Continua, quero tretas, quero Draco, quero Luna louca e lindeza nessa fic <3
2014-01-15