Same Mistake



Narrado por James Potter.


 


Ela era a garota mais linda do mundo.


Lily Evans dormia com a cabeça no meu colo. Sua respiração era lenta, sua expressão era leve. Perfeita.


Ás vezes eu me sinto culpado. Acho que ela não merece trabalhar de garçonete, morar em um mini apartamento, ser vocalista de uma banda (não completamente) fracassada. Ela merece mais. Uma casa enorme, um emprego legal, um namorado legal. Nem em um milhão de anos eu vou conseguir merecê-la.


Quero dizer, ela me odiava na escola. Eu era, realmente, um pé no saco. Mas no final do sexto ano começamos a namorar pra valer, e eu começei a ficar preocupado. Ela é linda, inteligente, brilhante, carinhosa e tudo o mais. E eu sou... o que? Um guitarrista de cabelo azul (falando em cabelo, preciso arranjar tinta. Está começando a desbotar)? Um mané que só sabe contar piadas?


Praticamente isso.


Lily se mexeu, e, lentamente, abriu os olhos. Ela olhou para mim e sorriu.


-Um beijo por seus pensamentos – disse.


-Eu estava pensando em como eu sou sortudo em ter você – respondi – E se eu realmente mereço uma garota tão extraordinária como Lily Evans.


-Ah, James – ela sentou-se – Se você não fosse incrível, acha que eu estaria aqui? Eu te amo. Ponto.


-Mas digamos que se eu não fosse um idiota... - começei.


-Se você não fosse um idiota, não seria James Potter.


-Ha-ha. Acabou com o clima.


Ela riu e me beijou.


 


Narrado por Remus Lupin.


 


Eu estava encarando o telefone há mais ou menos vinte e três minutos. Só que a coragem não vinha.


Já haviam semanas que eu não ligava para Tonks, e acho que ela deve saber o que está acontecendo. O acidente do seu primo, as dificuldades que passamos. Mas, estranhamente, eu não queria falar com ela.


Talvez estivesse cansado. Só isso.


Namoramos há três anos. Eu gosto bastante dela, mas não chego a, você sabe, amá-la.


Remus Lupin e seus dilemas amorosos. Parece novela mexicana, meu Deus. Preciso me resolver. Tipo, agora.


"Alô?" quase tive um ataque quando ouvi sua voz. Por um tempo fiquei mudo. Não sabia o que dizer.


-Oi, Tonks. É o Remus.


"Oi, amor! Que saudades! Como vão?"


-Bem, na medida do possível – expliquei rapidamente tudo que aconteceu desde que saímos de Londres – E agora pouco Zac anunciou que conseguiu dois shows para a banda, inclusive no Festival Internacional de Rock de Liverpool.


"Meu Deus! Vocês vão tocar no festival? E esse acidente, porquê não me avisou antes?"


-Na verdade eu só fui conseguir um telefone agora...


"Não importa. Estou morrendo de saudades, mal posso esperar pra ir para Liverpool. Tenho tantas novidades para contar..."


-Também estou ansioso. Mas agora preciso ir. James está me chamando – claro que ele não estava me chamando. Mas eu precisava encerrar essa conversa – Um beijo, tchau.


"Te amo!" ouvi a voz dela, um segundo antes de desligar o telefone do hospital. Suspirei.


-Posso estar louca, mas não ouvi James chamar.


Levei um susto, e virei para trás.


-Você não devia estar no seu quarto? - perguntei. Dorcas deu de ombros.


-Eles não vão sentir minha falta. Nesses três dias que fiquei no hospital, não teve um que eu fiquei no quarto o tempo todo – respondeu ela – E com isso acabei descobrindo lugares bem legais.


-Tipo?


-Vem, vou te mostrar.


E com isso, ela me puxou pelo corredor.


 


Narrado por Marlene McKinnon.


 


Sirius havia praticamente ficado louco quando eu dei para ele o shampoo do Bob Esponja.


-...e é tão cheiroso... - suspirava, abraçando a embalagem, ainda fechada. Eu ri.


-Pelo que parece, tem em todos os supermercados do mundo, menos o perto da sua casa – comentei.


-É conspiração...


Eu ouvi um pedaço da conversa das enfermeiras, falando sobre Sirius. Não foi nada legal.


Pelo jeito, a situação dele é séria. Ele se recuperou do machucado, mas terá que ficar bastante tempo no hospital para conseguir se recuperar totalmente. Tempo que não temos.


-Tenho que falar com Zac, já volto – avisei, e saí do quarto. Encontrei ele em uma batalha com a máquina de refrigerantes – Hey. Precisamos conversar. Pelo o jeito Sirius terá que ficar bastante tempo internado.


-Mas porquê? - perguntou ele, abrindo uma lata de Coca com esforço.


-Porquê? Zac, ele sofreu um acidente de carro! - exclamei – Uma parte de um fusca atravessou seu corpo.


-O que quer que eu faça, então? - perguntou ele – Temos que sair no máximo amanhã, para conseguir chegar á tempo no show.


-E substituir Sirius não é uma opção.


-Na verdade, eu encontrei uma ótima baterista no caminho para cá...


-Não vamos substituir Sirius! Isso é uma banda! Banda quer dizer família, e família quer dizer nunca abandonar – falei.


-Você anda assistindo muito Disney Channel – comentou Zac – Mas eu tenho um plano.


Vamos fazer as contas: quantos planos de Zac alguma vez já deram certo? Hum...


Alguma coisa em torno de zero.


 


Narrado por Dorcas Meadowes.


 


Eu queria que Remus me beijasse.


Ele tem namorada, eu sei. E provavelmente não está nem aí para mim. Mas mesmo assim... Queria que ele pelo o menos tocasse minha mão, ou olhasse nos meus olhos...


Acorde, Dorcas. Nada vai acontecer.


Eu levei ele para o telhado do hospital. Era um prédio enorme, então ficava mais alto do que todas as outras construções da cidade. Deitamos no chão e observávamos as estrelas. E eu, com a esperança que ele se declarasse.


Eu sei o que você deve estar pensando. Eu fugi. Não dei uma chance á nós dois. Tinha medo que se não desse certo, nunca mais seríamos amigos novamente. Por isso me afastei. Não queria destruir essa amizade.


De repente, me lembrei de quando esse dilema começou, e comecei a rir.


-O que foi? - perguntou Remus.


-Estava me lembrando de uma coisa – respondi – Da minha festa de aniversário de dezesseis anos, aquela que foi suspresa. E que você ficou completamente bêbado, invadiu o palco e começou a cantar Mr Brightside.


-Ah, não – ele riu também – De todas suas memórias, você tem que lembrar exatamente dessa?


-É uma ótima lembrança... - comentei, e ficamos em silêncio – Remus, posso te perguntar uma coisa?


-Até duas.


-Porquê você cantou aquela música?


-Porquê eu estava bêbado, oras! - ele respondeu, mas viu que eu não estava satisfeita com a resposta – A música fala sobre um cara. E tem uma garota, uma garota linda, que ele observa. Mas essa garota está com outro. E o cara se sente confuso, pois ama a garota, mas tem medo de se declarar, pois o outro é bem melhor do que ele. Acho que se encaixava perfeitamente na situação.


Minhas entranhas se reviraram. Começei a lembrar exatamente do que estava acontecendo quando Remus começou a cantar. Carl... Nossa, não o via desde o sétimo ano. Meu primeiro beijo...


-Meu Deus... - sussurrei.


-Caiu a ficha, não? - disse Remus, olhando para o céu – Todos esses anos, e você ainda não percebeu.


-Você cantou aquela música... Para mim? - engoli em seco, e me sentei. Remus se apoiou nos ombros e me encarou.


-Para você – disse – Sempre foi você.


Eu não hesitei.


Não sei o que deu em mim. A força de suas palavras causaram tantos impactos dentro de mim que eu acabei esquecendo de tudo mais. Do que é certo e errado, das estrelas, da banda. De Tonks.


Eu o beijei.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh *-* tipo assim, amei! Nossa ri bastante aqui, nem acredito que Dorcas nunca tinha percebido isso e olha que eu sou muito lerda O.O vixeeeeeeeeeeeeeee, mas foi bom ela ter beijado ele e tal *--------------------------* só fico com um pouco de pena da Tonks tadinha :/ Sirius se anima com qualquer coisa *-* os planos do Zac....Bem, um deles deu certo né ? A banda \O/ bem amei o capitulo foi maravilhoso flr *-*beijoos! 

    2012-10-30
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