We Are (Literally) Broken

We Are (Literally) Broken



Narrado por Dorcas Meadowes.


 


Eu estava super feliz. Sério, o que eu tinha na cabeça por não ter acompanhado um velhinho com amnésia em uma viagem maluca antes? Bem, acho que foi porque eu tinha cérebro. Mas é legal mesmo assim.


Pensar que meus amigos provavelmente estão morrendo de preocupação é terrível, mas estou curtindo. Não tenho que ficar espremida em um fusca azul, nem ter que aguentar Lily reclamando e Lene escolhendo os sapatos todo santo dia. Cansa, sabe? Cansa.


Mas agora, não preciso me preocupar com nada. Só onde eu vou dormir. Hortêncio sujeriu dormir na grama do parque, mas não tenho muita certeza disso. Vai que os esquilos comam minha carne enquanto eu durmo. É melhor não arriscar.


-Chocolates? - ofereceu Hortêncio, pela milésima vez. Se eu enfiasse mais um na boca, seria capar de virar diabética. Mas aceitei mesmo assim.


-Onde você arranja tantos chocolates? - perguntei, sentando-me ereta no banco de pedra – Já que oferece para todo mundo que passa.


-A bondade é o maior bem da humanidade – ele disse, com um ar de filósofo.


-Hum... Tuuudo bem.


Observava as pessoas passarem ao nosso redor, voltando para suas casas depois de um longo dia no parque. Não fazia ideia de que dia da semana era. Ou é fim de semana, ou tem muita gente desocupada nesse mundo. Ri sozinha, e esse pensamento me fez lembrar de Remus. Eu gosto dele, mas sei lá... Ele tem Tonks. Ela é uma garota legal.


Nessas horas que eu penso que não devia ter ido embora. Havia cursos de teatro por toda a parte, eu não precisava gastar um dinheirão e ir para a Austrália. Pra falar a verdade, isso não ajudou em nada em minha vida. Só fiquei longe de quem eu gosto.


-Hortêncio – comecei, acanhada – O que você acha sobre o amor?


-Oh, está apaixonada, não é? - olhei para baixo, corando – Também, com um saltos desses, não há homem no mundo que não se arraste aos seus pés.


Não sei se isso fora um elogio ou não. Os homens podem se arrastar aos meus pés, mas isso também pode ser um sinal que eu escolhi uma bota alta demais. Ele continuou:


-Eu acho que o amor machuca, ás vezes. Mas no final... Vale a pena.


Sorri.


 


Narrado por Lily Evans.


 


Eu tive um dia péssimo. Acordei meio bêbada, nossa van estragou, tive que pegar carona em um fusca, um velhinho me assustava, Dorcas sumiu, e para completar, tem algum ser nesse planeta que está se passando pela School of Rock.


Não faço ideia de quem é. Não faço ideia de quem são. Só sei que vai ter volta. Ah, se vai.


James estava na cozinha improvisada, fazendo um jantar improvisado. Na verdade, era só uma mesa de cabeceira com sanduíches. Meu namorado é um mestre-cuca, né? Que orgulho. Uhu.


-Então quer dizer que a RL Records furou? - perguntou Chloe, que acabara de sair do banho. Estávamos em um quarto de hotel mixuruca. Tinhamos conseguido alugar dois quartos com duas camas de casal cada, mas estávamos reunidos em um só.


-Pegaram nosso lugar – respondeu Lene, jogando pôquer com Sirius, com um baralho úmido que eles encontraram em uma das gavetas. Eles estavam apostando bolinhas de papel – Mas Donncha Krist me reconheceu, então achou estranho e disse que vai investigar. Ele disse que no dia que nós supostamente estávamos fazendo os testes ele não estava, mas seu assistente gravou uma Demo. Vamos ouvi-la e tentar descobrir que filho da mãe mal amada fez isso com a gente.


-É – concordei – Que tipo de pessoa iria querer copiar uma banda de merda? Coloca mostarda no meu – disse pra James.


-Eu estava pensando... - começou Remus – Que não tem nenhum motivo para nos plagiarem.


-Era exatamente isso que eu estava falando – disse.


-Sim, eu sei. Mas para eles deve haver. Quero dizer, quem quer que seja que fez os testes no nosso lugar, sabia que iríamos estar lá naquele dia. Não pode ter sido uma mera coincidência. Foi planejado.


Ficamos um tempo em silêncio, absorvendo o que Remus acabara de dizer. Fazia sentido. E ao mesmo tempo era quase impossível.


-Você está querendo dizer que ou essas pessoas nos odeiam muito... - comecei, e ele continuou.


-Ou em algum lugar desse planeta a School of Rock faz sucesso. Se não não haveria motivo para fazer isso.


-Nossa – exclamou Marlene – Vocês são muito inteligentes, como conseguem? Eu estudei exatamente o mesmo tempo que vocês dois, na mesma escola. E olha que eu sou a única que tenho um emprego decente.


-Uh, falou a fotógrafa profissional – joguei um travesseiro nela. Minha mãe ofereceu um estágio onde ela trabalha, na Gucci, mas como eu não queria trabalhar com mulheres super bem-vestidas e esqueléticas, Lene aproveitou e pegou meu lugar.


-Melhor que você, senhorita garçonete – ela revidou.


-Pelo o menos eu uso patins no serviço, ok? E fico com um adorável cheiro de panquecas. James adora, não é?


Ele riu e serviu os sanduíches.


 


Narrado por Remus Lupin.


 


Eu tinha a impressão que Chloe queria dividir uma cama comigo. Mas Alyson não deixou.


As duas são malucas, sério. São legais, mas, bem, são completamente piradas. Que nem Dorcas. Primeiramente, Alyson é louca por James. Não entendo que tipo de ser humano gostaria de passar o resto da vida com um guitarrista idiota com cabelo azul. Lily eu até entendo, porque tenho quase certeza que ela não é desse planeta.


E Chloe. QUE TIPO DE SER QUE TENHA VIDA GOSTA DE MIM? Minha mãe eu entendo, porque bem, é minha mãe, mas uma garota normal? Sem chances.


Somos pobres, então tivemos que dividir os quartos. James, Lily, Sirius e Lene em um, e eu, Chloe e Alyson em outro. Lado bom: fico sozinho em uma cama de casal. Lado ruim: tem prováveis chances de eu acordar no meio da noite sendo observado de perto por duas garotas perturbadas.


Mal consegui dormir á noite. Pela manhã, já que não havíamos recebido nenhuma notícia de Dorcas, resolvemos investigar. O que me deixou aliviado, até a hora em que James e Lily voltaram sem nenhuma informação.


-Procuramos por tudo – disseram eles – Mas parece que ninguém viu uma loira com uma bota chique acompanhada de um velho que ama chocolates chamado Hortêncio – Lily ficou pensativa por uns instantes – Na verdade, todos achavam que estávamos brincando.


O mesmo se repetiu á tarde, quando Chloe e Alyson foram procurá-la. Era de noite, e estávamos completamente sem esperanças de encontrá-la.


-O celular dela está sem bateria, lembra? - disse Lene, quando eu ia ligar para ela pela quarta vez.


-Cara, se acalma – disse Sirius – Vamos achar Dorcas. Ela não é tão estúpida assim para poder se meter em uma encrenca.


-A culpa é toda minha – disse Lily, de cabeça baixa – Se eu não tivesse apressado todos para ir embora, talvez não tivessemos a esquecido...


-Não, Lily... - começou James.


-Ah, que saco! - gritou Sirius – Eu vou procurar essa garota, e vou achar! Agora é uma questão de orgulho!


E ele saiu do quarto de hotel, batendo a porta. Ficamos em silêncio.


-Táá bom. - falei, e no segundo seguinte, Chloe entrou com um saco de pão em uma mão e um panfleto em outra. Ela jogou o pão para James (que deixou cair) e nos encarou ofegante.


-Por acaso a School of Rock tinha algum show para hoje? - perguntou. Nós nos entreolhamos e negamos – Não é o que diz aqui.


Ela mostrou o panfleto, que claramente dizia:


 


SCHOOL OF ROCK


20H


BAILE DA LINGUIÇA


 


Narrado por Lily Evans.


 


O que mais me deixou revoltada foi que no Baile da Linguiça não tem linguiça. E isso é pura propaganda enganosa. Eu queria trazer pão, pra fazer pão com linguiça, mas James não deixou. E se eu tivesse trazido, seria realmente a única pessoa daqui com comida.


Outra coisa que me incomodou, mas um pouco menos importante que a primeira, foi que tinha uma banda que fingia ser nós. Eles se apresentavam com nossas músicas, e tinham uma vocalista ruiva. SÓ EU POSSO SER A VOCALISTA RUIVA, PÔ! Puta falta de sacanagem.


E o baixista. Ahh, o baixista. É o mesmo idiota que nos drogou na outra festa.


-Posso ir lá estragular o pescoço dele? - pediu Lene. Eu disse "sim" no exato momento que James disse "não"- Indecisão nível extremo.


-Eu não posso acreditar que viemos a pé até aqui para ver esses idiotas nos imitando – disse Remus – Se Sirius estivesse aqui, ele bateria em todo mundo...


-... E acabaríamos na cadeia – continuei – Não, obrigado. Lene, onde está Donncha?


-Eu já chamei ele – ela disse – Ele falou que estava vindo.


-Tinha que ter um adulto aqui, pra poder resolver isso... - falei, mas depois de um olhar de James, me liguei – Espera aí, nós somos adultos! Vamos resolver isso já!


Me levantei, e antes que pudessem me segurar, estava na frente do palco improvisado, encarando de braços cruzados aquela ruiva idiota.


-Espera, Lily, não quero perder o barraco! - gritou James, correndo para o meu lado. Aquela ruiva idiota finalmente notou nossa presença, mas continuou cantando The Middle. Não sei por que eles continuaram tocando, já que quase ninguém prestava a atenção, exceto aqueles que queriam matá-los, ou seja, nós.


Eles terminaram de tocar a música.


-Nós somos a School of Rock... - começou a ruiva, e eu continuei.


-E estão nos plagiando.


Eles desceram do palco, fazendo pouco caso. Tenho certeza que o loiro baixista nos olhou com medo, mas se recuperou.


-Quem são vocês? - perguntou o bateirista.


-Quem são vocês? - perguntei.


-Nós somos a School of Rock.


-Não, nós somos a School Of Rock.


-Quer parar de repetir tudo que dissemos? - pediu a garota.


-Olha aqui – disse James. Uh, Jay-Jay metendo pressão – Nós somos a School of Rock, e vocês estão cantando nossas músicas – ela abriu a boca pra falar – Não diga que é coincidência, porque estamos juntos desde a sexta série.


Eles pareceram confusos.


-Olha, se vocês dizem que são a School Of Rock, temos um problemão aqui – disse o guitarrista. Ele nem ao menos tinha cabelos coloridos, como podia se autodenominar guitarrista? - Nós não fazíamos ideia de que vocês existiam, sério. Criamos essa banda há algumas semanas só, e a ideia foi do... Espera aí, cadê o Lucius?


O loiro tinha sumido.


Ah, mas isso ia causar um baita problemão.


 


Narrado por Dorcas Meadowes.


 


Achei que estava tendo uma alucinação quando vi um fusca azul parar na minha frente. Achei que era por causa do chocolate, até Sirius Black sair de dentro. Hortêncio se assustou.


-Uh, Brad Pitt? Me dá um autógrafo?


-Dorcas, eu te amo! - exclamou Sirius, correndo para mim e me abraçando – Você não faz ideia de quanto te procuramos!


-E você não faz ideia de quanto chocolate eu comi – respondi, sorrindo.


-Precisamos ir – disse ele – Já chega de velhinhos viciados em chocolate por hoje, não?


Me virei para Hortêncio, que ainda tentava pedir um autógrafo do Sirius. Peguei suas mãos.


-Foi ótimo te conhecer. Nunca vou esquecer. Você me ajudou a resolver um problema que estava me sufocando por dentro. Mas agora eu preciso ir.


Ele pareceu confuso.


-Espera, quem é você?


Sorri, e entri no fusca.


-Sirius, vamos logo antes que ele pense que eu sou a Reese Witherspoon.


Fomos embora, e deu para ouvir Hortêncio gritar:


-Espera, Reese! Como se pronuncia seu sobrenome?


-Não faço ideia! - gritei, acenando pela janela – Au revoir!


Eu e Sirius ficamos em silêncio, enquanto ele dirigia.


-Fala aí, qual é esse problema que o maluco te ajudou? - perguntou. Olhei para ele, pensando se deveria ou não contar. Bem, ele é meu amigo.


-Meu problema com Remus.


-E o que você decidiu?


-Que está na hora de nos resolvermos.


-Tipo, como? Chutando ele e fugindo pra Malásia ou se casando e vivendo felizes para sempre?


Eu ri, mas não respondi. O celular dele tocou.


-Alô? Sim, achei ela. O QUÊ? Mas ele fugiu?


Ao falar no telefone, o carro ia levemente para a outra pista, mas ele sempre o controlava a tempo.


-Cuidado, Sirius – avisei.


-Desgraçado... É... Espera, não! Nunca que vão acreditar na gente. O melhor é esperar, ou procurar por ele nós mesmos.


-Sirius - chamei novamente, mais alto, mas ele continuava falando no telefone – Presta a atenção!


-Por quê sempre nos metemos em problemas, hein? Parece que o mundo nos odeia...


Ergui os olhos bem a tempo de ver uma forte luz vindo em nossa direção.


-SIRIUS! - berrei, e senti algo pesado cair em cima de mim.


Depois, a escuridão.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG Tipo eu tô mais passada que roupa de patroa exigente, como assim eles sofreram um acidente ? O.O Misericordia, sempre acontecem problemas com eles. Ameiiiiii o capitulo flr *-*beijoos! 

    2012-08-30
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