O Pêndulo
Capítulo 2
O Pêndulo
- Alunos do primeiro ano, me sigam! – a voz do monitor da Lufa-Lufa foi ouvida após terminar a Seleção e todos serem despachados para o dormitório. Teddy ainda não tinha falado com ninguém e estava mais que satisfeito com o tanto de comida que ingeriu. Ele se levantou da mesa e formou uma fila atrás do adolescente que tinha falado. Junto a ele, uma menina gorducha e de cabelos louros comentava alegremente com uma amiga sobre a seleção.
- Eu estava uma pilha de nervos. – contou ela, passando as mãos pelos cabelos que lhe batiam aos ombros. – Na verdade eu queria a Grifinória, mas acho que vou me acostumar com a Lufa-Lufa.
- Eu também queria a Grifinória. – disse Teddy, mais para si mesmo do que para a garota. Porém ela o ouviu.
- Você é o Lupin, não é? – perguntou com seus olhos azuis o mirando. O garoto apenas assentiu. – Eu sou Lucy McMillan, muito prazer.
- Eu sou Teddy.
- Eu sou Bra. – se apresentou a outra garota. – Eu queria a Lufa-Lufa, só que fiquei triste. Meu gêmeo foi para a Grifinória.
- Você tem um gêmeo?
- Sim. Ele se chama Dino. – ela respondeu a pergunta de Teddy. – É meio tímido, só que é muito boa pessoa.
- Eu também sou meio tímido. – confessou o menino dos cabelos azuis.
- Sério? Nem parece. – zombou Lucy, para depois se calar.
- Seu cabelo é tingido? – Bra ficou curiosa.
- Não, ele veio do mundo dos desenhos animados, por isso o cabelo dele é azul. – ironizou Lucy, arrancando uma risada suave de Teddy.
- Eu sou Metamorfogo, por isso posso ter a aparência que quiser. – ele explicou.
- Legal! – exclamou Bra, com seus olhos negros mirando Teddy. Seus cabelos eram negros e longos e sua pele era morena. – Fica na sua aparência original!
Teddy surpreendeu-se, pois era a primeira vez que alguém lhe pedia para fazer isso. Ele deixou o cabelo em seu tom castanho claro e seus olhos em tom cor de âmbar, fazendo com que a menina deixasse escapar um suspiro.
- Com essa aparência você deixa os cabelos naquele tom azul? – indagou a morena, indignada.
- Todos aqui?- perguntou o monitor. – Sigam-me.
Teddy, Bra e Lucy seguiram Cornelius Maxis junto com os outros alunos do primeiro ano até o Salão Comunal da Lufa-Lufa, que ficava perto da cozinha. Sua passagem era parecida a um barril.
- Agora quero que vocês prestem atenção. Terá uma senha nova a cada semana. – revelou o rapaz. – Quero que saibam: ser um lufano é muito mais difícil quer um Grifinório, um Sonserina ou um Corvinal. Somos sim da casa menos falada, porém para ser um lufano temos que nos assemelhar a um texugo. Para quem não sabe, os texugos podem vencer lobos e animais com o dobro de seu tamanho. Eles trabalham em equipe e alguns solitários, porém têm a carcaça dura e defendem os animais de seu clã com unhas e dentes. O que eu quero que vocês façam: a característica que Helga Hufflepuff mais preza é a lealdade, porque somos leais, sinceros, pacientes e sem medo da dor. Somos moralistas e isso é o que nos faz melhores que aqueles que nos ofendem e zombam de nós. Somos corajosos como os Grifinórios, pois fazemos de tudo para defender a quem gostamos e a nós próprios.
Após o longo discurso, Teddy estava com a certeza de que a Lufa-Lufa era a casa feita para ele. O chapéu fizera a escolha certa. Ele estava, mais do que nunca, muito orgulhoso de estar na casa de sua mãe.
- Quero que os meninos subam para o dormitório. Escada da esquerda. As meninas subam as escadas da direita.
Teddy se despediu de Lucy e Bra e seguiu os meninos até o dormitório da Lufa-Lufa. O quarto era pequeno, porém um pouco espaçoso, com um quadro em seu centro que mostrava como estava o tempo lá fora.
- Eu vou ficar com a cama da ponta. – disse um garoto alto, moreno, de cabelos cacheados e olhos azuis. – A propósito, sou Thomas Green.
- Eu sou Leo White. – outro menino falou, olhando para Teddy. Faltavam apenas dois meninos para se apresentar.
- Theo Boot. – se apresentou o que já estava na outra ponta. Ele tinha olhos castanhos e cabelos em tom louro aguado.
- E eu Brendan Cow. – o último relevou seu nome, fazendo Teddy suprimir o riso.
Leo White ficou com a cama do lado da de Teddy, que disse seu nome por fim.
- Você é o filho de Ninfadora Tonks? Ela é meu ídolo! – exclamou White, olhando com os olhos prateados de admiração para Teddy.
- Sim, eu sou. – respondeu, já voltando a ter seu cabelo em um tom azul. – Seus olhos são... Exóticos.
- Eu sei. – o menino sorriu orgulhoso. – Meio cinza, só que um pouco mais claro.
- Para mim são prateados. – comentou Thomas.
- Para mim também. – confessou Teddy.
- E seus cabelos? Vermelho sangue. – admirou-se Theo. Os cabelos de Leo iam até embaixo dos ombros.
- É exótico. Mas acho que as meninas me acham feio. – disse Leo.
- Eu não acho. – o menino dos cabelos azuis elogiou. – Que aula terá amanhã?
- Não sei. – respondeu Thomas. – Espero que de vôo.
- Eu quero aprender logo Defesa Contra as Artes das Trevas. – revelou Brendan. - Acho melhor irmos dormir. Amanhã acordaremos cedo.
- Podemos ficar conversando baixo. – sugeriu o moreno para Teddy em um sussurro.
- Tudo bem, Thomas. Sugestão aceita.
Após proferir essas palavras, o metamorfogo foi para a cama e deitou-se rapidamente. Thomas sentou na cama ao seu lado.
- Você é um metamorfogo que nem sua mãe. – reparou o menino dos olhos azulados e Teddy só assentiu. – O que você achou de vir para a Lufa-Lufa?
- Eu queria ir para a Grifinória que nem meu pai. – confessou Teddy. – Mas depois do que ouvi, a Lufa-Lufa é a melhor casa.
- O monitor sabe como fazer os alunos sentirem orgulho. – riu de leve Thomas.
- Sabe mesmo.
- Fiquei sabendo que nesse ano os alunos do primeiro ano poderão se inscrever para a equipe de Quadribol. – contou Green.
- Sério? – admirou-se Teddy. – Achei que era apenas do segundo ano para frente.
- Agora as regras mudaram. – disse Thomas, despreocupado. – A cozinha fica perto daqui.
- É. Vir para a Lufa-Lufa é bom por causa disso. – riu Lupin.
- O que acha de irmos para lá? – sugeriu o moreno.
- Ótima ideia. O que acha de chamarmos os outros? – perguntou Teddy.
- A maioria está dormindo. Só Leo que está acordado.
- Ei, Leo! – chamou o metamorfogo em tom baixo. – Vamos para a cozinha?
- E se alguém nos pega? – preocupou-se o ruivo.
- Ah, é só tomar cuidado. Você vem? – perguntou o de olho azulados.
- Eu vou sim, Thomas.
- Ótimo. – Teddy sorriu. – Temos que tomar cuidado para não acordar os demais.
Os três meninos levantaram de suas camas e caminharam de forma lenta até a porta do dormitório. Depois disso, desceram as escadas com leveza e cuidado extremo. Não tinha ninguém embaixo. Eles sorriram com a vitória e saíram do Salão Comunal da Lufa-Lufa. Andaram pelos corredores com cuidado, até que ouviram passos em sua direção.
- Ferrou! – exclamou Thomas, mas foi puxado por Teddy para o outro corredor.
- Shiu! – Teddy colocou o dedo indicador em seus lábios. Os três esperaram a pessoa passar.
- Tem que estar em algum lugar daqui! – eles escutaram uma voz suave e rouca exclamar.
- É o professor de vôo! – revelou Leo.
- Jad, você não pode pegar o pêndulo! – tentou racionar outro homem.
- É o Longbottom. – disse o moreno. Teddy assentiu, conhecia bem seu tio Neville.
- Tsc, tsc. Longbottom, você sabe que nem todos aqui são bondosos e certinhos que nem você. – Jad zombou suavemente.
- Para que você quer o pêndulo?
- Oras, Longbottom! Poder, poder! – começou a explicar o professor de vôo. – Dizia meu ídolo que existe não mal ou bem, apenas o poder. E o que são muito fracos para obtê-lo.
- E o que você fará com tanto poder? – indagou Neville, olhando com certa decepção para o colega.
- Ele está atrás de um pêndulo.
- Sim, Thomas, atrás de um pêndulo. Acho que sei que pêndulo é esse. Deve ser o Pêndulo de Ouro. – Leo falou.
- Pêndulo de Ouro? – perguntou Teddy curioso.
- Sim. Um objeto muito antigo e raro que trás poder absoluto para quem o obtém. – explicou o menino dos olhos prateados.
- Vamos. A cozinha é para lá. – Teddy apontou. – Estamos no caminho certo. Cuidado para não chamaram atenção.
Os três se afastaram dos dois professores e chegaram à porta da cozinha.
- Que cheiro delicioso! – comentou Thomas suavemente. Teddy abriu a porta e eles entraram. Vários elfos estavam dormindo enquanto que alguns estavam ainda acordados, fazendo o que parecia ser o café da manhã.
- Winky! – chamou o de cabelo azulado. De repente, uma elfo doméstica apareceu em sua frente.
- Teddy! Quanto tempo!
Winky se lembrava da última vez em que vira Teddy. Ele tinha apenas oito anos de idade e a apertava com tanta força que Winky tinha certeza de que ele achava que ela era um boneco.
- Você está fazendo alguma coisa gostosa? – perguntou Thomas.
- Ah, estou assando um frango. Vocês querem esperar ficar pronto? – sugeriu a elfo.
- Por mim tudo bem. – aceitou Teddy. – Enquanto isso, ficamos conversando.
Os três se sentaram junto com a elfo em três cadeiras que tinham no local e ficaram conversando por um bom tempo.
- Eu nunca tive amigos da minha idade. – confessou o metamorfogo.
- Por quê? Você parece ser tão legal... – estranhou Leo.
- Bem, eu sou. Só que sempre me dei melhor com pessoas mais velhas. Todos da minha idade tiram sarro de eu gostar de Pasquim e vestir trapos.
- Bem, eu não sabia disso. – o ruivo começou a falar. – Mas gosto de você do mesmo jeito.
- Obrigado. – se envergonhou Teddy.
- O frango já está pronto! – exclamou Winky. Os outros três esperaram ela tirar o frango do forno com mágica e colocá-lo na mesa.
- Parece estar delicioso. – comentou Thomas.
- Parece mesmo. – Teddy passou a mão na barriga, esfomeado. Os quatro comeram o frango inteiro em uma questão de meia hora. Depois, Teddy, Thomas e Leo resolveram voltar para o dormitório.
- Já está ficando tarde. – se preocupou Leo. – Temos que acordar cedo amanhã.
- Temos mesmo. – concordou Teddy.
- Bem, tchau. Adorei a visita. Venham mais vezes. – se despediu Winky e os outros saíram da cozinha. Eles seguiram com cuidado até o Salão Comunal da Lufa-Lufa, onde entraram e subiram para o dormitório. Depois disso, resolveram dormir.
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