Love Burns

8º capítulo: Love Burns

 

“A primavera ficou árida. Eu sei que esta introdução patética não vai lhes dar a noção exata do que tudo virou. Cinzas. Pelo menos para mim. Um jogo de gato e rato incansável, e eu não sei mais quem é o rato. Eu sei que eu errei, e já paguei pelo meu erro. Então vá em frente e me julgue, condene meus atos. Ainda é cedo pra dizer as reais conseqüências, só não pare pra pensar. Porque novos jogadores aparecem o tempo todo, jogadores ferozes e mortais. No meu jogo, Pansy venceu. E eu nem sabia que ela era uma concorrente.”

 

-Hermione Granger

 

 

Hermione olhou apática para a imensidão do vale. Ela gostava muito daquela imensa ponte. Ali ela tinha tido bons momentos, muitas risadas. Hoje ela era só tristeza. Tinha ficado tão preocupada com Lyss, Lexie... Esquecera a mais importante. Pansy e Harry estavam completando uma semana do namoro mais falado desde Gina e Draco.

O casal antagônico, a princesa sonserina e o príncipe grifinório. Ela nunca tinha prestado atenção nesses títulos estúpidos, nem mesmo entendia o interesse de Gina. Agora ela via a razão de tudo. Os títulos eram tudo, eles definiam como as pessoas te tratariam e o que você conseguiria. Hermione se beneficiava da imensurável popularidade de Gina, a rainha.

Ela sentia falta de Dominique, seu humor rápido e sagaz. Da franqueza. Foi só quando se sentou por um segundo que ela o viu.

Ele tinha o mesmo olhar de desespero, de amor perdido. O amor estava queimando os dois lentamente.

 

***

 

Ele assistiu de longe ao espetáculo. Ginevra estava mais radiante que o sol naquela manhã. Seu cabelo vermelho era puro fogo enquanto ela girava, sorria e ria. Uma risada doce e tão suave quanto um beijo. Beijo... Ele queria beijá-la. Quando estava com ela toda a escuridão ao seu redor se dissipava e os raios o cegavam, deixavam-no sem fôlego.

O ciúme o fazia procurar possíveis admiradores, mas eles estavam sozinhos naquela parte do jardim. Ele mataria cada um que ousasse olhar, porque ela era sua. Inteira. Cada pedacinho, cada sorriso, cada beijo.

Era como assistir tudo em câmera lenta... Sentir todo aquele amor por ela correndo em suas veias. Ele estava tão obcecado, tão perdido.

 

- Vem Tad... – ela chamou. Sua voz parecia vir de longe, ele não conseguia sair da bolha em que estava. Não conseguia desviar os olhos dela.

 

Todo aquele brilho, e o fogo. Ele continuou paralisado, observando-a. Quem disse que amor não queima?

 

***

 

Scarlett fechou os olhos quando os lábios de Terrence tocaram os seus. Rápido e tão quente. Ela suspirou enquanto o puxava para perto. Eles estavam ocultos pela imensa colina, em uma parte do jardim que poucos conheciam.

O sol não chegava até eles, mas suas peles continuavam queimando. Terren rolou na grama e ficou por baixo. Scarly tinha prendido o cabelo em uma trança, alguns fios perdidos dançavam com o vento suave.

Ele desceu as mãos pelas pernas dela, subindo então lentamente. Scarlett não protestou, ele nunca fazia. Não era segredo nenhum o quanto ela o amava. Mas e ele? Como ele se sentia?

O peito de Terrence continuava queimando com os beijos dela, enquanto as roupas eram tiradas. E ele soube, simples assim, que amava Scarlett Anne. Porque, como dizia Draco e Blaise, o amor queima. Não ruim ou bom, é só uma sensação que cobre cada pedaço seu... E você sabe que se não tomar cuidado tudo pode virar cinzas.

 

- Eu te amo... – ele sussurrou para ela.

 

Scarlett respirou fundo, um pouco paralisada. Era o momento, o que ela tinha esperado por tanto tempo.

 

- Eu te amo... – ela disse enquanto voltava a beijá-lo.

 

***

 

Huxley estava conversando com os amigos e sorrindo. Ele tinha um sorriso incrível, tudo nele era incrível. Dakota estava uns bons dez metros longe dele, sentada em uma mureta parecendo uma criança perdida. Os pés balançavam suavemente no ar. Ela não podia tirar os olhos dele.

 

-Hei! – Hayden sorriu enquanto se aproximava. Ele se lançou com os braços e sentou na mureta – Perdida na vista?

 

- Pode-se dizer que sim – ela suspirou.

 

Era meio chato ficar perto de Pansy e Scarlett, agora que elas estavam tão felizes com os namorados. Já Blaise parecia tão triste quanto ela.

 

- Você acha que, eventualmente, as coisas vão melhorar? – Dakota perguntou, os olhos ainda fixos em Huxley.

 

- Eu gosto de pensar que sim – Hayden suspirou. Dali ele podia ver Zéllie e Theodore Nott – Droga, eu me acho tão superficial e egoísta. Isso só pode ser um castigo.

 

- Sabe, Hay - Dakota se virou para ele – Eu não acho que você goste tanto assim da Zéllie, de verdade. Você simplesmente não conseguiu decidir quem escolher, Faith ou Lexie, e partiu pra outra. Você ama uma das duas, não ela.

 

- Será? – Hayden suspirou novamente.

 

Lexie e Elisha estavam andando pelo jardim. As duas tinham aquele arzinho de nobreza que parecia impregnado em Gina. Não longe dali Faith e Noah conversavam.

 

- Posso estar enganada – Dakota continuou – Mas eu apostaria na Faith. Lexie já está totalmente predestinada a outra pessoa.

 

- O que você quer dizer com isso? – Hayden franziu a testa.

 

- Isso mesmo – ela sorriu – Você e ela não estão destinados, simples.

 

- Lyss veio com um papo todo estranho pra cima de mim, sobre Colin e Lexie andando juntos... Eu não achei nada, mas tudo me pareceu tão impossível que...

 

- Hayden, você realmente imagina o Colin e a Lexie juntos? – Dakota ergueu a sobrancelha – Falando sério, imagine.

 

- Não – Hayden falou por fim – Impossível.

 

Dakota sorriu, um leve toque de maldade quase imperceptível. Oh boy, ela sabia a verdade.

 

- Como você sabe que ama alguém? – Hayden perguntou.

 

- É bem simples, Hay – ela sorriu – O amor queima. Por dentro, por fora. Ele te queima por inteiro e você não consegue sentir ou ver nada além disso.

 

***

 

- O que você está fazendo aqui? – Hermione olhou aborrecida para Blaise – Será que não tem um maldito lugar vazio nessa escola?

 

- Não vou nem discutir com você, Granger – Blaise suspirou. Ele sequer olhou Hermione, tão concentrado em sua própria miséria – Na boa.

 

- Entendi – ela deu um sorrisinho cínico – Não sei como demorei tanto pra perceber... Mas também, eu sequer sabia que ela era uma possibilidade.

 

- Seja clara – ele reclamou.

 

- Você ama Pansy Parkinson – Hermione se sentou no chão, quase de frente para Blaise – Você está sofrendo por ela.

 

- E você pelo Potter – ele atirou com raiva as palavras em Hermione – Agora me conta uma novidade.

 

- Que grosseria, Zabini – Hermione riu – É bom saber que alguém está no mesmo barco.

 

- Já até imaginei a cena – ele disse de repente – Você me quer no seu planinho para separá-los, estou certo? Talvez você chame aquela garota louca, Alyssa, a ex do Potter. Mas espera aí, opa, a Ginevra já deu um jeito de cortar todas as asas dela.

 

- Tinha esquecido disso – Hermione suspirou – Foi espetacular o que a Gina fez, na verdade. Lyss ficou fichada por roubar uma prova.

 

- E nunca mais vai fazer nada contra ninguém, eu te garanto.

 

- É, a Gina costuma assustar as pessoas até a morte.

 

- O que será que aconteceu com a Weasley esse ano? – Blaise perguntou – Ela era tão centrada, tão certinha.

 

- Deve ter sido isso então, ela cansou de ser invisível.

 

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, só ouvindo o vento passando entre as frestas da ponte, que era coberta. Até que uma palavra se formou na cabeça dos dois, ao mesmo tempo.

 

- Gina! – disseram juntos, os olhos brilhando com ardor.

 

***

 

- Ok, deite-se aqui – Lexie convidou quando Colin finalmente apareceu. Ela estava deitada bem no meio de uma plantação de violetas africanas.

 

As flores rodeavam Lexie como um vestido de fada. Por alguns segundos o coração de Colin não funcionou. Ela estava falando com ele, contando alguma coisa e rindo, ele não ouvia nada.

 

- Colin! – ela chamou de novo, impaciente – Me dê atenção!

 

Ah se ela soubesse que ele era todo para ela. Cada respiração e cada olhar. Colin bateu uma foto dela, sabendo que era a última. Porque ele já estava em chamas, queimando para tocá-la. Era agora. Era agora!

Colin não falou nada, não precisava. Ele se sentou e a colocou sentada, suas mãos permaneceram nos ombros nus de Lexie. Sua mão estava quente contra sua pele. Lexie derreteu nos braços dele. A garotinha esperta e maldosa foi embora com o vento, sobrando só uma menina inexperiente que parecia queimar. Por dentro, por fora. Nos beijos.

 

- COLIN! – Lexie gritou.

 

- Que? – Colin piscou, assustado. Tinha imaginado tudo, como o perfeito idiota que era.

 

- Deita aqui no meio das flores – Lexie riu – Não seremos incomodados.

 

- Tá bom – ele suspirou, derrotado. Quando deitou sentiu o chão quente, talvez por causa do sol. Ou talvez fosse só ele, queimando por dentro e por fora.

 

***

 

Pansy e Harry rolaram na imensa cama de lençóis vermelhos como sangue. Ela era um contraste e tanto com seu cabelo preto e sua pele de porcelana. Eles estavam perdidos no espaço, flutuando entre o céu e o inferno, queimando. Harry tinha feito uma surpresa para Pansy, levando-a até a Sala Precisa.

 

- Harry... – Pansy gemeu baixinho quando ele foi descendo os beijos.

 

Eles viraram mais uma vez na cama, os olhos dela não eram mais azul gelo, eram azul fogo. Chamas azuis que queimavam Harry e faziam-no delirar. Eles tinham aquela sintonia impossível, perfeita demais para ser verdade. Ela queria mais, sempre mais.

 

- Deuses... – ele murmurou, beijando-a com mais força.

 

Never thought I'd see her go away
She learned I loved her today
Never thought I'd see her cry
And I learned how to love her today
Never thought I'd rather die
Then try to keep her by my side

Pansy fechou os olhos e sentiu. As mãos dele, os lábios dele... Ela o sentiu por inteiro. Como deveria ser.

 

***

 

- Você não deveria ficar tão triste, Rony – Luna disse suavemente enquanto se sentava do lado dele – Não é o fim do mundo, você sabe.

 

- Eu fui tão lerdo, Luna – ele suspirou, os olhos ainda fixos na estrelas daquela noite. Todo o seu dia tinha sido um desperdício.

 

- Rony, não acabou. Você e Dominique ainda vão se encontrar – ela fechou os olhos por uns segundos – Quando fecho os olhos eu vejo vocês dois em Londres, felizes.

 

- Não sei se acredito nisso Luna, parece tão distante.

 

- Não importa se você acredita ou não Rony – ela sorriu amigavelmente – A verdade é que o destino não precisa da fé de ninguém para se concretizar.

 

***

 

- Droga, anoiteceu – Hermione levantou – Anda Zabini, vamos embora.

 

- Você é muito chata, Granger – Blaise reclamou enquanto levantava – Muito, muito chata. E certinha... Ou não né – ele riu – Quem diria que a minha cúmplice de crimes ia ser você.

 

- Ah sim Zabini, você é o parceiro de crimes dos meus sonhos – Hermione disse com cinismo – Se liga!

 

- E então, quando você fala com a Ginevra? – ele perguntou ansioso.

 

- Eu não, nós dois vamos falar com a Gina – Hermione o corrigiu – E eu não faço idéia, já que ela nunca está sozinha. Bem... Vou achar o momento certo.

 

- Só não demore muito – ele pediu, repentinamente sério.

 

- Eu sei – Hermione o encarou – Não esquece que a dor do seu coração é a dor do meu.

 

***

 

- Você precisa ter mais cuidado Colin – Harry estava falando enquanto os dois desciam para o salão comunal – Lyss já viu você e Lexie juntos.

 

- Eu vou ter mais cuidado.

 

- Lexie é incrível, né? – Harry riu. Os dois pararam perto da entrada – Só não demore tanto pra tomar uma iniciativa.

 

- Harry, eu não gosto dela – Colin disse sério.

 

- Claro que não – Harry riu e bateu a mão no ombro dele – Você a ama.

 

Colin ia retrucar quando as irmãs Parkinson se aproximaram. Pansy e Lexie estavam vestidas de maneira parecida, usavam o cabelo do mesmo jeito e estavam com o mesmo sorrisinho pervertido.

 

- Olá, garotos – Pansy sorriu e beijou Harry.

 

- Oi, Harry querido – Lexie deu um beijinho no rosto de Harry para provocar a irmã – Olá, Colin – ela disse polida, como se fossem apenas conhecidos.

 

- Que estupidez isso – Pansy reclamou – Porque vocês não assumem logo esse relacionamento?

 

- Não tem relacionamento aqui – Lexie reclamou – Somos grandes amigos.

 

***

 

Elisha correu os olhos por todo o lugar a procura do namorado. Blaise não era a pessoa mais atenciosa do mundo, mas ele estava sempre por perto.

 

- Cadê você? – ela murmurou.

 

- Hei! – alguém sussurrou.

 

Elisha arregalou os olhos e se aproximou das escadas. Não foi difícil encontrar Hayden, que estava escondido em um canto parcialmente escuro. O saguão era imenso e com todas aquelas escadas, era bem fácil se esconder.

 

- Que é? – ela sussurrou divertida.

 

- Olha isso! – Hayden segurou Elisha pelos ombros e a virou na direção de Colin e Lexie – Pansy e Lexie apareceram e já foram atrás deles. Não parece suspeito?

 

- Pansy e Harry namoram agora – Elisha disse com uma sobrancelha erguida.

 

- Tá, eu sei disso! Mas estive pensando, a Lyss não tinha porque inventar isso, não mesmo – Hayden torceu as mãos, ansioso – E eu fui falar com ela depois, mas ela gaguejou e disse que mentiu. Ela está é com medo da Gina.

 

- Será? – Elisha observou os dois com os olhos arregalados.

 

- Será? – Hayden murmurou.

 

***

 

Não foi difícil para Dakota ver a tragédia. Ela era quase tão boa observadora quanto a rainha. Lyss tinha plantado a sementinha do mal, então é claro que os dois ficariam como águias agora. Ela pensou duas vezes antes de decidir ajudar. Só que era uma chance boa demais, chance única na verdade.

Dakota amava suas amigas sonserinas, e Deus sabe como Pansy e Scarlett eram divertidas, mas as duas estavam tão ocupadas agora, e Dakota estava cansada do tratamento de silêncio que recebia na Grifinória. Se ela quisesse ter uma vida normal e feliz precisava da aprovação da rainha, e pra chegar em Gina, o melhor caminho era pelos amigos queridos.

Colin era o mais querido, sem dúvida. Ela andou confiante pelo saguão, ignorando propositalmente Huxley e os amigos chegando dos jardins.

 

- Olá – ela sorriu enquanto passava o braço no ombro de Colin – Caso ninguém tenha percebido, Hayden e Elisha estão de olho em vocês há horas.

 

- Que? – Lexie congelou o sorriso – Isso é verdade?

 

- Não olha! – Pansy deu um tapa de leve da nuca da irmã – Agora brinque com o Harry.

 

-  Que? Nem vem me bater Alexandra – Harry brincou. Lexie riu e tentou dar um tapa na nuca dele – Eu sou mais alto.

 

- Certo – Dakota sorriu mais uma vez – Vamos, Colin.

 

Enquanto ela guiava Colin até o salão principal, Hayden e Elisha suspiraram aliviados. É claro que Lexie e Colin não eram namorados, que absurdo!

 

***

 

Theodore olhou preocupado para o irmão. Tad sequer notara que ele estava ali parado na porta do quarto. Theo não era muito de falar, e ele nunca prejudicaria o irmão, mas não queria vê-lo envolvido naquelas coisas de novo.

Quando seu pai descobriu o que Tad andava fazendo, enviou-o para Durmstrang, para que ele pudesse desenvolver aquilo. Sua mãe ficou louca quando descobriu, e os pais acabaram se divorciando. Então seu pai faleceu e meses depois descobriu-se que Tad havia chegado no limite. Sua mãe acreditou que mandá-lo para Hogwarts o salvaria, talvez sim, talvez não.

Ninguém contava com o fator Ginevra Weasley.

Ela era uma beleza e tanto, daquelas que causam cegueira e guerras. Theo demorou pra ver os sinais, mas eles estavam ali o tempo todo. Seu amor por Ginevra Weasley tinha virado uma obsessão doentia. Tad estava enlouquecendo por ela, enlouquecendo de ciúmes.

 

- Theo? – Tad olhou assustado para o irmão – O que você está fazendo aqui?

 

- Você não parece bem, Tad – Theodore se aproximou – Eu estou preocupado.

 

- Para com isso! Já disse pra mamãe, não estou mais envolvido com aquilo, eu parei.

 

- Olha pra você! – Theodore gritou – Olhos de um louco! Tudo vai acontecer de novo, você sabe.

 

- Não vai não! – Tad o agarrou pelo braço com força – Nada vai sair de controle, eu não vou fazer nada.

 

- Sim, você vai – Theo suspirou – Não faça isso Tad, não tem volta! Você sabe como aquilo te deixa, o que te faz fazer.

 

Os irmãos se olharam, em silêncio, um segundo depois se abraçaram. Tad garantiu ao irmão que estava tudo bem, Theo fingiu acreditar. A verdade, meu bem, é que viciados assim serão para todo o sempre, mesmo que mantidos em abstinência.

 

***

 

- Adivinha só! – Faith sussurrou para Zéllie enquanto as duas batiam papo na mesa da Corvinal – Dakotinha querida ajudou Colin hoje.

 

- Ela quer passe livre? – Zéllie ergueu uma sobrancelha.

 

- Exatamente. O que fazemos?

 

- Vamos deixar ela ir dando uma de boazinha – Zéllie sorriu – Se for só pose nós a esmagamos de novo, se for de verdade...

 

- Pensamos nisso depois – Faith concluiu.

 

***

 

Ginevra andou silenciosamente na grama. Ela parecia uma leoa atrás de sua presa, o que não deixava de ser verdade. Delilah avisou que Draco tinha estado fora o dia todo, ela ficou curiosa.

 

- Você está caçando alguém? – Draco perguntou.

 

Gina se virou e sorriu, felina. Seu cabelo estava um pouco maior, parecia mais vermelho. Ela se sentia uma vagabunda traiçoeira, mas o que podia fazer? Seu corpo clamava por Draco Malfoy e seu gelo. Ela estava queimando, por dentro e por fora.

 

- Sim, você – ela sorriu.

 

Draco colocou as mãos no bolso da calça jeans, desconfiado. Gina andou suavemente até ele. Os dois estavam longe o suficiente da escola para transar ali mesmo, no chão, debaixo das estrelas.

 

Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me

- A pequena Delilah me viu entrando na Casa dos Gritos? – ele sussurrou enquanto a rodeava – Sua pequena espiã cercada por pequenas informantes – ele continuou rondando, sussurrando.

 

- Sim, crime confesso – Gina sorriu, os olhos verdes brilhando como duas jóias malignas – Eu estava entediada.

 

- Você é uma mentirosa!

 

Nothing else can hurt us now
No loss, our love's been hung on a cross
Nothing seems to make a sound
And now it's all so clear somehow
Nothing really matters now
Now we're gone and on our way

Sem dar aviso, Draco a segurou pelos braços, firme, duro. Ela respirou ofegante, o peito subindo e descendo com uma velocidade alarmante. Ela estava entrando em combustão espontânea. Draco a aproximou de seu corpo. Seus lábios se aproximaram dela, passeando por seu pescoço e seu colo. Deixando marcas que pareciam queimaduras.

Ela gemeu quando ele abaixou as alças de sua pequena blusa, o sutiã preto indo junto. Em um segundo ele estava beijando-a ali.

 

- Draco... – ela suspirou quando ele a beijou com força e possessão.

 

Eles se beijaram por intermináveis minutos e então, sem que ela percebesse, ele foi puxando-a para outro lugar.

 

- Pra onde vamos? – ela perguntou por fim.

 

- Surpresa – ele sorriu pra ela, os olhos parecendo duas chamas azuis.

 

 ***

 

Tad chutou a porta que dava acesso a Torre de Astronomia e entrou. Ninguém estava lá, então ele fez um bom feitiço e trancou tudo. Ele parecia completamente louco, sabia disse. E a verdade é que ele se sentia muito louco. O ódio corria por suas veias, transformando seu sangue em lava, ele estava queimando.

 

Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me

Ele sabia que o coração de Ginevra era de Draco, sempre tinha sido, e se ele não fizesse algo, sempre seria. Mas Tad tinha um plano. Theodore estava certo, ele jamais deixaria de ser um viciado em poder, em magia. Ele gostava disso, gostava de manipular as pessoas e tratar tudo como um grande jogo. Ele gostava da magia negra entrando em sua alma e tomando conta de tudo.

Aquilo não iria acontecer de novo, Durmstrang era passado distante. Aqueles erros imperdoáveis não voltariam, Tad tinha certeza. Dessa vez ele controlaria a magia, não o contrário. Seu pai gostava de dizer isso, que as pessoas eram peças e ele era o jogador. Seu pai ficara tão feliz quando Tad começou a usar magia negra, ninguém achou que tudo daria tão errado.

 

- Passado, isso é passado – ele murmurou enquanto colocava uma pesada bolsa preta no chão.

 

De lá foi tirando alguns livros e velas negras. A cada coisinha Tad podia sentir a magia fluindo pra ela. Ela sempre estivera por perto, esperando ser usada. Como uma aura, rodeando-o e tentando-o para aquilo. Inevitável.

 

- Ginevra Weasley... – ele suspirou enquanto acendia as velas com sua mente.

 

Estava de volta, tudo aquilo. O poder, a sensação de ter tudo. Ele estava mergulhando naquilo como um viciado, bebendo até a última gota. Uma fina fumaça negra estava em todos os lugares, cercando-o, prendendo-o.

 

- Ginevra Weasley... – ele repetiu.

 

***

 

A Casa dos Gritos era como Ginevra se lembrava: deserta, suja, com uma cama enorme. Draco tinha passado a tarde lá, organizando um pouco. A cama tinha uma nova colcha e o quarto parecia menos empoeirado que o resto da casa.

 

- Espera! – ele a segurou pelos ombros, ofegante – Porque está me procurando agora?

 

- Você quer realmente saber? – ela se afastou dele e andou pelo quarto – Eu passei o dia todo com Tad, eu estava feliz de um jeito realmente novo. E ali estava ele, meu lindo namorado, com os olhos vidrados em mim, como se eu fosse a cocaína e ele o viciado – Draco não a interrompeu, então Ginevra continuou – E eu percebi que nunca me sentiria daquela forma por ele, nunca ficaria vidrada por alguém.

 

She cuts my skin and bruise my lips
She's everything to me
She tears my clothes and burns my eyes
She's all I want to see
She brings the cold and scars my soul
She's heaven sent to me

- Mas você fica por mim? Enlouquecida? – ele tinha a voz suave e perigosa.

 

- Essa é a grande questão – ela sorriu – Eu realmente não sei Draco. De todos, você sempre foi o único em mil coisas, de diferentes maneiras. Eu não sei quão longe vai o meu amor por você, mas ele existe.

 

- Eu posso amar por nós dois – ele disse ansioso, pose distante esquecida. Ele a queria pra ele – Você sabe.

 

- Não se precipite – mais um sorriso – Eu amar você pode querer dizer tudo...

 

- Ou nada... – ele completou, aproximando-se. Gina ainda estava distante, mas não tão mais distante. E pra ele, era mais que o suficiente.

 

***

 

Tad estava com os olhos abertos, fixos na imagem que estava no ar. Gina e Draco em uma cama. Nus, ofegantes. O grito dele era pura agonia e ódio. Visceral. Puro. As velas explodiram em uma festa de chamas vermelhas e azuis. Um segundo depois tudo estava escuro. Tão negro quanto sua alma.

Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me

 

***

Os gemidos dela eram músicas para seus ouvidos, seu sorriso parecia a mais bela obra de arte do mundo. Os cabelos vermelhos estavam espalhados em todos os cantos, como fogo. E o fogo estava se alastrando de uma maneira realmente preocupante.

Draco o sentiu em todo o seu corpo enquanto eles giravam na cama, se beijando e se tocando de maneiras impensáveis antes. Ele estava fisicamente dando seu coração a ela, mesmo sabendo que provavelmente sofreria depois.

Eles gemeram juntos quando ela ficou por cima, sorrindo, sempre sorrindo. Ginevra era O Apocalipse, era A Destruição. E ela amava isso, cada segundo de cada toque e suspiro. Eles eram feitos um para o outro, conectando-se não importava qual posição decidissem experimentar. E ela entendeu um pouco Tad, Draco e ela mesma. Ela entendeu o fogo, ela entendeu o amor. E viu que ele queima, destrói e então renasce.

 

Never thought I'd leave you like the way I do, yeah
Kiss my love and I wish you're gone
You can kiss my love and I wish you're gone
Never thought I'd leave you like the way that I do
Kiss my love and I wish you're gone
You can kiss my love and I wish you're gone
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me

(Love Burns – Black Rebel Motorcycle Club)

 

- x -

 

Nota da Autora: Genteee desculpa mesmo pela demora, mas faculdade é foda e eu me enrolei toda!! Dezembro é muito corrido, Deus do Céu! Mas agora to de férias e pretendo terminar essa fic logo porque a quinta e última temporada já está meio formada na minha cabeça e eu to doida pra escrever ela. Queria só dizer que adoro os comentários em que vcs dão idéias e analisam os personagens. Eu sempre leio e levo em consideração. Foi inclusive assim que Harry e Pansy surgiram.

Eu meio que odiava ela, mas ela foi ficando tão na dela e sempre sendo tão usada pelo Draco que eu fui pegando gosto pela personagem. Agora escrever sobre ela é o maior prazer e a personagem que eu odeio é a Dakota.
Tá difícil gostar da loirinha.

Já sobre Hermione, eu sei que muitos não gostam dela, mas a Hermione está incrível nos próximos capítulos e vocês vão curtir junto comigo, tenho certeza!

E o Tad não é todo bom moço hein!!! =)

Esporo que gostem dos caps e contiuem comentando meninas. Os casais ainda podem mudar na quinta temporada, depende de vcs. Bjoooo

 

Nota da Beta: O Tad! O Tad! OMG! A coisa agora ficou séria, literalmente falando... Literalmente. E o que foi todo esse amor pegando fogo, hãn? E lendo, eu estava pensando em comentar sobre o amor enlouquecido desses dois pela Gina, mas agora eu meio que fiquei sem saber o que escrever depois de descobrir o que o Tad fez, parcialmente pelo menos.

Nem consigo imaginar o que ele vai fazer com o Draco e a Gina, e estou ficando com medo, aha.

P.s.: E para amenizar um pouco o clima... Que coisa mais linda (e sem sentido, se vocês observarem) esse love do Colin com a Lexie, eles estão tendo um romance escondido que nem é um romance... Ainda.

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