Revolta
Harry ficou hipnotizado olhando pra Hayssa e depois de sair do estado de hipnotismo entregou rápida e grosseiramente a garotinha aos braços da enfermeira.
- Tenho que ir. - ele falou e saiu do berçário fechando a porta quando saiu nem dando ao menos o tempo da enfermeira se despedir.
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Na tarde do dia seguinte, Rony chegou em casa do trabalho e Megan estava sentada na sala brincando com Henry em seu colo. Ela perguntou com um tom de chateação na voz:
- Ainda está preocupado.
- Megan eu... - Rony pendurou a capa num cabideiro e se sentou ao lado dela - Peço desculpas por ontem... Quero dizer.
- Não precisa Rony! - ela falou o interrompendo - Todos nós estamos preocupados com essa história toda, eu também estou... Mas pense um pouco, nós simplesmente não podemos fazer nada, temos a nossa vida aqui e seu pai nos pediu um favor. - ela sorriu apertando o bebê contra si carinhosamente - Ou melhor... Eles no deu um presente.
- Megan, não que eu não esteja feliz... a questão é que o que vai acontecer.
- Eu já lhe disse pra nos preocuparmos com o agora, para que Henry tenha uma vida feliz e protegida ao nosso lado. Foi isso que prometemos aos seus pais... ou pelo menos faça isso por - uma pausa na qual ela pensou - Por Hermione...
Megan sabia que apesar de Rony estar casado com ela, tinha um enorme carinho por Hermione que ele mesmo nunca conseguira explicar.
- Você sabe que eu a considero como se fosse uma irmã. E ainda não acredito no que Harry foi capaz de fazer a ela.
- Então o único meio de ajudar é cuidando do Henry. Se ele ficasse na Inglaterra talvez Você-Sabe-Quem o achasse e... não quero nem pensar no que aconteceria.
- Com certeza você-sabe-quem já sabe Megan, de algum jeito ele deve saber.
- Não diga uma coisa dessas Rony.
Rony ficou pensativo por alguns minutos e depois resolveu mudar de assunto pra não preocupar a esposa. Ele sorriu pegando o bebê dos braços dela se levantando.
- Eu coloco ele pra dormir. - Rony sorriu pra Megan que continuava sentada e subiu as escadas silenciosamente.
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- Porque a demora!? - Voldemort perguntou com a chegada de Harry na sala. - Eu disse que precisava de uma resposta urgente.
- Eu precisei ficar um pouco sozinho! - Harry disse rapidamente encaminhando-se pra algumas janelas.
- Quando eu ORDENO uma coisa é bom que obedeça.
Harry olhou pra Voldemort:
- Desculpe mestre.
Voldemort mudou rapidamente de assunto e se encaminhou pra janela onde Harry estava olhando. Ao chegar ao seu lado, o bruxo apontou pra um lugar abaixo e Harry pôde ver o "exército" de Trolls.
- Fez um ótimo trabalho... - Voldemort falou orgulhoso olhando pros trolls.
Harry não respondeu e continuou olhando fixamente pra frente.
- Tem alguma coisa lhe preocupando... - Voldemort afirmou virando o rosto pra Harry.
Harry caminhou um pouco pela sala lentamente e depois disse:
- Não entendo...Hermione está piorando a cada dia...
Voldemort deu uma gargalhada fria:
- Fique tranquilo meu jovem...em breve você terá seus méritos.
- Quero saber quando. - Harry virou-se pra ele decidido.
- Quando eu conseguir o meu império... - Voldemort disse sorridente - Quando finalmente terei o poder para governar o mundo.
Harry não respondeu, apenas se sentou e falou em voz baixa:
- O que eu fiz da minha vida. - ele apoiou a cabeça nas mãos balançando lentamente. Voldemort se aproximou colocando uma das mãos gélidas no ombro de Harry:
- Você fez a coisa certa. O seu destino é muito mais grandioso do que ser apenas um simples auror. Mas agora.... - Voldemort mudou completamente de assunto e isso deixava Harry irritado - Qual a resposta que trouxe do hospital St. Mungos?
Harry ficou uns minutos calado enquanto Voldemort sentou-se em sua poltrona e depois disse:
- É uma menina.
- Você tem certeza?! Ou alguém lhe disse...
- Não mestre eu.... eu mesmo a vi. - Harry falou lembrando-se do rosto da filha.
- Estranho......... - Voldemort falou numa voz arrancada e sombria - Eu tinha quase a certeza de que era um menino, o seu filho.
Harry ficou calado apenas escutando os ruidos que os comensais faziam no andar inferior para cuidar dos trolls.
- Tenho uns assuntos a tratar na Romênia. - Voldemort disse rápida e calmamente ainda olhando pra frente.
- Romênia senhor?
- Assuntos confidênciais meu jovem...e enquanto isso você será meu representante pessoal, todos o devem obediência absoluta, já deixei uma ordem a todos para lhe consultar antes de qualquer atitude.
- Fico honrado com sua confiança mestre. - Harry disse virando-se pra Voldemort e fazendo uma pequena inclinação com o corpo o reverenciando.
- Tenho certeza que está apto para esta tarefa. - Voldemort falou com o mesmo tom de sempre e completou colocando uma capa longa e preta - Volto em mais ou menos uma semana aproximadamente. Não deixe que as coisas saim do controle.
Voldemort colocou um capuz cobrindo-lhe o rosto e pegou uma espécie de "bengala" com uma cabeça de serpente no lugar de segurar com a mão. Quando estava saindo pela porta virou-se lentamente e falou:
- E... nem pense em fazer nada que você saiba que não seria de meu agrado. Caso contrário eu saberei.
Harry afirmou com a cabeça e Voldemort saiu pela porta andando lentamente.
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- Como está? - a Sra. Weasley perguntou quando o medibruxo saiu do quarto onde Hermione estava.
Ele colocou as mãos no bolso balançando a cabeça negativamente:
- Agora está pior, não responde a nada, é como se estivesse.... - uma pausa na qual ele olhou pelo vidro - Como se estivesse morta...mas ainda respira.
- VOCÊS TEM DE FAZER ALGUMA COISA! - A sra. Weasley disse irritada.
- Não podemos fazer nada minha senhora. Nenhum de nós sabe de fato o que ocorreu à Sra. Hermione e também o que a deixou nesse estado.
- OS SRS. SÃO UNS INCOPETENTES! - ela falou ainda mais irritada.
O sr. Weasley lançou um olhar aos medibruxos pedindo-lhes paciência e o homem continuou:
- Não sabemos quando tempo ainda lhe resta de vida. Talvez fique assim dois, três dias...realmente não sabemos porque ela ainda não.... - o medibruxo parou ao notar a expressão da Sra. Weasley e depois continuou com um longo suspiro:
- Vamos deixá-los sozinhos. Qualquer pergunta é só nos procurar. - dizendo isso ele colocou a mão no ombro do sr. Weasley com o olhar de consolo e saiu da pequena sala.
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- MESTRE! - Shimi entrou na sala onde Harry estava e se ajoelhou perante ele. Shimi era o comensal mais confiável do novo grupo.
- Diga... - Harry falou fazendo sinal para ele se levantar.
- Trago notícias urgentes do hospital St. Mungos, da sra. Hermione. - ele falou ofegante.
- O que houve com Hermione!!! - Harry que parecia não estar dando muita atenção disse apreensivamente - Diga rápido!
- Fiquei sabendo que a Sra. Hermione não responde a mais nada.
- Quer dizer que ela está morrendo?! - Harry perguntou tentando não acreditar.
O comensal apenas olhou pra Harry confirmando a pergunta e este disse pra si mesmo:
- Preciso logo de meus poderes. E agora com Voldemort longe... - Harry ia falando baixo e pensativo.
- O que disse milord? – Shimi perguntou não entendendo o que Harry dizia.
- Nada. - Harry falou ainda pensativo.
- Posso me retirar meu senhor?
- Retire-se. - Harry disse rapidamente desejando ficar sozinho pra poder raciocinar no que iria fazer.
Ele precisava fazer alguma coisa, não podia ficar esperando por muito tempo, sua esposa estava morrendo e ele precisava rapidamente dos seus "poderes" prometidos por Voldemort.
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- Aceitam um pouco de chá?! As tochas serão apagadas dentro de instantes. - A enfermeira avisou John e os Weasleys na pequena sala.
- Nós mesmos vamos até lá tomar! - o Sr. Weasley falou levantando e estendeu a mão pra Molly.
- Você vem John? - ela perguntou.
- Não...
- Venha, vai lhe fazer bem! - o Sr. Weasley falou insistindo e o auror acabou aceitando.
Os três estavam na salinha de chá e as tochas começaram a ser apagadas pelas enfermeiras que caminhavam com as varinhas a frente.
***
A porta do quarto de Hermione foi aberta silenciosamente e Harry entrou com passos silenciosos. A longa capa arrastando pelo chão e o capuz habitual que lhe cobria o rosto. Hermione continuava do mesmo jeito deitada na cama. Harry aproximou-se mais sentindo uma dor horrível em seu peito com medo de que acontecesse algo a ela. Ele não podia deixá-la alí, não podia deixar que Hermione morresse sem ao menos tentar fazer alguma coisa.
- Vim te buscar meu amor... - ele falou quando olhou pro rosto dela - Ninguém vai tirar você de mim. - dizendo isso Harry colocou um de seus braços cuidadosamente nas costas de Hermione e o outro embaixo dos joelhos a erguendo com certo esforço da cama. Os braços dela caíram para os lados e Harry ajeitou a cabeça dela perto de seu ombro para que não ficasse caída para trás. Harry se virou caminhando até a porta por onde tinha entrado e olhou pro lado de fora. O corredor estava escuro. A porta estava semi-aberta, com a ajuda do pé Harry a abriu novamente olhando para os lados e saiu com cuidado pra não deixar que Hermione batesse na parede. Harry começou a apressar os passos embora fosse difícil carregando Hermione totalmente desacordada.
- ONDE PENSA QUE VAI! - John falou quando virou o corredor e Harry parou sem saída. - Já não basta as idiotices que você cometeu?
- Saia da minha frente. - Harry disse com impaciência ainda com a cabeça abaixada como sempre fazia.
- Ah e você vai fazer o que? - ele falou ameaçando Harry.
- Já falei pra você sair. - Harry falou novamente agora com a voz mais irritada e impulsiva.
John parecia ter envelhecido naqueles últimos dias, estava cansado e a única coisa que conseguiu fazer foi ficar olhando pra Harry.
- Olhe pra mim Harry. – John pediu calmamente. Harry continuou com a cabeça abaixada e depois de alguns minutos a ergueu encarando o rosto de John.
- Satisfeito? – Harry perguntou ainda carregando Hermione desacordada.
John nunca sentira tanta decepção em sua vida, ver o garoto saudável e feliz que saiu de Hogwarts e que ele mesmo dedicou seu tempo para ensiná-lo acabara daquele jeito, não era possível tudo aquilo que estava acontecendo, pensou ele.
- O que vai fazer com Hermione? – John perguntou.
- Vou leva-la, porque vocês não fizeram nada pra tentar salva-la.... como fizeram com o Sirius, e por CULPA DE VOCÊS ELE ESTÁ MORTO. – Harry agora respirava rapidamente, John podia perceber pelo movimento do peito dele.
- Harry, ainda está em tempo... Nós precisamos da SUA ajuda.
- Eu não preciso da ajuda de vocês. E vocês nunca precisaram da minha... Em breve terei tudo o que eu quero.
- Acabará se machucando. – John disse tentando se aproximar.
- O Lado sombrio nos proporciona coisas inimagináveis... – Harry falou com o mesmo tom sombrio que Voldemort, e John gritou em seguida com a expressão de puro cansaço com os olhos marejados.
- VOCÊ ERA O ESCOLHIDO! VOCÊ FOI O BRUXO QUE SOBREVIVEU PARA ENFRENTAR O LORD DAS TREVAS. VOCÊ TINHA QUE DERROTÁ-LO E NÃO SE JUNTAR A ELE!!!
- Poupe-me de seus sermões John, já ouvi o bastante enquanto fui seu “ajudante”.
- Eu falhei com você Harry. – John disse limpando o rosto decepcionado – Sinto que falhei...
- Saia da minha frente! – Harry novamente disse vendo que Hermione estava piorando.
- Não vai levá-la! – John disse – Ela tem de seguir o seu destino.
- EU NÃO VOU DEIXAR! – Harry gritou e seus olhos ficaram de um alaranjado para um vermelho vivo que assustou John. – NÃO VOU PERDER ELA COMO EU PERDI O SIRIUS.
Harry parecia um louco, na opinião de John e a única coisa que este conseguia fazer era olhar com piedade pra Harry.
- É por isso que você sempre será um fracassado John. – Harry falou forçando uma risada – Por tentar parecer o bonzinho da história.
- Não entende?! Voldemort vai acabar com você... Ele não vai permitir que tenha outro competindo com ele.
Harry novamente riu e sua risada ecoou pelo corredor:
- Até lá eu já serei tão poderoso que facilmente acabarei com o meu mestre.
- Harry você está alucinado. – John falou perplexo.
Harry apurou os ouvidos e ouviu passos no chão de pedra se aproximando. Ele foi tentar passar com Hermione, mas John não deixou. Harry estava ficando com os braços muito cansados por segurar sua esposa a tanto tempo.
- HARRY! – O Sr. e a Sra. Weasley falaram ao mesmo tempo. Molly levou uma das mãos à boca impressionada com a cena. Harry realmente estava muito diferente, muito estranho e assustador.
- Vieram ver o show? – Harry perguntou num tom de sarcasmo.
- Harry...Querido.... – a Sra. Weasley tentou se aproximar, mas foi puxada pela blusa pelo marido que estava ao seu lado.
- Está com medo de mim, Arthur?! – Harry perguntou novamente olhando pro Sr. Weasley. Nenhum dos três conseguia dizer nada pra Harry.
- Vamos, digam alguma coisa... – Harry olhava para os três esperando alguma coisa e começou a ficar irritado com o silêncio. – DIGAM! – ele repetiu com ódio na voz, mas depois sua reação surpreendeu a todos.
- VOCÊS NÃO ENTENDEM... NUNCA ME ENTENDERAM! – Harry gritou e se jogou de joelhos no chão ainda segurando Hermione em seus braços, após isso a apoiou em sua perna – Não... Entendem... – ele repetiu novamente debruçando-se sobre Hermione agora soluçando como se fosse uma criança descontrolada.
Todos ficaram calados e o rosto da Sra. Weasley estava banhado por lágrimas. John deu um passo à frente olhando pros lados pra ver se alguma enfermeira se aproximava e disse:
- Deixe ela em paz Harry, dê esse momento de tranqüilidade para ela...
Harry balançou a cabeça negativamente ainda abraçado a Hermione com todas as forças e disse erguendo o olhar:
- Não vou deixar que aconteça a mesma coisa com ela. – Harry falou e voltou o olhar pra esposa – Hermione... Ele teve que resolver uns assuntos e, em alguns dias ele está de volta e eu poderei...
- Não a perturbe... – John falou com tristeza e Harry sem responder continuou:
- Hermione? Hermione pode me ouvir?! – ele mexeu levemente no rosto dela e esta com uma grande quantidade de esforço abriu os olhos e sorriu levemente:
- E-Eu te amo...Harry... – foram as únicas palavras que ela conseguiu dizer, em seguida seus olhos fecharam-se novamente e seu rosto foi caindo para o lado. Harry se apressou em segurá-lo para que não tombasse.
- HERMIONE! – Harry agora a chacoalhava com um pouco de rapidez – Hermione fale comigo...
Esta não respondia, John estava com os olhos marejados e a Sra. Weasley chorava descontroladamente.
- HERMIONE! – Harry gritou mais uma vez – Hermione...fale comigo por favor! – ele disse agora perdendo as forças para gritar e se deitou sobre ela chorando – Não me deixe... NÃO ME DEIXE!!! – Harry gritou novamente, mas o som foi abafado pelo tecido do vestido que Hermione estava usando, Harry segurava com força nas mãos o tecido suave e continuava com a cabeça apoiada nela.
- Harry... – John se aproximou e colocou a mão no ombro dele.
Harry não estava com ânimo pra brigar, ficou quieto ainda chorando abraçado com ela.
- Você...devia saber que não poderia. – John disse se ajoelhando ao lado dele.
Harry continuou calado e em seguida ergueu Hermione com cuidado e a levou de volta pro quarto escuro apenas iluminado por uma vela numa mesinha velha.
Os Weasleys e John o seguiram. Quando entraram no quarto, Harry estava arrumando o vestido de Hermione que ele mesmo havia amassado. Depois, foi até a altura da cabeça dela acariciando seus cabelos perfeitamente ondulados.
- Eu não cumpri a minha... – Harry não conseguiu terminar, era desastroso ver aquela cena na sua frente. – Eu também amo você... – ele disse enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto – Como nunca amei ninguém em minha vida. – continuou e depois se aproximou lentamente a beijando delicadamente e repetidas vezes.
Harry se apoiou na parede com os olhos fechados ainda chorando. Todos o observavam silenciosamente e este estava com a cabeça abaixada e foi erguendo lentamente até encará-los. Harry estava com o olhar expressivo, o rosto vermelho, sua raiva era tanta que apenas com o olhar os Weasleys e John que estavam lado a lado, foram lançados para um lado do quarto. John se levantou rapidamente quando Harry passou pelo meio se encaminhando até a porta.
- O que vai fazer? – ele perguntou e Harry parou de costas na porta. Este não respondeu, apenas colocou o capuz e saiu caminhando apressadamente.
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Harry chegou furioso no ministério, nenhum comensal se atreveu digirir a palavra a ele naquela noite. Este entrou em sua sala batendo a porta com força respirando ofegante. Não podia ter acontecido aquilo, ele tinha feito uma promessa e não cumpriu. Hermione não poreria estar morta, não depois das promessas que ele havia feito a Voldemort e os serviços que obedeceu para conseguir o poder para salvá-la.
Harry andava de um lado pro outro rapidamente em sua sala, uma dor enorme invadia o seu coração ao lembrar da última expressão de Hermione. Para liberar a raiva que sentia, começou a jogar tudo que encontrava na frente nos vidros e estes provocavam um enorme estrondo ecoando pelos corredores do ministério.
- HERMIONEEEEE!!! - Harry gritava desesperadamente em esperança que ela lhe respondesse. Gritou repetidas vezes até que sua garganta não aguentava mais e ele se encostou numa parede, cansado e foi "descendo" até sentar-se no chão. Ficou assim durante alguns minutos, os joelhos separados e os braços apoiados neles, a cabeça abaixada um pouco. Nada se ouvir além da sua própria respiração tentando conter as lágrimas que insistiam em cair a cada imagem de Hermione. Aos poucos ele foi se acalmando até que Shimi entrou na sala discretamente pois tinha ouvido os gritos e o verdadeiro estrago que Harry tinha feito na sala.
- Mestre... - ele se aproximou cuidadosamente e Harry continuava na mesma posição. O comensal se ajoelhou em sinal de reverência na frente dele e também abaixou a cabeça.
- Me deixe em paz. - Harry falou numa voz rouca.
- Precisamos lhe comunicar uma coisa milord. - Shimi falou ainda ajoelhado. - Lord Voldemort entrou em contato conosco, e pediu que eu lhe avisasse que ele queria falar com o senhor. - continuou ele ao notar que Harry estava fingindo que não escutava.
Harry não queria ouvir mais nada, queria que o deixassem em paz. Este se concentrou e fechou os olhos, minutos depois outro comensal entrou pela porta.
- Me chamou mestre? - Tool entrara na sala e também se ajoelhou como Shimi.
- Não quero ver este verme na minha frente. - Harry falou calmamente com a voz rouca referindo-se ao primeiro comensal.
- Senhor...nós precisamos comunicá-lo e... - Shimi começou a dizer, mas Harry se levantara e estava com as mãos em torno do pescoço dele o obrigando a levantar.
- Eu odeio repetir minhas ordens! - Harry disse cada vez apertando mais forte e o outro comensal vendo que Shimi estava ficando sem ar, se aproximou e segurou o braço de Harry.
- Me largue! - ordenou ele, mas este mesmo soltou o comensal que caiu colocando as próprias mãos no pescoço respirando fundo.
Harry foi até a sua mesa se apoiando com as mãos e disse se virando:
- Não quero ver ninguém! Não quero falar com ninguém. - Harry disse se aproximando dos dois - JÁ ME CANSEI DE VOCÊS. ODEIO... ODEIO TODOS, INCLUSIVE "LORD VOLDEMORT" - ele fez sinal de "aspas" e deu uma gargalhada falsa se levantando, mas a gargalhada logo novamente se transformou em soluços e os comensais se entreolharam confusos.
- Minha vida está...destruída. - Harry falava não sabendo o que dizer ou fazer naquele momento. O seu mundo havia desmoronado, todos os planos que fizera com Hermione pro futuro brilhante deles fora por água abaixo, a única coisa que conseguia fazer era chorar.
Os comensais continuavam parados e decidiram sair silenciosamente para não chamarem a atenção de Harry e deixaram a porta aberta quando sairam se encaminhando pro hall de entrada.
- Avisamos Lord Voldemort? - perguntou Tool numa voz baixa.
- É claro que avisamos. E se ele fizer alguma coisa e estragar tudo!!? - Shimi disse enquanto caminhavam lentamente referindo-se a Harry.
- Tem razão. Milord vai gostar de saber...
- Aposto que vai.
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O Sr. e a Sra. Weasley sairam do quarto onde Hermione estava e ficaram na sala de espera, John ficou sentado num lugar mais afastado sem dizer nada. Molly não conseguia parar de chorar e Arthur foi atrás de um medibruxo para dar o comunicado.
Alguns minutos se seguiram onde eles permaneceram em silêncio até que o medibruxo chegou na pequena sala e olhou com o olhar triste pra Sra. Weasley.
- Eu vou entrar... - disse ele ao Sr. Weasley colocando a mão em seu ombro.
Arthur afirmou com a cabeça e se sentou ao lado da Sra. Weasley a abraçando. O medibruxo entrou no quarto abrindo a porta devagar. Ao entrar levou um grande susto, não tinha nada na cama, absolutamente nada, apenas o lençol amarrotado e a marca de uma pessoa que estava deitada ali.
O corpo de Hermione havia sumido.
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