Resgatado e procurado



Um grito de mulher foi ouvido por grande parte da vizinhança naquela noite.



Eis que este fora seguido de um choro... O choro de um bebê...



-- Como será seu nome, Sra. Diggory? - Ouviu-se a voz da parteira. Seu tom era sereno e demonstrava segurança e era, sem dúvida, uma bruxa...



Eis que as doze almas habitavam a casa naquele momento... Esse foi o motivo da suspeita da parteira para o silêncio da Sra. Diggory.



Analisando melhor, notava-se que a antiga gestante encontrava-se visivelmente morta, tornando assim, o bebê, a parteira e a auxiliar as unicas que viviam no lugar.



Logo, com o calor voltando ao local e o choro do bebê ir diminuindo, todos tiveram a noção de que as doze almas não estavam mais a rodar pela mansão.



-- Pobre Sra. Diggory... - disse novamente a parteira com um tom irônico. Foi então que os homens que aguardavam na entrada da mansão entraram, carregando suas tochas e bíblias -- EI! - gritou ela para os homens - A BRUXA FINALMENTE MORREU!



Os homens então entraram no quarto e, acompanhando-os, estava um padre que rezava e orava balbuciando.



-- Nada mais justo! Ela era uma feiticeira! - dizia um dos homens com um tom ligeiramente apavorado - Veio do inferno! Merece ser morta!



-- Ora, em que época vivemos? - falou um homem baixo e ruivo ao seu lado - Isto parece mais a era média!



-- Pois era lá que haviam bruxas! - ouviu-se o sigilo de um homem gordo um pouco atraz...



-- Vamos parar com isso! - a parteira impôs ordem - O importante é que havia uma feiticeira entre nós e agora não há mais!



-- Ainda há seu filho... - lembrou o primeiro homem a falar, que fumava um charuto e trajava vestes verde-musgo - Mas não sabemos se os filhos de feiticeiros são feiticeiros não é?



-- É melhor que ele morra também. - disse a parteira - Já foi difícil o bastante convencer a feiticeira de que eu era bruxa e fazer o parto... Além do mais é muito mais seguro se essa criança morrer e...



Porém a voz da mulher fora interrompida por um estalo bem forte e um bruxo aparatou no centro da sala... Todos lá se assustaram, sendo que alguns até mesmo desmaiaram, incluindo o homem gordo.



-- Vocês já causaram danos demais... - disse o bruxo, que aparentava ter uns 20 anos. Tinha olhos verdes e usava um cavanhaque. Agarrou o bebê e encarou todos que estavam na sala - Não quero fazer mais mal à vocês, portanto saiam logo daqui!



Com mais um estalo, ele desaparatou. Mais uns dois desmaiaram e uns três vomitaram no tapete vermelho.



Uma mulher muito idosa estava sentada em uma poltrona, num lugar bem longe dali, observando a chuva, cujas gotas batiam em sua janela...



Com um estalo, um homem se materializou na frente dela, com um bebê no colo...



-- Boa noite, Potter. - cumprimentou ela - Pensei que não viria mais!



-- Olá, McGonagall. - disse Harry - Eu estou muito bem e nenhum Comensal me seguiu no meio do caminho, obrigado por perguntar! - continuou com sarcasmo.



Porém, McGonagall apenas lhe retribuiu com um sorriso e disse logo após:



-- Ora, Potter... Sem sua varinha, se um Comensal tivesse aparecido você não estaria aqui não é verdade? Além do mais o elixir de Dumbledore precisa ser alterado rapidamente. Então sugiro que pegue logo sua varinha e vamos!



Harry sentiu-se um pouco envergonhado. Era um bruxo adulto e experiente. Deveria ter levado sua varinha mesmo que ela estivesse lhe causando... Achou melhor não tocar no assunto e rapidamente mudou.



-- Antes que eu chegasse, havia trouxas falando sobre as doze almas... O que são elas? - indagou Harry enquanto acompanhava os rápidos passos da bruxa.

-- Não há tempo para explicações agora... - respondeu McGonagall secamente. Harry sabia que quando ela tinha esse tipo de comportamento significava grande preocupação de sua parte - O importante é que você não chegue perto delas! Pegou sua varinha?

Ambos ouviram alguém bater à porta.

-- Mas quem será a essa hora? - questionou irritada a bruxa - Não esperava por ninguém!

-- Não sei... Mas é melhor sairmos daqui. - disse Harry à ela quando o bebê voltou a chorar mas as batidas na porta continuaram - Rápido!

-- Você já pegou sua varinha? - McGonagall parecia muito nervosa - Vá rápido! Eu preciso procurar o elixir! Vá você primeiro!

A porta se abriu e o bebê berrou.

-- Boa noite - falou a voz de um homem parado na porta com um frasco em sua mão.

McGonagall o mirou por alguns instantes e depois cumprimentou:


-- Boa noite, Olho-Tonto - e respirou fundo - Nossa, você conseguiu me assustar!

-- Desculpe, não foi minha intenção. - desculpou-se o auror - Avisarei da próxima vez. Mandei Hagrid trazer o último ingrediente do elixir para Dumbledore.

-- Olá, Moody - disse Harry vendo que Olho-Tonto girava seu olho mágico pelo cubículo e fixava o outro no bebê que não parava de chorar...

-- Olá, Harry. - falou Moody em resposta - Onde está sua varinha?

Recentemente, o Sr. Potter não conseguia sequer tocar em sua varinha. Pois quando o fazia, visões terríveis o atormentavam.

Visões de Voldemort se reerguendo e de um novo aliado que tinha mais poder do que ele.

Lembrava muito alguém que já conhecia, mas não tinha certeza... Preferia nem tocar em sua varinha, mas mesmo assim respondeu.

-- Depois eu falo sobre isso. - respondeu-lhe Harry - Onde está Hagrid?

-- Já deve estar a caminho, espere Potter! - disse Olho-Tonto - Não precisa se apressar! Você ainda parece um garoto!

McGonagall mirou Olho-Tonto Moody com um olhar severo... Deu-lhe uma cotovelada leve quando a porta tornou a bater.

-- Hagrid chegou - disse Olho-Tonto olhando com indiferença para McGonagall e Harry - Vou abrir.

Moody caminhou até a porta mas um lampejo verde entrou em seu peito... McGonagall gritou e Harry desaparatou no mesmo segundo em que outro lampejo de luz verde ia em direção à McGonagall...

No dia seguinte, Harry volta à mansão e não encontra nenhum corpo. Sua varinha estava perdida, mas na hora em que desaparatou levou o bebê consigo.

Obviamente, McGonagall e Moody deviam estar mortos... Mas e quanto á Hagrid? Harry não tivera notícias de ninguém depois da noite anterior...

E muitos anos se passaram após o ocorrido...

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