Um Galeão Pelos Seus Pensament



Lembrando que em itálico  e entre “ “ são pensamentos dos personagens e/ou discussões entre o personagem e a consciência deles   ^.^


             
James Potter


Provocar a Lily é uma grande diversão. Ver como ela se desconcentra quando eu pisco, ou sorrio pra ela do nada, sem motivo aparente, é uma sensação tão engraçada... Vem um calorzinho dentro de mim, um sentimento de satisfação.  Saber que eu mexo com ela de alguma forma me dá esperanças sabe?, de que algum dia ela pode aceitar sair comigo. Por isso eu provoco a ruiva sempre que posso. E pode ter certeza que eu não faria diferente na nossa primeira ronda juntos depois do “acordo de paz”.


===x===


Caminhei o mais rápido possível pro 4°andar. Era lá que eu iria encontrar a ruiva mais linda do mundo, e cada minuto desperdiçado era um minuto a menos de Lily. Além do que, se eu me atrasasse eu teria sorte se ela me desse uma bronca.


E por incrível que pareça, eu cheguei antes dela!


Assim que eu pisei no último degrau que me separava do 4° andar, puder ouvir passos no início da escada.


Assumi minha melhor postura de “monitor exemplar” e aguardei até que ela chegasse.


Assim que ela pisou fora da escada eu disse:


-Olá rui...quero dizer, Lily.


Ela estava com uma sobrancelha levantada, e os braços cruzados na altura do peito, com uma expressão de incredulidade.


-Boa noite Potter – ela respondeu com um meio sorriso.


 Para o tudo aí Merlin! A Lily acabou de dar um meio sorriso pra mim, por livre e espontânea vontade?! Foi isso mesmo que eu vi?!


Sorri de volta.


Começamos a caminhar pelo maior corredor e eu muito prestativo, fiquei observando tudo em volta como se minha vida dependesse disso. E a Lily tinha um olhar de distração, por mais incrível que pareça. Mesmo que eu não tivesse realmente observando-a, eu ainda consegui ver de rabo de olho, ela sorrindo pra si mesma.


James Potter,é hora de atacar.


-Um galeão pelos seus pensamentos.


Ela parou repentinamente de andar, e arqueou as sobrancelhas.


-Não acho que seja apropriado esse tipo de intimidade, Potter.  – ela respondeu depois de um tempo, agora com o cenho franzido.


-Ora Lily...Que tal 3 galeões? – eu sugeri com um sorriso.


Ela mexeu a cabeça negativamente, porém com um meio sorriso estampado nos lábios rosados, que tinham um contraste lindo com a pele branca, e as sardinhas.


Voltamos a andar.


Logo à frente, dois garotos do 2° ano discutiam. Ambos seguravam suas varinhas, prontos para duelar, se é que estando no início do segundo ano eles já sabem duelar.


Assim que a ruiva fez menção de acelerar o passo para separá-los, eu a segurei.


-Deixa comigo – eu disse, porém esperei algum sinal de reprovação. Mas pra minha surpresa (pela terceira vez hoje) ela apenas assentiu, e cruzou os braços esperando.


Caminhei até os meninos, e parei entre eles.


-Guardem as varinhas, por favor - eu pedi, calmamente.


Ambos guardaram de cabeça baixa.


-Agora vocês podem dizer o porquê da briga? – eu perguntei, sem usar o famoso “tom de bronca”. Afinal, se alguém vai dar bronca nesses meninos esse alguém será o diretor da casa deles, e não eu! Além do que, não tem porque deixar eles com medo.


-Ele me disse que eu era burro demais para estar na Corvinal – o menino moreno disse, apontando para o loirinho. – eu só queria que ele parasse.


Franzi o cenho, pensando em como acalmar aqueles dois.


-Ora, se o chapéu seletor colocou você na Corvinal, significa que você tem a inteligência necessária para fazer parte da casa. Não ligue pra ele. – eu falei pro moreno.


-Agora vão para os seus dormitórios. – eu falei, assumindo um tom sério.


O moreno começou a se afastar, porém o loirinho hesitou. Ele caminhou dois passos à frente, e parecendo um pouco nervoso perguntou:


-Você não vai nos dar detenções?


-Não. Não hoje. Mas eu não quero saber dos dois brigando de novo hein?! Se eu souber que vocês discutiram de novo, aplico detenção em dobro. – falei sério, porém sorri no final da frase.


Ambos sorriram pra mim agradecidos, e seguiram para o dormitório.


Fui pra onde a Lily tinha ficado esperando, e encontrei a ruiva com o queixo caído.


-Você conseguiu que eles parassem de brigar em apenas alguns minutos! – ela exclamou ainda de queixo caído.


-Sim - eu disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.


-Mas... Como? – ela perguntou, assumindo de novo a postura de durona que ela tem quando está perto de mim e/ou fazendo ronda.


- Ué, conversei com eles. De que outro jeito você faria?


Ela ignorou o que eu disse, e perguntou mais para si mesma do que pra mim:


- Você não foi desrespeitado?


-Desrespeitado? Lily, do que você tá falando? – eu perguntei um pouco confuso.


-Nada Potter, esquece.


Continuamos caminhando pelo 4° andar, porém o silêncio reinava.


 James, o que falar agora?


Virei o rosto para dizer alguma coisa, mas minha concentração foi pro espaço.


Lily tinha seu uniforme milimetricamente certo. A saia estava um dedo abaixo do joelho, a camisa perfeitamente branca tinha apenas um botão aberto, a gravata estava retinha, e as sapatilhas pretas estavam limpinhas. Seu cabelo ruivo estava amarrado num rabo de cavalo, e seus olhos verdes tinham uma expressão vazia, de quem está muito longe em pensamento. E novamente, ela sorriu para si mesma.


Resolvi tentar de novo.


- 4 galeões pelos seus pensamentos.


Ela riu de novo, porém ao invés de negar com a cabeça, ela disse:


-Estou pensando no quanto é estranho andar do seu lado, fazer algo junto com você, conversar com você, sem discussões. – ela disse, como se fosse óbvio.


-Ora Lily, falando assim parece que eu sou a pior pessoa do mundo! – ambos rimos.


- Potter, você também não é a melhor pessoa do mundo. – ela respondeu.


Detectei um tom de provocação nessa frase?


“Aeeeee Pontas! Ela está claramente se divertindo! Continue assim.”


“Finalmente minha consciência falou algo de útil.”


- É claro que eu sou a melhor pessoa do mundo, é só que você não percebeu isso ainda, Lily. – eu devolvi sorrindo.


Ela revirou os olhos.


Já disse que amo quando ela faz isso?


Terminamos de dar a volta pelo 4° andar. Paramos na frente da escada, e a Lily verificou seu relógio de pulso.


-Já podemos voltar Potter.


Assenti com a cabeça.


Enquanto caminhávamos para o salão comunal, resolvi fazer uma pergunta básica para a ruiva.


-Lily?


- Sim? – ela respondeu, virando o rosto pra mim.


-Você gosta de quadribol?


Ela riu pelo nariz, e disse:


-Sinceramente? Não.


Meu sorriso murchou.


-Como assim?! Uma menina tão inteligente como você deveria apreciar as diversas estratégias de jogo que o quadribol oferece! – eu falei indignado, mas fazendo propaganda do esporte.


Ela riu, e fez uma careta de “ele é louco” ao mesmo tempo.


-Pra ser sincera com você, eu só assisto quadribol por que eu tenho uma amiga batedora. Aliás, eu acho que eu nunca saberia as regras do quadribol se eu não tivesse a Dorcas como amiga.


Eu fiz uma careta.


“Como alguém pode não gostar de quadribol?”


- Do que você gosta então? – eu perguntei, disfarçadamente diminuindo o ritmo dos meus passos, pra adiar a chegada no salão comunal.


- Livros, música, filmes... – ela respondeu diminuindo o passo também, provavelmente sem perceber.


-Filmes? O que é isso? – eu perguntei.


 Termos trouxas nunca foram meu forte. Eu até entrei na aula de Estudo dos Trouxas por causa da Lily, mas a aula é tão chata que eu não consegui ficar mais que um ano. Acho que nunca cheguei a assistir a uma aula que falasse sobre esse tal “filme”.


Ela riu, provavelmente se lembrando que eu sou burro com relação à artigos trouxas.


- Eu realmente não sei como explicar - ela disse ainda rindo (N/A: nunca tinha parado pra pensar nisso... Não tem como explicar o que é filme! Fotos que se movem?? :P) – mas eu posso te mostrar um dia desses – ela completou, ainda rindo. Porém o sorriso murchou tão rapidamente quanto apareceu. Ela arregalou os olhos, e olhou pra baixo, provavelmente percebendo o que tinha dito.


Eu realmente não entendi. Sério, ela disse que um dia pode me mostrar o que é um filme. E? Mas eu resolvi deixar quieto.


Continuávamos andando, e antes que o silêncio reinasse novamente, eu perguntei:


- Que tipo de música?


- Você gosta de música trouxa? – ela devolveu com outra pergunta.


-Mais ou menos... – eu respondi, sinceramente - mas alguma coisa eu sei, por causa do Sirius.


Ela assentiu, e disse:


- Eu gosto de rock em geral. Metallica, Iron Maiden, Deep Purple, etc.


Arregalei os olhos. Lílian “Certinha e Politicamente Correta” Evans gostava de Heavy Metal e Rock?


Ela abriu um sorriso diante da minha reação.


 - O que foi? Não acredita que eu posso gostar desse tipo de música?! –ela perguntou, cruzando os braços na altura do peito, com uma expressão de divertimento.


-Na verdade, até alguns segundos atrás não. – eu respondi.


Então nós dois rimos.


Chegamos no retrato da Mulher Gorda.


- Rabo de dragão - Lily disse, e a porta se abriu.


Eu não queria que a ronda acabasse. Okay, já tinha acabado. Mas eu não queria me separar dela. Tinha sido tão bom não levar foras dela! Como é aquele ditado trouxa mesmo? “Tudo que é bom dura pouco”. Pois é.


O salão estava vazio. Apesar da não estar muito frio lá fora, a lareira estava acesa.  Nenhum de nós parou. Caminhamos direto pra escada dos dormitórios. Só paramos quando chegamos onde a escada se divide em duas, uma para o dormitório masculino e a outra pro feminino.


-Então, boa noite. – ela disse, colocando um fio de cabelo que tinha escapado do rabo atrás da orelha.


-Boa noite ruivinha – eu  disse, provocando-a.


Imediatamente ela franziu o cenho, e fez cara de brava.


-Potter! Você tinha prometido! – ela disse, irritada.


-Eu prometi que não te chamaria pelos meus brilhantes apelidos só durantes as rondas. – ela abriu a boca e levantou as sobrancelhas enquanto eu falava – e pelo horário meu Lírio, a ronda já acabou.


O rosto dela ficou da cor do cabelo, coisa que acontece quando ela é contrariada, ou fica irritada.


A ruiva levantou a mão, e abriu a boca pra responder, mas antes que ela pudesse dizer alguma coisa, eu disse:


-Já falei que você fica linda quando está irritada? – ela ia protestar de novo, mas o James aqui foi mais rápido, roubando um selinho da ruiva.


Subi as escadas do dormitório antes que ela pudesse me espancar.


James 1 X 0 Lily.


Lily Evans


“Quem ele pensa que é? Roubando um beijo! Em pensar que eu cheguei a e divertir hoje... Não Lily, você não se divertiu. Apenas teve essa impressão. Viu como ele não presta? Não perde nenhuma oportunidade de me importunar!”


Sentei na minha cama, irritada comigo mesma. Eu tinha entrado no dormitório em silêncio, pra não acordar as meninas, mas aparentemente a Lice tava acordada.


“Tem que ter um jeito de eu tirar esse menino do meu pé! Não é possível que ele goste tanto assim de mim. Além do que, mesmo dizendo que gosta de mim, ele sai com outras meninas.Tem que ter um jeito. E eu vou descobrir qual é.”


- Lily, é você? –Alice perguntou, não me deixando pensar numa forma rápida e eficiente de tirar o James da minha vida.


-Não Alice, é o maníaco sexual – eu respondi, seca.


“Talvez eu tenha soado um pouquinho irritada.”


- É o maníaco sexual mais irritado que eu já vi. Não que eu tenha visto outro, claro. –ela respondeu, saindo da cama dela, e sentando na minha.


“É, eu soei irritada.”


- O que houve Lils? – a Lice perguntou.


É por isso que ela é uma das minhas melhores amigas. Disposta a parar o que estiver fazendo pra conversar/ajudar as amigas.


- O Potter idiota, como sempre.  –eu respondi.


Ela ficou em silêncio, esperando que eu continuasse.


-Ele pensa que pode fazer o que bem entender! Pensa que todas as meninas o amam, querem respirar o ar que ele respira! Mas acontece que eu não sou assim! Ele se acha a última Coca-Cola do deserto, Lice! –eu parei, respirei, e continuei – de onde será que veio tanta auto confiança?!


A Lice continuou quieta, apenas esperando que eu me acalmasse.


Assim que eu respirei fundo, e controlei meu nível de stress, ela disse:


-Primeiro: Calma. Não fala tão alto, você pode acordar as meninas.  E você sabe como a Lene é se a acordam durante a noite...


Eu assenti. Realmente, acordar a Marlene era uma péssima ideia.


-Segundo: O que foi que ele fez dessa vez? – ela acrescentou.


-Ele? Fez com que eu me divertisse hoje Lice.


Ela arqueou a sobrancelha (eu deduzi. Tá escuro, não da pra ver muita coisa.).


-E se divertir é ruim desde quando Lílian? –ela questionou.


-Não é isso que eu quero dizer... É que, de uma certa forma foi bom o tempo que eu passei com ele hoje. E eu cheguei a considerar fazer amizade com ele. Só que ele estragou tudo quando roubou um beijo.  E então eu me arrependi de se quer ter considerado fazer amizade com ele. –Lice abriu a boca espantada – e o pior não foi nem isso. Foi que na minha distração eu acabei dizendo que qualquer dia poderia mostrar pra ele o que é um filme. Alice, olha a que ponto eu cheguei!


Ela ficou quieta, provavelmente entendendo o conflito interno dentro de mim. Eu não esperava que ela dissesse nada, apenas me ouvisse. E o que ela fez em seguida valeu mais que mil palavras: me abraçou.


A partir de então eu decidi uma coisa: me sentir assim era péssimo. Eu fugiria do Potter como o Voldemort foge do Dumbledore.


===x===


N/A: Bom gente, mil desculpas pela demora.  Eu espero que o capítulo tenha valido a pena a espera. Eu reescrevi esse capitulo  47839426196 vezes, pra ver se eu conseguia chegar no resultado que eu queria. E pra mim, chegou. Só não sei se vai agradar. Também, se não, sinto muito, mas não tem como agradar a todos.  Porém, aceito críticas construtivas de boa :D Enfim, prometo que o próximo cap será P.O.V Marlene okay?


Em breve eu editarei os capítulos: “Apresentações” e “Apresentações 2”. Vocês logo vão ver porque :D


Xoxo,

 

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