De quase amigas para inimigas

 

Andaram só um pouco até chegarem em um quadro de natureza morta perto da cozinha.

 

– Prestem atenção - disse Jonas, o monitor - Vocês tem que bater nessa madeira da mesma forma que eu bater, ou um balde de vinagre cairá em cima de vocês.

 

Ele bateu na madeira e o quadro se abriu.

 

– Sempre quis saber como era essa sala - disse Isabela - já que não aparece tanto nos livros.

 

A sala comunal da Lufa-Lufa era grande, decorada de amarelo e preto, com poltronas grandes, uma lareira, quadro de avisos... Em geral parecida com as outras, mas a entrada para os dormitórios eram diferentes.

 

Eram duas entradas, a da direita das meninas e da esquerda dos meninos, as duas pareciam tampas de barris de tão redondas que eram.

 

–Todos aqui por favor- disse Jonas- Vou pregar o horário de vocês aqui no quadro de avisos, depois venham conferir.

 

Lógico, ninguém ligou para aquele horário. Todos ficaram na sala comunal conversando até tarde.

 

– O dormitório é legal - disse Lily saindo pela porta redonda - acho que ficamos juntas - as meninas sorriram.

 

– De onde você é Lily? - perguntou Eliza.

 

– Inglaterra e você?

 

– Brasil.

 

– Sua família era de que casa aqui?

 

– Eles são trouxas.

 

– O QUE? Uma sangue ruim no meu dormitório? - Lily fez cara de desprezo.

 

– Você chamou ela de que? - disse Isabela levantando-se da poltrona.

 

– Não fale assim Lily -disse Kimm.

 

– Você chamou ela de que? - Isabela perguntou novamente.

 

– De sangue ruim! Isso que ela é!

 

Eliza permaneceu parada, só observando.

 

–Aliás - Lily continuou - você também "Isa".

 

– Olha aqui... - começou Isabela.

 

– Deixa, - Eliza finalmente falou alguma coisa - não vale a pena. Vamos para o dormitório Isa.

 

– O.K, você vem Kimm?

 

– Sinto muito, mas vou acompanhar a Lily.

 

– Você que sabe, mas você ainda é bem-vinda - disse Eliza virando-se para a porta do dormitório.

 

Isabela a seguiu.

 

A manhã seguinte foi ainda mais tensa. Não se encararam enquanto se arrumavam e no café da manhã Lily e Kimm foram para um lado e Eliza e Isa para outro.

 

– Estranho não?! - Foi a primeira coisa que alguém disse naquela manhã.

 

– O que? - Isabela parecia confusa e olhava para Eliza.

 

– Isso do nome dessa Lily - Eliza disse apontando para o outro lado da mesa com desgosto - ser em homenagem a mãe do Harry.

 

– O que? COMO ASSIM? - Isabela parecia ter levado um tapa na cara.

 

– Foi o que a Kimm disse ontem. Os pais dela estudaram com a Lily " verdadeira" aqui e deram o nome da filha em homenagem a ela.

 

– Absurdo! A menina não tem nada a ver com a mãe do Harry. Ela nunca chamaria ninguém de sangue-ruim, mesmo se fosse de uma família de bruxos.

 

– Concordo, mas deixa isso para lá, temos aula de poções hoje - disse mudando de assunto - e é com a Sonserina.

 

– Acho que você foi a única que olhou aquele horário.

 

– Não duvido - riu - ainda temos trato das criaturas mágicas, com a Corvinal; Voo, com a Grifinória; e DUAS AULAS - disse em tom de desespero - de história da magia!!

 

– E tem como melhorar?!?!! - Isa perguntou com ironia.

 

– Sim, se você pensar que a Lily vai estar em todas essas aulas.

 

– Ela já está no nosso dormitório, as aulas não são quase nada se você lembrar que terão mais pessoas na sala.

 

– Faz sentido... - concluiu Eliza enquanto as duas iam para a aula de poções.

 

Aquela uma hora e dez de aula até que passou rápido, mas foi um tanto quanto ruim, porque Slughorn teve que chamar atenção até da Lily porque ela não parava de conversar com um menino repetente da Sonserina, Richard.

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