Prólogo

Duas semanas atrás.

As vezes nos pegamos em enrascadas, daquelas que não sabemos sair. E depois de um tempo tudo parece ser difícil, e a cada tentativa de escape o caminho parece ser mais longo.
As vezes sinto que não penso direito antes de fazer as coisas, e agora sei que realmente é verdade.
Tudo aconteceu a alguns dias atrás, eu estava sentada em um banco em frente a loja de vassouras, no beco diagonal, esperando meu irmão terminar as suas escolhas, Hugo é muito indeciso e como garotos são incompreensíveis eu posso até compreender. Mas fala sério uma vassoura não deveria ser tão difícil assim para comprar, mas até compreendo Hugo é o goleiro do time da Grifinória.
Mamãe tem suas manias de cuidado, Hugo se irrita fácil com ela. Vejamos Hugo quer comprar uma vassoura super rápida para ajudar nas defesas, já mamãe quer uma vassoura não tão rápida mas que é perfeita para um goleiro, mas como todo filho rebelde Hugo não a escuta e eis o motivo da discussão e da minha impaciência.
Entrei a loja esperando já terem acabado as compras ali, mas como eu imaginava a discussão rolava solta.
- Hugo Weasley, você não pode usar essa vassoura. É perigoso demais filho, você pode se machucar.
- Mãe sai dessa, para de ser estraga prazeres e alias papai deixou eu comprar uma assim. Imagina nas defesas que eu vou fazer com ela. - Os olhos de Hugo brilhavam.
-Nem pensar, seu pai não tem nem um parafuso naquela cabeça oca. Alem disso Ron não sabe o que fala. - E com isso a discussão continuava, estava cansada demais para escutar mais algum argumento daqueles dois seres. Achei melhor ir dar uma volta e comprar o meu novo bichinho. Hedit morreu ano passado no meio do semestre, fiquei sem coruja, e sinceramente ficar dependendo de Moon é trágico. Aquele ser desmiolado parece não enxergar. As cartas ficavam... digamos que ensopadas, pelo simples fato de cair por sobre a minha sopa de todo dia.
Péssima coruja.
Parei em frente a uma loja, nunca a tinha visto por ali, era ao lado da loja de meu tio George, obtinha vários animais ali.
Os gatos eram incríveis, tinha até alguns com os olhinhos puxados parecendo japoneses. Mas o que mais me chamou a atenção foi uma linda coruja amarela, suas asas obtinham um tom laranja. Fascinante, ela era linda e perfeita.
Como eu tinha todos os galeões necessários não hesitei e logo a comprei.
Ao sair da loja me deparei com uma cena nada agradável, tio George conversava com homens de capas pretas.
- Acho melhor você pensar direitinho Weasley, te damos vinte e quatro horas. -foi a ultima coisa que pude escutar, logo saíram para um beco escuro no final da rua.
Tio George parecia desapontado.
- Vejam só, um amontoado de penas laranjas? O que é Rose, mais um membro para a família? Vejo que a qualidade da cor ela já tem. - Olhei para trás, nada além de um ser albino desprezível.
- Ah, é você Malfoy. - Ele obtinha um sorriso nojento nos lábios e seu cabelo estava mais lambido do que nunca para trás.
- Queria que fosse quem? O seu príncipe encantado? - Ele ria, levantei a mão para dar um belo tapa naquele rosto fino e pálido, mas algo me fez parar. O céu escurecera e parte das luzes da rua estavam apagadas e as que ainda estavam acesas piscavam rapidamente.
Senti sua mão gelada pegar a minha e puxar, olhei para Scorpius e vi o medo em seu rosto. Corríamos sem rumo, até que fui puxada para um beco, estava escuro demais para enxergar alguma coisa. Mas os braços de Scorpius me prendiam contra a parede, e seu hálito quente batia em meu rosto.

- Fique quieta, eles não querem você. -Arregalei os olhos.
- Eles? Eles quem, Malfoy? - Estava tremendo, e ele percebeu.
- Apenas fique calada, eu cuido disso. - Como em um flesh, as luzes ao redor se acenderam e pude ver três homens encapuzados descendo as escadas do beco, obtinham capas, assim como os mesmos que conversavam com meu tio minutos atrás.
- O que vocês querem? - Malfoy tinha um olhar duro, visivelmente frio para eles.
- Você sabe o que estamos procurando. E francamente, eu se fosse você não interferiria em nossos planos. - O homem já tinha pegado sua varinha e apontado para Scorpius.
- Eu se fosse você abaixaria essa varinha agora, sabe com quem está falando? - Scorpius gritava com o homem, olhei para os lados e vi a entrada do beco, estava um pouco escuro lá fora ainda, mas dava para ver as pessoas correndo. Faíscas pelo ar, denunciavam um ataque.
O Homem havia ficado raivoso, vi uma forte luz em minha direção. Scorpius havia barrado o feitiço, mas os ataques continuavam constantes. Arranquei minha varinha de minhas vestes, iria ajuda- lo.
- Não Rose! Eu cuido disso, vá embora. - Agora ele fazia um escudo para nos proteger dos ataques.
- Eu não vou embora sem você. - Mal terminei de falar e outro ataque dos homens romperam a barreira de Scorpius.
- Vá Rose, não tem tempo pra isso. Fuja. - E nisso o mesmo me empurrara para fora do beco, a gaiola voara para longe com a minha queda.
Me levantei, a coruja não parava de piar, estava assustada.
- Rose! - Era uma voz conhecida, doce, fina e agradável. Era minha mãe. E pela primeira vez me senti segura aquele dia.

 

 

Espero que gostem, o cápitulo um já está a caminho ;)

Beijos a todos e Boa leitura!

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