Capitulo VIII: Natal Entediant

Capitulo VIII: Natal Entediant



**Lumos. Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom.**


Capitulo VIII: Natal Entediante  


 


POV James


 


-Ei! – Chamei.


Lily estava na sala de estar com Marlene e Sirius, eles ficaram lá depois do almoço. Ela me olhou e revirou os olhos se levantando do sofá. Caminhou até mim e sussurrou:


-O que foi?


-Tenho uma surpresa – sussurrei de volta.


Levei-a para a sala do piano. Levantei-a pondo-a em cima do piano branco. Sentei no banco e comecei a tocar sutilmente. Ela me encarou surpresa quando terminei.


-Você que compôs?


-Para você Lil – respondi levantando ficando de frente a ela, que em cima do piano ficou quase na mesma linha que eu.


-Quando? – Perguntou acariciando minha nuca com uma das mãos.


Eu ri baixo. Eu gostava da Lily desde sempre, mas só fui demonstrar no quinto ano. Foi quando eu fiz a música.


-Há a algum tempo.


Ela franziu as sobrancelhas me encarando.


-Está usando lente de contato? Trouxa?


-Ganhei dos meus pais – disse. – Não contei que o Almofadinhas havia escondido os óculos.


-Você me via direito?


-Via – eu ri. – Mas, sem comparações com os óculos, a vista ficou só um poucochinho embaçado. No entanto, você continua linda com meus olhos embaçados ou não.


Ela corou. A Lily sempre corava quando eu a cantava. É serio, acho que ela nem queria ficar vermelha daquele jeito, continuava linda. Eu sei que isso está meio gay, o Almofadinhas vivi dizendo isso. Fazer o quê? Eu me apaixonei.


-Ah! – Ela disse me tirando dos pensamentos. – Tenho que fazer umas tarefas com a Marlene. – Ela tentou descer, segurei sua cintura.


-Como? Lily estamos em férias, não é para fazer as tarefas agora.


-James Potter – pronto. – Eu tenho que fazer. Eu não deixo tudo para ultima hora. Eu não sou você.


-Ainda bem não é? Seria bem estranho... – Fiz uma careta.


Ela riu me dando um beijo enquanto descia. É ela fazia isso. O beijo dela me deixava meio entorpecido. Ela sabia, era o método mais fácil dela conquistar alguma coisa que eu negava. Funcionava ao inverso. Nós dois tínhamos o mundo só nosso quando nos beijávamos, então esquecíamos o resto. O que chega a tem pontos positivos e negativos. Ela me deu um abraço e se virou, segurei o pulso dela voltando para outro beijo, agora mais lento. Sempre tentávamos ir devagar, acabávamos arfantes. Era difícil não resistir a ela, sabe? Era como se o mundo fosse explodir e tínhamos que fazer aquilo, ir mais intenso. Nosso corpo colado sentia nossos corações em ritmo. Minhas mãos a segurava no quadril e as suas no meu pescoço. Ela era muito boa nisso.


-Lily Evans – gritou Marlene próxima.


Soltamos-nos. Assim tava difícil viu? Passamos uns dois dias sem nenhum beijo, abraço, mão, nada. Era frustrante. Sorri para ela antes de sumir daquela sala.


 


Não vi Lily nem Marlene o resto daquela tarde. Eu e Sirius estávamos preparando alguns “presentes” para o Ranhoso – se Lily desconfiar que eu mandasse algo, ela me mata – e para o ex de Marlene que Almofadinhas odiava.


-Ele merece – murmurou ele colocando Bomba de Bosta nas cartas. – Digo, eles. Eles merecem. – E sorriu travesso.


Ok. Somos meio pirados. Isso nem era novidade. Mas, sempre que eu tinha a oportunidade de pirraçar o Seboso, eu o fazia. E os Marotos sempre faziam isso comigo, era ritual ameaçar quem te ameaça. Essa historia de ameaça fica para mais tarde, ok?


Meus pais chegaram – eles haviam saído para comprar nossos presentes, incluindo os ausentes. Mandou eu e Almofadinhas irmos nos arrumar. Estava quase pronto quando Sirius entrou no meu quarto com cara de psicopata.


-Pontas eu preciso contar a Marlene – ele disse.


Não precisava de mais detalhes, sabia o que ele estava querendo dizer a Marlene. Eu também queria dizer a Lil, só estava esperando o momento.


-Conte – disse simplesmente.


-Você contaria a Lily?


-Eu quero contar a ela. – Ele não sabia de, eu e Lily.


-Conte – ele riu. Ele adorava fazer isso.


-Se você confia conte. Falando nisso, Lily sabe sobre o Mapa.


-Você disse para ela?


Eu assenti.                                                                                                


-Me deixa ver – ele pôs o dedo no queixo. – Ela confiscou.


-Não. Acho que a convivência conosco a fez mudar algumas coisas.


Ele sorriu.


-Pontas, querido esposo – pronto, começou. – Eu sei.


-Sabe? Sabe do quê? – Perguntei me fingindo de desentendido.


-Tem um Maroto, que é bem... Como é aquela palavra? Detalhador?


-Detalhista – revirei os olhos.


-Isso, isso. Detalhista. Aluado. Ele me contou. Bom eu já suspeitava, só precisava de mais alguém para que eu não parecesse louco.


-Você não parece. Você é.


-Tanto faz. Não tenta mudar de assunto.


-Eu não sei do que você esta falando.


-Você e Lily.


-Ainda não sei do que você esta falando. Você sabe que meu sonho é a Lily, o que é que tem?


-Vocês se beijaram – ele disse vitorioso.


-Você esta bem Almofadinhas? Você sabe que eu e Lil não temos nada.


-Conta outra – ele bufou. – Lil. Jay. Apelido para cá e para lá.


-Isso não tem nada a ver. Chamamos Snape por apelido e nem por isso estamos juntos.


Fizemos caretas.


-Credo que comparação Pontas. Então Lily beija bem?


-Melhor que você imagina, quer dizer, eu imaginava – eu dei por vencido.


Ele sorriu.


-É tão estranho eu estar feliz por ser traído – ele dramatizou pondo a mão no coração.


-Relaxe, você não morre. Fui traído uma penca de vez e estou inteirinho.


Rimos. Eu sei, eu sei. Maior loucura. Gay. Não sou homofóbico, cada um escolhe sua opção sexual e eu não tenho nada a ver com isso. Mas, eu gosto é da Lily.


Seguimos para a Sala de Estar, onde iriam chegar alguns convidados.


 


Eu já disse que a Lily é linda? Ela estava diferente quando chegou à sala em câmera lenta, ainda mais gata que ultimamente. Acho que babei. Vamos, replay. Eu e o Almofadinhas estávamos conversando sobre elas mesmo, quando tive a menção de virar a cabeça. Lil andou lentamente no seu vestido vermelho sangue tomara-que-caia – tomara mesmo – completamente colado em seu corpo perfeito. Ela usava um salto – que milagre, deixaria do meu tamanho, ou pouco menos baixa –, pouca maquiagem e algumas jóias. Seu cabelo ruivo esvoaçante.


Sirius, só percebeu a presença da sua namorada, quando eu não o respondi. O cachorro ficou congelado. Estranhei, pensei que ele beijaria Marlene ali mesmo. Marlene vestia um vestido tomara-que-caia azul escuro e também colado, com salto, jóias e maquiagem.


Sorri torto para Lily, e caminhei devagar até ela. Segurei sua mão a beijando formalmente, ela ergueu as sobrancelhas.


-Aluado contou ao Almofadinhas – sussurrei a ela.


-Marlene já sabe?


-Creio que não. – Lembrei-me da conversa de mais cedo. – Lil, eu preciso te contar uma coisa.


Na realidade eram duas. Mas, primeiro tinha que ser essa e depois a outra. Se não dava tudo errado. Ela poderia me chamar de louco e desafiador do Ministério e terminar comigo. Entretanto, mais cedo ou mais tarde ela saberia. E eu queria que ela soubesse da minha boca, literalmente.


Abri a boca para contar, mas a campainha tocou. Clerk apareceu à porta, mostrando alguns convidados. Muitos colegas de trabalho dos meus pais e seus filhos, alguns estudantes de Hogwarts, mas nenhum do mesmo ano que eu.


Comemos muito e trocamos presentes. Os convidados foram embora – graças a Merlin, aquilo tava um tédio. Puxei Lily para a sala do piano, ela não protestou.


-Olha se eu não contar agora eu explodo. – Eu sou meio dramático. Ela rolou os olhos.


-Vamos, fale. Estou ansiosa.


-Me prometa que não vai me bater, xingar ou denunciar – implorei.


-Assim eu fico com medo Jay – ela pôs o cabelo atrás da orelha.


-Prometa – pedi.


-Eu prometo – ela falou.


Eu me afastei, ela me olhou curiosa. E me transformei em cervo. Ouvi seu grito sendo abafado pela mão. Dei uma volta ao redor dela devagar.


-Ai meu Merlin – ela esticou a mão até minha cabeça peluda. – Posso?


Eu assenti com minha cabeça de cervo. Ela alisou o topo.


-Você fica mais bonito assim – ela disse rindo.


Tentei bufar, mas saiu uma coisa estranha.


-Já pode voltar ao normal – ela pediu.


Eu me afastei e voltei a ser meu eu humano.


-Nossa! C-como...?


-Vamos, sente-se no piano, é uma longa historia – coloquei-a em cima do piano claro.


Contei tudinho. Aluado era um lobisomem, então nos tornamos Animagos – magos capazes de se transformarem em animais – para acompanhá-lo em noite de lua cheia, que ficamos instalados na Casa dos Gritos.


-Eu sou um cervo, por isso Pontas – expliquei os nomes. – Almofadinhas é um cachorro grande e preto, e com muito pêlo. Rabicho um rato. E Aluado, por causo da lua.


Ela sacudiu um pouco a cabeça.


-O Ministério da Magia sabe?


-Não.


-James!


-Lily. Aluado é nosso amigo. Nem meus pais sabem – abaixei a voz.


Ficamos alguns minutos em silencio. Minhas mãos foram até sua cintura, ela me olhou nos olhos franzindo os lábios.


-Quero te contar outra coisa – sussurrei.


Ela ergueu as sobrancelhas.


-É ilegal?


-Não – eu ri. – Sabe aquelas flores que apareceram no seu quarto no dia dos namorados ano passado?


-Como você sabe?


-Aquela caixa de coração entupida de bombons nas Páscoas?


-C-como...


-Aquele lírio que aparecia misteriosamente todas as segundas-feiras ao seu lado? O fato de que aquela poltrona vermelha desbotada estar sempre vazia quando você chegava na Sala da Grifinória? Uma caixa de Feijãozinho de Todos os Sabores todas as sextas ao lado do seu caldeirão na aula de poções? Aquela carta de amor anônima no quinto te insistindo para sair?


Ela gaguejou.


-Eu te amo – eu disse por fim.


Seus olhos cheios de lagrimas, seu rosto corado, e seus lábios mostravam um sorriso.


-Ah! Jay! Eu também te amo.


Agora sim, eu estava feliz mesmo. Louco, bobo e apaixonado. Agarrei-a tirando do piano e dando um beijo cinematográfico. Eu juro que não foi intencional, minha mão desceu do seu quadril até a bunda. Estava lá e ela não retirou. Continuou o beijo como se aquilo não fosse trivial. Mordi-a algumas vezes antes da gente parar o beijo por falta de fôlego.


-Perseguidor – ela murmurou.


-Meus pais me ensinaram a correr atrás dos meus sonhos.


Ela me beijou dessa vez.


-Eu sabia! – Ouvi um grito no fundo da sala.


Eu e Lily viramos a cabeça. Marlene saía das sombras com Sirius ao lado, os dois com sorrisos vitoriosos.


-Eu estou particularmente triste e feliz – Marlene disse se aproximando.


-Bipolar – Lily murmurou.


Marlene deu língua a ela.


-Pontas, topa uma festa? – Almofadinhas perguntou.


-Claro – falei sorrindo. – Onde?


-Aqui mesmo – ele respondeu. – Sabe o Diggory? – Eu assenti. – Convidou a gente, lembra não?


-Ele andou muito ocupado, acha que ele vai lembrar!?!? – Marlene caçoou.


-Ele disse que seria depois de um natal chato com família – continuou Sirius. – Ele sabe das coisas. Festa inteiramente bruxa. Aqui perto.


-Vocês vão? – Perguntei a Marlene e Lily.


Elas assentiram.


-Espera! – Marlene exclamou. – Temos que trocar de roupa. Vamos morrer de frio.


-Não, não e não – Sirius a pegou pelo pulso tirando-a da sala.


-Idade da Pedra? – Lily perguntou a mim.


-Eu não sou o Sirius. – Dobrei o braço, ela enrolou o dela e saímos.


 


Parecia uma casa abandonada, não havia ninguém na rua. Sirius pegou seu canivete e abriu a porta. Obrigado por existir magia! A casa por dentro era uma balada. Entramos.


-Lil vamos dançar? – Perguntei a ela.


-Claro Sr. Potter – ela respondeu rindo me acompanhando para a pista.


Dançamos muito, dancei com a Marlene, com o Sirius, com um carinha que nem conhecia, até com o barman.


-Vamos apostar? – Almofadinhas perguntou.


-O que? – Lily perguntou se apoiando em mim.


-Quem bebe mais, quem vomitar passa um dia sem beijar – ele parou. – Não, péssima idéia.


-Fechado – Lily disse. Todos abriram mais os olhos. – Nós quatro?


Lembrei da Marlene, péssima com álcool. Realmente era péssima idéia pro Sirius. O barman colocou quatro copos com uísque de fogo.


-Quando eu contar três – começou Sirius. – Um... Dois. Três.


Paramos assim que Marlene vomitou em cima de um cara que acompanhava a aposta. Por sorte, não vomito quando bebo, não fico bêbado mais não fico sóbrio. Eu fico... Solto? Lily me roubou um beijo de comemoração.


-Ok, vamos para casa – disse Almofadinhas.


Sirius foi ao volante, Marlene se sentou no passageiro pondo a cabeça nas pernas. Sirius passou a mão no seu cabelo e murmurou: “Péssima idéia, desculpa Lene”.  Lily mordeu seu lábio. Tá, ok. Eu não resisto, puxei-a para um beijo feroz. Ela deitou no banco. Ela tirou meu casaco.


-Não – resmungou Sirius. – Vocês não podem transar no carro, e eu estou aqui.


Lily começou a morder meu pescoço. Ela estava bêbada? Segurei seu rosto.


-Esta bêbada?


-Não, sou tolerante ao álcool – ela me deu um beijo.


-Qual o século da Revolta dos Duendes?


Ela bufou rolando os olhos.


-Dezoito.


É. Ela não estava embriagada. Voltamos a beijar. Minha mão foi da sua coxa a cintura por baixo do vestido.


-Esta sem calcinha? – Perguntei surpreso.


-Marlene me obrigou, disse que o vestido ficaria feio – ela piscou.


-Você me surpreende cada vez mais.


Ela fez uma careta. Meus dedos correram seu rosto, beijei sua testa. Eu voltei a me sentar, ela concertou o vestido, segurou minha mão. Inclinei-me até seu ouvido, e sussurrei:


-Quer dormir comigo?


-O que você acha? – Ela se inclinou, pôs a mão na minha coxa e me deu uma leve mordida seguida de um beijo logo embaixo da orelha. Eu tremi.


Ela sentou no meu colo de frente para mim me olhando fixamente e perguntou:


-O que você quer?


-Você.


Ela sorriu. Fomos interrompidos por Sirius, chegamos. Assim que chegamos no meu quarto, eu sorri maroto a ela. Lily ficou de costa para mim. Abri – acho que rasguei – o zíper do vestido mostrando suas costas. Coloquei-a em cima da cômoda, ela prendeu suas pernas em torno da minha cintura voltando a me beijar. Mordi seu pescoço – ela iria ficar com marcas, de novo – suas unhas cravaram minhas costas. Ela não estava mais sentada na cômoda, seu peso estava sobre mim e eu não sentia incomodo algum. Caímos na cama.


-Quer mesmo? – Perguntei.


Ela assentiu.


-Eu amo você – ela sussurrou em meu ouvido.


-Eu amo você.

**Malfeito feito. Nox!** 


 

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