É melhor esquecer

É melhor esquecer



Hermione acordou com a luz do sol no seu rosto, esticou-se na cama e abriu os olhos devagar. Levou um susto, onde estava? Por que estava dormindo em um local estranho e sem roupas? Enrolou-se no lençol, caminhou até onde estava as roupas que vestira na noite anterior e encontrou um bilhete em cima delas.


Hermione,


Bom dia! Sai para correr, se acordar e eu ainda não estiver voltado sinta-se à vontade para tomar café (se achar alguma coisa para comer, prometo voltar com pão fresco). Espero que fique para tomarmos café juntos, mas se for embora, irei entender. Adorei a noite passada, gostaria que me ligasse ou então deixe seu numero que eu ligo.


Ron.


Ela não estava acreditando, passou a noite com um cara que mal conhecia. Apressada para ir embora antes que ele voltasse vestiu-se e guardou no bolso do casaco o bilhete. Saiu sem ao menos deixar uma resposta ao bilhete.


-Filha? Estávamos preocupados, você não voltou para casa e nem ligou avisando. A senhora Granger disse assim que a viu entrando em casa.


-Eu... É...Passei a noite na casa de Luna. Hermione inventou uma desculpa. –Estou atrasada, vou tomar banho e me arrumar. Subiu correndo para o seu quarto, não queria mentir mais para os pais.


Foi para o trabalho, não queria pensar na loucura que fizera noite passada. O trabalho voltaria a ser o centro de suas atenções.


Ron voltou da sua corrida matinal, não encontrou Hermione e muito menos algum bilhete dela. Arrumou-se e foi para a empresa que tinha com o amigo. Eles se conheciam desde os tempos da escola. Harry perdera os pais quando bebê e foi morar com os tios e o primo que não gostavam muito dele. Ron vinha de uma família grande, tinha cinco irmãos mais velhos e Gina a mais nova. Sempre levava Harry para passar férias, feriados ou qualquer coisa com a sua família. E não foi surpresa quando os dois foram para faculdade de Cambridge, Harry fez engenharia civil e Ron arquitetura. Depois de formados, com a herança que havia recebido dos pais Harry junto de Ron abriram sua própria empresa de construções.


-Bom dia! Achei que não iria vir trabalhar hoje! Harry disse assim que viu o amigo entrando na sala. –E então, quem era aquela linda moça com quem você conversava ontem?


-Harry não enche! Era a garota que eu dei as cervejas.


-E? O amigo sabia que ele estava escondendo alguma coisa.


-E passamos a noite juntos. Sai para correr e quando voltei ela havia ido embora, sem deixar um telefone...Espero que ela tenha levado o meu.


-Puxa! Ronald Weasley querendo sair novamente com a mesma garota. Harry disse surpreso. –Ela realmente mexeu com você!


-Harry se você não fosse meu melhor amigo e noivo da minha irmã eu juro que te matava! Ron não queria concordar com o amigo, mas Hermione tinha mesmo mexido com ele de uma forma que ninguém antes tinha feito.


-Falando na sua irmã, nos próximos dias terá um jantar na casa dos seus pais para resolvermos os últimos detalhes da cerimônia. Nem acredito, em alguns meses irei me casar!


-Não sei porque a pressa em se casarem! Gina tem apenas 23 anos, terminou a faculdade agora... Ron fez uma pausa. –A não ser que você tenha engravidado minha irmã Potter! É por isso que vocês querem casar logo?


-Pare de ser idiota, sabe muito bem que a sua irmã não está grávida, por enquanto. Harry disse rindo. –Apenas iremos casar por que nos amamos e estamos namorando desde a faculdade.


-Espero que seja somente isso mesmo! Agora vamos trabalhar! Temos que rever o grande projeto do restaurante do senhor Nicholls. Ele estava feliz em ver o seu melhor amigo casando com a sua irmãzinha, apenas não gostava de deixar isso claro.


Ron passou o dia todo conferindo o celular na esperança de receber uma ligação de Hermione.


-Estou indo, também vai? Harry tirou o amigo dos pensamentos.


-Aham, vou fazer uma visita aos meus pais.


Arthur e Molly Weasley moravam afastados de Londres em uma chácara chamada carinhosamente de A Toca.


-Mãe? Pai? Vocês estão em casa? Ron entrou pela cozinha procurando os pais.


-Estamos aqui! Arthur chamou o filho para sala.


-Boa noite! Ele encontrou os pais sentados em frente à lareira.


-Boa noite filho! Já jantou? Molly perguntou e ele negou com a cabeça. –Venha irei esquentar a janta para você!


Ron ia quase que diariamente para a casa dos pais, era n’A Toca que fazia a maioria de suas refeições, algumas vezes até trazia suas roupas para a mãe lavar. O apartamento era apenas onde ele passava a noite e levava algumas garotas.


-Por que você não volta a morar aqui? A mãe sempre voltava nesse assunto. –Você tem apenas 24 anos, é muito cedo para morar sozinho. Se pelo menos tivesse uma namorada...


-Mãe, nós já conversamos sobre isso. Eu preciso de um lugar para mim. Ele explicou mais uma vez. –E não venha com esse assunto de namoradas, não acho que seja a hora certa para isso.


-Mas você passa a maior parte do tempo aqui, só vai para lá pra dormir! Todos os meus filhos estão casados, com suas próprias famílias, só temos você e por enquanto Gina. Molly disse triste.


-Não seja dramática mãe! Seus filhos e netos vêem visitar a senhora todo domingo, menos Carlinhos e Gui que moram fora do país. Ele abraçou a mãe. –Você só está assim, por que a sua garotinha irá se casar. Nem que a senhora queira iremos deixar você e o papai sozinhos.


Ron despediu-se dos pais e foi para o seu apartamento, como a sua mãe disse apenas para dormir.


O dia também foi corrido para Hermione, recebeu outro processo importante e varia de tudo para obter sucesso novamente.


-Boa noite! Ela chegou em casa.


-Boa noite filha! Venha jantar! A senhora Granger a chamou.


O jantar foi agradável, seus pais contaram como foi o dia no consultório, ambos eram dentistas, e Hermione contou previamente como foi o seu, pois estava com uma forte dor de cabeça.


Foi para o seu quarto e encontrou a roupa que usara noite passada jogada sobre a sua cama. Ao guardar o casaco encontrou o bilhete com o numero de Ron, não sabia o que fazer com ele. Será que ligava como ele havia pedido? Ou simplesmente jogava fora e esquecia essa noite maluca que tivera? Será que ele realmente gostara do tempo que passaram juntos?


A dor de cabeça não a deixava pensar direito, então apenas jogou o bilhete na gaveta da sua escrivaninha e deitou-se na cama.

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