Capítulo único

 - Cante pra mim – pediu ele, olhando diretamente nos olhos dela, com intensidade.

 E foi isso. Ninguém em sã consciencia jamais a pediria para cantar, afinal, cantar não era lá um de seus maiores talentos. Ela era afinada o suficiente, mas ainda assim não cantaria para ninguém.

 - Não. – respondeu prontamente.

 - Você prometeu. – ele acusou.

 - Não prometi que cantaria pra você.

 - Você disse que faria o que eu quisesse.

 Ela se arrependeu de ter prometido algo tão estúpido assim. Se perguntou se valia a pena cantar para ele.

 - Mas eu não sabia que você me pediria algo tão absurdo assim!

 - Eu não acho absurdo.

 - Isso é porque você não tem nada na cabeça – disse, irritada. E se arrependeu de ter sido tão rude com ele. Lembrou-se que era por um de seus insultos ao garoto que se encontrava naquela situação, por isso se corrigiu: - Isto é... Você não faz idéia do quanto eu canto mal.

 O garoto sorriu carinhosamente para ela.

 - Não canta, não. Eu já ouvi você cantando pelos jardins de Hogwarts.

 - Nesse caso, acho que não preciso cantar novamente.

 - Você disse que faria qualquer coisa.

 - Eu nunca cantei nos jardins de Hogwarts. Nunca sequer cantei. Porque quer que eu cante?

 Ele pegou uma das mãos da garota e plantou um beijo na palma delicadamente, como se tivesse medo que aquele gesto a despedassasse.

 - Porque esse mal humor todo?

 - Bem... é inverno. Eu não gosto do frio.

 - Pare.

 - Parar o que?

 - Pare de mentir pra mim.

 Ela sorriu.

 - Você é um garoto. Não a suprema corte.

 - Mas isso não te dá o direito de mentir para mim.

 - Eu não menti! – disse ela, alterando o tom de voz.

 - Mentiu. Duas vezes. – respondeu ele, com a voz calma. – A primeira foi quando disse que nunca cantou nos jardins de Hogwarts. A segunda foi quando disse que está extressada por causa do frio.

 Ela puxou a mão que o garoto segurava e colocou-a no colo.

 - Quem é que lhe garante isso?

 O garoto sorriu novamente, um sorriso tão quente e cheio de vida que fez com que o extresse dela se esvaísse por um momento.

 - Você prefere mil vezes o verão ou a primavera, porque gosta dos pássaros. No inverno há poucos deles, e isso te deixa triste. Você sente falta de cantar para eles.

 - Porque eu perderia meu tempo cantando para pássaros? – perguntou sarcasticamente.

 - Porque eles param para te ouvir cantar.

 Como ele sabia disso?

 - Como é que sabe?

 - Eu observo você com mais frenquencia do que você imagina.

 Isso era bem verdade. Sim, ela cantava para os pássaros. Era uma coisa que seu pai costumava fazer quando passeava com ela pelos bosques. Ele a colocava em seus ombros  e ambos ficavam bem quietinhos, esperando os pássaros chegarem para que pudessem cantar.

 Os pássaros cantavam algo belo e afinado. Todos juntos como uma única voz. Quantas vezes ela se perguntou se pássaros normais faziam isso. Mas com o tempo a dúvida se foi. E os pássaros continuavam cantando. E todos eles se calavam quando seu pai começava a cantar.

 Era incrível. Os pássaros continuavam observando-no enquato ele cantava, todos eles em silencio, esperando. Como se tivessem medo de estragar a canção de seu pai.

 E ela também fazia isso. E todos os pássaros paravam para ouvi-la.

 - Será que pode cantar pra mim? – perguntou o garoto.

 A garota cantou, uma velha canção sem sentido. E, como um pássaro, o garoto parou para ouvi-la.

 

{o}

 

N/A: eai, quem entendeu alguma coisa?

cri...cri....cri...cri

Pois é, nem eu. Comecei a fanfic, mas ela saiu toda errada. Eu até desisti de colocar nome nos personagens. Vou deixar que voces imaginem os shippers que quiserem.

Nem vale a pena comentar, mas se alguém se dignar (nem se for para chingar)...

Eu juro que excluo essa merda se receber duas reclamações.

Bem, é isso aí. 

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