Único



-Harry, se apresse!-chamou Gina, sacudindo o marido com força.-Vamos logo, os outros estão esperando!


Harry levantou-se de má vontade, resmungando coisas incompreensíveis enquanto se vestia e se arrumava sem, contudo, pentear os cabelos. Há muito tempo já havia desistido dessa batalha perdida.


-Me diz uma coisa: por que diabos os outros estão nos esperando?-Harry parou e encarou a ruiva com curiosidade.


-Sr. Eleito...-começou ela e o auror fez uma careta.-Não se lembra que dia é hoje?


-Algum aniversário?-ele ergueu as sobrancelhas.


Gina suspirou pesadamente.


-Só se for de morte.-aquilo assustou-o.-Harry, hoje faz quatorze anos...-ele continuou confuso.- A batalha de Hogwarts, idiota.


O estômago do homem afundou e a esposa olhou-o com as mãos na cintura.


-Harry Tiago Potter, nem pense em inventar uma desculpa para não ir!-ela avisou, descendo as escadas e cumprimentando os bruxos que esperavam no andar de baixo, junto com as crianças, que não entendiam o que estava acontecendo.


Minutos depois, Harry desceu as escadas e visualizou Rony e Hermione entre os vários bruxos conhecidos que se encontravam no hall de entrada da antiga casa de Sirius. O ruído produzido pelos bruxos acordara o retrato da Sra. Black, que gritava xingamentos a plenos pulmões, mas os outros a ignoravam. O menino-que-sobreviveu, Eleito ou qualquer que fosse os muitos nomes que usavam para denominá-lo, se aproximou dos amigos e da família Weasley, que eram de longe os menos animados.


-Parece que foi ontem.-ele ouviu Hermione comentar com Gina.


-É exatamente por isso que eu prefiro dormir até tarde no domingo.-resmungou Rony para Harry, que assentiu em concordância.


Apesar do tempo, ainda era doloroso se lembrar da batalha e de todas as vidas que haviam perdido nela, e na guerra em si.


Aos poucos, os bruxos começaram a se dispersar, desaparatando, usando pó de flu ou se reunindo em torno de chaves de portal como faziam nesse dia todos os anos. Harry, Gina, Rony e Hermione aparataram quando a sra. Weasley garantiu que cuidaria dos netos Rosa, Hugo, Tiago, Alvo e Lílian.


-Mamãe odeia esse tipo de coisa.-disse Rony e xingou baixo quando tropeçou em uma pedra na entrada dos grandes portões de Hogwarts.


-Pobres alunos.-foi o que disse Hermione, observando as várias janelinhas no grande castelo.-Deve ser horrível terem essa distração toda, eu quero dizer, eles deveriam estar estudando!


-É, estamos em Hogwarts.-murmurou Rony para Harry, fazendo o amigo rir.


O grande grupo entrou pelos portões de ferro e se dirigiram para o caixão de Dumbledore como em uma enorme procissão, prestando seus cumprimentos ao falecido diretor e por diversas vezes depositando flores ao pé do caixão de mármore, o qual fora totalmente coberto por nomes dos bruxos que haviam dado sua vida na batalha e na guerra.


O quarteto se aproximou e Hermione transfigurou alguns lírios, enquanto tentava impedir as lágrimas de caírem. Rony abraçou-a com força, consolando-a. Harry olhou os amigos de canto de olho e segurou uma mãe de Gina enquanto seus olhos verdes, que herdara de sua mãe, esquadrinhava o mármore branco à procura dos nomes que ele já havia decorado há anos.


-Obrigado.-ele agradeceu, colocando levemente a mãe sobre o caixão.-Por tudo.


E eles se afastaram em direção à Hogsmead, com uma boa dose de uísque de fogo em mente e deixando que os outros bruxos tomassem seus lugares no cumprimento aos heróis da guerra.


-Por nada.-a voz divertida de um senhor vestido em vestes roxas respondeu, seus olhos azuis espiando tudo por cima dos oclinhos de meia-lua.


 


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