O medalhão
- Bem, acho que eles não sentirão nossa falta por alguns minutos, venha! – Gina disse altiva, enquanto puxava Harry pelo braço direito.
- Para onde está me levando? – perguntou ele, com um leve sorriso malicioso nos lábios.
- Não crie falsas expectativas quanto à mim. – ela falou, ríspida. – Vamos ver Dumbledore, temos muito o que contar à ele.
Eles caminharam rapidamente até o corredor onde a sala de Dumbledore se encontrava.
Gina proferiu a senha e a parede vazia deu lugar à uma escada que os levou até a sala.
- Ora, ora. Se não são os alunos novos! – Dumbledore exclamou, levantando seus olhos para os dois adolescentes que chegaram em sua sala. – Como sabiam a senha?
- Lílian me contou. – Gina esclareceu, sem fazer rodeios.
- Como é fascinante fazer amizades com os monitores, não é mesmo? – ele disse, com sua voz habitualmente rouca. – Mas qual o motivo que os trouxe até minha humilde sala?
Harry e Gina se entreolharam. Harry sabia o que deveria fazer, então começou a contar para o diretor toda a descoberta que tinham feito.
- Régulo Arturo Black! – Dumbledore disse o nome do rapaz, pensativo. – É realmente muito bom saber que ele não será mais uma pessoa perdida para o lado de Tom.
- O senhor tem razão, se a guerra começar antes de Régulo se tornar oficialmente um comensal com direito a Marca Negra, ele vai ver onde está se metendo e vai pular fora antes da coisa ficar feia. – Gina disse, franzindo o cenho.
- Disso eu tenho certeza Gi. – Harry disse, piscando levemente para ela.
- Bom, acho melhor vocês voltarem para seus dormitórios, já está muito tarde. – Disse Dumbledore, com uma mão tocando o queixo de modo pensativo.
Harry e Gina não pestanejaram e foram para torre da Grifinória em silêncio.
Quando chegaram já estavam se dirigindo para seus dormitórios quando ouviram a voz de Remo:
- Sério, onde vocês estavam? – Ele perguntou. – Sumiram depois do jantar, já estávamos preocupados.
- Nós fomos dar uma volta no castelo, tentar conhecer melhor o lugar. – Gina respondeu pacientemente.
- Só isso mesmo ou pararam pra fazer mais alguma coisa? – Tiago perguntou piscando para Harry.
- A gente parou pra ficar se pegando perto da enfermaria.
- SÉRIO? – Líly, Anny, Alice e Lene perguntaram surpresas.
- Claro... – Disse Harry com um sorriso maroto, que logo se desfez diante do olhar gélido de Gina - ...que não. – Completou fazendo todos rirem.
- Agora que eles já chegaram podemos ir dormir, está tarde e eu estou morrendo de sono. – Disse Pedro.
Apenas naquele momento Harry e Gina tinham notado os dois, e estes o olharam de forma irritada.
- Ele tem razão, vamos meninas? – Gina perguntou tentando desfazer o clima estranho que se formou no local.
- Vamos sim, não quero perder a hora amanhã. – Lílian disse subindo as escadas ao lado de Gina seguida das outras meninas.
Depois que Harry, Tiago e Pedro – ainda reclamando do tempo que ficaram esperando – subiram Remo decidiu falar com Sirius um assunto que a muito o incomodava.
- Almofadinhas, você já reparou que os novatos não vão muito com cara do Rabicho?
- Não, não reparei, aliás, isso é loucura, que motivos teriam pra não gostar dele? – Sirius falou, estranhando o assunto.
- Você tem razão, eu acho que estou ficando paranoico. – Encerrou o assunto, indo para seu quarto junto com Sirius.
Na manhã seguinte, Tiago estava andando apressado pelos corredoras do castelo tentando chegar na aula de Transfiguração, torcendo pra não levar uma baita bronca da Profª Minerva quando esbarrou em alguém.
- Pai, ta fazendo o que aqui? – Franziu o cenho, surpreso, olhando para o homem com o qual colidira.
- Eu vim resolver alguns problemas na transferência de Harry e Gina e... Você não deveria estar na aula?
- Sim, eu só estou um pouco atrasado, o senhor quer que eu chame eles pra você? – Perguntou ainda com o cenho franzido, estranhando a presença do pai na escola.
- Não precisa, essa é a última aula antes do almoço e eu quero falar com Dumbledore primeiro. – Respondeu Charlus. – só diga a eles pra irem até a sala de Dumbledore na hora do almoço.
- Ok, até logo então. – Disse e saiu em disparada para a sala de Transfiguração.
****
- Posso entrar? – Perguntou Charlus colocando a cabeça para dentro da sala.
- Claro, estava pensando sobre a futura mudança de lado de Régulo Black. – Disse Dumbledore.
- Isso também me deixou surpreso, mas e então, qual é o plano? – Perguntou ele.
- Bem, é melhor esperarmos os nossos viajantes do tempo para sabermos, enquanto isso o que acha de me colocar a par das novidades no ministério?
- Sim, é uma ótima ideia.
Antes mesmo que pudessem começar a discutir o assunto, Harry chegou acompanhado de Gina.
- Desculpem-nos se estivermos atrasados. – disse Harry, à frente de Gina.
- Sem problemas. – Dumbledore disse. – Mas acredito eu, que saibam por qual motivo os convoquei aqui hoje.
Harry e Gina assentiram.
- Ótimo! – Dumbledore exclamou. – Harry, meu bom garoto, deixarei a decisão em suas mãos, uma vez que já esteve no local onde essa horcrux está escondida.
Ele arregalou os olhos para Dumbledore, surpreso, mas sua voz saiu suave e firme.
- Hoje. Ao por do sol. Sairemos sem que percebam. – ele começou, e parou como se tomasse uma decisão difícil. – Gina não poderá ir conosco. – ele sentiu o olhar gélido dela, mesmo assim, prosseguiu. – Bem, poderemos aparatar daqui mesmo.
Os dois homens assentiram e Gina cruzou os braços zangada. Não seria nada fácil convencê-la, mas Harry não conseguia encontrar outra solução senão aquela.
*****
Parecia fazer muito tempo desde o dia que Harry foi até aquela ilha, mas ele ainda se lembrava com extrema clareza tudo o que tinha acontecido da ultima vez e definitivamente não tinha boas lembranças. Mais uma vez ele sentiu o cheiro de sal e ouviu o barulho das ondas. Charlus que logo se lembrou de algo falou:
- Você disse que tinha dezesseis anos não é mesmo Harry?
- Sim, por quê? – Perguntou, estranhando aquele assunto, em um lugar como aquele.
- É menor de idade, não deveria poder aparatar. – Charlus respondeu, demonstrando preocupação em seu tom de voz.
- Harry e Gina não são desse tempo então o Ministério da Magia provavelmente não vai detectar o uso de magia por menores. – Dumbledore explicou.
- Isso é bom, Gina sempre quis fazer magia fora da escola. – Harry falou. – Tenho certeza de que fazer magia fora da escola vai ser muito útil durante a nossa estadia no passado. – Harry disse e andou para trás após ver que ela pretendia ver a altura do penhasco. – Vamos, é por aqui, tomem cuidado com a decida ela é traiçoeira e as pedras são escorregadias.
Harry disse e logo viu a abertura no penhasco:
- Estão vendo? – Perguntou, apontando com o dedo indicador para uma coluna de rochas à frente.
- Sim, vamos até lá? – Chalus perguntou e Harry afirmou com a cabeça.
Ele foi na frente seguido de Dumbledore e Charlus, logo encontrou a escada que levava a caverna.
- Chegamos. – Ele disse aos outros.
- Essa é passagem que só pode ser aberta com sangue? – Dumbledore perguntou e continuou após Harry afirmar a cabeça. – Bem típico de Tom Riddle
- Isso é muito estranho. – Charlus comentou e Harry teve que concordar com um aceno de cabeça.
- É só o começo. – Harry tirou do casaco um frasco com sangue e o passaou na rocha.
- Bem engenhoso. – Dumbledore exclamou para Harry, que abriu um sorriso no canto dos lábios.
- Lumos! – Harry exclamou assim que adentraram o local.
- Lumos máxima! – Dumbledore proferiu, pois o feitiço de Harry tinha sido muito fraco diante toda a escuridão.
Eles avistaram um barco logo à frente.
- Cuidado, não pisem na água. – Harry avisou, antes que os dois chegassem perto do lago.
Harry tentou controlar sua respiração ofegante. Sabia que qualquer erro lhe poderia ser fatal, mesmo assim, conseguiu com muito esforço puxar o barco até a margem.
Como no barco caberiam apenas dois, eles chegaram a conclusão de que um Potter é poderoso o suficiente para o barco, e a melhor escolha foi Charlus. Como estaria fora de cogitação mandá-lo sozinho, Harry lembrou-se das palavras de Dumbledore: Voldemort nunca esperaria que um garoto de dezesseis anos alcançasse aquele lugar.
Então, quando todos entraram em consenso, Harry decidiu acompanhar o avô, enquanto Dumbledore ficaria à espreita no caso de alguns incômodos inferis decidissem atacar.
Do outro lado, Charlus começava a tomar aquela bebida, e sua reação foi pior do que Harry esperava.
Em poucos segundos ele estava implorando pela morte, mas depois a situação piorou. Ele começou a rolar no chão, como se estivesse com convulsão.
Faltava apenas um gole para conseguir o medalhão, mas Harry vendo seu avô naquela situação, socorreu-o, e tentou recorrer à ajuda de Dumbledore, mas o desastre só começava.
Os inferis decidiram atacar, e Dumbledore conseguiu afasta-los com fogo enquanto Harry carregava sobre seus ombros Charlus e levava-o até o barco.
Quando seu avô estava seguro, ele sentiu duas mãos pequenas puxando-o. Eram inferis.
Sua varinha estava longe de seu alcance, e ele sentiu-se ser puxado para as profundezas do lado sem esperanças.
Dumbledore estava longe, mesmo assim, conseguiu lançar um feitiço que ricocheteou nos inferis.
Com a ajuda de Dumbledore, Harry consegiu transportar seu avô seguramente para fora da ilha.
Charlus estava desacordado, seus batimentos cardíacos eram lentos e ritmados.
Não encontrando outra solução, Harry aparatou com o avô, que estava completamente inconsciente, direto para a enfermaria de Hogwarts.
Dumbledore ficou totalmente boquiaberto, tamanha sua surpresa.
Comentários (1)
Leitora nova e WOW!!! Estou simplesmente adorando a fic!! Ela esta ótima! Por favor, continua!!! Estou morrendo de curiosidade!!!
2013-02-13