Entre Serpentes e Leões
CAPÍTULO 1
Entre Serpentes e Leões
Embarcar no trem para Hogwarts é uma emoção que só quem viveu pode descrever, a famosa escola que foi palco de guerras, que educou bruxos famosos, incluindo Merlin. Eu sempre tentei me imaginar aqui, como seria esse momento e que descreveria tudo em meu diário durante a viagem, mas quer saber de uma coisa? Quer mesmo? Eu estou louca para explorar o lugar e não vou ficar aqui escrevendo besteiras num diário cercada de ruivos por todos os lados.
Eu estava na mesma cabine que meus 4 primos primeiranistas, Hugo, filho do tio Ron, Louis, filho do tio Gui, Roxanne, filho do tio Jorge, e Lucy, filha do tio Percy. Todos tínhamos uma coisa em comum, eramos ruivos. Um aluno abriu a porta da nossa cabine, balançou a cabeça enquanto resmungava: “Mais Weasley”. E ele tinha razão, eramos 12 Weasley/Potter em Hogwarts, sendo que 9 de nós eram ruivos e 3 eram morenos (Fred II, James e Alvo).
Imagina a frustração que eu estava passando, ser mais uma Weasley no meio da multidão... Não me entendam mal, eu amo minha família e adoro a companhia de todos eles, mas eu desejava ser especial... Sim!... Eu sou muito mimada, eu admito! Além do mais, eu não sou só uma Weasley, eu sou uma Potter também.
Sai da cabine dizendo que iria ao banheiro, e andei sozinha pelos vagões, pensando que a Corvinal seria uma boa opção, pois nenhum dos meus primos são corvinais e isso me daria uma exclusividade, mas não se escolhe ser Corvinal. As pessoas sábias e inteligentes são candidatas a ser Corvinal, e eu não sei se tenho essas características. Será que ter uma madrinha Corvinal pode ajudar na seleção? Pois tia Luna é corvina...
Cheguei nos vagões que não tinha mais cabine, mas sim cadeiras e messas repletas de alunos. A maioria dos alunos já estavam com as vestes da Lufa-Lufa, deduzi que este fosse o vagão dos lufos. No vagão seguinte estava uma mistura de alunos da Lufa-lufa, Grifinória e Corvinal e meu irmão James me apresentou a todos os alunos. Ele fez questão de deixar claro para todos os rapazes que ele estaria sempre por perto para garantir que nenhum deles se atrevesse a mexer com a filha de Harry Potter.
Depois desse ato de amor e ciúmes do meu irmão, eu fugi daquele vagão com uma agilidade que nunca imaginei que tivesse, e fui atravessando, vagão a vagão, até chegar num vagão que só tinham Sonserinos. Quando percebi, tentei disfarçar e sair dali, mas fui reconhecida por um deles.
- Lily Luna Potter, o que trás uma Potter ao nosso vagão?
Eu fiquei intrigada com o fato dele saber meu nome completo e ao mesmo tempo lisonjeada por ele me reconhecer. Acabei demorando alguns segundos para responder, e quando me preparei para pedir desculpas e sair dali o mais rápido possível, ele já estava pegando a minha mão e beijando em cumprimento.
- Scorpius Hyperion Malfoy, ao seu dispor.
- Ah... - Eu perdi a fala, eu nunca pensei que ainda existiam cavalheiros e que eram jovens e belos com aquele agaroto. - Encantada, mas eu estou de saída...
Alguns alunos estavam resmungando, outros estavam chamando Malfoy de traidor e idiota. Então, eu percebi que o clima não era tão amistoso, dei um passo para trás, abri a porta sem me virar e tirar a visão deles, e quando ia saindo ele me falou.
- Espere! Você não está aqui por acaso.
- Não, foi só um acidente... Desculpe-me!
- Nós estávamos justamente discutindo que precisamos de um apanhador para o nosso time e seus pais eram bons jogadores de Quadribol... Você deve ter um talento natural como seu irmão James. Você gosta de Quadribol?
- Bem... - eu não sabia se podia contar a eles o meu fiasco numa vassoura, mas não podia mentir e era uma forma de me livrar deles. - Eu peguei o pomo contra o meu irmão James uma vez. - mal eu terminei a frase e alguns sonserinos produziram sons de comemoração, então eu contei a pior parte. - Mas eu passei três dias em coma depois. - ao ouvir minhas últimas palavras, os mesmos alunos produziram sons de desapontamento.
- Isso foi um grande feito, seu irmão é cinco anos mais velho que você... Quantos anos você tinha?
- Nove, mas eu não sei jogar direito, esquece...
- Mas podemos lhe ensinar tudo, temos um ótimo time. Eu e meu primo Frederico Grengrass Nott... - disse Malfoy apontando para o moreno ao seu lado. - … somos batedores e treinamos no verão com o Sr. Berford, treinador do Falmouth Falcons...
Alguns alunos interromperão o Malfoy para bradar o grito de guerra dos Falmouth Falcons:
- "Vamos vencer, mas se não pudermos, arrebentaremos o adversário!"
- Oh! Que frase de perdedores! - eu disse, afinal, não suporto perdedores.
- Então nos ajude a mudar isso, temos o melhor conjunto de vassouras, as Broomsticks Power Speed 2020.
- As BPS 2020? É impossível, são muito caras.
- Meu pai é o maior acionista da Broomsticks Power Speed, ele comprou praticamente a preço de custo. E a vassoura do nosso futuro apanhador será BPS Premium.
- Essa é a melhor vassoura para um apanhador, um misto de velocidade e agilidade para rápidas manobras. - disse o Nott, que também parecia querer me convencer a jogar no time deles.
Discutimos sobre quadribol por horas e depois eles falaram que todos na Sonserina são unidos, como uma família. Eu não conhecia esse lado deles e não era só porque ele dizia, eu percebi que eles são educados, possuem uma boa organização social, me queriam como sonserina, mesmo que eu não passasse no teste para o time, que seria no próximo domingo. Eles queriam começar a treinar logo, pois o Malfoy tinha várias estratégias de jogo que apreendeu com o Sr. Berford e queria por em prática.
Eles me apresentaram a primeiranista Srta. Kate Dafne Grengrass Nott, também prima do Malfoy e nós duas fomos juntas para os barquinhos que nos conduziria ao Castelo. Ela era uma garota bem parecida com a Lucy no modo esnobe de falar e com a Roxanne no modo ousado de se vestir. Acredita que as unhas dela estavam pintadas de preto? Eu fiquei fascinada pela audácia dela, como os pais dela permitiram isso, minha mãe não me permite nem usar roxo. Ela começou a me explicar como era a hierarquia da Sonserina, mas sempre dizia que eu teria um lugar especial por ser uma Potter.
Eu em fim, havia encontrado os meus pares, eu me sentia bem ali, me sentia especial, respeitada, admirada... O melhor de tudo é que o James nunca amedrontaria ninguém da Sonserina, ele só é “O Cara” para o alunos das outras casas.
Depois de muito sonhar com o lado positivo, lembrei que a Sonserina foi a casa de Voldemort e que os parentes daqueles garotos foram Comensais da Morte. No entanto, papai me assegurou que não teria problema se eu fosse para Sonserina antes de me embarcar no trem, que eu podia escolher qualquer casa que quisesse. Além disso, se por um lado a Sonserina foi a casa de Voldemort, por outro lado, ela foi a casa de Merlin. E ninguém contesta a bondade e competência de Merlin!
Quando dei por mim, a Kate já estava a caminho do chapéu seletor e meus primos se aproximaram de mim.
- Onde você estava? - Perguntou Hugo. - Procuramos por você no trem inteiro.
- Quem é aquela garota? - perguntou Lucy.
- Uma amiga que fiz. - quando terminei de responder o chapéu seletor classificou a Kate para Sonserina.
- Uma Sonserina?! - Roxanne me repreendeu.
- Acho que vocês não vão mais se falar – Louis comentou achando graça.
- Lily, não precisa se preocupar. - Hugo falou em meu ouvido. - Seu irmão contou o segredo de todos os Weasley e Potter serem grifinórios.
- Qual é? - na verdade eu perguntei, mas não queria saber, eu não queria que ele me contasse que eu estava condenada a Grifinória e aos ciumes dos meus irmãos.
- O Chapéu Seletor considera as nossas escolhas, você pode pedir para ir para Grifinória.
Quando eu ouvi aquelas palavras, senti um alívio, senti que Merlin estava do meu lado e desejava que fosse como ele. Convenceria aquele Chapéu mofado que sou uma Sonserina, custe o que custar!
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