Cap. 10 - Bonus
Capítulo 10- Bônus
Aqui estou novamente. Há tempo não escrevia, pois cheguei a pensar ser coisa de garota. Escrever em um diário. Mas de todo jeito, não consigo ficar sem escrever. É uma forma de refletir sobre o que fiz e sobre o que vou fazer. Escrevendo tenho mais autocontrole de minhas ações, e sei que não fiz nada por impulso.
Hoje eu e meus... seguidores conseguimos matar mais um maldito sangue ruim bem embaixo do nariz do diretor Dippet. Não me preocupo com ele, sim com Dumbledore. Ele olha-me como se soubesse de tudo que já fiz... Ele é o único que parece desconfiar de mim, o único que não está na palma de minha mão. Não tenho medo dele, e sim respeito.
Não consigo entender por que dizerem que Hogwarts é um dos lugares mais seguros do mundo. Não sei de onde tiraram essa mentira, mas provavelmente foi antes de eu vir para cá.
A cada dia que passa, vejo mais que não posso confiar na maioria de meus seguidores. Quando terminarmos Hogwarts, apenas alguns deles terão a honra de tornassem meus verdadeiros Comensais da Morte. Provavelmente Avery, Malfoy e os Black para começar. Com o tempo, o numero aumentará sei disso. Só não posso fazer muita propaganda por enquanto, mas dentro de alguns anos todos conhecerão meu nome.
Novamente as aulas estão acabando. O ano novamente passou rápido. Isso é bom e ruim. Bom por que agora falta apenas um ano para eu terminar meus estudos e ser maior de idade, então poderei finalmente colocar meus planos em pratica. Ruim, pois terei que voltar novamente aquele orfanato imundo. Graças a Merlin essa será a ultima vez que pisarei lá.
Apesar do pouco tempo que falta para terminar os estudos, não consigo esquecer a sensação de que algo está faltando. Parece ser algo importante, algo que vai dizer se eu conseguirei ou não fazer todo que eu quero. Com certeza é bobeira de minha mente. Quando que eu iria depender de algo ou alguém para fazer o que quero?!
Mas sim. Existe uma coisa me preocupa. Tenho estado um pouco apreensivo com relação a um detalhe sobre as Horcrux. Apesar de este diário já ser uma, e o anel que peguei de Morfino outra, tenho receio de criar mais e acabar perdendo-me no mundo dos espíritos. Preciso achar um jeito de convencer Horacio a contar-me alguma coisa importante sobre até que ponto é seguro dividir a alma. Ele havia dito que gostava de abacaxis cristalizados, não é? Vou dar um jeito de achar alguns desse. Apesar de ser complicado, talvez eu tente fazer uma Felix Felicis nas férias, isso ajudaria muito.
A primeira coisa que está na minha lista para quando terminar Hogwarts é descobrir aonde vou escondê-las, as Horcrux. Por enquanto ficarei com elas, de todo jeito não é seguro mante-las longe sem que eu tenha livre permissão para ir a qualquer lugar. Assim que puder, garantirei que ninguém as ache e se o fizer,vai sofrer muito.
Tom Riddle
POV desconhecido – aproximadamente 1980
Isso não podia estar acontecendo, não comigo, não agora que meus pais estão resolvendo as coisas para o meu casamento.
Aproveitei que meus pais haviam saído, entrei na lareira e por meio de pó de flu fui para casa onde tinha certeza que ele estaria. Estava certa. Assim que sai daquela lareira, vi ele e seus amigos levantarem do sofá, e para meu desprezo vi que Dumbledore estava com eles lá.
Ficamos nos encarando em silencio por algum tempo, até que consegui ter coragem de dizer algo.
Avencei um pouco, senti a barra do meu vestido roçando do lado da pequena mesa de madeira. Parei em sua frente e disse secamente – Precisamos conversar.
- Fale, estou ouvindo - disse fazendo uma careta. Olhei em volta reparando que seus amigos e Dumbledore encaravam-me. Ele percebeu meu olhar, e completou – Se realmente que falar algo, fale na frente deles.
- Eu estou grávida – disse de uma vez, com raiva. Ele continuou olhando para mim como se eu não tivesse dito nada, como se fosse um fantasma. Isso me deixou com mais raiva ainda – Eu. Estou. Esperando. Um. Filho. Seu. – disse pausadamente, esperando que dessa vez ele tivesse alguma reação.
- E... eu... O que eu tenho a ver com isso? – com certeza essa não foi a reação que esperava dele. Podia esperar essa resposta de qualquer um, mas dele? Nunca.
- O que você tem haver com isso?! A criança é sua. Meus pais estão resolvendo meu casamento, não posso chegar em casa simplesmente e dizer “’ Estou grávida!’” Você deve conseguir imaginar muito bem a reação dos meus pais quando descobrirem que você é o pai. Nós dois estaremos mortos em menos de um segundo! Por sorte eu consegui convencer meus pais a me deixarem viajar por quatro meses, e só casar quando eu voltar, mas já estou arriscando-me demais. Depois que essa criança nascer, eu não poderei ficar com ela.
- E você quer que EU fique com essa criança? Só pode estar louca! Eu não vou perder toda a minha vida cuidando de um pirralho!
- E como você quer que eu cuide dela? Talvez deva da-la para sua mãe, ela adoraria corrigir o erro que fez com você. – com isso ele ficou quieto. Certo que eu exagerei, colocando a mãe dele no meio, mas como dizem os trouxas, situações desesperadas pedem medidas desesperadas.
Respirei lentamente tentando me acalmar, e, pela primeira vez, agradeci por Dumbledore estar presente. Claro que não gostei nenhum pouco do olhar de pena que ele me lançou, mas...
- Ela está certa – disse Dumbledore. Ele eu e seus amigos olhamos para ele abismados, então ele continuou – Essa criança sofreria muito se ficasse com a família. Principalmente depois que você saiu de casa. Sente-se. Vamos conversar.
Sentei-me em uma das poltronas ao mesmo tempo em que ele e seus amigos voltavam a sentar no sofá.
- Você realmente não está disposto a ficar com essa criança?
- Não. – disse ele sem ao menos pensar. Apesar de não deixar transparecer, isso me magoou muito.
- Bom, acho que neste caso o melhor seria esperar a criança nascer, e então pedir para que algum casal de trouxas cuide dela.
Apesar de não querer ficar longe do meu bebe, tive que concordar que esta era a melhor coisa a se fazer.
- Mas se eu fizer isso, como ficará a educação mágica da criança? E como poderei saber se a família que eu deixa-la vai cuidar bem de um bebe desconhecido? – não podia dar o braço a torcer tão facilmente.
- Não se preocupe com isso, querida – disse-me Dumbledore – Eu mesmo acharei uma família boa, e te mandarei uma carta assim que puder. Quando completar onze anos, seu filho receberá uma carta-convite para ingressar em Hogwarts como qualquer nascido trouxa.
- Certo, pode ser... – fiz menção de me levantar, mas Dumbledore me impediu perguntando:
- Só mais uma coisa. De quantos meses você está? Você disse que iria viajar. Quando vai?
- Três meses. Vou no próximo fim de semana – afirmei. Vi o olhar questionador que Dumbledore lançava para mim. Ele parecia não entender alguma coisa.
- A criança nascerá com seis meses. – ele disse por mim – É a genética da família... acontece sempre.
- Interessante... Isso te dará um mês para cuidar do bebe... bom... – murmurou Dumbledore. – Bem, se todos concordam; isso que será feito.
- Concordo com isso com uma condição – disse ele.
- E que condição seria essa? – perguntei. Colocar condições para que? Assim já está muito bom.
- Que nós façamos um voto perpétuo para que ninguém fale a essa criança quem são os pais dela.
Ele só podia estar brincando. Levantei-me da poltrona, colocando-me em frente à Dumbledore.
- Agradeço sua ajuda – disse-lhe o mais educadamente que consegui – e estarei aguardando sua carta, mas não contem comigo para fazer esse voto perpétuo. – ele sorriu para mim e acenou levemente. Ajeitei meu vestido, entrei novamente na lareira e voltei para casa.
POV autora – quatro meses depois
Uma jovem e bela mulher levantou de sua cama. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, sinal de que havia passado a noite chorando. Pegou sua varinha em cima da mesa de cabeceira, fez um aceno para o quarto em que estava, e enquanto seguia em direção ao banheiro, suas malas começaram a arrumarem-se sozinhas.
Olhando seu reflexo pelo espelho, podia ver-se uma pessoa bela, pele clara quase branca sem nenhuma marca de sol, contrastando com os longos, lisos e completamente negros cabelos. Seus olhos castanhos que podiam chegar a um azul escuro quando felizes, estavam no momento quase pretos de tristeza.
Ela voltou ao quarto e vestiu um vestido totalmente preto, como se estivesse de luto. O vestido justo contornava-lhe as curvas definidas chegando-lhe aos pés que estavam protegidos por uma linda sandália de salto também preta. A manga do vestido era formada apenas por uma fina camada de renda preta bordada à mão, que ia do busto até seu pulso.
( link do vestido. Se alguém for ver, só imagine ele longo e com a manga até o pulso http://rubygatinha.blogspot.com.br/ )
A mulher foi até a cama, onde um bebe dormia tranquilamente, alheio a tristeza da mãe. Cuidadosamente a mulher envolveu o bebe em uma manta grossa, pegou sua mala e aparatou.
Chegou a uma rua desconhecida, mas sem movimento algum. Andou por alguns segundos até parar em frente a uma casa. Lentamente ela avançou até a porta, beijou a testa da criança e sussurrou-lhe ‘Eu te amo. Sempre pensarei em você’. Ela se agachou, deixando a criança deitada no chão em frente à porta com um pequeno envelope ao lado. Tocou a campainha enquanto uma ultima lagrima escorria por seu rosto, e sem esperar ser atendida, aparatou.
Comentários (1)
Wow, que perfeito essa fic. Mais, mais.
2012-06-16