Cap. 7
Capitulo 7
Já era quarta feira à tarde e Dumbledore ainda não havia me mandado nenhuma carta. Eu estava na biblioteca procurando algum livro para poder me distrair, enquanto lembrava-me do fim de semana.
No sábado, eu, Harry, Ron, Gina e Lilá fomos para Hogsmead. Primeiro fomos à Dedosdemel comprar alguns doces como varinhas de alcazus, sapos de chocolate, bombons explosivos, penas de algodão doce, Feijõezinhos de todos os sabores, tabletes de nugá, caramelos cor de mel, vários tipos de bombons, fio dental de menta, diabinhos negros de pimenta e ratinhos de sorvete. Eu sei que é muito doce, mas nós dividimos tudo, e é claro que Ron comeu a maioria. Saindo de lá, eu, Gina e Lilá passamos na Loja de Penas Escribas porque eu precisava urgentemente de umas penas novas e Gina tinha perdido seu tinteiro enquanto Harry e Ron foram à filial da Gemialidades Weasley que os Gêmeos haviam aberto em Hogsmead.
Depois fomos ao Três Vassouras e ficamos conversando e bebendo cerveja amanteigada até que meus amigos começaram a se pegar e eu fiquei segurando um enorme castiçal. Nessa hora me despedi deles e voltei para o castelo. Quando estava nos jardins, encontrei-me com Luna e sentamo-nos em baixo de uma arvore grande e velha perto do Lago Negro e ficamos conversando até escurecer.
No domingo fomos visitar Hagrid pela manhã, e a tarde fizemos um piquenique. Foi um fim de semana bem divertido, e acho que pela primeira vez em meses, conseguimos esquecer a Guerra.
Segunda, terça e hoje passaram normais. Tinha vários trabalhos para entregar na próxima semana, mas eu já havia feito a maioria, só faltavam 15 cm de Historia da Magia e 20 cm de Runas. Mas, o que realmente me preocupava, era a demora de Dumbledore. Mesmo ele tendo dito que me chamaria essa semana e ainda faltasse quinta e sexta para semana acabar, eu estava ficando apreensiva.
Acabei não achando nenhum livro interessante na biblioteca, e por isso, decidi ler mais uma vez Hogwarts, uma historia.
Quando estava passando no corredor do 7º andar, acabei esbarrando em Draco Malfoy que fez questão de resmungar um ‘olha por onde anda sangue-ruim’ e me lançar um olhar de nojo, provavelmente por ter se encostado em mim. Nessa hora percebi que os insultos dele não faziam mais nenhum efeito sobre mim, e que ele não passava de um garoto extremamente mimado tentando chamar atenção.
Continuei meu caminho até o salão comunal e fiquei lendo em frente à lareira até o sono bater, e eu finalmente ir para meu quarto.
Acordei na quinta-feira com batidas do lado de fora já minha janela. Quando olhei, vi que Fawkes, a fênix do diretor, estava me olhando. Fui correndo abrir a janela, ela entrou e deixou um envelope em cima da minha cama antes de sair voando novamente. Abri a carta e nela estava escrito:
“Srta. Granger
Espero não ter te acordado
Peço para que me encontre hoje no horário de sempre na minha sala
A senha é Aquilae*
Alvo Dumbledore”
Aquilo me animou na hora, e nem me importei de ter sido acordada uma hora antes do normal, ao invés de ficar resmungando guardei a carta em um lugar seguro e fui ao banheiro tomar um longo e relaxante banho. Voltei ao quarto e encontrei as meninas começando a se arrumarem.
Durante todo o dia não falei para ninguém que iria me encontrar com Dumbledore novamente. Decidi só falar se fosse realmente necessário, e eu também podia inventar uma desculpa qualquer se precisasse.
O dia passou rápido novamente e quando percebi, já estava sentada entre Harry e Ron na mesa do jantar. Assim que deu o horário para encontrar-me com Dumbledore, eu ainda estava sentada com os meninos no salão principal, então disse a primeira coisa que me veio à cabeça
- Meninos, eu me esqueci de terminar um trabalho, vou à biblioteca. – Disse já me levantando, mas antes pude ver os dois revirando os olhos como se aquilo fosse obvio.
Subi até o gabinete do Dumbledore, e quando cheguei em frente as gárgulas percebi que já estava atrasada.
- Aquilae – disse.
- Entre srta, você está sendo aguardada – ouvi uma das gárgulas dizer em quanto eu começava a subir as escadas. Bati duas vezes na porta e entrei sem esperar permissão.
Enquanto fechava a porta disse – Desculpe-me o atraso, professor Dumbledore. Boa noite senhor... – e quando olhei para frente vi que Snape estava lá também, então me apressei a completar – Boa noite professor Snape.
Vi Snape acenar com a cabeça enquanto eu me aproximava da mesa, mas continuei de pé me recusando a sentar enquanto ele estivesse em pé. Podia estar confiando em Dumbledore, mas até ter certeza que Snape era completamente confiável, não daria as costas a ele. Vendo minha hesitação, o diretor disse
- Vamos Severo, Hermione. Sentem-se os dois. Acredito que para que o plano funcione corretamente, o mínimo que nós três temos que ter é confiança uns nos outros. – Claro que isso era para mim e para Snape, mas resolvi ceder e me sentei. Logo em seguida Snape sentou-se na cadeira ao meu lado.
- Bem melhor assim – disse Dumbledore sorrindo – Agora, se não se importa Severo, você poderia explicar a Hermione o verdadeiro motivo de eu confiar tanto em você?
- Isso é realmente necessário, Alvo?
- Sim. Como já disse o mínimo que podemos ter é confiança, e poço te garantir que Hermione não falara nada para ninguém sobre o que conversarmos aqui hoje, estou certo?
- Sim senhor, -respondi – como já disse semana passada estou disposta a manter em segredo tudo o que falarmos.
Depois de uns segundos pensando, Snape começou a falar lentamente – Antes de eu entrar em Hogwarts, conheci uma menina nascida-trouxa, seu nome era... Lilian Evans... e bem, nos tornamos amigos. Eu contei-lhe tudo que sabia sobre o Mundo Mágico, e quando completamos 11 anos, recebemos as cartas de Hogwarts. Quando chegamos aqui e fomos passar pela seleção, eu entrei para Sonserina e ela para Grifinoria... Mas nem isso nos separou, pois apesar de termos companhias... um tanto diferentes, continuamos sendo amigos mesmo estudando em casas rivais. Com o passar dos anos, me vi apaixonado por Lilian. Na verdade, ela sempre foi a única mulher que já amei. Um dia, eu estava com raiva e acabei cometendo o erro de chamá-la de sangue-ruim... Depois disso ela nunca mais me perdoou. Alguns meses depois, ela começou a namorar o Potter, e, quando nos formamos, eles se casaram e eu me aliei a Voldemort.
‘Pouco antes de Harry completar um ano, eu estava em Hogsmead e por acaso ouvi a profecia de Trelawney sobre o fim de Voldemort, e eu contei a ele... Quando descobri que Lilian era mãe da criança que supostamente teria um dia o poder de matar Ele, me arrependi profundamente. Cheguei a pedir para Voldemort mante-la viva, mas é claro que isso não aconteceu.
Já estava sem esperanças de conseguir salva-la quando vim até Alvo e contei-lhe o que havia acontecido, mas nem isso foi o bastante para que ela vivesse... Fiquei sabendo que Lili deu a vida para salvar o filho, e desde aquele dia me comprometi com Alvo a fazer o possível para manter o menino Potter vivo para que o sacrifício de Lili não fosse em vão. Desde aquele dia me tornei um agente duplo, e faço o que for preciso para que Voldemort morra. ’
Antes que Severo pudesse terminar de contar, senti meus olhos começarem a arder, e, assim que ele terminou, não pude evitar que as lagrimas escorressem por meu rosto. Sim eu sei que sou suuuuper emotiva, mas depois de tantos anos tendo uma imagem de Severo e descobrir assim que o que ele fez foi por um amor de tantos anos...
- Acho que te devo desculpas professor Snape. – Disse quando consegui controlar minhas lagrimas – Não devia ter o julgado sem saber o real motivo para você tanto julgar o Harry.
Ele apenas afirmou com a cabeça. Não havia muito que falar em uma situação dessas. Com certeza ele me surpreendeu dizendo - Quando não estivermos em aula, me chame de Severo. – Acenei com a cabeça concordando. Talvez Severo não fosse realmente o monstro que eu imaginava ser. Vi que Dumbledore sorria ainda mais.
- Agora que já nos acertamos, é hora de você, Hermione, conhecer o plano. Lembrando que você pode desistir a hora que quiser. Ninguém está te obrigando a participar disso, alem de que será uma tarefa um tanto perigosa.
‘ Existe a possibilidade de Harry não conseguir derrotar Voldemort sozinho, e há algum tempo, venho pensando em outra forma de fazer isso. Pedi para Severo me ajudar a pensar em algo, e logo após o começo do ano ele achou uma poção muito difícil e perigosa de se preparar, mas que se feita corretamente, permitiria que uma pessoa viajasse no tempo, tanto para o passado como para o futuro.
Pensei que, se a srta aceitasse, Severo poderia preparar essa poção e você voltaria para o ultimo ano de Tom em Hogwarts e tentaria descobrir mais um pouco sobre ele. Qualquer coisa que soubermos sobre Tom ajudará a derrotar Voldemort. ‘
Mas o que McGonagall havia me dito quando me entregou o vira-tempo no terceiro ano? Ah, sim. Ela disse que é perigoso mexer com o tempo, principalmente se alguém te visse. Porque Dumbledore estaria querendo fazer algo que fosse tão perigoso?
- Diretor, mas a professora McGonagall me disse uma vez que era perigoso mexer com o tempo...
- Entendo o que você quer dizer, mas isso se refere apenas à vira-tempos. Deixe-me explicar: se você realmente for ao passado, a poção mudará de certa forma o tempo. Primeiramente, cada três meses que você passar no passado equivale a um aqui no presente. E em segundo, tudo que você fizer no passado mudará de alguma forma o presente. Se por exemplo você se tornar amiga de Minerva no passado, ela se lembrará de você aqui no presente. Se você conseguir mudar algo no Tom, você mudará algo nem que minimamente em Voldemort. ‘
- Você acha que eu conseguiria mudar Tom no passado de forma que ele não se torne mais Voldemort?
- Não! Isso nunca! O destino de Tom é esse, e nada pode mudá-lo, mas você pode acabar descobrindo um ponto fraco nele ou algo do tipo.
Já estava quase concordando em aceitar quando Severo disse – Pense bem antes de aceitar Hermione. Eu convivo com Voldemort e sei que não é fácil. E vai ser muito mais difícil do que você imagina descobrir algo dele.
Então parei verdadeiramente para pensar. O que poderia acontecer de ruim se eu fosse? Ou melhor, e se eu não fosse e nós acabássemos perdendo a guerra? E se essa fosse a ultima esperança? Decidi então que aceitaria. O máximo que me aconteceria era voltar morta...
- Obrigada pelo conselho, Severo... mas eu aceito. Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance.
- Ótimo! – disse Dumbledore – Severo assim que você puder começar a preparar a poção...
- Começarei a preparar esse fim de semana. Levará 25 dias para ficar totalmente pronta.
- Diretor – perguntei – e quando eu irei para o passado e como e quando voltarei para o presente?
- Quando for a hora de você ir te avisarei. Quanto a volta, isso depende de você. Talvez você queira ficar um mês, um ano ou para sempre. O importante é voltar quando você achar certo. E apenas se você quiser voltar. Entendido?
-Sim.
- Agora uma ultima coisa que você precisa saber. Antes do começo do ano letivo, Draco Malfoy foi obrigado a se juntar a Voldemort para que ele e sua mãe não morressem. Assim que ele recebeu a Marca Negra, foi lhe dado a missão de me matar. Por favor, não me interrompa – disse ele quando viu que eu ia protestar – Como ia dizendo, há alguns meses, Narcisa e Bellatrix procuraram Severo, e fizeram um voto perpetuo para que Severo protegesse e ajudasse o sr Malfoy, e isso da permissão para que se for preciso Severo me mate ao invés de Draco.
‘ Existe um feitiço de pronuncia muito parecida com o Avada Kedavra que ao invés de matar a vitima, deixa ela em uma espécie de coma por duas horas. Draco pretende fazer uma invasão no colégio, e enquanto os Comensais distraem os outros alunos, ele vai me matar. O que ele não sabe, é que Severo vai chegar e lançar esse outro feitiço fazendo com que todos pensem que estou morto. Assim que a escola for esvaziada irei para um lugar seguro, e no próximo ano, Voldemort colocará Severo como diretor de Hogwarts.
- É mesmo necessário que o senhor finja que está morto?
- Não adianta falar nada. Esse é o velho mais cabeça dura que conheço. Existem tantas outras coisas para fazer e ele insiste em se fingir de morto! Totalmente desnecessário em minha opinião. – Disse Severo.
Dumbledore riu. – Não se preocupem comigo. Esse é o melhor modo. Agora que estamos entendidos, podemos nos despedir.
- Antes de ir, gostaria de perguntar qual é esse feitiço. Eu nunca ouvi nada a respeito – eu disse já de pé.
- Esse feitiço é extremamente restrito, e muitos poucos o conhecem. Na verdade, imagino que nem Tom o conheça. Ele chamasse Abra Cadabra. E, mais uma coisa Hermione: tente começar a se acostumar a chamar Voldemort de Tom para que você não o chame de Voldemort sem querer. Agora vão. Os dois.
Disse boa noite para Dumbledore e para Severo e me dirigi ao salão comunal da Grifinoria com o pensamento de que esses seriam os 25 dias mais longos da minha vida.
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