Destinação, Determinação e...




Oi! Estamos na reta final da fic (se tudo sair como planejei, serão mais cinco capítulos além desse). Agradeço a companhia de Gego, Luluweasley e quem mais ainda estiver por aqui. Eu curti muito escrever essa versão das "entrelinhas" de Ron e Mione no sexto livro de Rowling e espero que vocês também se divirtam!


Um grande abraço,


Morgana 


P.S: O “salário” do ficwriter são os comentários dos leitores! Estou passando o meu chapéu. Coloquem as suas “moedas”, por favor.


 


* * * * *


 


 


 


 


Apesar de Ron evitar cada dia mais a companhia de Lilá, faltava ao ruivo coragem – fundamental, na opinião de Hermione – de dizer que não a queria mais como namorada. A morena, por sua vez, já tinha esgotado toda a sua cota de paciência com o amigo. “Será que vou ter que parar de falar com ele de novo para que decida fazer algo por nós dois”, ela se perguntava.


Hermione ficava contente ao ver que o rapaz não queria mais estar com Lilá. Ron chegou a se esconder atrás da amiga quando uma pessoa entrou na sala comunal, no momento em que os dois e Harry faziam um trabalho, pensando tratar-se da loura.


No entanto, nas aulas que fazia com Lilá e na maior parte das refeições, Ron não conseguia evitar a namorada. Mas a verdade é que, na mesma proporção que diminuía o tempo em que ficava com Lilá, aumentavam os momentos que o ruivo compartilhava com Hermione.


Com o início das aulas de aparatação, Ron e Hermione tinham mais oportunidade de estar juntos. Lilá, que só completaria 17 anos em setembro, não participava desse treinamento já que ainda não poderia fazer o exame.


No sábado, depois da aula extra de aparatação, um grupo de alunos foi ao Três Vassouras. Ron e Hermione sentaram juntos, mas logo um professor puxou assunto com a menina. Era fato que, graças à sua inteligência e dedicação aos estudos, a morena sempre se tornava queridinha dos professores, com exceção de Snape. Ron, que antes sentia ciúmes, agora já até se divertia com isso. Ainda assim, não gostava de ficar excluído da conversa e, especialmente, de perder a atenção exclusiva da amiga.


No momento que Madame Rosmerta veio servi-los, Ron aproveitou para contar uma piada. Diante do semblante impassível da dona do bar, o rapaz emburrou ainda mais a cara. Já estava pensando até em ir embora, quando o professor se despediu de Hermione.


- Até que fim! Que cara chato!


- Ron? Que mau-humor é esse? Ficou assim porque madame Rosmerta não riu da sua piada?


- Ela não tem senso de humor! Está no hall daqueles bruxos carrancudos que combinam tão bem com a imagem de um ser horrível, com nariz comprido e verruga na ponta, que os trouxas fazem da gente.


- Você também não tem sempre senso de humor, não é Ron?


- Tem coisas que me tiram a paciência – disse o rapaz, que desejava simplesmente ter a amiga só para ele de vez em quando – Mas deixa isso para lá.


- Você também me tira a paciência muitas vezes, Ron – falou a menina, tomando coragem de revelar a sua decepção com a demora do rapaz em desmanchar com Lilá.


Vendo o semblante fechado de Hermione, o ruivo se deu conta que a menina estava magoada com ele. Até já imaginava o por quê. Apesar de ter se distanciado muito de Lilá, a verdade é que ainda não havia terminado o namoro.


- Está chateada comigo de novo? O que foi dessa vez?


- Ron, eu vou ficar chateada com você enquanto não resolver a sua situação com Lilá. Se você realmente não gosta dela...


- Eu não gosto dela, Hermione. Não como namorada. Aliás, nunca gostei. Disso eu tenho certeza.


- Então por que começou a namorar a Lilá?


- Pensei que pudesse começar a gostar dela com o tempo... Mas não foi assim.


A menina estava decidida a lutar por Ron. Desde o envenenamento do ruivo tinha certeza que não conseguia viver feliz sem ele. Precisava contemplar aqueles olhos azuis, ouvir a voz e a gargalhada tão sincera do rapaz. Sempre dissera para ele as verdades mais dolorosas, mas com o objetivo de fazê-lo crescer e desenvolver as próprias capacidades. Também tinha aprendido a ouvir dele muitas verdades e se esforçar para vencer essas limitações apontadas pelo amigo. Agora não podia ser diferente.


- Gostaria que você tivesse mais coragem de dizer o que pensa, de mostrar os seus sentimentos – falou a menina.


- Mas eu sou assim mesmo. O que eu posso fazer?


- Pode mudar! Ou pelo menos tentar. Não é possível que você não tenha coragem para terminar um relacionamento que não deseja mais – disse a menina com a voz mais calma que o normal.


O rapaz ficou em silêncio. Seus silêncios, acompanhados por um olhar intenso, eram velhos conhecidos da menina. Mergulhada mais uma vez no azul daqueles olhos, Hermione encontrava muitas perguntas não formuladas e muitas respostas jamais reveladas.


xxx


Os alunos eram chamados em ordem alfabética, segundo os sobrenomes. “Senhorita Granger. Hermione Granger”, gritou o avaliador. Ron a olhou e desejou boa sorte. Mas no fundo sabia que a menina não precisava disso. Nunca conhecera uma pessoa tão inteligente e decidida como ela.


Logo veio o resultado e Hermione, como Ron e quase todos os outros alunos já esperavam, foi aprovada. “Destinação, Determinação e Deliberação”!  A menina, sem dúvida, cumpria os requesitos necessários para aparatar. Afinal, sempre parecia saber onde queria chegar, agia com firmeza e nunca se afastava de suas metas. O ruivo, ao contrário, sentia-se incapaz de conquistar os seus sonhos e costumava desistir quando tropeçava nos obstáculos.


 Ao ouvir o resultado, Mione deu um sorrisinho e correu até o amigo, que a abraçou rapidamente e a beijou na testa. "Parabéns. Eu sabia que você conseguiria", disse com um sorriso nervoso que revelava a grande tensão que se apoderara dele.


- Ron?  - chamou notando o olhar disperso do amigo - Fica tranquilo. Você vai conseguir.


- Senhor Weasley, Ronald Weasley – anunciaram.


O ruivo caminhou a passos lentos. Hermione tinha a impressão que ele tremia levemente. “Vamos, Ronald. Você precisa conseguir”, dizia em silêncio, tentando mandar os seus melhores pensamentos para o amigo. Sabia o que quanto Ron ficaria arrasado se não fosse aprovado e partia o coração da menina vê-lo assim. Lembrava como ele voltava para baixo das partidas de quadribol sempre que não tinha um bom desempenho.


Apesar de todas as boas vibrações de Hermione e do esforço sincero do ruivo, que tentou manter a calma, ele fracassou no teste. “Sinto muito, sr. Weasley. Mas deixou para trás uma das sobrancelhas”, concluiu o examinador.


Toda a alegria que Hermione sentiu quando foi aprovada se desmanchou. Não sabia quais palavras usar para animar o amigo, que caminhava cabisbaixo. Imaginou que Ron fosse até ela, mas, para a sua surpresa, o rapaz seguiu na direção contrária. Talvez ele não quisesse companhia de ninguém. Mas Mione não podia deixá-lo assim.


- Ron! Por favor, me espera... Preciso falar com você!


A última pessoa que ele queria ver e falar era Hermione. Ron fracassara, mais uma vez, diante da única menina que queria impressionar. “Que idiota eu sou. Mione nunca vai se interessar por um bruxo tão pouco talentoso como eu”, dizia para si mesmo, sem parar de andar e sem olhar para trás.


Ele deveria saber que a amiga era insistente. Hermione apressou o passo e logo dava uma corridinha, alcançando o rapaz e o puxando pelo braço. “Ron! Me espera!”, protestou. Não foi difícil para ele se desvencilhar da menina que, andando com mais velocidade, se postou na frente do rapaz. “Por favor, Ron!”


Com o mau humor que ela detestava, Ron perguntou: “O que você quer, Hermione? Eu preciso ficar sozinho!”


- Eu só queria lembrar a você que um simples teste não avalia a capacidade de ninguém. Conheço você o suficiente para saber que é um grande bruxo.


- Não precisa falar isso para me consolar, Hermione. Eu sei quem eu sou.


- Sabe mesmo, Ronald Weasley? Eu tenho impressão que você não sabe não. Você é brilhante e, com dizemos entre os trouxas, tem um coração de ouro.


- Agradeço suas palavras, Mione. Mas agora quero ficar sozinho.


A menina viu o rapaz se afastar e ficou sem ação. Por que Ron fazia isso com ela? Será que não percebia que Hermione queria simplesmente estar do lado dele e dizer que acreditava no amigo? Que não seria o resultado de um teste que mediria a capacidade e, especialmente, o grande coração do ruivo, que já dera tantas provas de lealdade e coragem para defender os amigos?


Não ia voltar para a Torre da Grifinória sem Ron. Isso já estava decidido. Acompanhou o rapaz se afastar e viu quando se sentou na escada, observando o horizonte. Caminhou até o mais próximo que pôde sem correr o risco de ser notada. Não era difícil já que, além de pequena, Hermione era extremamente discreta e silenciosa. A menina também se sentou, ficando um pouco escondida atrás de um arbusto, de onde tinha uma visão privilegiada do amigo.


Enquanto observava Ron, Hermione pensava em muitas coisas. Não tinha mais dúvidas nem tentava mais esconder de si mesma que estava apaixonada por Ron. Claro que não planejava se declarar ao ruivo. Mas já não tinha medo que ele percebesse os seus sentimentos.


Sempre se perguntava quando e por que tinha se apaixonado por Ronald Weasley. Parecia, às vezes, que o amara desde sempre, desde o primeiro momento que o viu, no Expresso de Hogwarts. Demorou muito tempo, no entanto, para admitir esse sentimento. Depois de todo sofrimento deste último ano, especialmente do grande susto que teve com o envenenamento do amigo, se rendera por completo. Não queria mais perder qualquer oportunidade de estar ao lado dele, ajudá-lo a ser mais autoconfiante, a ter um melhor desempenho nos estudos e, de modo particular, se defender dos perigos que a eminente guerra já trazia.


A cabeça de Ron também não parava de funcionar. Como poderia encarar os seus pais depois de ter sido reprovado no teste de aparatação? Tudo bem que Carlinhos também não havia sido aprovado da primeira vez. Mas, em compensação, era excelente no quadribol e ainda tinha uma extraordinária habilidade no trato de dragões. Ele, ao contrário, era um goleiro medíocre e não possuía qualquer outro talento em especial.


Claro que nunca conquistaria Hermione assim. Ela, a aluna mais inteligente de Hogwarts e que, ainda por cima, estava cada dia mais linda. Por que haveria de namorá-lo? O que um cara sem grana e tão patético como ele tinha a oferecer à menina?


Foi quando se lembrou da reação de Hermione ao vê-lo pela primeira vez com Lilá que voltou a se encher de esperanças. Aquela tinha sido uma cena de ciúmes, com certeza! Por qual outro motivo Mione teria o atacado com os pássaros? Por que achava que ele havia tomado a Felix Felicis? Não, não tinha sentido! Ciúme de amiga, talvez. Não, claro que não. Ela não fez nenhuma cena quando viu Harry com Cho...


“Não vou pensar sobre isso”, decidiu. “Mas também não vou ficar tão para baixo, não vai resolver nada. Tenho que ajudar a Harry e ele não precisa de alguém desanimado assim. Precisa de um amigo com quem possa contar”. Com essa resolução, Ron se levantou e estava pronto para caminhar rapidamente até o castelo. Nesse momento ouviu uma voz conhecida chamar o seu nome.


- O que você está fazendo aqui? Achei que tinha ido para a torre comemorar com o Harry a sua aprovação - disse com uma voz chateada, logo se arrependendo, interiormente, de ter falado aquilo.


- Eu não penso em comemorar coisa alguma. E também não queria voltar para Grifinória sem você. Saímos juntos de lá, não foi?


Apesar do coração sentido por ter sido, mais uma vez, rude com a amiga, ele não perdeu o tom agressivo.


- Eu não preciso que você sinta pena de mim!


- Quando os amigos estão tristes, a gente quer simplesmente estar por perto... - disse Hermione com uma voz chorosa e muito magoada, virando-se para ir embora.


“Como sou idiota”, pensou o ruivo na mesma hora. Mas dessa vez agiu rápido. Segurou a menina pelo braço e a chamou pelo nome. Ela se virou e Ron pôde observar que já começara a chorar.


- Hermione... eu... me desculpe. Eu não podia ter lhe tratado assim.


Os dois estavam muito próximos e se olhavam nos olhos. Com delicadeza, o rapaz levou suas mãos até o rosto da menina, enxugando a lágrima que caia.


- Tudo bem, Ron. Você tem os seus motivos para estar chateado - disse Hermione olhando para o chão.


- Você é a última pessoa que eu queria ver chorar. Mas sou um fracasso até nisso...


A menina levantou os olhos e encontrou com os orbes azuis de Ron, que sempre a envolviam com intensidade.


O rapaz expressava em seu rosto o sincero arrependimento por ter sido, mais uma vez, rude com a menina.


- Por favor, nunca mais fale que você é um fracasso.


Ron deu um sorriso tímido. Os olhos azuis se afastaram dos castanhos para se fixar, por alguns segundos, nos lábios da menina. E fez isso de um jeito tão apaixonado que o coração dela disparou.


- Meu Deus! Ron quer me beijar?! – Hermione se perguntou com certo desespero.


O rapaz tocou com as pontas dos dedos, de forma suave e rápida, o rosto da amiga, que já estava rosada. Hermione fechou os olhos.


"Por Merlin! Ela parece gostar de mim", pensou o rapaz assustado ao ver a reação da menina.


-Você me desculpa, Mione?


A menina abriu os olhos, deu um sorriso. O rapaz, que já havia afastado a sua mão da face da amiga, também sorriu.


- Eu desculpo, sim. Agora vamos para Grifinória. Harry está nos esperando.


xxx


 


 Para ouvir antes, durante ou depois de ler o capítulo:


Kiss Me


http://irpra.la/m/70209 


Kiss me out of the bearded barley
Nightly, beside the green, green grass
Swing, swing (swing, swing)
Swing the spinning step
You wear those shoes and I will wear that dress

Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out on the moonlit floor
Lift up your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance
Silver moon's sparkling
So kiss me
(…)


 


 

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Comentários (11)

  • luluweasley

    ah, a fic já ta acabando?    O capitulo ficou Lindo e Encantador e a musica caiu perfeitamente bem. você vai fazer as entrelinhas do livro 7 ? o.o

    2012-05-05
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