Suspeitas
Emily acordou com o ruido de asas batendo. Dormira esperando a resposta de Bella, e ao lembrar disso sua ansiedade voltou.
-Demorou.-resmungou, embora tivesse um tom divertido causado pela maravilhoso sonho que tivera a noite.
Nele, Sirius Black pedia Remo Lupin em casamento enquanto Dumbledore e McGonagall se declaravam mutualmente, mas o que realmente a animara fora a lembrança da expressão de incredulidade no rosto de Snape. Algo que a fizera rir durante todo o resto do sonho.
-Mas que diabos...?-a carta, entretanto não era a resposta que esperava, mas sim uma pergunta.
Senhorita Watson,
Adoraria saber o motivo de sua querida coruja interromper minha aula hoje à tarde,
Prof. Snape
Emily deixou o queixo cair e voltou-se para a coruja.
-Bella, o que foi fazer em Hogwarts?-perguntou com calma.
A coruja piou e pousou carinhosamente no ombro da dona.
-Você tem razão, eu preciso relaxar.-a ruiva concordou.-Mas ainda quero minha resposta.-repetiu procurando uma pena para escrever ao professor.
Snape jantava calmamente enquanto esquadrinhava o salão principal, parando várias vezes seu olhar em Potter e apertando a foto guardada no bolso com força.
-Severo, venha ao meu escritório depois do jantar.-disse Dumbledore de repente.
-Sim, diretor.
O professor terminou a refeição e se dirigiu ao escritório do amigo com lentidão, várias lembranças sendo repassadas por sua mente, boas e ruins.
-Entre.-convidou o diretor quando o comensal bateu a porta.-Boa noite, Severo.
-Diretor.-ele inclinou a cabeça em sinal de respeito.
-Sente-se, por favor. Como estávamos ambos ocupados com os preparativos para o começo das aulas não tivemos oportunidade de conversar antes.
Snape assentiu, conhecia muito bem a insistência do diretor.
-Começamos por Lord Voldemort.
-Não fui convocado desde a última reunião na Ordem da Fênix em que participei.-Alvo concordou.
-E quanto à Emily?
-Acredito que ela continua a enganar o Ministério.
-Ah, sim. Ela sempre teve um talento especial com as pessoas.-Severo ergueu as sobrancelhas com a insinuação do diretor e este sorriu.-Vejo que gostou dela.
-Não sei do que está falando.
-Ela também gostou de você.-continuou Dumbledore aumentando mais o sorriso.
-Terminou, Alvo?-interrompeu o mestre em poções friamente.
-Pode ir, Severo.-e acrescentou.-Parece que ganhou uma amiga.
A porta bateu com um estrondo maior do que o de costume.
O mal-humorado professor havia acabado de voltar de mais um tedioso café da manhã quando se deparou com a coruja cinzenta pousada na escrivaninha, esperando por ele.
Caro Manny,
Desculpe por Bella, não sei o que a fez ir até Hogwarts e principalmente interromper sua aula. Espero que seus dias de volta à escola estejam melhores que os meus em Londres, embora eu tenha certeza de que estão. Novamente, peço minhas desculpas pela interrupção em sua aula e um bom ínicio de ano letivo.
Sinceras saudades,
Emily Watson.
Snape leu a carta mais duas vezes, mal acreditando no que estava escrito. Sua primeira conclusão foi que algo de errado acontecera com Emily, talvez o motivo pela ave tê-lo procurado. Mas outra coisa lhe chamou a atenção, a mulher parecia sentir sua falta, mesmo passando apenas dois dias que não se viam. As palavras de Dumbledore ecoaram em sua mente, e novamente ele se pegou refletindo sobre sentimentos.
“Parece que ganhou uma nova amiga.”
O comensal pegou a foto que ganhara de Emily e examinou-a com cuidado. Só tivera dois únicos verdadeiros amigos na vida, Lílian e Dumbledore e sentia que nunca retribuíra a amizade para ambos.
Os alunos adentraram na sala de aula, interrompendo os pensamentos do mestre.
Emily espiava curiosamente da sacada do apartamento dois vizinhos que brigavam lá em baixo, esperando sua pizza chegar.
-Que feio, mocinha.-censurou uma voz assustando-a.
-Mãe!-exclamou ela abraçando a senhora que acabara de aparatar a sua frente.
-Olá, querida. Estava morrendo de saudades.-a senhora retribuiu o abraço com um sorriso animado no rosto.
-Como estão papai e Jones?
-Pode perguntar a eles assim que os dois chegarem.-respondeu a bruxa divertida.
-Eles... estão vindo?
-De carro.-ela fez uma careta.-Você sabe como são os trouxas.
Emily riu e se sentiu melhor ao sentir o peso habitual de uma certa coruja em seu ombro.
-Bella.-acariciou as penas da coruja e abriu a carta, escrita em uma caligrafia fina e inclinada que tinha a impressão de conhecer.
Cara Emily,
Primeiramente devo agradecer aos seus esforços e por tudo o que tem feito pelo mundo bruxa nas atuais circunstâncias em que nos encontramos. Mando, também, uma lembrança de uma pessoa que parece ser muito querida pela senhorita, embora a pessoa em questão não tenha consentido o fato.
Afetuosamente,
Um amigo.
-Um amigo?-perguntou a mãe rindo.
-Não é o que está pensando, mãe.-mas Emily corou até a raiz dos cabelos ao ver o que o remetente da carta lhe mandara: uma foto em que Severo Snape circulava com uma expressão séria pela sala de poções, facilmente reconhecida pelo caldeirão fumegante à um canto.
-Emily, esse não é...?
A filha corou ainda mais.
-Severo Snape, professor de poções em Hogwarts.-afirmou e viu a outra arregalar os olhos.
Antes que a senhora pudesse dizer algo, porém, uma batida na porta interrompeu a conversa.
-Emily!-dois homens se apressaram em abraçá-la com força, enquanto um terceiro via a cena confuso, duas caixas de pizza na mão.
-Pai, Jones!-ela alargou o sorriso e convidou ambos a entrar.
-Eu pago.-ofereceu Jones pagando o entregador e dando uma gorda gorjeta antes de fechar a porta.
-Como anda a minha bruxinha?-perguntou o senhor Watson, que tinha os cabelos tão ruivos quanto a filha.
-Muito bem.
-Tirando o nosso probleminha...-Jones assumiu um ar sério.-O que o canalha quer agora?
-Pedir desculpas.-Emily fez uma careta de desgosto, o que a fez lembrar-se de Snape e olhar para a mãe.
-Ah, querida.-ela puxou a filha e eles se sentaram no sofá.-Eu entendo como deve ser doloroso para você.
-Mas se ele voltar, não se preocupe.-a voz de Jones era ameaçadora.-Ele não verá a luz do dia outra vez.-algo no olhar do seu irmão havia mudado.
-Eu sei.-Emily sorriu fracamente.
-Fiquem essa noite.-pediu Emily após vários xingamentos e ameaças de morte dirigidos ao ex-noivo.
-Vamos ficar, querida.-afirmou o senhor ruivo.
-Agora, voltando ao nosso assunto de antes...-Emily viu de relance a foto de Snape e corou.
-Ele é só um amigo, mãe.
-Espero que seja mesmo, você não teria esse mal gosto todo.-concordou Jones.
-Não diga isso, você não o conhece.
-Bem, eu ouvi falar dele. Ex-comensal da morte, aluno da Sonserina e professor cruel e intimidador. Não é um bom currículo.-comentou a senhora.
-Mas Snape é leal à Dumbledore. Eu sei disso, mãe.
-Ser leal ou não ao diretor não muda muito as coisas. Todos sabem que Alvo confia muito nas pessoas.
-Mas não o suficiente para se enganar.-contestou Emily com teimosia.
O som da campanhia de manhã acordou a família que dormia calmamente na sala de estar, com os vários colchões que Emily e a mãe conjuraram na noite passada.
-Eu atendo.-falou Jones em tom de reclamação.-O QUE QUER AQUI, SEU CANALHA!?
Emily e os pais pularam com o susto e se aproximaram para ver o que acontecia.
-Jones, eu...-John se interrompeu e forçou um sorriso.-Bom dia Kate, Thomas. Emily.-o sorriso se tornou verdadeiro ao fitar o rosto da ex-noiva.
-É senhor Watson para você, Bolton.
-É claro.-John perdeu a cor.-Emily, querida, podemos conversar?
-Conversar!?-os olhos de Thomas pareceram se incendiar.-DEPOIS DE TUDO O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA FILHA VOCÊ QUER CONVERSAR!?
-Sr. Watson, eu...
-Não queremos ouvir você e suas desculpas, Bolton, Saia daqui e deixe minha irmã em paz!
-Só se ela pedir.-John se voltou para a ruiva, que observava a cena estática.
-Eu estou pedindo, John.-uma lágrima solitária rolou pelo seu rosto.-Que não volte até eu tomar minha decisão.
-Estarei esperando a sua decisão.-ele meneou a cabeça e foi embora, deixando o coração arrasado dela para trás.
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Olá, leitores! Gostaram?
Desculpem a demora para postar, se é que alguém está mesmo lendo, mas andei ocupada esses dias e as únicas coisas que postei foram duas short fics feitas por um momento de inspiração.
Comentários, por favor.
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