Capítulo 5
Duas semanas haviam se passado, estávamos próximos ao dia do meu aniversário e próximos ao dia da minha partida. Meu pai já havia nos levado até lá para nos mostrar a nossa nova casa e me levou para dar uma volta na escola. Alguns alunos estavam lá e pude sentir vários olhares se recaírem sobre mim, talvez devido ao fato de que Harry Potter estava ao meu lado. E por mais que a França fosse linda, romântica e perfeita, nada substituiria Hogwarts, Londres e todos os amigos e parentes que eu tinha aqui.
Estava no meu quarto, com a TV ligada, assistindo algum filme qualquer que não estava conseguindo prender a minha atenção, quando a Dominique entra feito um furacão catrina no meu quarto, vermelha e ofegante.
- LILIAN DO CÉU! VOCÊ NÃO TEM NOÇÃO. – ela estava com os cabelos estranhamente bagunçados.
- Não mesmo. – respondi mais confusa do que nunca.
- Eu beijei o Alvo. – todas essas palavras foram ditas muito rapidamente, o que me impediu de entender, apesar de já ter uma ideia do que se tratava.
- O que? Não entendi nada. Repete.
- Ó meu Deus, mas é lerda mesmo. – ela respirou fundo. – Eu, Dominique Weasley, beijei seu adorável irmão, Alvo Potter.
Parei por um segundo até digerir aquelas informações. Depois de um tempo, sorri maliciosamente para ela.
- Safadinha!!!!!!!!!!!!! Eu sabia, sabia que você ia acabar se rendendo aos encantos dele. Ahá. (n/a: quem não iria se render aos encantos de Logan Lerman???)
Ela corou.
- Ai, Lily.
- Que foi?
Ela olhou para cima, como se buscasse as palavras certas para dizer aquilo. Se sentou na minha cama.
- Ele beija muito bem. – ela disse, como num sussurro.
- E por que vocês não namoram então? – sussurrei também e ela arregalou os olhos azuis.
- NÃO!
Olhei para ela, erguendo a sobrancelha.
- Por que não?
- Seu irmão é galinha demais. (n/a: jura, Dominique? HUAHEUAHAHEU)
- Olha, me desculpe. Mas o meu namorado também era galinha. A gente tem que ser forte o suficiente para fazê-los mudar. – Patrícia entrou no quarto, se sentando ao lado de Dominique.
- É diferente, Patrícia.
- Não é não. O Thiago sempre foi mais galinha que o Alvo. E mesmo assim, eu assumi o risco de ficar com ele.
- Ah, mas ele é mais velho. É mais maduro também.
- O Escórpio tem a mesma idade que o Alvo. Era galinha também. E eu confiei nele. – falei, sorrindo com o meu argumento.
- AAAAAAAAAAAH, VOCÊS SÃO MUITO CHATAS, CREDO. – ela disse, saindo do quarto batendo os pés nervosamente.
Patrícia me olhou e sorriu.
- Ela gosta dele, né? – perguntou.
- Gosta. É que ela sempre foi acostumada a ser assim. Pegar e não apegar. Acho que na verdade está com medo, porque é a primeira vez que ela gosta de verdade de alguém. – sorri. – Tipo o Thiago e você.
De repente, como se eu tivesse tocado em um ponto fraco, os olhos dela encheram de lágrimas.
- Patrícia, o que foi?
- Não sei como vou fazer para viver sem seu irmão, Lily. Ele pode ser um filho da puta, um idiota, galinha e todos os outros defeitos possíveis do mundo, mas eu amo ele, poxa. E na França tem aquele monte de garotas loiras, bundudas e peitudas, do jeitinho que ele gosta.
Olhei para ela e sorri carinhosamente, porque sou uma pessoa muito meiga.
- Eu sei bem como está se sentindo. – meus olhos também se encheram de lágrimas. – Deixar o Escórpio aqui está sendo uma das coisas mais difíceis que eu terei que fazer. Ele é como algo que já faz parte de mim. Deixar ele aqui, com a Layla por aí e todas as outras que ela já pegou, que são muitas, não é uma coisa que me anima muito. Mas meu pai não muda de ideia! Nem minha mãe tenta mais convencê-lo a ficar. Ele tá irredutível. Não sei mais o que fazer, sinceramente.
Ela sorriu para mim e me abraçou. Querendo ou não, eu e Patrícia sempre compartilhamos de problemas parecidos. De certa forma, fomos criadas como irmãs.
- Vou sentir sua falta, Lilian.
- Eu também minha irmã mais velha.
Todos estavam na sala, reunidos, conversando sobre algum assunto que eu não estava entendendo. Draco havia vindo também, junto da tia Astória e tio Neville também, junto de sua esposa. Escórpio, Alvo, Thiago e Hugo conversavam calmamente, sentados no tapete, sobre o único assunto em que concordavam: Harpias de Holyhead era melhor que os Chudley Cannons. Sim, para desespero do meu tio Rony, Hugo não torcia para os Chudley Cannons. Eu, Dominique e Patrícia estávamos sentadas no sofá, atrás dos meninos. Hugo havia terminado com a namorada (sabia que não iria durar), Roxanne havia saído com o novo peguete e Rose estava na casa do Gabriel.
- Mas sabe, aquela artilheira é muito gata. Sério, deve servir como distração para o time adversário. – Thiago falou, como se fosse a coisa mais normal do mundo elogiar uma garota na frente da namorada.
- Potter. Não sei porque ainda estou com você. – Patrícia falou emburrada.
Então, ele pôs as mãos nas coxas dela e disse: - Porque você me ama, gostosa.
Sério, sério. Meu irmão era um pervertido. (n/a: cadê meu pervertido desses, hein? HAUHEUAHE)
Dominique estava tentando fingir que não via os olhares de Alvo sobre ela e os sorrisos maliciosos do mesmo. De acordo com as minhas observações não iria demorar muito para esses dois avançarem um passo na relação.
Então, meu pai, tio Rony e tio Draco se levantaram. Ambos haviam bebido alguns copos de uísque de fogo e estavam, digamos, meio alterados.
- Meninas, quem aí ainda é virgem? – tio Rony perguntou com aquela cara inocente dele.
Silêncio constrangedor. Ninguém levantando a mão. Pais ficando vermelho. Meninos engolindo em seco. Meninas perdendo a cor.
- LILIAN LUNA! – meu pai olhou para mim, me encarando com aqueles olhos verdes vivos.
- PRESENTE, SOLDADO! – respondi, mas me arrependi depois.
- LEVANTE A MÃO. AGORA!
- Quer que eu minta papai? – os olhos dele me fuzilaram e depois se recaíram sobre Escórpio, que até então estava encolhido.
- Não foi com ele, pai. – me apressei em dizer. Tio Gui encarava Dominique e tio Neville estava parecendo um sapo que acabara de comer demais. Tio Draco estava mais pálido que o natural, receio que pelo fato de que ele me tinha como uma segunda filha.
- Gente, vamos ficar calmos, okay. Olhem só. – minha mãe sorriu para todos, meio vacilante. – Se fossemos virgens até hoje, ninguém teria nascido! Da mesma forma que um dia fizemos as nossas aventuras, nossos filhos tem direito de fazer.
Todos os adolescentes bateram palmas e os homens ficaram completamente sem graça. Tanto que saíram da sala e foram para fora da casa, provavelmente se acalmar.
- ISSO AE, SOGRINHA!!! – Patrícia gritou, batendo palmas, sendo acompanhada de um Thiago muito sorridente. De todos, Thiago era o “menos santo” há mais tempo. Isso era óbvio.
- Mão, mandou muito. Sério. Devo uma cama arrumada para você. – Thiago disse, fazendo aquela carinha de gato de botas.
- Quem vê pensa que vai cumprir. – Alvo disse, rindo.
- Cala a boca, cachorro.
- Cala a boca você, viado.
Thiago ficou vermelho e encarou Alvo.
- É CERVO, CARALHO. E VAI CUIDAR DA SUA NAMORADA, PRIMA OU SEILÁ COMO VOCÊ TEM CHAMADO A DOMINIQUE.
Dominique corou, não de vergonha, de raiva do Thiago. E Alvo também. Ele ia se levantar e começar uma briga até que minha mãe berrou:
- THIAGO, ALVO. CALEM A BOCA. NÃO CRIEI DOIS ANIMAIS. PELO AMOR DE DEUS, SOSSEGUEM ESSA BUNDA LOGO. QUE SACO. – minha mãe estava da cor de seus cabelos. Não havia nada que a estressava mais do que as briguinhas idiotas e bobas dos meus irmãos.
Comecei a rir da cara deles, afinal eu era a minha mais “mimadinha”, por ser a única garota e a mais nova.
- FECHA A BOCA, LILIAN! – os dois disseram em uníssono. Mas isso só me fez rir mais.
- SÉRIO, THIAGO. SOSSEGA ESSE FACHO. E VOCÊ TAMBÉM ALVO. NÃO VÊ QUE NÓS SEMPRE SEREMOS AS MAIS LINDAS, AS MAIS AMADAS E AS MENOS XINGADAS NESSA FAMÍLIA? PELO AMOR DE DEUS SE ENXERGUEM. – Dominique parou para respirar. Apontou para Hugo e Escórpio, que estavam entretidos com um minijogo de quadribol. – E VOCÊS DOIS TAMBÉM. CALEM A BOCA.
- Mas nós estamos quietos. – Hugo fez bico, olhando assustado para Dominique que ainda estava vermelha. Escórpio olhou para mim em busca de ajuda, mas eu apenas ria.
- NÃO INTERESSA. – e dizendo, berrando, isso ela subiu para o seu quarto.
- O que deu nela? – perguntou Alvo, para mim e Patrícia.
Mas nós apenas nos entreolhamos e sorrimos. E eu disse:
- Amor reprimido.
- EU OUVI, POTTER. EU OUVI. – ela berrou do andar de cima, fazendo todos rirem, menos os meninos que não entenderam nada.
Comentários (1)
ta ficando muito bom, vc precisa escrever mais!!!!!!
2012-05-08