Primeiro Dia de Aula



Capítulo 4 – Primeiro Dia de Aula


 


Quando descemos do trem, encontramos um grupo de primeiro-anistas já agrupados em volta de um homem muito mais alto que o normal, que Harry me informou ser Rúbeo Hagrid.


Nós o acompanhamos por um caminho sinuoso que, no fim, deu para um imenso lago, e à outra margem do lago estava o castelo.


Engoli em seco, admirado. Nenhuma das descrições dos meus irmãos – nem mesmo as de Percy, que eram bastante detalhistas e enfadonhas – teriam me preparado para aquilo.


Eu não estava falando de um simples castelo. Aquilo era gigante, majestoso e... Eu não teria um adjetivo no meu vocabulário que pudesse descrevê-lo com onze anos, e não acho que eu o tenha agora, mas era de tirar o fôlego.


Hagrid apontou para alguns barcos pequenos que estavam à margem do lago e informou que só era permitido quatro alunos por barco.


Era óbvio que Neville Logbottom e Hermione Granger nos seguiram e entraram na mesma embarcação. À ordem de Hagrid, todos os barquinhos começaram a velejar ao mesmo tempo, numa velocidade agradável, aproximando-se rapidamente do castelo.


Quando estávamos desembarcando, Hagrid berrou, perguntando a Neville se o sapo recém-encontrado era dele, ao que o garoto respondeu com um berro – “Trevo!” - e pegou-o das mãos gigantescas do homem.


Seguimos em fila até que Hagrid bateu três vezes na porta do castelo. Suspendi a respiração, fechando os olhos por um momento e concentrado toda a minha força de vontade em um só pensamento ‘por favor, Grifinória, por favor...’.


A porta se abriu repentinamente e uma mulher surgiu – a descrição combinava com a de Minerva McGonagall, e meus irmãos haviam me alertado que ela era o tipo de pessoa que ninguém queria aborrecer. Vendo-a de perto, entendi o por quê.


Hagrid apresentou-a aos demais alunos, confirmando minhas suspeitas. Ela agradeceu e disse que cuidaria de nós dali em diante.


Fomos guiados para uma sala afastada, apesar de saber que o Salão Principal estava próximo – era possível ouvir o barulho de muitas vozes se fazendo ouvir do outro lado de uma grande porta. Todos nós, do primeiro ano, nos agrupamos na sala, ansiosos.


Ela fez um discurso longo e chato do qual não me lembro sequer de uma palavra. Na verdade, eu estava com os olhos fixos nela, via sua boca abrindo e fechando, mas tudo o que eu podia ouvir era minha mãe dizendo ‘se você não cair na Grifinória, ainda te amaremos’ e os gêmeos zombando ‘derrote o trasgo’ seguido, algumas vezes, pela minha própria voz, suplicando, ‘por favor, que eu caia na Grifinória’.


Percebi quando ela me olhou fixamente, e supus que tinha lido meus pensamentos e percebido que eu não tinha ouvido palavra alguma do que ela tinha falado – mais tarde, Harry me diria que acha que ela estava olhando para a mancha no meu nariz.


O que é que há de errado com as mulheres e as malditas manchas? Primeiro minha mãe, que quase tira meu nariz fora, depois Hermione Granger, que se acha a rainha do mundo e agora a professora McGonagall, que com todo o respeito, parece um morcego velho.


Depois disso, a mulher disse que nos buscaria quando estivessem prontos para nos receber e nos deixou. Ficamos todos em silêncio por algum tempo, mas logo Harry me perguntou como eles faziam a seleção.


Hesitei por um segundo, achando que ele poderia se assustar com a versão do trasgo, por isso optei por um caminho mais seguro.


- Devem fazer uma espécie de teste, acho -  porque soou bem melhor do que ‘apenas teremos que lutar com trasgos até a morte... e se você for derrotado e não morrer, pode ir para a Sonserina, o que é ainda pior’ e complementei com - Fred disse que dói à beça, mas eu acho que estava brincando - o que também é verdade. Fred disse que o trasgo quebrou o braço dele e que doía muito, e eu também acho – pelo menos, torço com todas as minhas forças – que é uma brincadeira de mau gosto.


Percebi que Harry entrou em pânico com isso e percebi que tinha feito a escolha certa em não lhe contar a versão do trasgo completa. Percebi quando seus olhos se fixaram em Hermione Granger, que murmurava alguns feitiços, como se para se certificar que sabia deles.


Ah, pelo amor de Merlim, ele é Harry Potter. Só de olhar para ele, o trasgo vai soltar um grunhido aterrorizado e sair correndo. Eu, por outro lado, a não ser que vire para o monstro em questão e diga ‘e aí, colega, uma partidinha de xadrez?’, estou ferrado. Completamente.


Ainda mais porque não sou o melhor no quesito feitiços. Claro que o fato da minha varinha estava quase se despedaçando e implorando por misericórdia não ajudava em nada.


Então, pessoas às nossas costas começaram a berrar. Harry e eu saltamos e, sobressaltados, voltamo-nos para o fundo da sala para encontrar diversos fantasmas flutuando entre os alunos. Soltei o ar, aliviado. Eram os fantasmas das casas, dos quais meus irmãos tinham me falado.


Finalmente, fomos levados ao Salão Principal e, repentinamente, toda a conversa e movimento cessou. Todos os olhos se fixaram em nós e senti o meu estômago se revirar de uma maneira nada desagradável.


Olhei, desconfiado, para todos os lados, procurando por uma gaiola onde um trasgo montanhês estivesse sendo mantido cativo para que nós o derrotássemos. E entrei em desespero. Que feitiço eu usaria, meu Merlim? Não conseguia nem mudar a cor do meu rato, quais eram as minhas chances contra um trasgo?


Foi então que paramos, no meio do corredor, de frente para um tripé onde um velho chapéu estava posicionado. Percebi Fred e Jorge me observando, atentamente, e, quando eles notaram que eu os observava, Jorge fez, com os lábios, ‘Mandaremos os pêsames para a mamãe’. Revirei os olhos e voltei minha atenção para o tripé bem a tempo de ver o chapéu se eriçar e começar a cantar uma... música?


Voltei, rapidamente, minha cabeça para os meus irmãos e lancei-lhes o meu melhor olhar assassino, embora tivesse que admitir que aquela sensação de alívio era muito agradável.


Quando a música terminou – e, não, eu não tinha prestado atenção em uma palavra do que aquele chapéu tinha pronunciado -, o imenso Salão explodiu em aplausos e senti o nervosismo tomar conta de mim.


- Então, só precisamos experimentar o chapéu! - cochichei para Harry, para acalmá-lo - Vou matar o Fred, ele não parou de falar numa luta contra um trasgo - e Harry deu um sorriso sem graça.


Voltei meus olhos para frente do Salão, sentindo-me inquieto. E se eu fosse mandado para a Sonserina? Quase todos os meus irmãos veriam! Suicídio soava bem mais agradável do que ter que conviver com as piadinhas de Fred e Jorge sobre eu ser filho do leiteiro e coisas parecidas.


Minerva McGonagall começou, então, a chamar os nomes e, um a um, os novos alunos se sentaram e foram devidamente encaminhados às suas casas. Engoli em seco, enquanto observei Mila Bulstrode ser mandada para a Sonserina.


Fechei os olhos e tentei me manter positivo, até que o nome de Hermione Granger ecoou pelo Salão e, curioso, abri um dos olhos. A garota praticamente correu em direção ao banco e enfiou o chapéu na cabeça, ansiosa.


E...


Ela foi escolhida para a Grifinória, lógico.


Soltei um gemido, infeliz. Essa era a prova concreta de que não existia justiça no mundo. Ou seja, mesmo que eu vá para a casa que eu quero, vou ter que aprender a conviver com aquela pequena esquila de QI elevado e completa inaptidão social.


Que maravilha.


A Seleção continuou, Neville Longbottom – sim, aquele lá que perdeu o sapo incontáveis vezes – também foi escolhido para a Grifinória e se dirigiu à mesa. Com o Chapéu na cabeça. Dei uma risada ao presenciar a cena, mas logo me calei e voltei a ficar nervoso, enquanto via ele se sentar ao lado de Hermione Granger.


E se eu tivesse que me sentar em outra mesa? Tinha certeza que ninguém me receberia bem na Sonserina, muito menos depois que o meu rato quase arrancou o dedo de um dos novatos deles. Minhas chances de ir para a Corvinal eram quase tão grandes quanto às de vencer um trasgo – ainda mais tendo em vista o meu ‘cérebro brilhante’, como Gina adora de chamá-lo, ironicamente. E a Lufa-lufa... Bem, eu não conheço uma pessoa da Lufa-lufa, mas suponho que não seja tão ruim.


Draco Malfoy foi selecionado para – surpresa, surpresa! – Sonserina e dei um novo gemido interno.


Uma série de outros alunos foram se encaminhando ao tripé, até que chegou a vez de Harry. Prendi a respiração e acompanhei-o, com os olhos, enquanto ele se sentava no tripé, duro de nervosismo e deixava que a professora colocasse o chapéu em sua cabeça.


Não demorou muito, suponho, mas pareceu que se passaram horas, até que o Chapéu se eriçou e anunciou que ele ia para a Grifinória.


Não pude evitar sorrir, apesar de meu intestino ter se contraído daquela maneira insuportável novamente, enquanto aplaudia meu novo amigo, satisfeito.


Então, chamaram Lisa Turpin, que foi mandada para a Corvinal, e meu nome foi chamado. Desviei os olhos, respirei fundo e, tentando parecer o mais corajoso possível, apesar das minhas pernas trêmulas, caminhei até o tripé.


Sentei-me e fechei os olhos, engolindo em seco, quando o Chapéu foi posicionado sobre a minha cabeça.


- Ora, ora... Outro Weasley? - ele ruminou, satisfeito - Puxa, que mente amedrontada. Já vi que deixou bem claro que a Corvinal não é a casa para você... - murmurou, pensativo - Acho que concordo. Você parece ser mais um garoto de ação do que de livros, isso eu garanto. Hum... Não se preocupe, não tenho a intenção de colocá-lo na Sonserina... você é ambicioso, isso eu garanto... mas não acho que Sonserina seja a casa para você. Lufa-lufa? Interessante, suponho. Vejo que também é sua segunda opção, não? - entrei em pânico, não era a minha segunda opção, era apenas a opção ‘menos-pior-de-ruim’ - Mas por que separá-lo dos seus familiares? - o Chapéu perguntou, e então, soltou um grito - Grifinória!


Senti que meu coração ia explodir de alívio quando, trêmulo e sorridente, desci do tripé e rumei em direção à mesa da Grifinória. Minha mesa.


~.~


Andar com Harry Potter era, na verdade, muito legal. Todos olhavam para nós e o fato de Harry parecer se sentir mais à vontade comigo – sabe-se lá Merlim porquê – do que com os outros alunos parecia fazer com que eu me tornasse popular.


Eu era O Melhor Amigo do Harry Potter.


Era assim que eles me chamavam.


E eu gostava.


No começo, pelo menos.


As pessoas se agrupavam nas portas da sala, para nos ver passar – mais tarde, eu compreenderia que era para vê-lo passar. Mas quando você tem onze anos, a linha entre ser o melhor amigo e ser o astro é muito tênue.


Tenho que admitir que fiquei um pouco decepcionado quando Harry não conseguiu, na primeira aula de Transfiguração, transformar o fósforo em uma agulha. Quero dizer, pelo amor de Merlim, o garoto conseguiu matar Você-Sabe-Quem, mas não conseguia fazer uma transfiguração simples?


Em defesa de Harry, nenhum aluno na sala de aula foi capaz de produzir o que a professora pedira; exceto por Hermione Granger. Lancei um olhar incrédulo para a agulha que ela segurava, orgulhosa, e soltei o ar, resignado.


Que exibicionista! Não bastava ter conseguido fazer, ela tinha que erguer a agulha no alto da cabeça como se fosse um troféu? O que é que ela estava esperando? Uma recompensa em feijões de todos os sabores?


Mas ainda pior do que isso, eram as aulas de poções.


Se inferno tivesse uma definição exata no dicionário, provavelmente teria uma foto três por quatro da sala de Poções de Hogwarts e alunos oprimidos sendo obrigados a trabalhar, algemados aos seus caldeirões. E, provavelmente, tais alunos estariam usando o uniforme da Grifinória.


Para a minha surpresa, enquanto os outros professores tratavam Harry bem, Snape parecia odiá-lo. De verdade. Foi o único professor que fez com que ele se sentisse mal por ser... bem... ele.


A prova disso foi como ele começou a fazer questões para ele que duvido que mesmo Fred e Jorge – que são relativamente bons em poções – conseguiriam responder. Harry pareceu encolher ao meu lado, as bochechas queimando e ele me lançou um olhar suplicando por auxílio.


No entanto, eu sabia tanto do assunto quanto ele, então retornei com um dar de ombros, enquanto a senhoria Esquila-QI-Superior parecia que ia se partir em dois, de tão alto que erguia sua mão.


Minha vontade era de berrar para que Snape ao menos desse à garota a chance de se pronunciar e parasse de fazer Harry se sentir mal. Harry também notou e, desesperado por uma saída, propôs ao professor que fizesse a pergunta a ela.


A garota já estava praticamente montada em cima da mesa. Snape lançou-lhe apenas um olhar frio e respondeu, ele mesmo, às perguntas. E tirou pontos da Grifinória.


Se o começo da aula fora ruim, tudo só piorou quando Neville derreteu o caldeirão de Simas, derrubando a poção em si mesmo, estava com a pele irritadiça e gemia de dor.


O professor esbravejou algo sobre ceras e, depois, virou-se para nós, vociferando com Harry por não ter dito ao Neville para não colocar as ceras, ou o que quer que fosse, na hora que ele colocou. E ainda tirou mais pontos da Grifinória. Harry abriu a boca para retrucas, mas meti-lhe um chute por debaixo da mesa, acompanhado por um olhar veemente.


- Não force a barra - sussurrei, por entre dentes cerrados - Ouvi dizer que o Snape pode ser muito indigesto.


Harry lançou um olhar angustiado para a lousa.


- Foram só dois pontos - balancei a cabeça - Vamos recuperar isso num minuto. Ainda mais com a gênia ali na frente - acrescentei, gesticulando na direção de Hermione.


Relutante, Harry concordou com um aceno de cabeça, e voltamos a trabalhar em nossas poções.


Mais tarde, quando finalmente saímos daquela aula infernal, pedi para Harry que pudesse acompanhá-lo até a casa de Hadrig. Fomos recebidos pelo meio-gigante que lutava para segurar Canino, um cão que era quase do nosso tamanho. Mas, ao contrário do que se esperaria daquele cachorro, assim que foi solto, a primeira coisa que fez foi lamber a minha orelha.


Estremeci, enojado, mas soltei um suspiro aliviado – ao menos, minha orelha estava inegavelmente intacta.


- Este é o Rony - Harry disse, enquanto o homem estava despejando água para o chá.


- Mais um Weasley, hein? - ele murmurou, observando-me - Passei metade da minha vida expulsando seus irmãos da floresta.


Eu queria que uma vez na minha vida, as pessoas não acertassem meu sobrenome de primeira. Ou não se lembrassem dos meus irmãos e do quão brilhantes eles eram. Uma vez. Era pedir demais?


- Então, meninos, como está sendo esse primeiro dia de aula? - perguntou, ocupando um dos grandes bancos.


- Ah... - Harry lançou um olhar na minha direção, como se estivesse tentando se decidir entre mentir ou dizer a verdade - É diferente - disse, finalmente, optando por um seguro meio-termo.


- Garanto que vocês vão se acostumar com o ritmo das coisas - disse, estendendo um biscoito para cada um de nós.


Enquanto conversávamos sobre o ritmo do colégio e falávamos mal de Argo Filch, eu, entusiasmado, fui tentar morder um dos biscoitos. Quando meus dentes quase foram arrancados, lancei um olhar surpreso para Harry, que também parecia estar aturdido, olhando para o biscoito como se ele fosse... bem... de pedra.


- Gostaram, garotos? - Hagrid perguntou, ansioso.


Harry e eu nos entreolhamos, depois demos nosso melhor sorriso falso e aquiescemos.


Foi bem quando Harry chegou no assunto do possível ódio de Snape, que Hagrid resolveu mudar drasticamente de assunto.


- Como vai seu irmão Carlinhos? - Hagrid perguntou para mim - Eu gostava muito dele. Tinha muito jeito com animais.


Eu acho que teria batido com a minha cabeça no tampo da mesa, se não fosse parecer tão estranho.


- Carlinhos está trabalhando com dragões - os olhos de Hagrid brilharam, animados - Na Romênia. Volta para casa de vez em quando, mas ele gosta bastante de lá. Talvez apareça em casa para o Natal, mas duvido muito. Já vai fazer quase um ano que não o vemos...


- Rúbeo! - Harry berrou, para meu alívio - Aquele arrombamento de Gringotes aconteceu no dia do meu aniversário! Talvez tenha acontecido enquanto a gente estava lá!


Percebei que ele segurava um pedaço de papel – um artigo, suponho. Hagrid, no entanto, mudou de assunto e, expulsou-nos de sua cabana, empurrando milhões de biscoitos, cujo ingrediente secreto deve ser cimento.


Sem opção, Harry e eu saímos andando, com biscoitos pesados como pedras nos bolsos. Ele estava com uma expressão pensativa.


- Harry, espera! - resmunguei, parando perto da margem do lago, tirando os biscoitos e, lançando um olhar relutante na direção da cabine, joguei-os lá dentro, e observei-os afundar. Harry hesitou, mas logo me imitou. Depois, nos sentamos na margem, em silêncio.


- Está pensando no arrombamento? - perguntei, finalmente, enquanto observava a superfície calma do lago.


- Huhum - Harry fez, acompanhando isso com um aceno positivo da cabeça, - É muito estranho, não acha? - dei de ombros, embora concordasse.


Ficamos alguns segundos em silêncio.


- Vamos, Harry. Vamos entrar, antes que percamos o horário para alguma outra aula - falei, colocando-me de pé.


 


Continua...

N/A: Desculpem a demora, mas aqui está o novo capítulo!
Eu gostaria muito de receber comentários de vocês, dizendo o que estão achando da fanfic, se estão gostando ou não. (:
Eu sei que pode ser bem chatinho, ás vezes, mas um mero 'acho legal' não vai ocupar tanto o seu dia e fará o meu, garanto.
No mais, informo aos interessados que tenho um tumblr onde posto coisas sobre as minhas fanfics - inclusive esta -, quem quiser interesse, pode acessá-lo: http://giizwickerfanfics.tumblr.com/.
Um beijo e espero ouvir a opinião de, pelo menos, alguns de vocês sobre a história, 
Gii Zwicker.
@giizwicker 

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