King’s Cross
O mês de Julho sempre era muito ansiado pelos estudantes, pois marcava o retorno do ano letivo, o reencontro com os amigos para contar as novidades e o começo de um novo ciclo. Em virtude disso, havia muita agitação na estação King’s Cross, especialmente na plataforma 9 ¾.
Muitos dos alunos já exibiam a vestimenta de Hogwarts, porém podiam-se distinguir alguns com vestimenta trouxa.
Próximos a uma pilastra, no lado oeste da estação, estavam dois estudantes jovens, aproximadamente 17 anos. Um deles possuía os cabelos bastante escuros e espetados para todas as direções, como se não tivesse sido penteado há dias, usava óculos e olhava freneticamente para todos os lados à procura de alguém, aparentemente. O outro rapaz possuía os mesmos cabelos escuros, porém, ao contrario do amigo, estes caíam-lhe graciosamente sobre os ombros, emoldurando-lhe a face e imprimindo-lhe beleza e certo ar de arrogância. Constantemente era abordado por alguma garota, que lhes sorriam e acenavam bobamente.
- E então, Pontas? Viu a Evans?
- Não! Por que será que os trouxas sempre se atrasam? Devem ter medo de ficarem presos na passagem – Disse e soltou uma risada divertida que foi acompanhada pelo amigo. Nesse instante, seus olhos se prenderam em uma figura não muito distante deles.
Um homenzinho baixo e corpulento, com um chapéu arredondado verde limão na mão e conversando nervosamente com um estudante de Hogwarts. Pela estatura, podia dizer-se queera uam menina, pois não era muito alta e possuia o corpo magro, já usava seu uniforme de Hogwarts, inclusive a capa, que cobria-lhe o rosto e estava com resquícios de chuva.
- Sirius, veja ali – disse apontando para a direção em que estava o estranho homem e a garota – Você o reconhece? É do Ministério, não é? Quem será a garota?
- Não sei, mas já o vi diversas vezes em Hogsmeade eem Hogwarts. Trabalha, se não me engano, no Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, mas parece ter bastante amizade com o diretor Dumbledore e muita influência sobre a Ministra.
Enquanto observavam-nos, um homem de aparentemente, 40 anos, passou por eles e, apressadamente, dirigiu-se ao encontro da misteriosa dupla. Usava vestimenta trouxa, calça bege e camisa branca sob um casaco claro. Tinha os cabelos de um castanho quase loiro, com poucos fios grisalhos e olhos de um azul claro quase vídreo.
A garota, até então absorta em seus pensamentos, ao vislumbrá-lo correu ao seu encontro, jogando-se sobre seus ombros e estampando um largo sorriso. Ao fazer isso, seu capuz caiu, deixando seu rosto á mostra. Possuía a face fina, com um queixo um pouco acentuado, a pele clara e os cabelos longos, porém o que chamava a atenção nela eram os olhos. Tão claros como os do homem que passara por eles, porém possuía um brilho hipnotizador, incomum.
- Hei! É a Green!
- Quem? – Questionou Sirius, intrigado.
- Green! Hum...Perséfone Green! Da Corvinal. Fez Feitiços conosco no ano passado, lembra? Ela é trouxa, ao que parece...não sei direito porque ela é mais “na dela”, sabe?
-Trouxa? E o que faz um funcionário do Ministério com uma aluna trouxa?
- Sei lá, Sirius! Vai ver... – Interrompeu o que ia dizer abruptamente, enquanto sua atenção se prendia em uma cabeleira ruiva que, apressadamente, dirigiu-se ao trem. – Veja! A Evans! Vamos, quero pegar uma cabine próximo à dela.
-Vai você, Pontas. Ficarei esperando o Aluado e o Rabicho.
- Ok! Espero vocês lá dentro – Despediu-se e seguiu rumo ao trem, despenteando nervosamente os fios que ainda estavam arrumados.
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-Que saudades! E então? Como foi a viagem?
-Querida, foi bem, mas te escrevi tudo nessa carta, já que não teremos tempo para conversar sobre isso. E como foi na casa do Cornélio?
- Bem! A tia Violet foi adorável, porém não via a necessidade dele me trazer na estação, esqueceu que ninguém em Hogwarts sabe a verdade sobre mim?
- Funny, não se irrite, Cornélio só quis te proteger.
- Desculpe-me... é que ficam olhando-nos, principalmente os pais dos alunos, sabe? Eles podem começar a especular, sei lá...
-Falarei com Cornélio agora, tome a carta e apresse-se para o trem, antes que todas as cabines sejam ocupadas – Disse isso e puxou-a para mais um abraço, beijando-lhe o topo da cabeça carinhosamente.
A mesma desvencilhou-se do pai e abraçou o homenzinho ao seu lado. Ao fazer isso notou um par de olhos negros contemplando-a a distância, e corou subitamente.
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