Letras Vermelhas



Na manhã seguinte Harry acordou com uma dor insuportável em sua cicatriz, não conseguia mais se lembrar do pesadelo, apenas do fato de haverem paredes muito sujas, lembrava-se apenas disso. Tomou um banho gelado na esperança de animar-se um pouco, o que de nada adiantou. Rony já havia ido tomar café com Dino e Simas, apenas Hermione o esperava na sala comunal.



- Eu estava preocupada Harry, eu e Rony não conseguimos seguir vocês, sem contar é claro o tempo que vocês demoraram – disse tão rápido que as palavras se atropelavam nos ouvidos de Harry – o que você descobriu?

- Não posso contar – disse lembrando-se das palavras de Orgoch

- Por que não? – ela perguntou revoltada

- Eu jurei segredo.

- Tudo bem então – suspirou exausta e ao mesmo tempo desapontada – vamos indo tomar café?

- Claro.

-

O barulhento Grande Salão parecia fazer parte de um universo paralelo, calmo, simples e real, do qual Harry não pertencia. Sentou-se ao lado de Gina, esta, apenas lhe cumprimentou e continuou a conversa com a garota ao seu lado, Hermione e Rony pareciam desapontados de mais para dizer alguma coisa. E como se as coisas já não estivessem ruins o bastante, as duas aulas que teve com Snape foram sucessivamente piores. No fim do dia sentia-se como o pior dos condenados.



Já ao anoitecer, sem vontade nenhuma de fazer seus deveres, Harry foi até o corujal ver se Edwiges havia lhe trazido alguma coisa, ou simplesmente passar um tempo sozinho, refletindo. A vista era espetacular, o sol se pondo por detrás das árvores da Floresta Proibida, o lago congelado e os campos brancos ao redor da escola, avistou a orla da floresta lá embaixo, e num estalo, viu três pessoas correndo para dentro dela, uma delas era carregada pelos outros, alguma coisa estava errada. A primeira coisa que lhe passou pela cabeça foram as palavras zombeteiras de Orgoch “aquele bobo jamais saberá, ele e Dumbledore acham que matando Sophia, matarão o bebê”



Correu o mais rápido que pode até as masmorras, precisava saber se Sophia estava bem, desviou-o e esbarrou em vários sonserinos pelo caminho, mas nem Draco Malfoy conseguiu tirar-lhe a atenção naquele momento. Logo, estava mais uma vez em frente á apequena porta lateral, estava destrancada. Olhando para os lados para certificar-se de que não havia ninguém por perto.



Abriu a porta com cuidado, o que viu aumentou ainda mais a sua certeza de que Sophia estava em perigo. Os móveis quebrados, os lençóis da cama rasgados, o chão e a cama ensangüentados e, na única parede livre de adornos, a frase que o fez derramar uma lágrima involuntária. Escrito com sangue estavam as seguintes palavras.



“Nas profundas sombras a vida se esvai com o sangue da mãe dos mortos. Cubram seu corpo com o manto dos tolos e entregue sua vida ao vale negro onde reinam os bons”.



Por mais complexas que fossem aquelas palavras, só podia ter sido escritas por uma pessoa, Sophia. A respiração forçada e as lágrimas a escorrerem pelo rosto alimentavam dentro de Harry, raiva e ódio incontroláveis. Chutou os móveis caídos pelo cão, socou e bateu tudo que apareceu em sua frente, seu choro cada vez mais desesperado o levaram a passar as mãos pela parede escrita “Não, seus malditos, devolvam-na, seus malditos, minha Sophia, volte pra mim” eram as únicas coisas que conseguia gritar e sussurras suas pernas foram enfraquecendo, ajoelhado no chão frio, a cabeça apoiada na parede sem ter forçar para fazer qualquer movimento, as mãos sujas de sangue. Ficou o que pareceram horas ali.



Alguém o ergueu pelos braços e vozes tumultuadas ecoavam pelos seus ouvidos sem saber quem o carregava para fora daqui, vários homens agora examinavam a frase de sangue. Lutava contra os braços que o afastavam, não queria sair dali “M e soltem seus desgraçados! Eu a quero de volta me dêem a minha Sophia de volta”. De repente sentiu um baque nas costas e tudo escureceu.



Pulou da cama assustado, e para sua surpresa estava na enfermaria da escola, Gina sentada ao pé de sua cama.

- Harry, você acordou! Como se sente? - disse sorrindo.

- Onde eles estão? – perguntou lembrando-se do que acontecera antes do baque

- Eles quem? – perguntou ela confusa

- Os homens que me tiraram de lá, queor falar com Dumbledore agora – disse ríspido para Madame Pomfrey que passava ao seu lado, ela imediatamente saiu da enfermaria.

Gina o olhava com pena.



- É ela outra vez? – perguntou tímida

- Eles a pegaram Gina, Voldemort pegou Sophia – disse já com os olhos cheios d`água.

- Então foi isso que aconteceu nas masmorras, ninguém sabe ao certo, Dumbledore mandou fechar o local e colocou dois Aurores na frente da porta para não deixar ninguém entrar – disse ela.

Nesse exato momento Dumbledore entrou na enfermaria acompanhado pela enfermeira.



- Gina, nos dê licença, por favor – pediu ele meigamente, Gina obedeceu de imediato. – Mandou me chamar Harry? - voltou-se para o garoto.

- O que aquilo queria dizer? – foi direto ao ponto encarando o professor com ódio.

- Não sei, foi uma mensagem deixada por Sophia – disse calmo.

- Então o senhor acha que ela escreveria com o próprio sangue? – gritou irado com a forma como ele falava.

- Vindo dela, se pode esperar de tudo.

- Quando mandarão alguém procura-la?

- O ministério já tomou medidas.

- Hã – resmungou – como se o Ministério soubesse de alguma coisa – disse com escárnio.

- Do que mais você sabe Harry – perguntou Dumbledore desconfiado.

- E porque eu diria, sempre me escondem tudo! Por que justo agora eu diria o que sei?

- Porque você mais do que qualquer um quer encontra-la – disse ele sorrindo.

- E farei isso sem a sua ajuda! – Gritou e virou-se para o outro lado da cama, dando a conversa como encerrada e obrigando Dumbledore a sair dali.



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