Mudanças de comportamento
Virgínia e Pansy cumpriam sua detenção até que contentes. Achavam intrigante ver a forma como a Madame Pomfrey manipulava as poções mais difíceis para os fins mais comuns, como enxaquecas e cólicas. Na Ala Hospitalar não havia muito que fazer: ou ajudavam nas poções, ou na limpeza. Raramente aparecia alguém doente por lá.
As duas se divertiam. Divertiam-se como nunca Gina havia se divertido com Sati e Raven. Pansy também adorava estar com Virgínia. Elas tagarelavam sobre vários assuntos diferentes, mas o predominante mesmo era um só: Draco Malfoy. Pansy falava tanto dele que Gina já havia até se habituado a ouvir sobre ele. Pansy contava tudo. Contava sobre o amor prematuro e até infantil que sentia por ele, a falta que ele fazia, das vadiagens que ela sabia que aprontava, dos encontros dele... Sem se dar conta, Gina orientava Pansy a mudar. Incentivava-a ser uma garota diferente. Uma que fizesse com que Draco realmente se prendesse e nunca mais quisesse largar. Pansy as vezes até dizia: “Não adianta, eu nunca vou conseguir ser você!”. As duas riam, mas mesmo assim Pansy tinha razão, Gina dava conselhos que de certa forma transformariam Pansy em uma cópia sua.
Após a semana de detenção haveria outra visita a Hogsmeade, as meninas estavam bem animadas e já faziam planos para o divertimento.
Na quinta-feira, dois dias antes da visita, Pansy já estava se perguntando se Draco a convidaria para ir com ele. Não que ela estivesse muito ansiosa por isso. Depois que Pansy começou a conversar com Gina, ela parou de ser uma “dracomaníaca” assim como as outras garotas do colégio, que viviam se jogando aos pés dele e implorando um carinho ou um beijo. Ela o deixava solto e sabia que quando ele quisesse a presença dela iria procura-la. Ela estava aprendendo a se dar o valor, e tudo mundo já havia percebido a mudança de comportamento da garota.
Draco resolveu sim que a convidaria para ir com ele, mas teve uma surpresa durante a conversa. Fazia algum tempo que ele não falava com ela, e estranhou a garota não estar mais correndo atrás dele.
A tarde de sexta-feira estava muito gostosa. O sol brilhava não muito quente e uma brisa fresca chacoalhava as folhas das arvores. Visto que coincidentemente nem Virgínia nem Pansy teriam aula no período da tarde elas resolveram ir dar uma volta nos jardins do castelo para planejarem bem o que fariam no dia seguinte, enquanto estivessem em Hogsmeade. As garotas andavam distraídas e sem pressa. Conversavam sobre qualquer coisa. Com o passar dos dias Gina ia percebendo que Pansy diminuía os assuntos sobre Draco, mas ela não se importava muito. Agora elas conversavam sobre roupas, sapatos, fofocavam ou comentavam alguma coisa sobre a matéria, já que estudavam no 6º ano.
Por volta das três da tarde elas resolveram dar uma paradinha próximo ao lago da Lula Gigante e se sentaram sobre a grama extremamente verde e reluzente. Conversavam distraídas quando uma sobra de pessoa apareceu sobre elas.
-- Até que enfim te encontrei Pansy! --- Era Draco Malfoy! Desde a briga com ele, Gina nunca mais estivera tão próxima dele como naquele momento. Ela não se sentiu por Draco ter fingido que ela não estava ali.
-- Oi Draco! Tudo bem? --- Pansy respondeu com um belo sorriso. --- Ora, ora... Onde está sua educação? Não vai dar um OI pra Gina? --- Pansy indicou a garota.
Draco olhou Virgínia de ponta à ponta, como se a avaliasse. Gina se sentiu meio desconfortável com isso. Simplesmente abaixou seu olhar em direção à amiga e tentou pronunciar algo.
-- Deixa Pansy, ele... --- Mas Gina foi interrompida pela voz grave de Malfoy. Não terminou a frase.
-- Olá Weasley. Beleza?
Gina estava perplexa! Onde e quando Malfoy já havia a tratado assim? Ela pensava estar alucinando...
-- Agora sim Draco! Bom... O que você quer comigo?
-- Quero saber se você quer ir comigo amanhã pra Hogsmeade?
-- Ah sim, claro...
-- Bom, então...
-- Peraí Draco, tem uma condição.
-- Condição? Como assim? Você nunca exigiu nada? O que você quer?
-- Quero que... --- ela lançou um olhar para Gina. --- A Virgínia fique com a gente!
-- O que??? --- agora Draco estava perplexo e também começando a ficar nervoso --- Como assim???
-- Você não entendeu? Pensei que você fosse mais inteligente. Ela vai ficar com a gente!
-- Olha, Pansy, vai vocês dois. Eu dou um jeito, procuro a Mione...
-- Nananinanão! A sta. vai com a gente sim...
--Eu não aceito Pansy! Não quero que essa...
-- Bom M-A-L-F-O-Y, se você não aceita, então vá sozinho. Eu vou com a Virgínia e fim de história!
Gina não sabia bem o que fazer. Estava no meio de uma guerra a qual ela não entendia muito bem. Porque será que Pansy insistia tanto para que ela fosse junto? Ela sabia muito bem que os Malfoy’s e os Weasley’s não se davam muito bem e que provavelmente Draco não aceitaria a condição dela. Outra vez ela tentou dizer algo, mas ficou surpresa demais com o que ouviu.
-- Tudo bem Pansy, a Weasley pode ficar com a gente.
Seus olhos estavam arregalados diante da resposta de Malfoy. Ela jamais pensou que ele pudesse aceitar o que a garota havia lhe imposto. Será que ele estava tramando alguma coisa? Só podia ser isso, porque se Draco quisesse poderia chamar qualquer garota da escola e ela viria correndo pros seus braços...
-- Ótimo então! Nos vemos amanhã.
Draco se retirou logo após, não antes de deixar um “tchau” para as garotas. Virgínia mal pode responder, pois ainda estava absorta em tentar entender o que havia se passado ali. Pansy tinha no olhar um brilho de triunfo. Parecia realmente contente de si, enquanto Gina estava com cara de interrogação.
-- Gina, vamos voltar pro castelo a arrumar as coisas?
-- Vamos sim. Pansy posso te perguntar uma coisa?
-- Claro que sim! Somos amigas, não é?
-- Sim... Porque você faz tanta questão de eu ir com vocês dois amanhã? Por acaso é algum plano seu com o Malfoy pra me ridicularizar?
-- Aff Gina! Me espanta você pensar isso de mim! Até parece que eu faria isso contra você. Bem... Não posso te dizer o que tenho em mente agora, mas com o tempo você vai saber. Não se preocupe, é coisa boa. Para todos nós.
A garota deu um sorriso e se levantou ajudando Gina a levantar-se também.
-- Vamos então?
-- Sim...
...oooOooo...
A manhã estava perfeita para uma visita a Hogsmeade. Estava como a tarde anterior. Todos estavam bem animados em todo o povoado. Riam e se divertiam. Com exceção de algumas pessoas: Draco, Virgínia, Harry e Rony.
Obviamente Virgínia e Draco estavam desconfortáveis com a situação criada por Pansy. Harry estava com ciúmes.
“O que aquela lombriga loira está fazendo com ela? Justo ela? Se pegar esse Malfoy ele morre!”.
Rony estava com raiva:
-- Eu NÃO acredito! Já não basta a Gin estar de amizade com aquela sonserina retardada e agora ainda vai ficar andando com a cobra verde também? Ela pirou? Deixa quando nós nos encontramos. Quero ter uma conversinha com ela...
-- Rony! --- Hermione, sua namorada, se intrometeu --- Deixa a tua irmã em paz! Deixa ela com quem ela quizer! Eu também não concordo de ela estar com o Malfoy, mas se ela e a Parkinson são amigas, deixe-as!
-- Não me peça isso Mione! Pra você é fácil porque não é sua irmã que está se bandeando pro lado das víboras!
-- Bandeando? Ora faça-me o favor Rony! Você bem sabe que sua irmã não está se bandeando pro lado de ninguém! Ela só está tendo uma amizade. E outra, a Parkinson não é a bruxa que vocês imaginam, não. Ela até que é bem legalzinha pelo que a Gina me conta...
-- Legalzinha??? Não acredito que você também foi picada pelas cobras sonserinas! O mundo ta acabando mesmo...
-- Ai Rony, desencana! Você bem sabe que a Sonserina é só fachada agora. Eles nem têm mais o “deus” deles, o Voldemort, pra seguirem. Nem comensais eles são...
-- É, mas o veneno ainda ta no sangue...
-- Olha, quer saber? Cala a sua boquinha porque eu não quero mais discutir... Vamos dar uma volta. Você vem Harry?
Harry estava absorto em seus pensamentos sobre Gina, mas mesmo assim fez que sim com a cabeça e saiu andando junto de Hermione e Rony.
No grupinho “animado” de Gina, Malfoy ainda se perguntava o real motivo de estar passando por tudo aquilo. Ele próprio tinha plena consciência de que se quisesse ele teria se saído como vencedor dessa historia, mesmo não tendo ido com Pansy.
Virgínia se sentia mal em estar ali junto deles. Sabia que, provavelmente, Malfoy queria algo de “especial” com Pansy. Dentro de si tentava entender o que a amiga pretendia com tudo aquilo.
A única pessoa do grupo que falava era Pansy. Os outros dois apenas meramente respondiam. Não eram respostas muito esclarecedoras, mas também não se calavam.
Já próximo do horário do almoço foi que Gina resolveu falar e fazer alguma coisa pra quebrar aquela situação:
-- Pansy, acho que vou deixar vocês sozinhos durante o horário do almoço, assim vocês aproveitam. Eu vou lá no Três Vassouras ver se encontro alguém...
-- Mas Gina, nós não íamos almoçar juntos?
-- Sim, mas fique com o Malfoy. Tenho certeza que ele te será uma boa companhia.
-- Mas...
-- Bye, tô indo! A gente se vê mais tarde.
Sem ouvir mais nenhuma palavra da amiga, Gina se retirou. Algo a incomodava muito, e não era a simples presença de Draco Malfoy. Dentro de si ela sentia suas entranhas revirarem. A cada segundo passado perto do rapaz a fazia sentir sensações indescritíveis a si própria. Ela sentia como se o peso daqueles belos olhos azuis estivesse sobre si o tempo todo. Seria possível? Será que Draco a observava? Bem, seja como fosse, Virgínia não tinha intenção de voltar a vê-lo pelo resto do dia, mas seu desejo não se realizou.
Logo após o almoço Pansy já estava à sua cola junto com Malfoy. Não havia como Gina fugir da situação sem magoar ou enfurecer Pansy, portanto viu-se obrigada a ficar com a garota e o loiro que Virgínia tinha certeza que a observava.
À tarde fazia um pouco mais de sol e calor e os três viram-se obrigados a procurar um lugar com sombra para se sentarem. O lugar mais próximo foi um local beirando a Casa dos Gritos. Sentaram-se e tentaram conversar sobre algo interessante. Quando o papo já estava intolerável, Draco resolveu que iria ir comprar alguma coisa para eles beberem.
-- Pansy eu vou ir comprar alguma coisa pra beber. Você quer algo?
-- Quero sim. Eu quero um pouco de suco de abóbora bem gelado e... AH! Só isso mesmo.
-- Ok. --- ele lançou um olhar a Gina. --- E você Weasley, quer alguma coisa?
Gina ficou sem ação se vendo diante da “boa educação” de Malfoy. Da segunda vez que ele perguntou foi que ela voltou à si.
-- Sim, quero o mesmo que a Pansy, por favor. --- A ruivinha já abria a bolsa para pegar o dinheiro e entregar a Malfoy quando ele interrompeu o ato dela.
-- Não precisa dar o dinheiro. Pode deixar que eu pago.
-- Mas...
-- Deixa, já disse que eu pago.
Assim o loiro começou à descer a pequena colina que se formava diante de si. As garotas ficaram lá, vendo-o descer. Algo se passava pela mente de Gina, mas ela não tinha coragem de comentar. Parecendo adivinhar os pensamentos da ruiva, Pansy começa a falar:
-- Você já percebeu, né Gina?
-- Percebi? --- ela foi pega de surpresa. --- Percebi o que Pansy?
-- Que eu não gosto mais dele.
Por dentro Gina não pode conter um risinho de felicidade, sem nem mesmo saber o porque dessa alegria.
-- Não gosta mais?
-- Não...
-- E eu posso saber porque?
-- Um pouco. Eu não vejo mais no Draco o ‘deus-grego’ que via antes. Ele nunca se interessou realmente por mim, e agora eu descobri que ele está realmente gostando de alguém. Sem querer eu li umas anotações dele e vi o nome da garota. Pra ela vai ser muito difícil ficar com ele, mas talvez de certo. Então eu resolvi sair de cena, me tornar só amiga dele. Ele também está mudando com sentido a galinhagem, você reparou?
-- É, eu dei uma reparada... Mas... --- a ruiva exitou --- Por quem ele está apaixonado?
Agora foi a vez de Pansy encarar Gina. Fez uma avaliação antes de pronunciar uma resposta. Parecia avaliar se era confiável contar a Gina o que sabia.
-- Bom, não posso te contar. Entenda, não que eu não confie em você, mas é que por enquanto não dá.
Virgínia estava cada vez mais intrigada. Em apenas dois dias Pansy já havia levantado nela duas questões e não havia respondido nenhuma. Gina queria perguntar mais uma coisa para a garota a sua frente, mas foi retida pela volta de Malfoy. Uma coisa inusitada aconteceu. Enquanto subia a colina Draco tomou um tropicão e foi ao chão, isso sem contar que derrubou grande parte dos sucos de abóbora em si. Pansy começou a rir. Virgínia que sempre foi muito brincalhona também começou a rir. O primeiro sorriso sincero do dia. Ria descontraída e distraída. Tão distraída que não reparou que Draco a observava.
“Puxa, não sabia que uma Weasley podia ter um sorriso tão bonito... Aff! Mas que raios está acontecendo comigo? Desde quando eu sou de admirar sorrisos? Ainda mais de uma Weasley!”.
Enquanto observava Virgínia e pensava, Draco não reparou que também era observado. Pansy o encarava, sem deixar de rir, mas mantia seus olhos fixos em Draco. Após uns instantes de riso, Virgínia parou avaliando a situação?
“Não acredito que estou realmente rindo de Draco Malfoy! Devo estar querendo acabar com meu próprio dia!”.
Naquele momento a ruiva para de rir se levanta e faz o que sua consciência mandava: vai ajudar Draco. O rapaz ainda estava no chão, tentando se levantar. O tombo havia doído um pouco. Virgínia lhe ofereceu a mão. Draco fitou-a por um momento. Esse foi o momento mais constrangedor na vida de Gina. Ela nunca se imaginara ajudando um Malfoy, muito menos em uma situação tão idiota como essa. Pensou em retirar a mão, mas no momento em que foi fazer isso sentiu o toque suave da mão de Draco Malfoy sobre a sua. Gina já não tinha tanta certeza de que sua forca ajudaria muito. No momento em que sentiu Draco lhe tocar a ruiva corou levemente e sentiu uma sensação estranha tomar seu corpo. O máximo que fez antes de levanta-lo foi dar-lhe um sorriso. Não um sorriso como o anterior, um de gozação, e sim um sorriso discreto e amigável.
Virgínia não recebeu o mesmo sorriso de Draco, mas também não levou nenhuma ofensa por ter rido.
“Ah! Ele deve estar com vergonha demais para fazer qualquer comentário agora”.
-- Você está bem, Malfoy? --- Eu não acredito que realmente estou fazendo isso!
-- Eu... --- Draco pareceu pensar muito para responder essa simples pergunta. --- Estou bem. Só vou ir lá buscar outros sucos...
-- E você vai assim? --- A ruiva aponta para a roupa manchada de Draco. Ele estava todo molhado e cheirando a abóbora!
-- Droga! Nem tinha reparado. --- Examinou os bolsos. --- Droga de novo, não trouxe a varinha! Droga, droga, droga...
-- Calma, calma, eu resolvo pra você. --- Em questões de segundos a ruiva retirou a varinha de um dos bolsos, murmurou um feitiço e no mesmo instante a roupa de Draco estava limpinha novamente. --- Prontinho... Ah! Deixa que eu pego os sucos dessa vez, vai que outro acidente acontece. --- Neste momento lançou um risinho descontraído ao loiro à sua frente. Virgínia poderia jurar que ele correspondera.
-- Ok. Toma o dinhei... --- Mas antes que Draco pudesse terminar a frase, Virgínia já estava descendo a colina.
-- Pode deixar, é por minha conta. Fica aí com a Pansy, eu já volto...
Draco ficou a observando descer a colina até que ela não podia mais ser vista. Pela primeira vez na vida ele estava conseguindo manter um contato amigável com um Weasley. Se bem que Virgínia não era exatamente uma visão de Weasley. Se não fossem os fios cor de fogo e as sardas, ela jamais seria vista como membro de tal família. De certa forma, ela tinha classe. Sabia conversar bem, se portar bem, se arrumava bem. Aliás, esse era um ponto que intrigava Draco: como Virgínia conseguia se vestir tão bem com o pouco dinheiro de sua família? Draco estava se surpreendendo com a pequena Weasley. Ela estava se mostrando uma pessoa bem diferente das idéias que ele tinha de um Weasley. Virgínia era... Diferente!
Malfoy se encontrava perdido em seus pensamentos quando ouviu a voz de Pansy o tirar de seu transe.
-- Hey Draco, vem se sentar aqui...
Não tendo mais nada a fazer ele foi se sentar junto de Pansy sobre a sombra das arvores. Ele tinha em mente umas perguntas que queria fazer a garota.
-- Pansy, me explica porque você fez tanta questão de que a Weasley viesse com agente?
-- Não tenho nada a explicar. Ela é minha amiga. As amigas andam juntas. Você não vive junto com o Zabini? Então! Eu Vico com a Gina... Se você quizer, pode ir...
-- Eu não disse nada! Mas acontece que antigamente você não podia me ver perto de ninguém que você já caía de cima. E agora... Você traz companhia para os nossos encontros?
-- Antigamente é antigamente Draco. Eu mudei muito. Cansei de sofrer por você. Cansei de correr atrás de quem não me quer sabe? Isso cansa mesmo... E... Isso não é um encontro!
-- Não? Não é um encontro? Então o que é?
-- Draco, entenda, eu estou tentando te ajudar...
-- Ajudar? Ajudar em que?... Você não gosta mais de mim, não é?
-- Bem --- Pansy fez uma pausa, avaliando as melhores palavras, porém, não encontrou muitas. --- Não Draco, não gosto... Não como era antes.
-- Não? E eu posso saber porque?
-- Por enquanto não, mas...
A garota não terminou sua frase, porque neste momento despontou Gina com os sucos, interrompendo a conversa, sem nem saber do que se tratava.
-- Oi gente, voltei. Demorei um pouco porque o... --- Ponderou se deveria realmente falar o nome. Continuou --- Harry estava me logrando, desculpem.
-- Sem problemas Gin. Eu e Draco estávamos tendo uma conversa não muito legal, não é Draco?
O rapaz limitou-se a fazer uma expressão de aprovação.
-- Se vocês quiserem eu posso deixar vocês sozinhos para conversarem --- Virgínia fazia uma noção do papo que estavam tendo.
-- Não! Sem problemas. Já dissemos o que era preciso dizer... --- neste momento ela muda de assunto propositalmente. Não queria mais nenhuma palavra sobre ele. --- Aff! Até que enfim vou tomar meu suco! Ta meio quente hoje...
Após isso os três se juntaram novamente e continuaram conversando distraídos sobre um assunto qualquer. Para todos viam aquilo era realmente algo muito incomum: Malfoy CONVERSANDO com Pansy, e ainda por cima, Virgínia Weasley juntos! Era algo realmente espantoso!
Draco e Virgínia raramente se encaravam, preferiam ficar cada um do seu lado sem nada a dizer. De vez em quando Draco surpreendia um olhar de Gina. Vez ou outra era ela quem o notava a encarando. Suas bochechas ficavam rosadas de acanhamento, enquanto Draco parecia dar um daqueles seus risinhos cínicos e desdenhosos. Virginia tentava não se deixar intimidar com a presença daquele sonserino que há anos já a irritava. Ainda se perguntava como era possível ela estar ali sentada perto dele sem querer esgana-lo por toda a humilhação que já a fizera passar.
Nenhum dos três ali sentados estavam dando muita atenção à conversa. Pareciam absortos, cada um em seus próprios pensamentos.
Por fim deram-se conta de que já estava tarde que provavelmente já estaria perto da hora de voltarem para Hogwarts. Virgínia estava cansada e realmente queria ir embora. Mas pelo que parece, ela ainda teria um showzinho para assistir...
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