O primeiro dia

Ginny estava mais nervosa do que nunca, ela podia ouvir o barulho que vinha do grande salão principal na sua frente, faltava minutos para a seleção de casas começar. Gerações e mais gerações de Weasleys foram Gryffindors, era até certo que ela fosse também, assim como seus irmãos e seus pais. O medo que ela tinha era desnecessário, mas comum.

Ela passou as mãos pelo seu cabelo ruivo de novo, tentando arrumá-lo, seu cabelo como era grande (até a cintura) tendia a ficar um pouco embaraçado às vezes. Há! Ela não ia tentar outra vez, suas mãos estavam suadas de nervosismo.

Harry Potter, Harry Potter era melhor amigo de seu irmão. Uma coisa inacreditavelmente incrível devemos dizer, logo Harry Potter, o seu ídolo, seu herói, o menino-que-sobreviveu, tomou café-da-manhã com ela. Ginny estava encantada com ele, tão meigo, tão atencioso e carinhoso... Isso a deixava ainda mais nervosa, sabendo que ele estava do outro lado dessas paredes.

Ela já não ouvia mais o que Mcgonagall falava, seus olhos passearam pelo castelo outra vez, memorizando todos os detalhes, era o lugar mais lindo que ela já tinha ido em toda a sua vida, mas com certeza aquele era o MENINO mais bonito que ela já tinha visto na sua vida.

Um menino loiro, de olhos cinza, pele branca e bem macia, lábios rosados, alto, limpo, parecia um príncipe da... Slytherin. Concerteza do segundo ano, um ano mais velho que ela. Ele parecia olhar para ela também, as bochechas de Ginny coraram instantaneamente quando seus olhos se encontraram, cinza nos castanho, misturados em um brilho intenso.

O menino começou a andar na sua direção, subindo as escadas sorrateiramente, não desviando seus olhos de Ginny. Seu cheiro era caro, perfume francês deve ser, mas era bom, muito bom. Tudo nele era convidativo, sua boca vinha formando um lindo sorriso, cativante, Ginny achava que estava sorrindo que nem uma boba também, mas não se importava mais.

- Olá, bem vinda a Hogwarts – a voz dele parecia de veludo, tão doce... Seu hálito cheirava a menta, Ginny imaginou o gosto que teria. – Sou o Draco, Draco Malfoy, prazer – disse ele, estendo sua mão para ela.

Quando Ginny tocou a sua mão na dele, um choque passou por todo o seu corpo, e todos os seus pelos se eriçaram. O mesmo pareceu acontecer com ele.

- Oie, sou a Ginny, Ginny Weasley – disse ela tentando parecer tão madura quanto ele. – Obrigada por vir até aqui, mas, não deveria estar dentro do salão?

Draco já não estava mais sorrindo, pelo contrário, estava com a cara fechada, emburrado. Mas o curioso era que seus olhos transmitiam uma coisa totalmente diferente, eles eram dóceis, amáveis, estavam em uma conexão inquebrável.

- Eu não vim aqui por causa de você! – Ele disse rispidamente, parecia até outro menino, mas com os mesmo olhos. – Vim aqui porque estava sem fome, não que isso te interesse, Weasley!

Ginny estava boquiaberta, o que será que ela fez de tão ruim para o Draco a tratar daquele jeito, ele parecia tão educado e maduro...

- Humpf! Então pode ir embora – disse Ginny um pouco ressentida.

- Senhor Malfoy, o que está fazendo aqui? Vá direto para o salão principal para a sua mesa, nós já estamos entrando aqui – disse a Prof.Mcgonagall aborrecida.

Draco saiu andando, com uma cara de nojo, como se ele fosse se contaminar com alguma coisa. O último olhar que ele mandou para Ginny foi confuso, ele estava sério, com as sobrancelhas erguidas e sorrindo com os olhos.

Ginny se virou para o outro lado, aborrecida, a seleção já iria começar.

 

 

O jantar estava um tédio, tudo estava um tédio, Dumbledore, como sempre, estava um tédio. Além de tudo, Draco estava sem fome, pra que continuar com aquela tortura? Era melhor ir para o dormitório e dormir.

Draco se levantou da mesa, sem dizer nada pra ninguém e saiu andando pelo salão principal, até estar do lado de fora. Os alunos do primeiro ano ainda estavam subindo as escadas do castelo, ótimo! Mais pirralhos, era só o que faltava...

Mas o que ele não tinha notado era uma linda menininha, parada no meio das escadas, ela estava deslumbrada, olhando pelo castelo com os olhos brilhando. Era a figura mais bonita que Draco já tinha visto na sua vida. Tinha os cabelos ruivos, cor de fogo, indo até a sua cintura. Seu rosto era pequeno e delicado, parecia de porcelana, a não ser pelas sardas espalhadas tão delicadamente pelo seu rosto. Seus olhos eram grandes e castanhos como chocolate, seus lábios eram rosados e carnudos, e ela tinha um sorriso tão grande e iluminado no rosto enquanto olhava para ele, que foi um choque quando seus olhos se encontraram. Draco estava hipnotizado, não podia mais tirar seu olho daquela linda menina.

Ele rapidamente correu para as escadas, indo devagar para não ser notado pelas outras pessoas. Draco precisava saber o nome daquela criatura que o encantava, ouvir a sua voz, sentir a sua pele, a fazer dele.

- Olá, bem vinda a Hogwarts – A boca dele estava seca, pela primeira vez na vida, ele estava nervoso com alguma coisa. . – Sou o Draco, Draco Malfoy, prazer – Draco imediatamente estendeu a mão para um aperto, estava ansioso para saber a textura da pele daquela criatura (Draco a chamava de criatura porque ele duvidava que uma menina normal pudesse ser tão bonita e ter tanto efeito sobre ele).

Finalmente o aperto de mãos veio, e a pele dela era exatamente como ele imaginava. Macia e perfumada, era um cheiro que ele nunca tinha sentido antes, era um perfume próprio, único. O choque não deixou de vir quando suas mãos se tocaram, ela estava tão chocada quanto ele.

- Oie, sou a Ginny, Ginny Weasley – Oh,não! Tudo bem, uma Weasley! Como ele pôde ter sido enganado por uma Weasley?! Tão linda... não tinha culpa de ter nascido com um sangue podre.

– Obrigada por vir até aqui, mas, não deveria estar dentro do salão?- Então ela pensava que ele estava ali para receber os pirralhos do primeiro ano? Tão ingênua... Sua voz era tão viciante, Draco poderia escutá-la por horas. Aqueles olhos e aquele sorriso o estavam hipnotizando de novo, ele tinha que se afastar daquela criatura Weasley imediatamente. Por mais que ele a quisesse.

- Eu não vim aqui por causa de você! – Ele disse o mais rispidamente que pôde. A expressão de Ginny mudou imediatamente, ela já não estava mais sorrindo, suas sobrancelhas estavam franzidas, como se ela não estivesse entendendo nada. E seus olhos... Ah, aqueles lindos olhos estavam tão tristes e confusos... Mas Draco tinha que se manter sério, composto, um Malfoy de sangue puro, como ele sempre foi. . – Vim aqui porque estava sem fome, não que isso te interesse, Weasley!

- Humpf! Então pode ir embora – Quando ela disse isso, se virou para o outro lado, dando as costas para Draco. Por um momento ele ficou desnorteado sem aqueles olhos, aqueles olhos tão hipnotizantes, eles eram o seu guia, e agora ele estava perdido.

- Senhor Malfoy, o que está fazendo aqui? Vá direto para o salão principal para a sua mesa, nós já estamos entrando aqui – A velhota da Mcgonagall tinha percebido ele afinal de conta. Aquela velha nojenta. Draco a olhou com repugnância, com desprezo, depois deu uma última olhada naquela bela criatura, a desafiando para falar alguma coisa, e depois, virou as costas.

Draco voltou o mais rápido que pôde para o salão principal, sentou de volta na mesa da Slytherin e continuou ignorando as perguntas da Pansy Parkinson. Pansy era o tipo mais grudento de garota que Draco já tinha visto, apesar de não ser nem um pouquinho bonita, não para Draco pelo menos. Os padrões dele eram altos, não era qualquer menina que ele se interessava, afinal, ele era um Malfoy. A caçula Weasley tinha que ter alguma coisa de sobrenatural nela, era impossível um ser humano ser tão bonito quanto ela era, com apenas 11 anos!

A multidão de alunos do primeiro ano, liderados pela Prof.Mcgonagall finalmente entrou no salão, Draco as observou, procurando a criatura Weasley. Ginny era uma das últimas, ela estava olhando para a mesa da Gryffindor e acenava animadamente para o pobretão Weasley e... O santo Potter?!

Oh não, não podia ser! Ela simplesmente não podia gostar do Potter! Aquela linda criatura hipnotizante não poderia gostar do idiota e metido do Potter, ele não iria deixar!

- Draco-aco, calma, você quer quebrar esse garfo ou o que? – Perguntou Pansy, alisando com aquela pele áspera, a mão de Draco. Ele não tinha percebido que estava segurando o garfo com tanta força, a mão dele já estava começando a doer com tanta pressão.

Quando ele olhou para os alunos de volta, Ginny estava olhando sorrindo para ele, com aquele sorriso lindo e de tirar o fôlego no rosto.

- Por que aquela menina ta sorrindo pra você Draco? – Perguntou Pansy no ouvido dele.

Ginny então quebrou a conexão dos olhos dos dois e olhou para a mão de Draco. Só assim que ele foi perceber que estava de mãos dadas com Pansy, tirou instintivamente, como se fosse contagiosa e voltou a olhar para a criatura, procurando seus olhos. Mas infelizmente ela já estava olhando em outra direção, com a cara fechada.

- Wow, você viu a menina que tava olhando pra você Malfoy? Mó gatinha. – Disse Blaise, um dos amigos de Draco. Ele imediatamente se sentiu constrangido, por ele ter notado. Depois ficou feliz, porque não era só ele que se sentia atraído por aquela criatura. Depois sentiu ciúmes porque ele tinha chamado a SUA criatura de gatinha.

- Deixa ela Blaise, tem muitas outras meninas em Hogwarts pra você – Disse com um pouco de raiva.

- Então quer dizer que você vai investir nela? – Disse Blaise um pouco confuso e desapontado.

- Claro que não! Ela é uma Weasley! – Blaise então pareceu entender a indignação de Draco e se calou.

Draco nunca iria se perdoar, ele sabia disso. Mas também sabia que estava fazendo a coisa certa, ele era um Malfoy, ela uma Weasley. Nunca iria acontecer nada entre eles, a não ser brigas.

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