A DESCONFIANÇA DE SEVERO
_Você só vê o que quer ver, Severo.
_Não me venha com essa frase de novo. Sabe que não é certo abrigar uma desconhecida aqui.
_Ah, ultimamente tenho feito muitas coisas erradas.-disse Dumbledore se lamentando por ter colocado aquele maldito anel no dedo.
_E mesmo assim não é capaz de perceber o risco que corremos ao trazer essa mulher para cá.
_Essa mulher tem nome, Severo.
_Não me interessa o nome dela. Sabe que nessas circunstâncias, a qual estamos lidando, não é seguro nem mesmo confiarmos uns nos outros.
Severo, mais do que ninguém sabia disso. Tudo estava estranho, tempestades pesadas, ventos que começam e terminam do nada, calafrios que sentia e sabia que todos também sentiam. Uma mulher que aparece assim, sem dar muitas explicações de onde veio, e por qual motivo estava naquela situação. Principalmente o por que de ter tanto ouro na sua mochila. Todos com selos impressos da família Watson. Ela dizia que se chamava Delence Watson, o que poderia ser verdade ou não, pois não trazia consigo nenhum documento e ainda não havia contado tudo sobre sua vida. Dissera que vinha de um reino distante, onde havia tido uma guerra. Logo Dumbledore pensou que fosse Landinóvia, pois havia sido anunciado em todos os jornais que Landinóvia tinha sido destruída sem dó nem piedade, com poucos sobreveventes. Mas ela apenas disse ''Guerras estão acontecendo a todo instante em reinos distantes.'' Sempre usava essas frases com os que lhe perguntavam algo. Respostas indiretas, funcionava. Mas só Severo não engolia.
_Permita-me pelo menos usar ''veritaserum'' nela. Tenho direito, afinal...fui eu que a salvei.
_Bom... está bem. mas não faça perguntas indiscretas.
_Claro que não.-Severo disse com o ar mais cínico que conseguiu.
Dumbledore sabia que ele iria fazer as perguntas mais indiscretas uqe poderia, mas resolveu deixá-lo se divertir um pouco. Já havia reparado que ele olhava muito para a recém chegada, ás vezes com curiosidade, ás vezes com o olhar que um homem usa sempre que acha uma mulher bonita.
(...)
Já em um dos quartos de hóspedes do castelo, Delence estava relembrando o que houve, com pesar e ao mesmo tempo se achando sortuda por encontrar alguém que a ajudasse.
''Ela estava sozinha, encostada nas grades frias dos portões esperando que naquele castelo houvessem pessoas amigas, o que a esta altura, era difícil de encontrar. Estava sem forças, então pegou uma de suas pequenas barras de ouro e começou a bater incansavelmente nas grades até que alguém viesse ajudá-la. Severo, que estava chegando da floresta proibida de um encontro com Valdemort, ouviu o barulho foi a procura. Ela, percebendo que alguém se aproximava, guardou a barra. Severo se aproximou e viu uma moça caída, suja de sangue e de terra, ferida e quase não se aguentando de frio. _Senhor, eu preciso de ajuda, estou muito mal. _O que quer aqui? _Ajuda. _O que você tem?-perguntou o homem desconfiado. _Estou ferida e morrendo de frio. Por favor, não me deixe. Severo viu que a moça estava quase fechando os olhos, ficou com medo de que ela morresse. Mas podia ser uma farçante. Mesmo assim, tinha que fazer algo. _Espere um pouco. Vou chamar o zelador. _Não. Eu preciso de ajuda. _Não tenho as chaves, preciso chamá-lo. Aguente firme. De repente ele some a deixando só. O medo toma conta de cada parte de seu corpo. O anel que estava em seu dedo se transforma em um espelho e nele aparece a figura de um homem velho, aparentemente sábio. _Delence, acorde. _Mestre. _O estranho foi buscar ajuda? _Não sei... ele não tem cara de quem ajuda quem está morrendo. _Não diga isso, você não vai morrer. Mas Delence já não ouvia mais o que seu mestre dizia. Tudo que queria era dormir. O frio tomou conta de seu corpo de um modo que ela já não sentia mais os pés, as mãos, a ponta do nariz e as orelhas. Seus lábios estavam duros e ressecados. _Delence, Delence.-foram os ultimos chamados de seu mestre antes de perceber a presença dos estranhos e se tranformar de nove em anel. Filth abriu o portão e Severo tirou sua capa, colocou-a na moça enrolando-a o máximo que podia e levou-a no colo até o castelo. No caminho, observou seu rosto, notou que era uma jovem muito bonita. Julgou que tivesse no máximo 25 anos. Levaram;na para a ala hospitar para que madame Ponfrey cuidasse dela e foi imediatamente chamar o diretor, que bondosamente decidiu acolhe-la até que ela arranjasse um lar.''
Delence saiu de sua lembranças e vestiu-se com as roupas que Minerva havia levado para ela. Ainda tinha que fazer suas compras, tinha ouro, mas era tudo que tinha. Teria que transformá-lo em dinheiro, abrir uma conta e resolver o que faria da vida. Quando terminou de se aprontar, desceu para o jantar.
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