Quem se foi...

Vic tinha conhecido Teddy por toda a sua vida, ela sabia que ele morava com Gromeda, ela sabia que ele era afilhado de Harry, e mesmo que fosse em reuniões da família Weasley, ela sabia que ele não era relacionado com nenhum deles. No entanto, por cinco anos, ela nunca se perguntou porquê. Ela nunca se perguntou por que Teddy não tinha pais como ela e seus primos tinham. Não lhe ocorrera que ele nunca tinha tido pais como ela teve.

Isso mudou, no entanto, em um dia chuvoso no Chalé das Conchas. Gui estava brincando no chão com Dom e Lou; Fleur tinha conseguido uma caixa de fotos antigas de um armário em uma tentativa de colocar, em seguida, em álbuns. Vic estava sentada ao lado de sua mãe no sofá, entediada. Teddy tinha ido visitar alguns parentes distantes de Gromeda, por conta disso, ele não pode vir para entretê-la.

Ela tentou brincar com Dom, Lou, e seu pai por um tempo, mas depois de tentativas frustradas, com Lou jogando seus brinquedos em sua cabeça, ela decidiu que não poderia desempenhar adequadamente uma brincadeira legal com seus irmãos bebês, voltou para o sofá junto de sua mãe, que estava tentando ajustar a imagem de duas pessoas, que Victoire não reconheceu, ao lado da família Weasley.

- Quem são eles? - Victoire perguntou, mais para a necessidade de fazer algo do que por curiosidade real. Sua mãe olhou para a foto na mão e voltou para encarar a filha.
- Estes são Remo Lupin e Ninfadora Tonks - Fleur respondeu, com um olhar desconfiado para o marido, em seguida, para a filha.
- Lupin? Ei, esse não é o sobrenome de Teddy? - Vic exclamou. Agora que ela sabia que essas pessoas tinham algo a ver com seu melhor amigo, ela estava interessada.
- Sim querida, esses são os pais de Teddy - sua mãe disse com tristeza. O pai dela tinha parado de jogar com Dom e Lou e agora estava assistindo a troca entre mãe e filha. Mas Vic não percebeu isso, ela estava focada em olhar para a imagem dos pais de Teddy. O pai de Teddy era alto e magro, com cabelo cor de areia, voltemeia riscados por fios grisalhos, ele tinha olhos cor de mel, um ambar, dourado incrível. Ele tinha cicatrizes no rosto e braços, tinha um sorriso reconfortante, embora tivesse a aparência cansada, naquela foto ele parecia muito feliz. Os olhos dele foi o que mais chamou a atenção de Victoire. Ela já tinha visto aquele ambar. Muito bonito, aliás. Ela tinha visto em Teddy. Uma única vez.

A mãe de Teddy era, na opinião de Victoire, a pessoa mais interessante que já tinha visto. Seu cabelo era um rosa brilhante, olhos castanho claros muito brilhantes. Ela usava uma camisa laranja e verde, jeans rasgados, particularmente estiloso, Vic sabia que sua mãe nunca iria deixá-la sair de casa vestida igual aquela mulher. A mulher tinha o sorriso e olhos mais brilhantes que Vic já tinha visto na vida. Parecia a pessoa mais feliz do mundo.

Victoire queria conhecer essas pessoas.
- Onde eles estão? - ela perguntou a sua mãe. - Eu nunca tinha visto antes...

Houve um silêncio seguindo suas palavras e Vic olhou para seus pais em expectativa, eles sempre respondiam às suas perguntas antes, sem qualquer hesitação.
- Victoire, - foi seu pai que lhe respondeu dessa vez. - os pais de Teddy morreram na guerra. É por isso que ele vive com Gromeda. - normalmente Vic teria achado engraçado seu pai ter usado "Gromeda". Mas naquelas circunstâncias, ela nem ao menos percebeu.

Victoire tinha ouvido falar sobre a guerra, é claro que ela não entendeu muito bem e nem ouviu direito, porque os adultos não gostam de falar sobre isso. Evitavam ao máximo. E também queriam poupar seus filhos. Mas ela sabia que seu tio George tinha perdido seu irmão gêmeo Fred, na guerra.
A guerra foi o motivo do porque as pessoas pareciam tristes em seu aniversário, porque...Gromeda começou a chorar no meio do aniversário do ano passado. Por que as pessoas paravam para olhar para o tio Harry na rua. Se algo inesperado acontecesse com sua família, a mãe ou o pai teriam apenas que dizer que "é por causa da guerra", e ela sabia que não devia pedir mais perguntas.

- O Teddy... - foi a primeira coisa que ela perguntou.
- Sim - respondeu seu pai. - Ele sabe.

Victoire desviou o olhar a partir da imagem dos pais de Teddy para sua mãe e então se jogou em seus braços, aos soluços.
Era horrível pensar que seu melhor amigo cresceu sem pais. Era horrível saber que ele tinha perdido eles.

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