A Última Chance

 

Feitiços eram lançados por toda a parte, estampidos, luzes e gritos. Nada disso tinha importância para Neville. Ele continuou correndo, esquivando-se de maldições e feitiços, empurrava pessoas, pouco se importando se seriam amigas ou inimigas, só precisava chegar á Luna antes que ele morresse. Ou ela.

“Não” dizia a si mesmo “Ela está viva, eu sinto isso”.

Virou em uma tapeçaria no sexto andar e viu um vulto de uma garota loura de costas duelando com um Comensal da Morte que Neville reconheceu como Antonio Dolohov. Uma Maldição da Morte passou a centímetros da garota que Neville supôs ser Luna. Uma raiva descomunal explodiu no peito de Neville e este estuporou o Dolohov em cheio na barriga. Neville o mataria depois, se fosse possível, mas precisava falar com Luna antes. Era a sua última chance.

- Luna...? – mas a garota loura não era Luna. Era Hannah Abbott.

- Não – falou Hannah ainda surpresa – Hannah. Hannah Abbott da Lufa-Lufa. Lembra?

- Sim, sim – ele disse apressadamente – Você sabe onde Luna está?

- Ela esteve me ajudando aqui, mas foi procurar você. Disse que era importante. – ela disse olhando para o outro corredor onde ainda havia batalha.

O coração de Neville deu um salto, o que Luna teria para falar com ele? Talvez não vivesse tempo suficiente para saber.

- Para que lado ela foi?

- Não sei, mas ela saiu escada acima. – disse Hannah e saiu dali correndo para duelar com outro Comensal – Boa Sorte!

“Luna”, seu pensamento era somente esse, “Preciso encontrar Luna”.

Neville correu sem rumo para o andar de cima, o sétimo andar, sem perceber onde estava. Quando uma porta se materializou ao seu lado. A Sala Precisa.

Entrou correndo pela Sala. Assim que entrou, a Sala parecia a antiga sede da AD, mas completamente vazia e silenciosa.

“Foi perda de tempo entrar aqui” pensou Neville e já ia saindo quando ouviu um soluço do outro lado da Sala.

Neville correu na direção contrária e virou uma tapeçaria quando viu Luna com a varinha apontando para o seu pescoço. Seus olhos estavam vermelhos e inchados. Estava chorando.

- Luna – Neville correu até a loura. Ao virar o rosto e ver Neville, ficou mais pálida ainda. Parecia ter visto um fantasma.

- Neville? – ela perguntou e tocou o ombro de Neville, lágrimas ainda escorriam em seu rosto – V-você não morreu?

- Não – ele disse esfregando o braço – Eu acho que não. Eu não poderia morrer antes de falar com você. Mas porque achava que eu estava morto?

- Dolohov – ela disse com amargura – Enquanto duelávamos, disse que Bellatrix tinha matado você. E eu quase fui morta quando ele disse isso, fiquei em choque, mas a Hannah me salvou e continuou a duelar com ele. Eu disse a ela que tinha que encontrar você e sai. Andei pelos corredores, gritei por você, mas você não respondeu. Achei que era verdade, então me escondi aqui... e... e... – Luna respirou fundo e continuou – Esperei que isso tudo fosse uma ilusão, que você entraria por aquela porta e... - então pareceu incapaz de dizer qualquer outra coisa.

- Luna, preciso te dizer uma coisa muito importante. – os sons da batalha estavam mais intensos, talvez naquele corredor. – Luna, eu...

Não teve tempo de terminar a frase, naquele momento, dois Comensais da Morte adentravam a sala apressadamente, com as varinhas em punho.

Neville pegou a varinha e puxou Luna para trás de outra tapeçaria antes que os Comensais pudessem vê-los e beijou-a intensamente, aquela seria a sua última chance de provar o quanto amava Luna, o quanto precisava dela.

A sensação dos lábios dela nos dele, para Neville, era a melhor sensação do mundo. Quase esquecera que estava no meio de uma guerra.

Luna correspondeu o beijo com toda a intensidade, afinal aquela poderia ser a última chance de provar o quanto amava Neville, o quanto precisava dele.

- Eu te amo – sussurraram os dois assim que separaram. Depois de se olharem por alguns segundos, ambos pegaram as varinhas e foram em direção aos Comensais da Morte que estavam ali, iriam lutar até o fim, felizes, pois tinham encontrado seu amor verdadeiro, e se tudo desse certo, eles ficariam unidos, pelo resto de suas vidas.

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