O Expresso Hogwarts
Capítulo 1 - Expresso Hogwarts
Capítulo 1 - Expresso Hogwarts
Tiago Potter arrumou seus óculos de armação e despenteou os cabelos negros, sentindo o nervosismo inflar por entre as veias. Era o dia de finalmente ir para Hogwarts, a escola de magia e bruxaria da Inglaterra. Não que ele não estivesse ansioso por sua vida escolar, mas nunca ficou tanto tempo sem os pais. E, ambos estando velhos e doentes, logo morreriam (mas como Tiago era educado, nunca iria dizer que aquela era sua conclusão) e nada lhe preocupava mais do que ficar sem os pais, que lhe davam de tudo.
Sentindo-se cansado pela insônia, ele desceu para a sala de estar. Encontrou os pais lendo animadamente a última edição do jornal do dia.
- Pronto, filho? - disse tirando os olhos do jornal sua mãe. Ele assentiu com a cabeça e pegou suas coisas.
- Vamos logo. Por mais que me doa ficar sem você, quero meu filho dando orgulho e tirando as melhores notas.
Tiago podia ser muito inteligente, mas parecia que os pais não o conheciam muito bem. Tiago sabia que mesmo que tirasse as melhores notas ele não daria orgulho para o pai. Era um enquequeiro nato. Ele se esforçava para ser bom - era um menino gentil quando sabia ser. Mas a veia que ele denominava "marota" era mais presente que isso.
- Tá bom então. - comendo uma última torrada, Tiago se encaminhou junto aos pais para a estação de King Cross, aonde se despediram.
- Faça muitos amigos, tome cuidado e se divirta. - disse sua mãe antes de beijar-lhe a bocheca e despentear-lhe ainda mais o cabelo.
- Está bem, mãe. - ele murmurou irritado, bufando.
- Não se esqueça de dar muito orgulho pro papai aqui. - brincou o homem da família Potter, com um quesito de verdade em suas palavras que incomodou Tiago.
- Vou-me. - disse o Potter mais jovem e entrou no trem que o esperava. Logo ele pareceu ficar mais despreocupado. Várias pessoas passavam por ele sem o notar, o que ele achou bom. Esbarrou com um menino enquanto estava passando. Ele tinha o cabelo preto e olhos azuis que pareciam desnorteados com a queda.
- Deixe-me ajudar. - disse Tiago, estendendo a mão para ele. - Sou Tiago Potter. E você?
- Sirius Black. - ele murmurou, mas Tiago pôde ouvir. - Quer sentar comigo?
- Tudo bem.
Tiago ficou animado com a ideia de fazer um amigo em Hogwarts tão rápido.
Eles encontraram uma cabine que tinham apenas duas pessoas e ficaram numa própria conversa animada. Foi quando Tiago ouviu o menino que estava do seu lado, que ele notou que parecia ter o cabelo ensebado, dizer para a garota a sua frente (que Tiago achou bonitinha).
- É melhor você ficar na Sonserina.
Tiago suprimiu a risada. Devia ser mais um garoto sangue-puro cuja família inteira esteve na Sonserina e eram todos seguidores de Voldemort. Nem notou que Sirius o olhava de maneira estranha, como se lesse seus pensamentos.
- Sonserina?
- Quem quer ficar na Sonserina? Eu acho que eu iria embora se isso acontecesse, você
também? - Ele perguntou, acenando para Sirius, que não sorriu.
- Minha família inteira esteve na Sonserina. - ele disse.
- Nossa, - disse Tiago, - e eu achei que você parecia normal!
Sirius sorriu.
- Talvez eu quebre a tradição. Onde você quer ficar, caso possa escolher?
Tiago brandiu uma espada invisível.
- "Grifinória, onde estão os bravos de coração!" Como o meu pai.
O menino ensebado fez um pequeno barulho depreciativo. Tiago voltou a olhá-lo.
- Algum problema com isso?
- Não, - falou ele, embora seu leve sorriso dissesse o contrário. - Se você prefere ser
musculoso ao invés de inteligente...
- E para onde você espera ir, uma vez que você não parece ser nenhum dos dois? - interpelou Sirius.
Tiago caiu na risada. A menina endireitou-se, bastante vermelha, e olhou de Tiago para Sirius com desgosto.
- Vamos, Severo, vamos procurar um outro compartimento.
- Oooooo...
Tiago e Sirius imitaram sua voz arrogante e Tiago tentou passar uma rasteira no tal Severo quando este passou. Ele tinha provocado, afinal. Fora ele quem dissera que Tiago preferia ter músculos ao invés de cérebro.
- Vejo você por aí, Ranhoso! - a voz de Sirius ecoou, assim que a porta do compartimento se abriu.
- Fale-me mais sobre a sua família puro-sangue. - Tiago tentou puxar assunto. - Você não quer ficar na Sonserina né?
- Sou a ovelha negra da família. Essa bobagem de puro-sangue, status, poder e assassinato não é comigo.
- Entendo.
Tiago pôde imaginar como deveria ser a vida de quem cresceu numa família como a que Sirius estava descrevendo.
- E como você sabe que é diferente?
Tiago nunca havia parado para pensar naquilo. Ele se aferrava a cada uma das ideias de seus pais como se fossem suas.
- Oras, porque sou diferente. É óbvio que não me importo com essas baboseiras. Eu queria quebrar a tradição, quem sabe assim eu seria deserdado.
Tiago riu baixinho.
- E ia morar com quem?
- Eis a questão...
A porta da cabine se abriu novamente e de lá apareceram dois garotos que pareciam ser primeiranistas.
- Meu nome é Remo Lupin. - o garoto mais alto se apresentou. Ele tinha cabelos cor da âmbar e olhos igualmente castanhos. O garoto ao seu lado, um pouco mais cheinho, sorriu simpaticamente.
- O meu é Pedro. Podemos sentar aqui?
Tiago e Sirius sorriram para eles e deixaram eles sentarem no lugar que o Ranhoso e a garota tinham saído.
- Em que casa querem ficar? - perguntou Pedro.
- Grifinória. Ele eu não sei. - respondeu Tiago, olhando para Sirius um pouco ansioso.
- Tudo menos Sonserina.
Tiago se controlou para não dar gargalhadas.
- Eu quero ir para a Corvinal. Mas Grifinória não seria má opção. - admitiu Remo. Pedro pareceu pensar.
- Tudo menos Lufa-Lufa.
Como se ele pudesse ler o futuro, sabia que a característica principal Lufana faltava nele. Assim como a das outras casas.
A viagem depois disso pareceu curta e divertida. E Tiago estava ansioso para o que definiria o futuro: a seleção.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!