Sete anos depois
7 anos depois
As portas do elevador se abriram e Harry saiu do transporte já avistando a Sra. Weasley que, vendo-o, caminhava na sua direção.
-Ah, querido! Que bom que veio vê-la! Ela ficará tão contente! Já sabe qual é o número...?
-Sim. Me informaram lá embaixo. – Disse forçando um sorriso.
-Ótimo então. Eu preciso sair por alguns minutos, mas estava receosa de deixá-la sozinha. Já que está aqui...
O moreno tranquilizou a senhora dizendo que ficaria ali até a hora em que voltasse. Menos preocupada, a matriarca tomou o elevador não se esquecendo de repetir o número do quarto.
Ao ver as portas se fecharem, Harry soltou um suspiro e caminhou pelo corredor do hospital sem pressa. Não estava exatamente feliz com o que havia ido fazer ali, mas sabia que era seu dever. Todos estavam contando com a sua visita.
-Posso entrar? – Perguntou abrindo uma fresta da porta após bater.
-Harry! – Exclamou uma morena feliz. – É claro! Entre!
Ainda receoso, o ex-grifinório adentrou o recinto e se aproximou da cama.
-Como você está?
-Bem, na verdade. Ainda me sinto cansada, mas acho que já estou pronta para ir para casa.
À menção daquela palavra o moreno olhou para baixo, infeliz, e puxou uma cadeira para que pudesse se sentar. A mulher entendeu seu gesto.
-Desculpe. Não queria... – Ele levantou a mão interrompendo-a.
-Está tudo bem. Afinal de contas, é a sua casa.
-Sabe que preferia ter outra. – Murmurou amuada brincando com a ponta de seu cabelo. Harry se preparou para retrucar, mas uma batida na porta o impediu.
-Com licença, senhora Weasley, mas já está na hora da amamentação.
-Oh sim, obrigada. Pode trazê-lo.
A enfermeira entrou trazendo um pequeno embrulho no colo. Era um recém-nascido com os cabelos tão ruivos quanto os do pai. Assim que o entregou à mãe, deixou o quarto.
Assim que o teve nos braços, a morena começou a desabotoar a camisola que usava e liberou o seio para que o pequeno se alimentasse. Ele o fez sem demora.
Harry engoliu em seco atraindo a atenção da mulher.
-Eu sei que é difícil pra você...
-Esse poderia ser o nosso filho, Hermione! – Esbravejou levantando levemente o tom de voz. Hermione fechou os olhos, apertando-os com força para não chorar.
-O que você queria que eu fizesse? Ele estava morrendo...
-E implorou para que você se casasse com ele. Eu sei! Eu estava lá!
-Então por que não consegue ser mais compreensivo?
Sem aguentar mais, o moreno levantou-se e passou a andar pelo quarto, transtornado.
-Vocês tiveram um bebê... – Murmurou sentindo a dor lhe invadir. Um filho de Rony e Hermione... Ele não tinha a força necessária para suportar aquilo.
-Estamos casados há cinco anos agora. Quanto tempo mais pensou que fosse demorar?
Sem saber mais o que dizer, Harry voltou a se sentar fitando a pequena criança que se alimentava com tanta vontade. Fitou também o seio de Hermione sem poder evitar. Ela percebeu.
-Rony ficou curioso, sabe?
-Como? – Ele a olhou nos olhos desviando sua atenção.
-Na nossa noite de núpcias. Ele percebeu que eu não era virgem.
A mente do moreno voou até à noite na barraca. Hermione e ele não haviam parado no beijo. Tinham ido muito mais além.
-O que disse a ele? – Perguntou bagunçando os cabelos, inquieto.
-Não disse nada. Não queria mentir e sabia que a verdade iria deixá-lo confuso. – Ela parou para suspirar. – Acho que ele sentiu que era melhor deixar o assunto de lado.
Harry assentiu e observou enquanto o bebê acabava de mamar. A mulher o fez arrotar e ninou-o até que dormisse.
-Pode por ele no berço? – Pediu indicando o pequeno móvel que estava no canto do quarto, não muito longe da cama. O moreno a atendeu e quando se voltou para Hermione, percebeu que ela abotoava a roupa. Sem se conter, impediu-a.
-Harry...
Ele pôs o dedo sobre seus lábios da mesma forma que tinha feito na primeira vez em que tinham se beijado. O coração de Hermione perdeu o compasso.
A mão do homem foi descendo lentamente, se arrastando pelo pescoço e colo da morena até atingir o seu seio. Viu quando ela fechou os olhos e começou a roçar lentamente a ponta dos dedos na região inchada.
-Estão maiores. – Murmurou estudando-os. Hermione soltou um leve gemido.
-Estou em fase de amamentação...
-Está mais bonita.
Harry continuou a carícia, afastando mais o tecido da camisola e libertando o outro seio. Mas, quando foi tocá-lo, ela o impediu.
-Não é certo. – Sibilou.
O moreno ainda os estudou por mais um momento antes de voltar a atenção ao rosto da mulher. Os mamilos estavam rígidos, sinal de que estava excitada.
-Eu ainda te amo, Mione. – Declarou pondo uma das mãos sobre sua face. Ela a acariciou.
-Eu também te amo, Harry. Mas não podemos... Eu estou casada e mesmo que pedisse o divórcio... Sabe que Rony nunca nos perdoaria se ficássemos juntos.
O homem assentiu, odiando a veracidade das palavras. Tinha perdido a mulher que amava para sempre.
Hermione pegou a mão que estava sobre sua face e levou-a a boca, beijando cada um dos dedos dele. Harry sentiu o coração palpitar freneticamente.
-Ainda ficará por perto? Sei que vai ser mais difícil... – O moreno suspirou.
-Eu a amo demais para deixá-la... Além disso, sou seu melhor amigo, lembra?
Ela deu um sorriso triste ante as palavras dele e libertou sua mão, dedicando-se à tarefa de abotoar a roupa novamente.
-Ainda tenho as recordações daquela noite.
-Eu também. Nunca vou esquecê-la. Foi a melhor noite da minha vida.
Ambos sorriram com o comentário sabendo que a recíproca era verdadeira.
-Pronto, queridos. Já estou de volta.
Os dois olharam sobressaltados para a porta e viram a Sra. Weasley entrar. Tinham esquecido completamente do mundo lá fora.
-Acho que já vou indo. – Disse Harry se levantando e dando um leve aperto na mão de Hermione. Ela o segurou.
-Voltará amanhã? – Pediu com os olhos suplicantes. O moreno olhou para o berço e suspirou.
-É claro que sim.
FIM
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