Surpreendendo-se com Gina

Pansy abraçava Rony tão forte, na intenção de nunca deixa-lo se mover dali, o que ela realmente queria que pudesse vir acontecer...queria tanto congelar aquele momento e viver aquilo para sempre...mas infelizmente não podia...tinha que por aquilo na cabeça...Ronald Weasley era um traidor de sangue, grifinório e pobretão, pelo menos diante dos olhos de seus pais. E ela... ela era uma sonserina sangue-puro, de boa família...simplesmente não podia se envolver com um pobretão daqueles. Mesmo com a cabeça a mil entre pensamentos do tipo não poder ter relacionamento nenhum com o ruivo, ela sentia seu coração pulsando mais rapidamente que o normal ao sentir os lábios dele tocarem novamente os seus. E como era incrível aquela sensação de enfim ter alguém que a realizava por inteiro, como era bom se sentir daquele jeito...desejada...e o melhor de tudo era que ela o desejava também, e dessa vez de verdade. Quando Rony afastou o rosto do da morena, ela suspirou sentindo lágrimas encherem seus olhos...sabia que a partir daquele momento nunca mais esqueceria aquele garoto o qual abraçava, mas sabia que se retornasse a fazer aquilo, seus pais acabariam descobrindo e as coisas se tornariam MUITO difícil...não só para ela, mas como para o próprio ruivo.

- O que há? – perguntou ele acariciando com a mão a face dela.

Pansy sentiu uma lágrima caindo sem sua permissão, e uma vez que a primeira atreveu-se a escorrer por seu rosto várias outras a seguiram sem pausa.

- Por que você tá chorando? – a expressão do ruivo agora se modificara de alegre para preocupada.

- Não... – ela não conseguia completar a frase, entrou num choro dolorido.

- Pansy, me diz por favor... – Rony sentia um frio percorrer pela espinha. O que afinal tinha acontecido com a sonserina?

A garota respirou fundo, secou as lágrimas e encarou o amado sentindo as lágrimas retornarem. O choro insistia em não cessar.

- Por favor...eu fiz alguma coisa errada, é isso?

- Não... – ela soluçava – nunca...

Ela o mirou... o rosto dele tão preocupado... as sardas que ela tanto adorava...tudo aquilo não podia pertencer a ela. Soluçou alto e começou a correr o mais rápido que conseguia. Rony sem nada entender, começou a segui-la estranhando cada vez mais o comportamento da morena. Os vários corredores de Hogwarts costumavam pregar peças nele, o fazendo perder mesmo depois de tantos anos naquele colégio, e o deixando terrivelmente raivoso, eles decidiram fazer isso...”Era só o que me faltava...ficar perdido justo AGORA!”.

==============================*==================================

Ela podia sentir o cheiro de perfume francês que aquela cadela loira exalava. Estava a três passos de Cindy Fokfulli e sua respiração era profunda e brusca. Podia sentir que Harry Potter se aproximava dela dizendo qualquer merda que ela realmente não se importava em prestar atenção. Tudo que ela precisava naquele momento era descontar toda sua raiva em cima daquela Lufa-Lufa de quinta que insistia em meter-se na sua vida. Quem enfim ela pensava que era para “enfeitiçar” o seu homem daquele modo? Ela não era ninguém ao seu lado, não entendia como Potter conseguia continuar preso nela...mesmo depois de tudo o que tinha inventado sobre a bruxa. Estremeceu de raiva ao perceber que a vaca tinha o descaramento de sorrir para ela. “O que há com essa porca? Ela acha que pode chegar na vida das pessoas e acabar com tudo e ainda por cima rir?”. Tinha que acabar com aquela desgraçada, e era agora.

Cindy estava achando tudo aquilo realmente muito...diferente. Em um momento dançava sentindo os olhos de Harry Potter a analisando e em outro, Gina Weasley estava indo com a pior cara do mundo em direção a ela. O que afinal aquela ruivinha queria? “Será que o Potter fez algum comentário sobre mim?” sorriu esperançosa sem tirar os olhos de cima da grifinória. O moreno seguia a ruiva seis passos atrás desta, chamando-a inutilmente. Nunca na vida a caçula Weasley pareceu ter uma expressão tão decidida, e tão...cheia de raiva. Quando tempo a mais ela demoraria para desembuchar o que tinha a dizer, afinal? A loira parou de dançar quando Gina deu mais um passo a frente. Estavam muito perto agora, tanto que Cindy começara a sentir-se assustada com a respiração forte da garota a sua frente.

Harry mirava tudo e ainda chamava pela namorada, coisa que ele já havia constatado não funcionar. Mas o que diabos afinal Gina estava prestes a fazer? Ela deveria ter visto quando ele estava babando pela ex – “Ok, isso é óbvio, não é mesmo? Talvez eu seja o pior namorado do mundo...” lamentou-se. Voltou seus olhares novamente para Cindy...tão linda, para não dizer perfeita...por que ela estragou tudo? Por que ela teve de quebrar o pacto? Ele sempre sentira que a relação deles era forte o bastante para persistir a tantos problemas, mas simplesmente não podia ter tolerado a falta de palavra dela...não podia continuar ao lado de alguém que o fez de bobo. Voltou então a olhar para Gina. A pequena parecia realmente revoltada e disposta a fazer algo fora de seu usual jeito de ser, mas do que se tratava afinal? A chamou pela última vez em vão, e então decidiu a pegar pelo braço para esclarecer tudo. “Como eu posso ter feito isso com a Gina? Ela sempre esteve do meu lado quando precisei e nunca – nunca mentiu para mim nem faltou com o combinado...” remoia aquilo por dentro enquanto tentava tirar a namorada do ponto onde estagnara.

“Como é possível? Quero dizer, junto hoje! Hoje que seria o nosso grande dia...o dia em que eu me entregaria para o Harry e ele veria que EU quem sou perfeita de verdade pra ele! Tem que aparecer essa mandrágora e estragar TUDO!” Gina não se conformava. Pegou uma mecha do cabelo de Cindy que a olhou como se ela fosse uma retardada mental, e puxou com toda sua força ouvindo seguidamente um grito histérico de dor.

- Sua louca, me solta! – berrou Cindy.

- Não, sua vaca! Agora você vai pagar por tudo que me fez. – a voz de Gina tremia. A ruiva largou o cabelo da garota e utilizou a mesma mão para acertar em cheio o rosto da inimiga.

Harry se mostrava indignado em relação a atitude da namorada que mal conseguia raciocinar: estava parado como uma pedra assistindo a tudo com os olhos bem abertos. E não era o único, já que o salão inteiro, inclusive a música, parou para observar atentamente a cena.

Cindy afastou-se acariciando a bochecha em que levara o tapa. A grifinória parecia um touro bravo atiçado pela cor encarnada.

- Qual o seu problema, hein? – perguntou com uma voz baixa e confusa.

- O meu problema? Você ainda tem a cara de pau de perguntar o meu problema? – por incrível que pareça para os telespectadores do salão principal, Gina começara a chorar descontrolada – VOCÊ É UMA VACA! – aquilo mais parecia ter sido um rugido do que uma fala.

Os professores espantosamente tinham ficado sem ação diante aquilo também. Permaneciam em sua mesa como que esperando um motivo maior para mexerem-se. Como se uma briga não fosse motivo o bastante.

- Nossa, eu acredito que existam muitas garotas BARANGAS como você que me odeiem pelo fato de eu ser melhor que elas, mas isso não as faz virem até a mim me bater. – Cindy parecia ter criado uma força maior ao ser xingada e parecia não mais querer deixar barato.

- Baranga? HÁ! Olhe para você, você é pior que a professora Trelawney, minha filha.

Sibila Trelawney que encontrava-se entre os professores encolheu-se ao ouvir aquilo.

- Você acha, - a ruiva deu uma pausa – que pode entrar na vida das pessoas e acabar com tudo? O que você fez? Pôs uma poção do amor na bebida do meu namorado?

Cindy olhou para Harry sendo que tinha o olhar já correspondido. Eram olhares de questionamento, de confusão interior. Afinal ele continuava apaixonado por ela? A pergunta era no momento efetuada para os dois em suas mentes.
O salão inteiro olhava incrédulo para a loira e para o moreno, cochichando comentários sobre talvez os dois estarem de casinho.

Gina não suportando ver Harry mirando Cindy, foi até a mesa onde tinha deixado a bolsa e de dentro desta retirou a varinha. A ruiva aproximava-se perigosamente, apontado a varinha para Fokfulli. A loira sentia arrepios de pensar no que aquela doida estava prestes a fazer.

Os professores já não podiam mais se manter quietos analisando a situação, tinham de entrar em ação, afinal tratava-se de magia. Minerva McGonagal saiu em disparada retirando a varinha de Gina e a pegando pelo braço.

- Weasley, Fokfulli e – ela mirou o garoto de olhos verdes – Potter, sigam me AGORA.

“Estamos enrascados” pensou Harry seguindo a professora em silêncio.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.