Recuso-me a acreditar.






''Hoje deu vontade de chorar, eu só queria um colo para encostar minha cabeça e fingir que o mundo lá fora não existe. Hoje eu queria um abraço daqueles que te sufoca de tão apertado e ao mesmo tempo te protege de tudo. Hoje eu só queria ouvir que está tudo bem.'' (Autor desconhecido)





Narrado por:
Lily Evans.


Tinha quase certeza de que estava dormindo. Mas meu subconsciente me entregava. Conseguia ouvir, de alguma forma, tudo que acontecia ao meu redor. Em algum lugar, não muito longe, havia um PI. PI. PI. irritante. Esse barulho me lembrava um hospital. Pareciam aqueles aparelhos que controlam os batimentos cardíacos das pessoas.


Uma porta abriu. Ouvi passos, alguém estava entrando. Aos poucos voltei a sentir meu corpo e recuperar os movimentos. Movimentei devagar meu braço direito. Imediatamente me senti zonza. Meu corpo estava dolorido. Minha cabeça doía. E meu braço esquerdo parecia imobilizado. Parecia que levei uma surra, das grandes.


Abri bem pouquinho os olhos e espiei. Uma mulher de meia idade, vestida de branco, estava ao lado da minha cama anotando algo em sua prancheta. Depois, colocou alguma medicação em algum lugar sobre minha cabeça. Presumi que eu estivesse com algum tipo de soro ligado a veia. Não entendi porque, o que estou fazendo em um... Hospital? É o que esse lugar parece. Tudo muito limpo e muito branco. Ouvi outro barulho na porta. Imediatamente fechei os olhos e fingi que estava dormindo.


- Olá. – ouvi a enfermeira de o meu lado falar. – Acabei de dar uma medicação para dor. A mais forte que temos. De três em três horas.


Uma voz que eu não conhecia respondeu. Era uma mulher.


- Como ela está?


- Bem, tirando o braço quebrado e alguns arranhões. – a enfermeira respondeu a pergunta da pessoa desconhecida.


Bingo. Senti que meu braço estava engessado. Onde estão meus pais, eu queria perguntar. E minha irmã? Última coisa que me lembro é que... Ah não. Não. Não.


Ouvi outra voz, dessa vez masculina.


- Quando ela acorda? – perguntou.


- A qualquer momento. – a enfermeira respondeu novamente. – Peço que sejam cautelosos ao... Bom vocês sabem.


Alguém concordou.


Cautelosos ao que? O que esta acontecendo? Continuei imóvel. Fingindo que estava dormindo.


A enfermeira se retirou. Duas pessoas se sentaram aos pés da minha cama. Senti quando o colchão afundou. Seja quem for essas pessoas estavam me encarando, pude sentir.


Outra voz masculina, que não reconheci também falou, veio da minha esquerda. Acho que estava de pé.


- Nossa, ela é muito linda.


Muito engraçado. Há.


Outra voz, também masculina falou.


- Ouvi dizer que foi difícil tirar o braço da irmã de cima dela, parece que a estava protegendo.


O que? Petúnia? Onde ela está?


Esperei pra ver se conseguia mais informações.


A mulher fungou, parecia que estava... Chorando?


- Vamos ficar até à hora dela acordar. – a ouvi falar.


Os outros concordaram.


Parecia que havia uma mulher e três homens em volta da minha cama. Que parecia ser um hospital. E falavam coisa com coisa. Custava dar alguma informação útil?


Passou o que me pareceu cinco minutos, eles não falaram mais nada. Decidi que estava na hora de parar com meu fingimento. Respirei fundo e abri os olhos.


Demorou alguns segundos para tudo entrar em foco. Pisquei duas vezes, até que obtive sucesso. Olhei para as pessoas desconhecidas que eu estava ouvindo a conversa ilegalmente.


A mulher era muito bonita. Cabelos castanhos ondulados e olhos azuis. A encarei por alguns segundos e ela sorriu.


- Olá querida. – e segurou minha mão direita. – Me chamo Sarah.


Olhei para o homem sentado ao meu lado esquerdo. Cabelos pretos e rebeldes. O conhecia de algum lugar. Só não sabia de onde. Ele sorriu pra mim também e falou.


- Sou Alan, Alan Potter.


Claro. O grande Alan Potter. Dono na empresa em que meu pai trabalha.


Não entendi porque ele e, imaginei que fosse a família dele, estavam sentados ao lado da minha cama em um hospital. Quando fui perguntar por que, alguém do meu lado direito falou.


- Sou Sirius Black Potter. – Era um garoto muito bonito. Cabelos pretos e olhos azuis. Sorriu pra mim, tentei sorrir de volta. Acho que saiu mais um careta, - é bom conhecer você ruivinha.


Corei imediatamente. Sou frágil a pronomes possessivos.


O garoto da minha esquerda, também falou. Corei mais ainda quando lembrei que ele havia falado que eu era linda.


- Sou James Potter. – não soube dizer qual era o mais bonito. Os dois eram altos e musculosos. Esse tinha os cabelos espetados em todas as direções. Não consegui identificar a cor de seus olhos, parecia castanho, e depois parecia verde. Acho que perceberam que fiquei olhando pra ele tempo demais, porque o garoto da minha direita, Sirius, deu uma risadinha maldosa. James voltou a falar.


- É bom conhecer você também ruivinha. – e sorriu.


- Oi. – consegui dizer pra todos. Minha voz saiu fraca. – O que está acontecendo? – a pergunta escapou. – Você é Alan Potter. – Não foi uma pergunta.


Ele sorriu e falou.


- Sim, sou chefe do seu pai.


- Onde está meu pai? Minha mãe? Minha irmã? – soltei uma pergunta atrás da outra. – A última coisa que me lembro é um barulho muito alto e uma mão tentando me segurar e depois... Não lembro mais nada.


De repente todos pareciam tensos. Por quê?


- É um assunto delicado. – Alan respondeu. – Você tem que ser forte, Lily.


Ótimo. Quando alguém diz que você tem que ser forte é porque a coisa é séria.


Queria pedir para irem direto ao ponto. Mas minha voz não saia, de algum jeito eu sabia o que tinha acontecido. Mas não conseguia acreditar. Isso não podia estar acontecendo comigo. Será que já não havia sofrido o suficiente? Parece que Deus, achou que não. Lily Evans sempre merece sofrer um pouco mais.


Olhei pra aquelas pessoas que havia conhecido há cinco minutos. O olhar deles sobre mim parecia um olhar de... Pena? Não. Eu não gosto que sintam pena de mim. Não mesmo. Pude sentir meus olhos transbordarem, entregando-me. Não fiz questão de limpar. Mas parece que o garoto chamado James se importou. Senti sua mão delicadamente na minha face, impando toda água que escorria. Não fiz objeção.


- Sinto muito, Lilian. – Alan falou depois de algum tempo.


Ele não precisou falar com todas as letras pra eu entender. Se possível, comecei a chorar ainda mais, silenciosamente. Meus olhos estavam em um ponto fixo no teto. Por mim eu ficava ali, pro resto da minha vida. Afinal, que sentido tem a vida a partir de agora? Eu respondo. Nenhum. Minha vida não tem mais sentido. Tudo acabou.


Depois do que me pareceu uma eternidade. Alguém chamou por meu nome.


- Lily. – olhei pro lado. Era Sirius. – Estamos sempre com você. Nunca se esqueça disso.


Tentei sorrir em resposta, mas não consegui. Apenas estendi minha mão. Ele a segurou e dei um aperto de leve, ele entendeu.


Foi quando percebi que todos estavam chorando. Sentei na cama, com muita dificuldade. Sirius e James me ajudaram. Sarah imediatamente me abraçou. Retribuí, sem saber o que fazer. Assim, os outros três também fizeram. Chorei. Chorei. O que me pareceu um longo tempo. Todos eles continuaram ali. Esperando. Pacientemente que eu falasse alguma coisa.


- Obrigada. – foi o que consegui falar.


- Como o Sirius falou. – Era James. – Estamos sempre com você, ruivinha.


Tentei sorrir, mas nada saiu novamente.


- Sei que é cedo pra falar sobre isso. – Alan se dirigia a mim – Mas precisamos resolver algumas coisas e precisamos que você concorde ou discorde.


Limpei as lágrimas e assenti, esperando ele continuar.


Ouvi pacientemente Alan me contar a história do meu pai ir a seu escritório antes de sair de férias. Sobre seu pedido. Sobre como Alan e sua família estavam dispostos a cumprir o que prometeram.


Limpei outras lágrimas silenciosas que ainda estavam dispostas a cair.


Então quer dizer que vou ter que morar com os Potter? Ou ir para um Orfanato? Essas eram minhas opções?


De alguma forma, eu não conseguia reagir, não conseguia pensar. Minha vida mudou tão drasticamente nos últimos minutos. Olhei para os Potter, eles pareciam estar esperando uma resposta.


- Eu... – minha voz era fraca. – Não vou incomodar? – foi à pergunta besta que consegui pronunciar.


- Claro que não. – Sarah me respondeu sorrindo. – De modo algum querida.


Alan continuou.


- Moramos em uma casa grande, você vai ter seu próprio quarto.


Antes eu também tinha meu próprio quarto, mas não quis ser mal educada.


- Tenho certeza que sou um ótimo irmão. – Sirius brincou. Percebi que ainda estávamos de mãos dadas. Olhei pra ele e tentei sorrir. Novamente fracassei.


- Você vai ser muito bem vinda, Lily. – dessa vez foi James.


Não tinha muito que pensar, pra onde eu iria afinal? Minha segunda opção não era muito boa. Orfanato. Estremeci só de pensar.


Concordei.


Todos me abraçaram novamente. Fiquei sabendo que teria alta em dois dias. Que eu não sofrera nada sério. Mas que precisava ficar em observação. Eu deveria me sentir feliz? Por estar viva? Não sei. Talvez não.


Eles se despediram e disseram que voltariam no dia seguinte, com uma roupa pra eu ir ao enterro. Consegui segurar as lágrimas até que eles fechassem a porta atrás de si.


Só o que consegui fazer foi deitar a cabeça no travesseiro e deixar que as lágrimas me dominassem.

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Miih Mckinnon: Que bom que gostou! Postei dois capítulos. Uma recompensa por ser minha primeira leitora a comentar. Até o próximo! Bj.

sempre-potterianas2: Boa pergunta! Na verdade nao deixei isso muito explicado, todos estão no segundo ano. Mas com o desenrolar da história vocês vão entender melhor. Que bom que você gostou. Realmente eu não esperava que lessem minha fanfic :) Bj.
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Oi... 
Podem me chamar de louca por ter matado toda família da Lily. 
Confesso que nunca perdoei Petúnia por maltratar o Harry. kk'
Os primeiros capítulos vão ser meio dramáticos, faz parte da história. Mas depois vai melhorar. Prometo.

Até o próximo. (não vai demorar, só faltam alguns ajustes)

Malfeito Feito

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Comentários (4)

  • Lana Silva

    Nossa, cada capitulo fico mais passada se é que isso é possivel Poxaaaa coitada da Lily :/ misericordia  a garota nem merece mais sofrer coitada.Velho eu consigo ficar com mais pena dela a cada minuto, e Petunia morreu segurando ela, é meio depressivo, ahhhh você quer me fazer chorar é ? Só pode, eu tô muito passada mesmo :/Bem eu gostei muito do capitulo beijoos! 

    2012-07-16
  • Carolzinha Gregol

    Valeu, estou chorando que nem babaca kkkkkkkkkkkkk sacanagem.

    2012-05-13
  • Miiih McKinnon

    Tudo bem que a Petunia não er alá uma pessoa legal, e com tudo que ela fez com o Harry, mas... Ah, ela salvou a Lily antes de morrer!!Achei muito foda da parte dela!!E claro que gostei!! Só avisa a Lily que o Sirius é meu e da Lene e que ela va ficar com o Potter!! U.UkkkkkkkkkkkkEsse começo lembrou um pouco o livro que eu estou escrevendo... (Na verdade, num tem nada a ver, mas enfim!!!)Posta logo o proximo cap., hein??Bjs e 'Té mais!!(Pode dar uma olhada nas minhas fic?? A maioria é SM... Vou postar o resumo do meu livro na Essa Garota, caso esteja interessada... (Eu sei que não, mas deixa eu sonhar que sim!! U.U) Valeu!!) 

    2012-03-12
  • Dani Evans Potter

    ADOOREI a ideia da fic , muito legal ;) goostei do capitulo msm voce matando os pais da lily e a petunia(pelo menos ela ta pagando pelo o que fez cm o harry u.u kkk)eu nao entendi be uma coisa todos os personagens (lily,james,sirius,marlenne,remo,anne e lorinha falsificada Ú.u) estão no segundo ano ? porque pelo que eu entendi a lily tinha 15 anos  >.<'se de me responde (:parabens beeijos e ate o proximo ;P 

    2012-03-10
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