Os Zonzóbulos
Capítulo 1 – Os Zonzóbulos
Alvo sentou-se com Rosa, Tiago e os amigos deste a bordo do Expresso Hogwarts. Lisandra, ou Lisa, como prefere ser chamada, lia tranquilamente uma edição de O Pasquim. Alvo tentou ler por alto algumas matérias. Depois de ler que finalmente descobriram que Sirius não era o vocalista de uma banda bruxa (e reprimir a risada ao ler isso), Alvo decidiu prestar atenção no irmão gêmeo de Lisa, Lorcan. Diferente da irmã que era loura e de olhos azuis, ele tinha cabelo preto encaracolado e olhos castanhos. Estava conversando com o irmão de Alvo tranquilamente enquanto que Fred, de pele morena, cabelo e olhos negros e primo de Rosa, Alvo e Tiago, só ouvia.
Tiago, com seu cabelo preto que ele insistia em despentear com as mãos e olhos castanhos esverdeados, era o líder do grupo chamado Zonzóbulos. Eles se espelhavam nos Marotos, turma do pai de Harry, e nos gêmeos Weasley (inclusive estavam levando um bom Kit Mata Aula, pó de furúnculo e várias outras coisas para pregar peças nas pobres vítimas Sonserinas).
A conversa estava boa. Alvo estava alheiro, porém, olhava para a paisagem de fora do trem pela janela e Rosa lia um livro.
- Ei, Al! - Tiago chamou e ele desviou o olhar da janela para o irmão. Tiago deu um cutucão em Rosa, o que a fez tirar a atenção do livro.
- Desculpa, mas quando você está lendo é o único jeito.
Rosa bufou e Tiago deu um risinho.
- Eu peguei o Mapa do Maroto no escritório do papai. Ah, e trouxe um violão velho também...
- VOCÊ FEZ O QUE! – Rosa gritou, assustando todos da cabine.
- Calma, não grita. – pediu Tiago desesperado. – A gente ia precisar para nosso passeio a noite.
- E para quê vocês vão passear a noite? – Rosa perguntou desconfiada e os quatro deram sorrisos maliciosos.
- Oras, para ir para a cozinha... – respondeu Fred e a cor da face de Rosa se tornou do mesmo tom de seu cabelo: extremamente vermelho. Os olhos azuis da garota não esconderam sua reprovação.
- Seus esfomeados... Podem perder pontos para a Grifinória por causa disso, sabiam? – antes de completar, deu um sorrisinho de deboche. – Mas, na próxima vez, me chamem.
Tiago pôs a mão na boca para suprir a gargalhada.
- Oras você nem sabe se vai ser da Grifinória. – Fred raciocinou. – Se for da Lufa-Lufa, nem vai precisar da gente. O Salão Comunal deles é pertíssimo da cozinha.
- Não quero ser da Lufa-Lufa. – revelou Rosa. – Se eu não for da Grifinória meu pai vai me deserdar e eu não vou poder mais nenhum jogo do Chudley Cannons.
- Pensei que você ia dizer que não iam comprar mais nenhum livro. – riu Lorcan. – Não te conheço muito, até agora só vi você com a cara enfiada em um livro.
- Oras, não é porquê eu gosto de ler que não vou gostar de Quadribol. – Rosa deu os ombros.
- Querem ouvir uma música do meu violão? É uma música trouxa.
Alvo deu um suspiro como quem dissesse que com certeza não queria ouvir. Seu irmão podia até tocar bem, mas a voz era horrível.
- Eu que vou cantar não se preocupem. – assegurou Lisa, fechando seu jornal O Pasquim e se preparando.
A música começou e Alvo não pôde reconhecer que música era. Afinal, era trouxa... Mas quando Lisa de pôs a cantar, o garoto dos olhos verdes boquiabriu-se. Ela cantava maravilhosamente bem.
- Parece que até o pequeno Alvo gostou... – Tiago tirou sarro. Alvo corou. Preferia que não tivessem percebido. Passou as mãos pelo cabelo em sinal de nervosismo. Tiago o fazia por mania, já ele não.
A porta da cabine se abriu. Eram Roxanne e Louis Weasley, primos de Alvo. Roxanne era a irmã mais nova de Fred.
- Demoraram, hein... – Fred resmungou, em tom de puxão de orelha.
- Nos desculpem... – a garota morena se avermelhou. – A gente estava procurando uma cabine vazia. Não tinha nenhuma.
- Não tem problema! – Tiago assegurou ao ver que a garota estava nervosa. Ela pareceu relaxar um pouco e Louis sorriu para o primo em agradecimento.
- Entrem! Mas vão ter que ficar de pé! – Fred convidou e os dois adentraram a cabine. Louis tinha cabelo louro escorrido e curto, olhos azuis brilhantes, pele pálida e delicada. Já Roxanne tinha cabelo preto e encaracolado, além da pele morena, assim como o irmão.
- Vocês perderam a Lisa cantando e o Tiago tocando violão. – Rosa disse.
- Graças a Deus. Ah, não pela Lisa, mas se o Tiago estava tocando... – comentou Roxanne e a cabine toda riu a exceção de Tiago, cuja face virou um tom vermelho beterraba.
- Eu não toco tão mal quanto canto. – se defendeu o Potter mais velho.
- Pior que é verdade. – revelou Alvo e todos olharam surpresos para ele.
- O Alvo falou! Vai chover! – Rosa pôs a mão na boca como se tivesse assustada.
- Ah, cala a boca. – resmungou o garoto.
- Qual vai ser a nossa primeira vítima do ano? – perguntou Tiago aos outros três Zonzóbulos.
- Dizem que o filho dos Malfoy entrou esse ano. – sugeriu Lorcan.
- O menino nem fez nada ainda. – discordou Lisandra. – E além do mais, ele é do primeiro ano, seria covardia.
- Lisa tem razão. – concordou Fred. – Eu estava pensando no Felton.
- Aquele louro oxigenado? – riu Tiago. – Seria uma boa.
- Hei! – reclamou Louis. – Eu também sou louro.
- Mas não oxigenado. – explicou Tiago.
- Por que vocês só atacam Sonserinos? – Alvo indagou. – Me parece injusto.
- Isso é porquê você tem medo de virar Sonserino. – riu Tiago e Alvo desviou o olhar envergonhado. – Na verdade, é nosso sangue Maroto e Weasley, nem dá pra discordar.
- Alvo não vai ser um Sonserino. – retrucou Rosa. – Todos os bruxos maus foram da Sonserina.
- Em algum lugar agora Pedro Pettigrew deve estar se revirando no túmulo... – Roxanne brincou e Rosa avermelhou-se de novo.
- Nem sei quem é esse...
- Era um Maroto. O único vilão deles. - explicou Fred.
- Mesmo assim, a maioria foi da Sonserina. – argumentou a ruiva. – Papai disse que os Sonserinos eram muito cruéis.
- Cruel é o que os Zonzóbulos fazem. – comentou Alvo. – Sem ofensas.
- É um pouco cruel sim. – admitiu Tiago. – Mas é tudo por boa causa: uma risada.
- Por que não vão procurar suas vítimas e deixam a gente aqui? – sugeriu Louis esperançoso. Roxanne suprimiu o sorriso.
- Ok, vamos atrás do Felton. – Fred levantou-se. – Tiago, pega as vomitilhas e o pó de furúnculo.
- É pra já. – o Potter respondeu e logo estavam os quatro Zonzóbulos fora da cabine.
- Demorou até. – comentou Louis, fechando a cabine. – Não que eu não goste deles, mas me irrita esse tipo de assunto. Além de que eu queria me sentar. Meus pés já estavam doendo.
- Concordo plenamente. – disse Alvo. – Até com a última parte...
- Eu até que acho engraçadinho... Afinal, é tudo por uma boa risada.
- Ah, para Rosa, é que você puxou muito seu pai. Ou melhor, o ódio dele pelos Sonserinos.
- O que posso fazer... – Rosa deu de ombros. – Tudo o que me ensinaram em casa foi que os Sonserinos eram comensais, cruéis e quase não ajudaram Hogwarts na guerra... Quer dizer, mais meu pai, mas a minha mãe também não gosta deles.
- Os tempos mudaram... E Severo Snape, Slughorn e Andrômeda Tonks foram Sonserinos e bons. Pedro Pettigrew foi Grifinório e ruim. – tentou argumentar Alvo.
- Que seja eu só não gosto deles... Quero Grifinória ou Corvinal.
- Eu quero a Corvinal. – admitiu Louis.
- E eu a Lufa-Lufa. - pronunciou Roxanne.
- O meu pai me falou que o Chapéu leva em conta a nossa escolha e que não tem nada demais em ser Sonserino. Ele quase foi para lá, só que pediu para não ir.
- Isso é sério? – Rosa surpreendeu-se. – Devia ser a parte de Voldemort dentro dele.
Alvo revirou os olhos.
- Que seja...
A porta de cabine abriu-se novamente e apareceram os quatro Zonzóbulos, ainda rindo da provável travessura que aprontaram.
- Ele está cheio de furúnculos. – falou Tiago e Alvo balançou a cabeça em reprovação.
- E tinham vários Narguilés ao redor dele... – revelou Lisa. Alvo preferiu não perguntar o que era Narguilé. Em vez disso, olhou para Lorcan que só balançou os ombros.
- Estamos chegando. – revelou o monitor antes que eles fechassem a porta da cabine. Era Florêncio Wood. – Melhor vocês se trocaram.
O resto da viagem passou tão rápido que logo estavam na Estação de Hogsmeade, os mais velhos indo para as carruagens e os primeiranistas fazendo fila atrás de Hagrid.
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