O Diretor da Sonserina
Finalmente, as sobremesas também desapareceram, e o Professor Dumbledore ficou de pé mais uma vez. O salão silenciou.
- Hum... Só mais umas palavrinhas agora que já comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de ano letivo para vocês.
Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos nossos estudantes mais antigos fariam bem em se lembrar dessa proibição.
Seth viu os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na direção de dois garotos, idênticos de cabelos ruivos, na mesa da Grifinória.
- O Sr. Filch o zelador, me pediu para lembrar a todos que não devem fazer mágicas no corredor durante os intervalos das aulas.
Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito está proibido a todos que não quiserem ter uma morte muito dolorosa.
Seth viu quando Harry Potter riu do aviso do diretor. "Ele é retardado ou o quê? O feitiço deve ter lhe afetado o cérebro, quem é o idiota que ri perante a um aviso de morte?" Pensou ele indignado pela reação estranha do menino-que-sobreviveu.
- E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! - exclamou Dumbledore.
Seth reparou o desanimo dos demais professores. Menos um este mantinha a mesma carranca desde que Seth o observou da primeira vez.
Dumbledore fez um pequeno aceno com a varinha como se estivesse tentando espantar uma mosca, na ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando palavras.
- Cada um escolha sua música preferida - convidou Dumbledore - e lá vamos nós!
E a escola entoou em altos brados:
Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty, Hogwarts,
Nos ensine algo por favor,
Quer sejamos velhos e calvos
Quer moços de pernas raladas,
Temos às cabeças precisadas
De ideias interessantes.
Pois estão ocas e cheias de ar,
Moscas mortas e fios de cotão.
Nos ensine o que vale a pena.
Faça o melhor, faremos o resto,
Estudaremos até o cérebro se desmanchar.
Todos terminaram a música em tempos diferentes. E por fim só restaram os gêmeos ruivos cantando sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre. Dumbledore regeu os últimos versos com sua varinha e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram mais alto.
"Essas pessoas devem ser perturbadas!" pensou Seth revirando os olhos.
- Ah, a música. - Disse secando os olhos. - Uma mágica que transcende todas que trazemos aqui! E agora hora de dormir. Andando!
Seth se dirigiu ao garoto que chamava pelos alunos do 1º ano da Sonserina. Ao longe ele viu os amigos lhe acenando, desejando-lhe boa noite. Meio desatento, ele correspondeu ao aceno de Hermione e Neville.
Perdido em pensamentos pelos acontecimentos, um tanto quanto estranhos, ele despertou apenas no momento em que haviam terminado a descida das escadas que os levavam para os subterrâneos da escola. Os alunos passaram por uma porta, que seguia para um corredor escuro e húmido, com muitos archotes, que pouco o iluminava. Ao final, depararam se com um quadro. Nele uma mulher, que o lembrou duma amiga de seu tio Lucius, muito arrogantemente perguntou:
- Senha!
- Sonserina é suprema. - Respondeu o monitor.
Seth não pode deixar de pensar como os Sonserinos eram metidos. "Até mesmo o quadro!"
Os alunos passaram pelo quadro entrando em um corredor mais amplo, mas como o outro, este também era húmido, e se possível, mais frio que o primeiro. Este tinha caminhos para a direita ou à frente. À frente, bem ao fundo Seth viu uma porta ao lado esquerdo. Nesse momento, como se tivesse seguido seu olhar , o monitor falou para os alunos:
- Aquela ao fundo, à direita, é a sala de poções e o escritório do Prof. Snape. Em frente - ele apontou para a passagem a direita - é a escada que leva para fora do castelo, ou a entrada dos demais alunos. A sala comunal é por aqui.
Ele levou os alunos para o lado oposto, para o caminho da direita. Ao fim, havia um lance de escadas e uma parede. Uma sólida parede observou Seth. O monitor parou em frente a ela e disse em voz alta para que os demais o ouvissem:
- Puro-sangue!
Uma porta de pedra escondida na parede deslizou. A sala comunal da Sonserina era um aposento comprido, com paredes de pedra rústica, de cujo teto pendiam correntes com luzes redondas e esverdeadas. Um fogo ardia na imensa lareira, encimada por um console de madeira esculpida. Ao seu redor havia cadeiras de espaldar alto, e ao centro ainda havia dois grandes sofás de couro negro. O monitor os levou para uma passagem do outro lado do salão, ele se abria para dois outros pequenos corredores com portas ao fundo.
- Direito meninos, esquerda meninas. Qualquer coisa que precisarem, se não tiver outra maneira, me chamem. Suas coisas já estão todas nos dormitórios. Boa noite. - Disse ele já se virando e indo de volta ao salão da entrada.
Draco passou pela porta, seguido de perto por Crabbe e Goyle. Logo atrás vinha o garoto chamado Zabini. Sem opção, Seth entrou no aposento.
Cinco camas com enormes dosséis e cortinas, verde musgo, preenchiam o dormitório. O garoto deu um suspiro de alivio ao ver seu malão na cama mais distante possível da de Malfoy. Cansado demais para alguma coisa, ele vestiu seu pijama. Mas quando se preparava para deitar, Draco se dirigiu a ele.
- Então priminho, quer dizer que caiu na grande Sonserina!
- Não vejo nada de grande aqui a não ser a sua testa!
- Mas é claro que não vê, não está acostumado ao luxo, afinal lá onde você mora deve ser um muquifo comparado aos donos. Não deve ser um grande exemplo de conforto e requinte, não é mesmo?
- Ao menos passo meu tempo no "muquifo" rodeado por pessoas, não na "mansão" rodeado por elfos, me diga Malfoy, eles sabem jogar xadrez? Afinal deve ser irritante ter dinheiro, mas não ter amigos! Volte pra sua caminha Draquinho... Sua mamãe lhe mandou a chupeta?!
Quando Draco foi de encontro ao primo, este foi mais rápido. Levantando a varinha, já em punho, na altura do nariz do primo, Seth sussurrou para que apenas ele o ouvisse:
- Uma palavra que diga a meu respeito e de minha família, ou qualquer irritação vinda de você ou de seus mascotes, eu juro Malfoy, por Merlin, que não irá sobrar nem um fio desse seu cabelo branco!
- Você não faria isso! - Desafiou o garoto, mesmo com os olhos amedrontados pela expressão do primo.
- Ah faria! E com todo o prazer do mundo! - Os olhos ameaçadores de Seth finalmente deixaram Draco com a certeza de que ele o mataria, sem problema algum, caso tivesse um bom motivo. - Agora saia da minha frente, e não pense em incomodar meu sono... Priminho! - Disse ele com seu sorriso sarcástico deitando em sua cama!
Draco nem esperou duas vezes pra voltar pra sua cama no inicio do dormitório. Sem entender nada os outros que observavam a cena, apenas deram de ombro e voltaram a se trocar para então dormir.
Naquela noite Seth não conseguiu pensar muito sobre os acontecimentos, o sono havia sido mais forte que qualquer coisa que o incomodasse naquele momento. E assim acabou por ser levado pelos braços de Morpheus para o mundo dos sonhos.
***
Toc Toc
- Entre Severus. Está adiantado, mas compreendo que é meio tarde para ficarmos enrolando com nossa conversa.
- Me desculpe, mas como sabe, tenho aulas pela amanhã!
- Sim, claro. Sente-se. - Dumbledore lhe apontou a cadeira à frente de sua escrivaninha para que ele se sentasse. - Bom, vamos logo com isso. O que quer saber sobre o garoto, pergunte e lhe responderei o que eu souber.
- Acha que vim apenas por curiosidade? - Falou erguendo a sobrancelha diante a afirmação. - Parece que não me conhece tão bem o quanto acha Albus! - Severus olhava incrédulo para o homem a sua frente.
- Não, não acho que veio por curiosidade filho, não diria que está curioso e sim incomodado, sendo assim, precisa de certos... Esclarecimentos.
- Que seja. Apenas quero saber o porquê do filho do Black precisar de aulas de Oclumência.
- Achei que já lhe havia dito que ele não era filho de Sirius. - Disse o diretor olhando por sobre os óclinhos de meia lua.
- Sim, você disse, mas sei que não é verdade Albus, afinal não sobrou mais nenhum Black vivo além do traidor! - Snape disse como se fosse óbvio.
- Diga-me Severus, quantos "Black's" você conheceu durante os anos em que estudou aqui?
- Como assim quantos eu conheci? Tive a infelicidade de conhecer os dois, o traíra e Régulos, oras! - Snape já começava a se irritar.
- Tsc, tsc... Não, você está se esquecendo de três outras pessoas.
- Não estou lhe entendendo, seja mais especifico. Odeio quando fala, fala, fala e não sai do lugar! - Disse perdendo a paciência.
- As irmãs Black, Severus! Narcisa, Andrômeda e Bellatrix!
- Elas já deixaram de ser "Black" há muito tempo. E até onde me lembro, Narcisa só tem o Draco, Andrômeda tem apenas uma menina e Bellatrix não teve filhos, e todas as três tem o sobrenome do respectivo marido, continuo sem respostas Albus.
- Quatro anos após a queda daquele-que-não-deve-ser-nomeado, Ninfadora, filha de Andrômeda e Ted Tonks, que havia acabado de entrar para Hogwarts, me contou algo estranho que ocorreu durante o feriado de Natal em sua casa.
Ela estava reunida com seus pais durante a ceia, quando um Elfo, aparatou no meio da sala com um garoto com pouco mais de quatro anos de idade segurando sua mão. O Elfo contou-lhes que o garoto estava sendo maltratado na casa onde estava vivendo e que precisava deixa-lo a salvo, mesmo indo contra as ordens de seus donos. Ainda penso se ele sobreviveu após salvar o menino... Enfim, a mãe de Tonks se dirigiu ao pequeno perguntando seu nome, ele a respondeu, qual não foi a surpresa de Andrômeda em saber que era um Black que o Elfo havia levado para lá. Seth Black estava sendo maltratado pelos tios, que até então o abrigava, os Malfoy.
- Se os Tonks e os Malfoy são os tios do garoto, isso quer dizer que... Bella...
- Sim, Seth é filho de Bellatrix e Rodolphus Lestrange.
- Mas como ninguém soube? O ministério tem o controle disso, e a cada sague puro que nasce o Profeta faz questão de publicar. - O professor disse revirando os olhos ao próprio comentário.
- Isso eu já não sei. O pouco que sei sobre o menino, é que ele foi registrado primeiramente na Escócia, e lá o registraram apenas com o primeiro nome. E só após o fim da guerra, quando foi entregue aos Malfoy, é que ele foi registrado aqui na Inglaterra com o sobrenome Black.
- Que confusão... Não entendo, se ele é filho dos Lestrange, por que colocaram Black como o sobrenome dele?
- Não sei, os Lestrange não o registraram com o sobrenome na Escócia provavelmente tentando protegê-lo, afinal ele nasceu em meio à guerra, filho de comensais. E mesmo quando ele foi registrado aqui na Inglaterra, o nome dos Lestrange não seria uma boa opção para os Malfoy que são tão "conservadores". Os Lestrange estavam presos em Azkaban acusados de serem seguidores do Lord das Trevas. Não seria bom para a "imagem" da família perfeita de Lucius. Seria mais fácil esconder a origem do garoto.
- É talvez, afinal os Malfoy estavam "fugindo" de qualquer encrenca com o Ministério naquela época. E Bellatrix pode não ter coração, mas era o próprio filho. Mas não entendo algumas coisas. Ele não me lembra os Black ou o Rodolphus, ele é até bem diferente do Lestrange. Não sei, mas acho que tem mais coisa por trás disso Albus, coisa grande demais, para ninguém saber da existência desse garoto.
- Sei o que viu filho, e sei que fez comparações entre eles também. E é isso, mais do que qualquer outra coisa, que o está incomodando. E assim como você, eu não consegui fazer ligação alguma, ao menos direta, entre Harry e Seth! Mas não iremos descobrir se ficarmos conversando até tarde da noite aqui, não é mesmo?! Tens aulas amanhã pela manhã. Melhor descansarmos. Avalie o melhor horário das aulas de Oclumência e avise Seth.
- Ainda não entendo como ele pode Albus? Ele é só uma criança! Não pode ter esse poder todo.
- Também não saberei lhe responder a isso. Parece que temos um grande Oclumênte, além de você, por aqui. - Sorriu o diretor. - É melhor descansarmos, sim?! Tenha uma boa noite Severus.
- Noite Albus. - Disse o professor se retirando da sala do diretor.
***
No primeiro dia de aula, Seth levantou bem mais cedo que os demais alunos de seu dormitório. Viu que seu primo estava até babando no travesseiro, não fosse à fome que lhe atingia logo cedo, ele o teria pregado uma boa peça. Mas pensou que aquele era apenas o primeiro dia, teria outras oportunidades para atazanar a vida de Draco.
Trocou de roupa, pegou seu material e desceu para o grande salão, sabia que não teria ninguém por lá, mas não queria ficar sentado no salão comunal da Sonserina! Em sua descida, Seth encontrou o zelador, que veio praticamente correndo para lhe perguntar o que achava que estava fazendo zanzando pelos corredores do castelo, sendo que muitos ainda dormiam. Junto dele estava a sua gata, Madame Nor-r-ra. Nesse momento Seth se lembrou de Bella, e saiu sem nem ao menos responder ao zelador. Descia tranquilamente as escadas, e quando estava no meio do caminho que o levava para as masmorras, ele avistou algo vindo em sua direção. Bella vinha correndo como se tivesse ouvido o chamado do dono.
- Parece que você se lembrou de mim primeiro! - Sorriu pegando-a no colo. - Vamos ver se achamos algo para comer.
Ele só a soltou próximo as portas do grande salão, afinal ela já estava no tamanho de um gato adulto e estava pensando como um. Quando passou pela porta, ela correu em disparada. Seth se desesperou e correu atrás dela. Quando se aproximou da mesa da Grifinória, viu que Bella havia ido de encontro a alguém.
- Oh meu Deus Seth, ela está enorme! - Disse a garota sorridente.
- Está mesmo! E eu tive esperança de que ela não cresce rápido. - Falou Seth disfarçando a surpresa de encontra-la ali.
- Bom dia pra você também! - Fingia-se de brava, enquanto aconchegava Bella em seu colo.
- Ah me desculpe. Bom dia Mione. – E deu um sorriso no canto da boca.
Ele estava de pé em frente Hermione, e ela estava sentada no outro lado da mesa. Seth pensou se haveria problemas em se sentar ali mesmo, afinal não tinha ninguém além deles. Olhou pelo salão para ver se havia mais alguém, quando já tinha se decidido por sentar, viu o Prof. Snape junto a Dumbledore passar por uma porta atrás da mesa dos professores e irem se sentar.
- Eu que achei que seria a única a se levantar tão cedo. - Falou Hermione voltando a observar Bella que praticamente rocava em seus braços. - Você não vai se sentar não? Hey? Seth?
Seth continuava a observa-los, não prestando a atenção em Hermione. Dumbledore o viu e lhe acenou com a cabeça lhe dando um sorriso, Snape que não havia olhado para as mesas das casas, seguiu o olhar do Diretor após o comprimento. Novamente os olhares se cruzaram, ao contrario de Dumbledore, Snape não fez nada além de desviar o olhar para a chicará que aparecerá a sua frente, aparentando desconforto.
- Hey, SETH! - Gritou Hermione.
- Ahm? Ah... Desculpe-me novamente, acho que não acordei direito ainda. - Respondeu ele se virando rapidamente para Hermione - Mas me diga, por que levantou tão cedo?
- Não consegui dormir muito, acho que é ansiedade pelo inicio das aulas! E você?
- Acho que pelo mesmo motivo.
- Não vai se sentar?
- Não, acho melhor não, o tal Prof. Snape estava me olhando, acho que não gostou muito de eu estar aqui conversando com você. Sabe, aquela bobeira de Sonserinos e Grifinórios não podem ser amigos parece começar a aparecer.
- Eu não ligo pra isso!
- Eu também não, mas não sei se você sabe, ele é o Diretor da Sonserina.
- Então é ele de quem o Percy estava falando ontem? Ele me parece bem ruim mesmo! - Disse Hermione observando o professor que estava desatento conversando com o Diretor. - Mas acho que não irá lhe xingar por sentar aqui. Não tem mais nenhum aluno, só nós dois, e o Diretor Dumbledore não vai ser tão chato em deixar que sentemos sozinhos cada um em uma mesa só por causa de nossas casas!
- É talvez tenha razão, se me xingarem eu vou para lá! - Disse ele já se sentando.
Ao olhar a mesa dos professores, ele viu novamente o olhar frio do mestre em poções.
"O que pensa que está fazendo menino imbecil, essa não é a mesa da Sonserina!"
- O que foi que ele disse? - Gritou Seth se levantando, Bella se postou ao seu lado rosnando.
Num impulso Snape também se levantou.
- Quem disse o que Seth? Ninguém falou nada. - Hermione havia se levantado e tentava acalmar o amigo, que encarava o professor.
- O que está acontecendo? - Disse Dumbledore também se levantando.
- Ele me ofendeu Prof. Dumbledore!
- Não Seth, ele não falou NADA! - Dizia Hermione aflita, tentando tirar o garoto daquela situação.
- Eu ouvi Mione, ele disse: "O que pensa que está fazendo garoto imbecil, essa não é a mesa da Sonserina!". - Disse Seth para que apenas ela o ouvisse. E depois alterou a voz - EU OUVI!
- Eu não disse nada Black. - Pela primeira vez Snape se dirigiu à Seth.
- Disse e eu ouvi.
- Eu não DISSE! - Falou Snape sem alterar a voz.
- Tá achado que eu sou louco. Diga a ele o que ele disse Mione!
- Mas Seth...
- Droga, ninguém aqui ouviu? - Dizia o menino perdendo o controle.
- Sr. Black se acalme. Venha até aqui. - Chamou Dumbledore.
Mesmo a contra gosto, o menino se dirigiu a mesa onde se encontravam os professores.
- Tenho certeza que a uma boa explicação para tudo. Diga-me o que aconteceu exatamente.
- Eu estava conversando com a Hermione, quando resolvi me sentar. Olhei para a mesa dos senhores, e quando olhei para o professor Snape ele falou "O que pensa que está fazendo garoto imbecil, essa não é a mesa da Sonserina!". - Disse imitando a voz do professor.
Snape o olhava como se não estivesse entendendo nada.
- Severus? O que me diz?
- O Senhor estava ao meu lado, e sabe que não dirigi a palavra ao Sr. Black!
- Realmente. - Admitiu Dumbledore.
- Entretanto, devo admitir que pensei nas palavras ditas por ele.
- Entendo.
- Como pensou? Eu o ouvi dizer! - Indignado Seth tentava argumentar.
- Não garoto, você não me ouviu dizer nada, por que eu simplesmente não disse! - Falou Snape em sua voz mais fria e letal possível, achando que veria medo no garoto após suas palavras, impressionou-se em ver que este se mantinha na mesma postura de desafio de antes.
- Sr. Black, acho que o que presenciamos, foi mais uma demonstração de seus poderes com a mente! O que o senhor fez foi ouvir os pensamentos de Severus. É o que chamamos de Legilimens. É incrível que você o possa fazer sem o uso de uma varinha. E ter visto os pensamentos de Severus, é muito até para quem sabe controlar, ele é um ótimo Oclumênte. - Dizia Dumbledore mais para si mesmo. - Agora que está tudo resolvido, sugiro que volte para a mesa, parece-me que a Srta. Granger está um pouco ansiosa pela sua companhia para fazerem o desjejum.
Sem entender nada, Seth apenas acenou com a cabeça para o diretor e lançou um olhar de desprezo para o professor de Poções, antes de voltar a se sentar com Hermione.
- O que foi que lhe disseram?
- Algo sem muito sentido, mas deixe pra lá, depois te conto. Vamos comer, estou com muita fome. - Dizia Seth que como o professor usava uma mascara de indiferença, como se nada o tivesse afetado.
- Ok. Eu dei algumas coisas para Bella comer, mas ela só terá carne no almoço.
- Tudo bem, ela aguenta, não é?! - Disse ele acariciando a pantera que parecia igualmente mais calma.
***
- Com o esse garoto pode fazer isso Albus? Nem você consegue entrar em minha mente, não que eu esteja me gabando por isso, mas é verdade!
- Tenho certeza que foi um caso à parte, Severus! É certeza que não conseguiu manter suas barreiras diante do olhar dele. Ele tem o que podemos chamar, do seu ponto fraco. Estou certo?
- É talvez esteja. Terei de me controlar. Potter me parece inofensivo, mas o Black com certeza não o é!
- Ele é apenas um garoto confuso Severus, não o julgue sem o conhecer.
- Ele me parece meio explosivo isso sim!
- Ele te viu o ofendendo, é claro que se defenderia. Agora esqueça isso sim, precisa estar como poderíamos dizer, preparado, para suas aulas de daqui a pouco.
- Aquelas cabeças ocas! Eu não preciso me preparar para nada Albus, eles é que devem estar preparados. - Com um sorriso no canto da boca, voltou sua atenção para o chá, ao qual mexeu por um bom tempo sem ao menos prova-lo.
**
Durante os dias que se passaram Seth tentou não encarar o professor, ou qualquer pessoa para evitar o uso de seus "novos" poderes. Ele já havia enviado a carta a seus tios, contando sobre a seleção e de como tinha sido seus primeiros dias na escola, mas achou prudente não comentar sobre os detalhes da seleção ou a discussão com o diretor de sua casa já no primeiro dia. Ninguém sabia além de Hermione, que havia presenciado, e Neville em quem sabia poder confiar. Na resposta, diziam estar orgulhosos de Seth, não importando a casa a qual caíra.
Nos primeiros dias, Tonks os havia ajudado a encontrar as salas de aulas, sendo assim nunca perdiam os horários das aulas, ao contrario de Weasley e Potter que pareciam se perder todos os dias. Às vezes, quando Seth, Hermione ou Neville se esqueciam de que lado ficava alguma das salas, perguntavam aos fantasmas, até mesmo o fantasma da Grifinória parecia feliz em apontar a direção certa para Seth, mas havia o Pirraça, o Poltergeist. Ele sempre fazia brincadeiras ou pregava peças, como apontar as salas erradas para os alunos. Ele despejava cestas de papéis na cabeça das pessoas, puxava os tapetes de baixo de seus pés ou lhes acertava-as com pedacinhos de giz. Outra que aparecia sempre nos piores momentos era Madame Nor-r-r-a, o bicho era magro, cor de poeira, com olhos saltados como lâmpadas, iguais aos de Filch. Ela patrulhava os corredores sozinha, se alguém desobedecesse a uma regra em sua presença, pusesse o dedão do pé fora da linha, ela corria a buscar Filch, que aparecia, asmático, em dois segundos. Filch conhecia as passagens secretas da escola melhor do que ninguém, e podia surgir de repente como um fantasma. Os estudantes a detestavam e a ambição mais desejada de muitos era dar um bom pontapé em Madame Nor-r-ra.
Mas havia as partes boas, as aulas em si. Seth, assim como Hermione, estava gostando das atividades acadêmicas. Tinham de estudar o céu da noite pelo telescópio toda quarta-feira à meia-noite e aprender os nomes das diferentes estrelas e os movimentos dos planetas. Três vezes por semana iam para as estufas de plantas atrás do castelo para estudar Herbologia, com uma bruxa baixa e gorda chamada Professora Sprout, com quem aprendiam como cuidar de todas as plantas e fungos estranhos e descobriam para que eram usados. História da Magia era a única matéria ensinada por um fantasma. Apesar do que os outros pareciam pensar sobre o Professor Bins, Seth achava fascinante a sua aula.
O Professor Flitwick ensinava Feitiços, era um professor muito pequenino, ele tinha de subir em pilhas de livros para que pudesse dar as aulas. Na primeira aula Seth, o viu sorrir sem graça após ler seu nome na lista de chamada, e cair da pilha após ler o nome de Potter.
Já a Professora Minerva era diferente. Era exatamente como Seth a imaginou, severa e inteligente, fez um sermão no momento em que eles se sentaram para a primeira aula.
- A Transfiguração é uma das mágicas mais complexas e perigosas que vão aprender em Hogwarts. Quem fizer bobagens na minha aula vai sair e não vai voltar mais. Estão avisados. - Transformou, então, a mesa em porco e de volta em mesa.
Seth viu todos com os olhos brilhando achando que já iam começar transformando moveis em animais, mas logo viu a decepção dos colegas. Após fazerem anotações complicadas, receberam um fósforo e começaram a tentar transformá-lo em agulha. No fim da aula, somente Hermione e Seth produziram algum efeito no fósforo. Hermione parecia satisfeita, a Professora Minerva mostrou a classe como os fósforo de ambos ficara todo prateado e pontiagudo e deu um raro sorriso para os dois.
A matéria a qual Seth mais esperava, foi a que mais o decepcionou. Defesa Contra as Artes das Trevas era uma boa aula, mas o professor não ajudou. As aulas de Quirrell foram uma piada. Sua sala cheirava fortemente a alho que todos diziam que era para espantar um vampiro que ele encontrara na Romênia e temia que viesse atacá-lo a qualquer dia. Seu turbante contou ele, fora presente de um príncipe africano como agradecimento por tê-lo livrado de um zumbi incômodo, mas os alunos não tinham muita certeza se acreditavam na historia. Primeiro porque, quando Simas Finnigan, um aluno da Grifinória, pediu ansioso para Quirrell contar como liquidara o zumbi, Quirrell ficou vermelho e começou a falar do tempo, segundo porque eles repararam que havia um cheiro engraçado em volta do turbante. Mas Seth via outra coisa, algo estranho chamou sua atenção durante a aula.
No final da aula ele encarou o professor, e apesar de evitar, ele ouviu uma conversa do professor, mas não havia alguém com quem ele conversa-se. Não entendeu muito do que ele dizia, parecia conversar consigo mesmo. Seth desviou o olhar, e manteve-se impassível como se nada fora do comum houvesse acontecido.
O ocorrido na sala de Defesa Contra as artes das Trevas não o deixaria de atormenta-lo durante os dias que viriam. Mas Seth estava preocupado com o amanhã, Sexta-Feira. Sua primeira aula de Poções. Seria o dia em que ele teria de encarar o Professor Snape após a discussão no grande salão, ele só esperava sair de lá sem uma primeira detenção.
***
N/A: Como disse, muito trabalho... Estou fazendo de tudo para escrever o mais rápido que posso, mas o cansaço às vezes atrapalha! =/
Bruna.Jean.Granger.Hale.Cullen.Potter> Que bom que está gostando, espero que ainda esteja lendo =P KKk'
GiuliaValvano> É por que assim eu instigo a curiosidade dos leitores, mas eu teria que escrever os próximos capítulos mais rápidos também! ¬¬'
Não sei se vou coloca-la tão rapidamente por aqui, talvez eu leve o Seth para fazer uma visitinha para a mãe... *--* KKk'
Ah, e quem puder divulgar a fic ficarei agradecido... XD
>Próximo Capítulo: O Mestre das Poções.
Comentários (1)
Oi! to adorando!!! esse capitulo foi de mais, só qro ver oq vai acontecer nessa aula de oclumencia kkparabens pela criatividade e pela otima fic,to esperando o proximo, ok?bjss
2012-09-13